capítulo 9/12
“Hegemonia cultural significa que aceitar uma visão da realidade
específica de um grupo dominante é considerado como sendo normal ao
enquadramento da ordem natural das coisas, mesmo por quem, na realidade, lhe
está subordinado, e dessa forma o Direito contribui, ao manter inerte e inconteste
seus parâmetros avaliativos”. (Dahl,
1993)
“experiência doxa do mundo social...” Citando Bordieu e a forma de ocupar o espaço
e determinar o espaço...”se estabeleceu como o espaço feminino sendo o espaço
do lar, capitalizando suas funções reprodutivas e de imagem agradável a fim de
não provocar incômodos, enquanto o homem pode ser livre para estabelecer e
organizar o mundo”.
É a ordem falocentrada.
(falo – órgão sexual masculino)
...”o senso comum: “é
assim porque sempre foi assim, sem questionar por que sempre foi assim.”. Página 135
Visão dóxica citada por Bordieu. ...”que permitem que a própria mulher
reproduza a dominação masculina”.
...”mas no Direito ser também uma manipulação patriarcal e
como tal compreender como normal e padrão a ausência de mulheres em posições de
liderança posto que, locais tradicionalmente masculinizados”.
A Academia vem se movimentando para sair da inércia no tema. Num evento
jurídico havia 39 palestrantes homens e somente uma palestrante mulher. (na área do Direito).
“... uma vez que se tal discurso for proferido sempre pela figura do homem branco, já o é de
antemão parcial e amputado”.
...”homem branco aqui, explica a filósofa Marcia Tiburi
(2018) no sentido de uma metáfora de poder...”
Marcia Tiburi...” O homem branco falante é uma forma
personalizada da velha soberania patriarcal...
a materialização concreta do poder.
...A fala é autorizada por um falo”.
...”que sempre esteve em posse dos homens brancos que
dominaram os discursos e a produção da verdade”.
Página 138 (de 200)
Mesmo na docência, advogadas sentem dificuldade de expressar
temas que são considerados polêmicos, mesmo elas usando argumentos
fundamentados.
...”não se fala sobre inclusão de gênero para evitação de
pautas polêmicas, que só são polêmicas porque não se fala com esclarecimento
sobre o tema”.
Curiosamente no livro levanta-se uma questão que nem sempre
é refletida: torcida de futebol chamando
o juiz da partida de filho da puta. Está
na prática xingando a mãe do juiz. “...
atribuindo uma conduta moralmente reprovável à mãe do sujeito, e não a ele”.
Continua no capítulo 10/12