capítulo 9/20
Capítulo – Vida cartesiana: o método autista de viver e
sobreviver.
“Conhecendo a história da humanidade, suas culturas,
tradições e crenças, encontrei muitas coisas úteis e inúteis”.
Meus 22 métodos...
... número 11 - “Ao ver meus
amigos-suporte, sinto imensa vontade de segurar seus polegares”.
15 – digitar no computador usando modo com som de máquina de escrever. (gosto disso)
17 – “Tenho um arquivo que se chama Dicionário de Dores,
onde anoto coisas que me incomodam e que potencialmente podem se tornar ficção
ou poesia”.
...”ouço melhor as vogais do que as consoantes”.
“Preciso de dois ou três dias para me recuperar de uma
crise não violenta. Crises lesivas demoram mais tempo”.
...”O contato com outras pessoas autistas me permitiu
ampliar e melhorar minha estratégia no que tange minhas próprias dificuldades
sensoriais e emocionais”.
Convivência entre autistas e neurotípicos é muito benéfica:
ambos podem aprender reciprocamente...”
...”O problema é quando o neurotípico (a pessoa dita normal
na sociedade) assumem que a sua visão de mundo é a única correta.”
Não é incomum ouvir
por aí pessoas recriminando autistas com frases do tipo: “Ele não tem nada e está na fila
preferencial”. “Você só tem crise
quando eu falo o que você não gosta”.
...”O Manual do Infinito possui muito de minhas ideias e
conceitos mas também de insônias, suor e lágrimas”.
“Aqui está um autista que tem a cabeça firme o suficiente
para acreditar na vida e que não tem medo do trabalho duro”.
Capítulo:
Tortura: a hipersensibilidade
autística em um mundo neurotípico.
Tenho a aptidão de possuir o chamado ouvido absoluto. Isso me ajuda na música como violonista e
cantor.
Alguns embaraços por conta do ouvido absoluto: “Passei a querer afinar tudo ao meu
redor”. “Aos poucos, passei a sentir
raiva de pessoas que falavam alto”.
...”minha mãe sofre de epilepsia refratária...”
Cantando em barzinho, ouvindo as conversas do público,
recebendo aplausos ao fim das músicas...
o ouvido sofre por conta da hipersensibilidade. ...”Não sei quando está calor o suficiente
para tirar meu casaco, ou quando está frio para coloca-lo”.
Capítulo: Caminhos
da pele: o autismo e o contato físico
...”a pele é complexa e é o maior órgão que temos...”
“Se o cérebro de uma pessoa é diverso, as suas sensações
táteis serão diversas igualmente”.
Não sou muito de abraçar as pessoas, mas vivo numa sociedade
que tem o costume do abraço nos cumprimentos.
“O toque físico me liberta dos pensamentos mas ele deve ser
de maneira que não me estimule em excesso.
...”cada autismo tem a sua própria medida”.
“Fico muito nervoso quando crianças são coagidas pelos
adultos a cumprimentar quem não conhecem...”
...”se ensaboar no banho... sensação boa... “Aprendi a descobrir meu corpo na puberdade
através dos banhos”. ...”possui zonas
erógenas. Na idade adulta, aprendi que
só devo compartilhar esta minha dimensão com uma pessoa que realmente me ame e
que não me queira fazer mal”.
Prefiro dormir na minha cama. “O peso dos cobertores comprime meu corpo
continuamente, o que me dá conforto”.
Preferência, em casa, uso de roupas largas. “Para sair, gosto de usar roupas
extremamente apertadas”.
Continua no capítulo 10/20