O CENÁRIO CONSTRUIDO SOBRE VACINAS - GOVERNO BRASILEIRO INEFICAZ
Nem todas as pessoas acompanham os detalhes do tabuleiro da política global. Tem alguma complexidade e envolve um bom tanto de olhar para a história mais antiga e mais recente. Nesse contexto, o Brasil num passado recente sem atritar com os parceiros comerciais de sempre, buscou uma aproximação com os chamados BRICS, um bloco de interesses comuns por países em desenvolvimento como Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul. Antes disso, eramos segunda classe do Primeiro Mundo e no bloco dos BRICS, sem perder as parcerias com o Primeiro Mundo, passamos a ser atores de relevância internacional do Terceiro Mundo na base da cooperação e intensificação de comércio e serviços.
O governo atual detonou tudo isso e hoje estamos em atrito com os USA do Biden e da China das vacinas, incluindo a Índia, também das vacinas. Para que se tenha uma ideia, China e Índia são detentoras de 74% do mercado mundial de IFA ingrediente Farmacológico ativo que é a base de medicamentos e em especial, das vacinas.
Vou colocar nossa postura diante da Índia. Eramos dentro do BRICS parceiros com a Índia, mas agora estamos em atrito pelo seguinte: Nos anos 90, os USA forçaram o mundo a assinar Leis de Patente de medicamentos, que encareciam muito o acesso aos mesmos pelos países que não fossem ricos. Saúde é vida. Pois nessa, o Brasil correu e assinou a lei conforme os USA queria e isso fez com que nossa indústria do setor minguasse e ficássemos nas mãos de terceiros países. Nessa, a Índia, que tem lá seus 1,3 bilhões de pessoas, pediu dez anos para se enquadrar e nesse tempo acelerou o processo de garantir Soberania e tecnologia para não depender dos outros. Agora na pandemia, ela tem vacinas para si e para exportar. Optou por exportar para países vizinhos pobres. Ela de certa forma nos deixou de fora pela seguinte razão: Havia uma votação na ONU sobre as patentes e o Brasil votou contra a Índia e contra a soberania sobre medicamentos. Agora temos que dar um sorriso amarelo e estender o pires para ela que fez o dever de casa e de cidadania.
Quanto à China, nossa parceira no BRICS, ocorreu algo mais absurdo e inusitado. Um filho de um presidente do Brasil, com essa mania de falar pelos cotovelos, andou postando nas redes sociais ofensas abertas ao povo chines no contexto da covid. Como reação, o Embaixador da China no Brasil deu uma resposta à altura. Quando se pensava que as coisas tinham se acalmado, me vem o famigerado Ernesto Araujo, que do alto da sua imaturidade e falta de traquejo, resolveu entrar o bate boca e fez uma manifestação pública contra a China e, segundo consta na Folha de SP de hoje, 15-02-2021, por duas vezes o Ministro das Relações Exteriores Ernesto Araujo, de forma não usual em diplomacia, pediu à China, a cabeça do seu Ministro no Brasil e esta ignorou os pedidos numa posição soberana. Foram dois pedidos do nosso Ministro em ocasiões diferentes e as duas vezes, não foi atendido, até porque a China deixou claro que seu Ministro é de alto gabarito e tem todo o apoio do seu país.
Em resumo: Volto a lembrar que até das vacinas do Primeiro Mundo, uma parte grande dos insumos (74%) estão nas mãos da China e Índia. Elas eram parceiras nossas e agora semearam discórdia entre nós e eles num momento em que para nós a vacina é questão de vida ou morte. Fica claro que não é por acaso que estamos vendo as mortes e as vacinas pingam a conta gotas para o desespero do nosso povo e para o estrangulamento da nossa economia. Há culpados nisso. Não é fruto do acaso.