capítulo 03/20
..."os assassinos da
democracia usam as próprias instituições da democracia - gradual, sutil e mesmo
legalmente - para matá-la".
Os USA em 2016 e o fracasso ao eleger Donald Trump. Falhou o partido
dele, o Republicano e falharam os eleitores.
Eles (USA) tem há mais de
dois séculos o sistema de freios e contrapesos que ajudaram a suportar importantes
turbulências como a Guerra Civil, a Grande Depressão, a Guerra Fria e o caso
Watergate. Os autores entendem que se
projeta para o governo Trump a salvaguarda da
democracia pelo sistema de freios e contrapesos que possuem. (livro de 2018).
Eles atribuem boa parte do
sucesso na defesa da democracia aos freios e contrapesos, normas que para eles
já se tornaram “como naturais”: a
tolerância mútua, ou o entendimento de que as partes concorrentes se aceitem
umas às outras como rivais legítimas e a contenção, ou a ideia de que os
políticos tem que ser comedidos.
Os dois principais
partidos dos USA, o Republicano e o Democrata, são bastante sólidos e vem se
alternando no poder periodicamente.
No caso do Brasil fica
mais difícil inclusive pelo elevado número de partidos políticos.
Lá eles tem questões se
agravando em termos de raças e culturas.
... “E, se uma coisa é clara ao estudarmos
colapsos ao longo da história, é que a polarização extrema é capaz de matar democracias”.
“Contudo... nos ensinam
que a polarização é capaz de matar as democracias, elas também nos ensinam que
esse colapso não é inevitável nem irreversível”.
... “Porém proteger nossa
democracia exige mais do que medo e indignação.”
Capítulo – Alianças Fatídicas
Em 1922 o rei da Itália
convidou Benito Mussolini para seu primeiro ministro. Mussolini e sua vestimenta preta. Ele tem uma legião de seguidores
paramilitares, em torno de 30.000 pessoas empobrecidas e revoltadas. A chegada de Mussolini para a posse criou
uma enorme expectativa inclusive nesses seguidores.
“Bandos de fascistas
perambulavam pelas ruas de Roma”. Mussolini disse ao rei que estava vindo do
campo de batalha e que atravessou o Rubicão...
(ficou essa frase na história com seu significado...). Um marco do fascismo na Itália.
“Mussolini fez sua parte
para sacralizar o mito”. Fez a
chegada triunfal para sua posse se parecer com um ato de “revolução”.
A Itália de 1922 em má
situação econômica, agitação social, os esfomeados fascistas de fardas como
paramilitares. E o rei ainda por cima, com o medo do
comunismo.
Mussolini engajou os
fascistas e deu segurança aos políticos e aos investidores. Uma solução de curto prazo. Os caciques políticos da época viam
Mussolini como “um aliado útil”.
Os autores citam casos de
líderes de esquerda e de direita que chegaram ao poder com apoio popular. Adolf Hitler, Alberto Fugimori (Peru), Hugo
Chávez. Chegaram ao poder “por dentro”,
via eleições e apoio político e popular.
Os líderes políticos que apoiaram
esses “de fora” (outsiders) acreditavam que usariam esses agregadores e
voltariam a manter o poder para os caciques políticos num segundo momento. Não foi o que ocorreu.
O erro: “entregar condescendentemente as chaves do
poder a um autocrata em construção”.
Hitler em 1933. Ele assume o poder. Alemanha conturbada e tenta alternativas sem
sucesso. “Convencidos de que alguma coisa tem que dar certo, um conluio de conservadores rivais
se reuniu no final de janeiro de 1933 e chegou a uma solução: é preciso por um outsider popular na chefia do
governo. Esses caciques políticos
desprezavam Hitler, mas viam nele alguém com apoio popular. Pensavam os caciques políticos que depois de
controlada a situação, conseguiriam controlar Hitler...
“Nós o recrutamos para nós
mesmos...”.
Como no caso da Itália com
Mussolini, esta também foi uma “aliança fatídica” segundo os autores deste
livro. Situações em que os caciques
políticos apostam no outsider (um de fora) e depois perdem o controle e se
estabelece uma ditadura. Buscar
cooptar o de fora quando a situação se normalizasse. Só que na prática a coisa descambou para a
ditadura, pro nazismo na Alemanha e para o fascismo na Itália como sabemos.
“Tipo de barganha com o
diabo...”.
Continua no capítulo 04/20