CAP. 04/10
O
transporte de bagagem da expedição é feito por iaques (parentes dos bovinos) e
pelos carregadores sherpas. Na trilha há
algumas casas de chá onde o pessoal eventualmente dá uma paradinha para um chá.
Há em
outras regiões do mundo o esporte bem concorrido chamado helicopter-skiing no
qual o praticante sobe de helicóptero a montanha até o topo e desce de
esqui. Já no Everest isso é impossível
por várias causas e uma delas é um verdadeiro choque entre altitudes e a pessoa
tende a ter várias complicações orgânicas muito sérias correndo risco de vida.
Há no
caminho da escalada uma clinica médica mantida pela Associação de Socorro do
Himalaia. Atendimento médico ao povo
local e aos que fazem escalada. Muitos
tendem a não tomar os cuidados nas alturas e podem ter problemas sérios ou
mesmo ocorrerem complicações devido à altura.
Acima da
altitude de 4.870 m, acabam os vestígios de vegetais na montanha.
Os
primeiros sintomas comuns na escalada – ficar meio zonzo e ofegante. Houve
condição desfavorável à subida em certo trecho antes do acampamento base e
congestionou o local dos alojamentos com pouco espaço e precários
banheiros. Um mal cheiro tremendo.
Alojamento
com beliches para até trinta pessoas.
Presença de pulgas e piolhos.
Aquecimento pela queima de excremento seco de iaque. À noite, frio abaixo de zero grau.
A queima
de fezes secas de iaque em presença de pouco oxigênio formava mais fumaça do
que calor no ambiente. Esse acampamento
fica a 4.973 metros da escalada.
Cinco
sherpas da expedição de Jon estavam fazendo a revisão da trilha rumo ao
acampamento base e no descuido não estavam atrelados à corda entre si. Um deles foi tragado por uma fenda abaixo da
neve, numa profundidade de 45 m de queda.
Um resgate moroso. O guia da
expedição subiu até lá para coordenar o resgate. Os outros tiveram que esperar. O acidente ocorreu a 6.248 m da montanha.
Antes da
escalada, o chefe da expedição se reuniu com os integrantes para pedir que
tratassem com respeito os sherpas e deixou claro que sem a ajuda deles, não há
como completar a escalada do Everest.
Cap. 5
do livro – Lobuje – 08 de abril de 1996.
Altitude 4.900 m
Trechos
da escalada tem cordas no percurso seguindo a trilha e cada pessoa atrela sua
corda curta nessa corda por precaução.
Dois da expedição de Jon tiveram desarranjo intestinal por causa da
falta de saneamento local. Isso se soma
à dor de cabeça decorrente da altitude.
A
expedição chegou ao acampamento base na altitude de 5.364 m. Na ocasião, mais de 300 barracas com gente
correspondente a quatorze expedições.
O acampamento base tem mais estrutura como
telefone por satélite, fax (era 1996), luz de energia solar captada (placas
solares). Existem no mundo 14 picos
com mais de 8.000 metros em relação ao nível do mar.
O
principal concorrente de Hall (que dirige a expedição na qual o narrador Jon
está) é Fisher, que é americano de Seattle também como Jon.
Fisher
foi um alpinista arrojado no passado e sofreu vários acidentes nas
escaladas. Quando ele foi escalar o
Everest como guia, repórteres questionavam o fato dele ter esposa e dois
filhos. Ele dizia que cuidava muito
para não cometer erros. As escaladas,
porém, tirava muito ele do convívio com a família. “Fisher esteve ausente em sete dos nove
aniversários do filho”.
Jon
perguntou a Hall (chefe da sua expedição) o por quê de tanto interesse dele
como guia em ter o repórter Jon na sua expedição. Hall (neozelandês) respondeu que o maior
público que procura fazer escalada no Everest é dos USA e sendo o repórter de
uma revista americana, iria dar enorme visibilidade à empresa de Hall e ele
ficaria bem posicionado junto a potenciais clientes americanos.
Continua
no capítulo 05/10