Quem fez a resenha (sem caráter
acadêmico): Eng.Agr.Orlando Lisboa de
Almeida
Livro:
O Príncipe – autor: Nicolau
Maquiavel, italiano de Florença, nascido no dia 03-05-1469. Editora:
Civilização Brasileira, 6ª.edição, RJ, 1981 – 159 páginas.
Maquiavel foi antes de tudo um grande
estudioso. Conhecedor da Ciência
Política como poucos de sua época.
Suponho que seu nome é muito citado inclusive por pessoas que não leram
sua obra. Comum ouvir o termo: Esse cara é maquiavélico. Sempre houve, há e haverá mazelas em todo
lugar e também na vida pública. Na
verdade, em termos, ele estudou o Poder e as formas de exercê-lo até sua época
e catalogou para a posteridade.
Vou citando termos ou situações com a
respectiva numeração da página, já que a ficha do livro está acima.
13 – Baseado em seus estudos e experiência
em relação ao exercício do poder até sua época indicava: No caso de conquistas de novos territórios –
duas medidas. Extinguir a linhagem do
antigo príncipe; Não alterar as leis e os impostos (para não revoltar o povo)
13 – Quando são povos de outras línguas e
culturas, recomenda ao conquistador que vá habitar a terra conquistada como
forma de melhor equacionar o domínio.
Estando lá, ao ver nascer qualquer desordem, já adota medidas para
colocar tudo nos eixos. (num tempo em
que as vias e comunicações eram outras, precárias)
13 – Fala do monarca estando habitando a
nova posse, pode optar por interagir com o povo sendo amado ou sendo temido. Duas formas diversas de ser respeitado pelo
povo.
13 – Fala de como os romanos tiveram
sucesso. Compara as opções de Colônias
ou Fortificações. Estabelecer colônias
nos lugares conquistados, só trazendo o staff de governo e “rebaixando” os
poderosos locais e não mexendo com o povo (a plebe), sendo defensor deste. Menos oneroso que montar Fortificações que
requerem recursos ($) para montar e manter e cria animosidade com todos,
inclusive porque isto se faz e se mantém com impostos cobrados do povo.
15 – Comparou motim com a
tuberculose. Quando está sendo
planejado (o motim), no começo é mais difícil de diagnosticar, mas é mais fácil
de combater. Já se estiver adiantado o
motim, é mais fácil de diagnosticar e mais difícil de combater. Melhor é o príncipe estar morando na área
e fica sabendo mais rápido dos problemas.
35 – A dificuldade de introduzir novas
ordens (mudanças) nas terras conquistadas.
Em geral contraria interesses e estas pessoas vão agir contra as ordens.
As pessoas que seriam beneficiadas,
continuam não crendo nas mudanças (se elas serão para melhor), nas inovações e
tendem a não apoiá-las.
40 – Quem recebe a “delegação” de cuidar
de um reino sem ter ele próprio lutado para conquistar (recebe de mão beijada)
tem pouca chance de ir em frente.
55 – Governar
com o povo ou com apoio dos poderosos.
“O povo não quer ser mandado nem oprimido
pelos poderosos e estes desejam governar e oprimir o povo”.
59 – Tibério Graco (162 a .C) criou a Lei Agrária
no Império Romano e causou uma revolta dos poderosos ao ponto de morrer
enforcado pelos senadores e outras forças políticas (latifundiários, etc) do
império. No mesmo evento morreram ao
redor de 300 pessoas próximas do Imperador.
Mais tarde seu irmão Caio Graco também foi
implementar uma Lei Agrária e 3.000 dos seus morreram por isso e Caio Graco foi
obrigado a se deixar ser morto por um dos seus para não ser executado pelos
inimigos.
62 – Cidades Livres e fortificadas como as citadas da Alemanha
(Frankfurt, Nuremberg e outras).
...”tem muros e fossos adequados, possuem artilharia suficiente,
conservam sempre nos armazéns públicos o necessário para beber, comer e arder
por um ano. E tem trabalho para o povo”. (em caso de cerco pelo inimigo). Nesse tempo era comum o inimigo vir e
tocar fogo nas casas rurais, nos armazéns rurais e nas pastagens e plantações. Para cortar a ração da cidade e desanimar o
povo sitiado.
68 – Houve compra de voto para ser Papa em
certa época. Cita Rodrigo Borgia, pai de
Lucrecia Borgia. Eram comuns crimes
pelo poder e muitos tipos de trapaça.
90 – “
Eis que um homem que queira em todas as suas palavras fazer profissão de
verdade, perder-se-á em meio a tantos que não são bons”.
97 -
Evitar o ócio dos súditos.
“Os homens esquecem mais
rapidamente a morte do pai do que a perda de patrimônio.”