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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

CAP. 01/05 - fichamento - livro - A VIDA NÃO É ÚTIL - Autor: AILTON KRENAK - Líder indígena de Minas Gerais (Brasil) do Vale do Rio Doce. Livro de 2021

 A Vida Não é Útil                    06-01-2022

 Ailton Krenak     (lider indígena da tribo Krenak do Vale do Rio Doce em Minas Gerais.  Ele é jornalista e ativista pela causa dos povos indígenas).

          Este livro pequeno no porte e grande no conteúdo foi um presente da minha filha Antropóloga indigenista.    Editado pela Companhia das Letras, tem 130 páginas, tamanho pequeno e está na segunda reimpressão – 2021

         Vamos ao conteúdo (bem resumido)

         O humano dilapidando o planeta.   Matando os animais etc.   “Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante”.

         O exagero da concentração de renda.   Bilionários em passeios pelo espaço.   O sonho deles até de colonizar outros planetas.

         “O poder, o capital entraram num grau de acúmulo que não há mais separação da gestão política e financeira do mundo”.

         “Somos governados por grandes corporações”.   “Estamos viciados em modernidade.   A maior parte das invenções é uma tentativa de nós, humanos, nos projetarmos em matéria para além de nossos corpos”.

         Parafernália da modernidade...   “estamos a tal ponto dopados por essa realidade nefasta de consumo e entretenimento que nos desconectamos do organismo vivo Terra”.

         (A tribo dos Krenak vive no Vale do Rio Doce em MG)

         Cita a evidência de que estamos dilapidando a Terra como organismo vivo.   Geleiras derretendo, oceanos cheios de lixo, lista crescente de espécies em risco de extinção...   “Estamos esquartejando a Terra.   É de uma estupidez absurda”.

         Em outra direção, cita James Lovelock, criador da teoria de Gaia.   Foi marginalizado na Ciência por sua linha de pesquisa.

         “Quem já ouvia a voz das montanhas, dos rios e das florestas, não precisa de uma teoria sobre isso”.   Sabe que a Terra é um organismo vivo.

         Comidas processadas, comidas com aditivos...     Falou do plantar, cuidar, colher e preparar para comer – é muito mais seguro.

         Algum adepto em agroflorestas, agricultura orgânica, permacultura.   Esses que as praticam quebram barreira entre os povos originários e os povos que vivem nas cidades.

         Krenak disse que no Vale do Rio Doce onde é a aldeia dele, que fica perto do Rio Doce, é também perto da ferrovia que transporta minério de ferro em quantidades enormes de Minas para o porto de Vitória-ES para exportação.     O povo olha isso como progresso, mas a natureza está sofrendo e o Rio Doce está morto na região.

         “Temos que parar de nos desenvolver e começar a nos envolver”.

         Cita as lições contidas num poema de Drummond chamado Ideias para adiar o fim do mundo.

         Sobre os que querem colonizar outros planetas, ele pergunta:    ...”significa que ainda não aprenderam nada com a experiência aqui na Terra.  Eu pergunto quantas Terras essa gente precisa consumir até entender que está no caminho errado?”

         Minas Gerais...   “essa obsessão por furar o chão”.   Krenak mora no chamado Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais.    O povo simples de lá...   “estamos ferrados”.

         “Vida é transcendência, está para além do dicionário, não tem uma definição”.

         Sonhos Para Adiar o Fim do Mundo

         Índio costuma ter sobrinhos por adoção.   Um pajé Xavante ouvindo seus sobrinhos por adoção e entre eles, Krenak.   Os waradzu (os brancos) na língua deles.

                   Continua no capítulo 02/05