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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

RESENHA LIVRO - CHATÔ - O REI DO BRASIL

RESENHA DO LIVRO – CHATÔ – O REI DO BRASIL  (Parte I)
Autor:  Jornalista e escritor – Fernando Morais
Editora – Companhia das Letras – 2ª edição – 1994 -  731 páginas

Resenha (sem rigor acadêmico) pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida

     Nome do Chatô -  Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello.   Francisco de Assis porque nasceu no dia do Santo (04-10), Chateuabriand porque seu pai resolveu homenagear um escritor Frances e Bandeira de Mello, sobrenome de família.     Nasceu na cidade de Umbuzeiro, interior da Paraíba e era gago quando criança.   Foi alfabetizado em idade próxima dos dez anos.    Ao longo da vida estudou até fazer a Faculdade de Direito e muitos dos seus estudos foram como autodidata, principalmente em idiomas como francês e alemão.
     Página 16 – O autor faz uma citação dos bens do Chatô, quando este já tinha empresas jornalísticas, revistas e emissoras de TV.
     Chatô era um mulherengo assumido. 
     17 – “Não preciso de médicos, nem de conselhos. ... quem pode atestar minha boa saúde são as mulheres.”
     17 – Em 1957, foi embaixador do BR em Londres por indicação de JK Juscelino.
     18 – A cidade de Brasília foi construída por determinação do presidente JK em três anos.
     18 – Chatô, já influente na política, criticava JK pela construção de Brasília, chamando-o de Faraó Kubitchek.
     18 – Tática do Chatô com seus veículos de comunicação (jornais, revistas, TV, rádios) – acender uma vela para cada santo e ter sempre as portas abertas...
     18 – Ao jornalista David Nasser, repórter e amigo.      Sendo o David Nasser contra a construção de Brasília, Chatô lhe perguntou por que ele não mudava de idéia.   A resposta:  - Por que eu tenho a minha opinião.
     - Opinião?   Se você quer ter a sua opinião, compre uma revista.
     19 – Quando foi nomeado para Embaixador em Londres, era senador pelo Maranhão.
     20 – Chatô era inimigo do jornalista Samuel Wainer do jornal Ultima Hora.
     48 -  Chatô busca aprender alemão e ganha uma biblioteca do ramo.   Recebe ajuda dos padres franciscanos nas traduções.
     49 -  A potência econômica que eram os Lundgren (Casas Pernambucanas).  Família de origem escandinava radicada no Recife.
     55 – Chatô lia em francês e alemão fluente.
     56 – Na época do seu curso de direito em Recife os alunos desse curso andavam de fraque, cartola, polainas e até de luvas em pleno nordeste.
     59 – Chatô era raquítico e quis entrar no exército para praticar exercício e aprender a nadar.   Foi reprovado no exame de admissão e ao contrário do senso comum, acionou um pistolão para ser aprovado.   E ralou muito no exército.
     60 – Ser jornalista “Polemista” dava um prestígio enorme pelo ano de 1900 e adjacentes.
     64 – Silvio Romero, sergipano, na época o maior crítico literário do Brasil.
     64 – O paraense José Veríssimo “disputava”  o topo como intelectual com Silvio Romero na época.    Geralmente via artigos de jornais.
     66 – Num embate entre os polemistas, Silvio Romero chamou José Veríssimo de mulato e outros adjetivos tentando denegrir a imagem do adversário.
     66 – Chatô resolveu (jovem que era) entrar na polêmica.   “Vou responder esse fdp...”    Pegou tiras de aparas do jornal da redação para usar como rascunho no seu manuscrito.  Usava fazer seus textos originais à lápis em sobra de papel jornal.
     Chatô saiu com esta sobre Silvio Romero.    Estudando um livro do Romero, viu que as citações deste em alemão, na verdade vinham de tradução para o francês.  Provou que o Romero não manjava assim de alemão e enganava o povo em seus escritos.
     69 – “ O senhor Romero estrangulou a metafísica, supliciou o romantismo, matou a polidez”.
     69 – Chatô também desancou o poeta e jornalista Osório Duque Estrada, autor do nosso hino.    Era um abusado, desde jovem.
     67 – No tempo do seu embate com o polemista Silvio Romero, Chatô estava no terceiro ano do curso de Direito.    Quando Romero descobriu isso fez uma crítica tipo: Não vou polemizar com um pirralho.
     68 – Alvarenga – um tipo de barquinho para se abordar um navio na costa.    Quando algum navio de passageiros chegava no porto do Recife, comumente o Chatô era escalado (por dominar vários idiomas) para ir de Alvarenga até o navio para entrevistar autoridades quando era o caso.    Entrevistador e cicerone dessas pessoas.  Conhecia assim muitos ilustres do Brasil e do exterior.   Inclusive o empresário Delmiro Gouveia, que teve tecelagem na região da cachoeira de Paulo Afonso.    (95)  Delmiro Gouveia foi assassinado, supostamente, a mando do lobby têxtil britânico.
     70 – Sobre o poder do “Conselheiro” Rosa e Silva.  Nos anos 1890 havia câmara e senado estadual.   Rosa e Silva “fazia” os governadores e senadores do Pernambuco.   Corria a prosa:   Quem tem Rosa tem o Norte do Brasil – sem Rosa ninguém se elege e contra Rosa, ninguém governa.
     72 – O Rosa e Silva era dono do mais antigo jornal da América Latina.   O “Diário de Pernambuco”.     No ano de 1911 ele já tinha 86 anos de idade.    Seu hobby era assistir brigas de galo.
     76 – O empresário Arthur Lundgren (Casas Pernambucanas) era um dos maiores galistas do BR.   Galos de briga.
     80 – Em 1913, Chatô foi o primeiro brasileiro a voar num avião de um francês Lucien Deneau)  que atravessou o Atlântico com uma pequena aeronave experimental.
    A chegada do avião foi um furor em Recife e um jornalista graduado (e parrudo) teria sido destacado para fazer um vôo com o piloto francês.  Um vôo histórico.    O Chatô buscou um meio de puxar o tapete do jornalista concorrente.   Soube que o avião comportava digamos o piloto mais um passageiro de até 56 kg.    Deu um jeitinho de avisar o piloto que o outro candidato ao vôo pesava uma arroba a mais.    E o Chatô fez o vôo histórico, mesmo tendo que puxar o tapete. 
     95 – Aos 25 de idade, no Rio de Janeiro, a estratégia do Chatô era se aproximar das pessoas influentes.   Montou escritório na Rua do Ouvidor.
     97 – Fala do grande agiota da época que cobrava juro “excorchante” de 8% a.a.
     Chatô emprestou dinheiro a juro para comprar um carro de luxo e faz sua explicação ao seu avalista sobre a importância de marcar presença num carro de luxo.
     “A fortuna não anda à pé...”    (faz uma argumentação bem curiosa)
     100 – No Rio de Janeiro, pela década de 1910, havia Casas para fumar ópio.
     100– No RJ da época, só se ia à praia para tomar banho por conselho médico.
      102 – Em 1918 o navio britânico Demerara trouxe a gripe espanhola para o Brasil.   Nessa época na Europa morreram ao redor de 20 milhões de pessoas da gripe espanhola.  No RJ e SP em pouco tempo a gripe matou ao redor de 25 mil pessoas.   No Brasil todo, foram ao redor de 300 mil mortes da gripe espanhola.
     104 – Rui Barbosa, septuagenário, sai candidato a presidente da república.   Foi o primeiro no Brasil, inspirado nos USA, a falar da “questão social”.   Colocar o ser humano num patamar mais importante que o capital  (ao menos no discurso).    Rui saiu candidato contra Epitácio Pessoa.    Desta vez, o estado de SP não se uniu com o RJ que apoiava Rui Barbosa e este perdeu para Epitácio Pessoa, um paraibano da terra natal de Chatô – Umbuzeiro.
     Epitácio Pessoa durante toda a campanha permaneceu na França e mesmo assim ganhou a eleição para presidente do Brasil.     Com isso rompeu-se uma tradição de quase três décadas de presidentes mineiros (3) e paulistas (3), na chamada política do café com leite.
     105 – Com seu conterrâneo Epitácio Pessoa presidente, Chatô já há tempos com jornal no RJ (capital federal) indicou  o nome para Ministro de Viação e Obras Públicas do Brasil.
           
....................................................................  continua em breve.................................