CAP. 16/20 dezembro de 2020
“O povo
brasileiro é tão heterogêneo, culturalmente falando, que não se curva à
identificação”. A autora cita hoje
para o Brasil .... uma democracia em estado embrionário. Inclusive a língua portuguesa imposta
pela Ditadura de Getúlio Vargas.
“A
língua da colonização que somos convidados a amar não contempla a língua dos
imigrantes, ou dos povos nativos, ou dos povos africanos que aqui chegaram na
condição de escravizados”
149 –
Item 56 – Brasil Recalcado
O Brasil
lá fora tem a imagem ligada ao carnaval, samba e mulheres na praia... Há também o olhar que engloba a Amazonia, o
Rio, o samba e futebol.
A autora
fala um pouco dos problemas sociais do Brasil.
Descaso com o meio ambiente, injustiça social, violência etc.
“Um país
que oculta a ignorância geral fomentada a cada dia pela ausência de um projeto
de educação real para o povo”.
150 –
Item 57 – Terra de Ninguém Simbólica
“Qualquer
um fala o que quer do Brasil”. “Ora, um
Brasil estereotipado é bem mais fácil de vender do que um Brasil complexo”.
A autora
cita o inadequado mito do “brasileiro cordial” de Sergio Buarque de Holanda em
seu livro Raizes do Brasil datado de 1936.
Ninguém se contrapunha à interpretação dele, até que recentemente o
pesquisador Dr Jessé Souza em seu livro A Ralé Brasileira – Quem é e Como Vive,
desvenda o lado furado desse mito do brasileiro cordial formulado por Sergio
Buarque.
Dr.
Jessé Souza também se contrapõe aos preceitos dos estudiosos Gilberto Freyre,
Darcy Ribeiro, Roberto da Matta dentre outros.
Destaca os pontos positivos em cada um e os pontos com os quais
discorda, sempre com argumentos da ciência.
Como
leitor, informo que conheci o Professor Dr. Jessé Souza em palestra que o mesmo
proferiu em Curitiba não faz tempo. Ele
tem estudos no Brasil, Alemanha e USA e mais de uma dezena de livros
publicados. Dele li dois livros, fiz
fichamento e publiquei no Face e no blog.
São eles A Elite do Atraso e A Radiografia do Golpe. Considero ambos fundamentais para ajudar na
compreensão do Brasil atual.
152 –
Item 58 – O Brasil para os Brasileiros
No texto
a autora cita livro de Cristovão Colombo – Diários da Descoberta das Américas,
editado pela LP&M do RS.
A novidade
de alguns aderirem ao ir pra rua em manifestações.
“No
Brasil atual não devemos acobertar o fato de um crescimento de tendências
fascistas, de ódio ao outro, a negros, índios, homossexuais. Esse ódio não é novidade, mas que ele esteja
em alta é algo que só se poderá enfrentar com a lucidez que se preocupa em
desmanchar os mitos”
153 –
Item 59 – O Brasil contemporâneo.
...
“senso comum tornou-se uma espécie de campo de concentração de onde não se pode
fugir...
Educação
precária, meios de comunicação manipuladores...
Desespero,
esgotamento, insensibilidade, crueldade... são estados afetivos que surgem no
cenário de um país... é ser convidado
diariamente a abandonar as próprias potencialidades em nome da repetição do
mesmo.
... nesse contexto, pensar é raro.
Por que
assim foi aprendido e assim nos tornamos vítimas de ideias prontas.
156 -
... nos faria bem entender de política, de ética, de educação, de sociedade.
Buscar
entender a postura de quem se afasta da ideia pronta, de quem quer descobrir,
de quem se dispõe à novidade, à diferença, à alteridade...
O importante termo Alteridade no
dicionário Oxford:
1 - natureza ou condição do que é outro, do que é distinto.
2 FILOSOFIA
situação, estado ou qualidade que se constitui através de relações de
contraste, distinção, diferença [Relegada ao plano de realidade não essencial
pela metafísica antiga, a alteridade adquire centralidade e relevância
ontológica na filosofia moderna ( hegelianismo ) e esp. na
contemporânea ( pós-estruturalismo ).
Voltando
à autora: Evitar pre conceber e
abster-se de falar sobre o que não se conhece...
Descrever
o Brasil. Os grandes nomes da ciência
humana do passado já não dão mais respostas satisfatórias sobre nosso
Brasil. “Há um Brasil que só cabe nas bibliotecas”. Assim como há um Brasil que passa na TV. Um Brasil da classe média etc. ... um Brasil que nunca iremos conhecer –
há um Brasil de quem não se contou sua história porque foi vencido e não
vencedor.
Continua no capítulo 17/20