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domingo, 6 de dezembro de 2020

CAP. 12/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP. 12/20                dezembro de 2020 

         Problema é que aqueles que falam contra a legalização não ouvem o que dizem aqueles que a defendem.   Não ouvem as próprias mulheres enquanto legislam sobre elas.

         “Os desentendidos do assunto falam demais.    E porque falam pensando que dizem verdades, não se calarão”.

         Consideram a si mesmos. como qualquer personalidade autoritária, donos do outro a quem tomam por “ninguém”.

         Ela fala de deputados com essa postura:    “São atualmente os donos do Brasil e agem como donos dos corpos e mentes das brasileiras que, de algum modo, eles levam à morte, no contexto do aborto ilegal”.

         A ilegalidade mata.

         Página 115 – Item 42 – As pessoas não sabem o que dizem quando falam de legalização do aborto.

         Oprimir as mulheres não é novidade nenhuma.  O ódio no discurso contra a legalização do aborto defende ocultamente a morte das mulheres pobres ou desamparadas legalmente no seu ato comum de abortar”.

         Item 43 – O aborto e a bondade das pessoas de bem.      

         “Ora, a sociedade da culpabilização  é a sociedade que mata as mulheres pela culpa e pela ausência de direitos”.

         Item 44 – A Postura a favor da ilegalidade

         Se referindo às mulheres de posses:   “As demais fazem o aborto que querem em clínicas bem pagas”.

         Item 45 – “Olho Gordo” Uma pequena nota sobre a inveja, o medo e ódio na televisão.

         “No Brasil a televisão substitui os livros”.    A TV é uma experiência intelectual, uma experiência de conhecimento, só que empobrecida”.

         O telespectador:    “Ele olha para o invejado e se sente menor... Ele gostaria de ser o outro, mas não é”.   A vida do invejoso é muito triste porque ele não pode fazer nada.

         O telespectador é aquela pessoa que é orientada à inveja, não ao desejo.    Qual a diferença entre uma e outra?      O invejoso não quer ser uma pessoa singular.    É que a inveja faz você imitar o outro enquanto o desejo permite a você se inventar.

         A imitação faz comprar.   Comprar, aliás, já é um ato de imitação.   Outro comprou, eu também compro.  Outro usa e eu também uso.    A televisão tenta administrar afetos das pessoas.  A inveja é um afeto bem primitivo.

         “Um malefício político, porque de tanto ver televisão são convencidas a ficar em casa trancadas e bem distantes das questões políticas, que decidem sobre suas vidas”.

         As pessoas que ficam sentadas na frente da TV não sabem o que está lhes acontecendo.   Não sabem que perderam a capacidade de entender.  Não sabem que simplesmente repetirão o que a TV lhes deu.   Mas também erram porque pensam que a TV lhes dá alguma coisa de graça...

         A tela da TV é uma vitrine.

         No Brasil atual, o poder tem usado o ódio.  E a TV, que é um braço do Estado e do capital, começa a vender o ódio.

         OBS de leitor:    Sobre essa de se desligar um pouco da TV.   Me recordei de um depoimento da Dra. Zilda Arns, proferida em Maringá pouco tempo antes da morte trágica dela no terremoto no Haiti.   Ela que foi fundadora da Pastoral da Criança.    Ela foi falar sobre a Pastoral do Idoso que foi um desdobramento natural da pastoral da Criança.    As mulheres voluntárias da Pastoral notavam que era comum nas casas assistidas, haver três gerações.   Avós, pais e crianças.   E as voluntárias notavam que na pobreza, as pessoas acabavam dando mais atenção para a criança e os idosos ficavam em segundo plano, às vezes mais carentes.   E surgiu a ideia de se criar a Pastoral do Idoso.   Só que as voluntárias tinham em geral um perfil mais voltado para atuar com crianças e descobriram que teriam que prospectar voluntárias específicas com vocação para dar atenção aos idosos.    Assim nasceu a Pastoral dos Idosos.     E desta, ela relata algo curioso que vem se ajustar ao discutido sobre TV.    Numa pequena cidade do interior, os que trabalhavam com idosos faziam reuniões periódicas com estes e promoviam dinâmicas de bate papo, de integração com jogo de dama, bingo e similares, tirando o pessoal da TV e levando eles a interagirem na comunidade.    Eis que um dia, tiveram a ideia de ir até a Câmara de vereadores assistir umas sessões.   Lá viram aqueles da geração dos seus filhos, mais estudados que eles, fazendo e falando coisas que não tinham a ver com o bem comum.   Aí só a presença deles na Câmara já mudou muita coisa.    E isto ficou como um caso para reflexão.  Há caminhos e caminhos a trilhar quando se tem preparo, vontade e criatividade.

         Continua no capítulo 13/20

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