CAP 06/20 - novembro de 2020
Como se
contrapor? Chamarei aqui de postura
do guerreiro sutil , aquele que assume uma espécie de “guerrilha” cuidadosa
e delicada e desafia o poder desde sua interioridade, desde o seu núcleo duro,
para desmontá-lo radicalmente.
O
diálogo, em todos os seus níveis, é indesejado nos sistemas autoritários
Se as
mídias são construídas em casos, para evitar o diálogo... é preciso criar outras mídias... contrapor... que sejam capazes de instaurar
processos dialógicos em sociedade.
(a mídia alternativa Brasil de Fato que conta com jornal impresso
distribuído em lugares públicos e também presente na web está dentro desse
conceito)
Quem
luta por direitos sabe que conversar com personalidades enrijecidas é
impossível. Um exemplo é o dos
movimentos que lutam pelo acesso à terra agrícola e que tem contraposição dos
latifundiários.
O
diálogo como hábito nos é roubado diariamente.
Da
possibilidade de perfurar a blindagem fascista por meio do diálogo depende a
nossa sobrevivência como cidadãos.
...mas o
diálogo em si mesmo é um desafio.
Estratégia
Teórico-Prática - esse desafio em tres tempos.
1 – O
tempo do outro como tempo de assombro...
aquele que ameaça.... a minha ordem.
2 – O
tempo de abertura de si a esse assombramento... perceber-se como um outro...
3 – O
tempo interminável... o da permanência
na experiência do diálogo.
“Insistir
no ato de escutar e de falar para se fazer escutar no âmbito do encontro. .... permanecer tentando entender e, ao
mesmo tempo, oferecer o desentendimento como dúvida, como oportunidade ao outro
de relacionar-se com a diferença”.
Em
todos os sentidos, o diálogo é resistência.
A escuta exige resistência física e emocional .
A
diferença entre discurso e diálogo importa aqui. A pergunta existe para abrir a si próprio e
abrir o outro. Nesse sentido, o diálogo
é aventura no desconhecido.
48 –
Item 10 – Abertura
...
abertura ao outro. A abertura é própria
da mentalidade democrática. Como fazer
para me abrir ao outro? Como fazer
para que o outro possa estar aberto à minha própria alteridade?
Atos de fala. Precisam ser atos de discernimento, não atos
de julgamento.
Sabemos
que nossos povos nativos eram e são abertos ao outro, assim como sabemos que os
colonizadores não eram; ninguém que viva na lógica da avareza típica do
capitalismo ideológico está aberto ao outro.
Sabemos
que os machistas e sexistas, que os exploradores e manipuladores em geral
também não são abertos ao outro.
O fascismo
produz opressão de um lado, e de outro seduz para a forma autoritária de viver,
garantindo aos que vivem escravizados de pensamento, ação e afeto, que o mundo
está bem como está. A depressão
contemporânea tem tudo a ver com esse modo de ser.
51 –
Item 11 – Indústria Cultural da Antipolítica – O caráter manipulador.
POLÍTICA
é a capacidade humana de criar laços comuns em nome da boa convivência entre
todos, o que requer defesa de direitos para todos e respeito por cada um.
Bem
comum; bem coletivo. O comum une,
enquanto o coletivo simplesmente reúne.
A união é diferente da simples reunião.
As
multidões são políticas e as massas são antipolíticas. A multidão é a união de singularidades, a
massa , a reunião das individualidades.
A massa
é manipulável, a multidão, não. A
massa é autoritária, a multidão é emancipada.
A massa precisa de um líder que a conduza.
Continua no capítulo 7/20
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