Total de visualizações de página

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

CAP 06/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP 06/20     -   novembro de 2020

         Como se contrapor?  Chamarei aqui de postura do guerreiro sutil , aquele que assume uma espécie de “guerrilha” cuidadosa e delicada e desafia o poder desde sua interioridade, desde o seu núcleo duro, para desmontá-lo radicalmente.

         O diálogo, em todos os seus níveis, é indesejado nos sistemas autoritários

         Se as mídias são construídas em casos, para evitar o diálogo...  é preciso criar outras mídias...   contrapor... que sejam capazes de instaurar processos dialógicos em sociedade.       (a mídia alternativa Brasil de Fato que conta com jornal impresso distribuído em lugares públicos e também presente na web está dentro desse conceito)

         Quem luta por direitos sabe que conversar com personalidades enrijecidas é impossível.   Um exemplo é o dos movimentos que lutam pelo acesso à terra agrícola e que tem contraposição dos latifundiários.

         O diálogo como hábito nos é roubado diariamente.

         Da possibilidade de perfurar a blindagem fascista por meio do diálogo depende a nossa sobrevivência como cidadãos.

         ...mas o diálogo em si mesmo é um desafio.                   

         Estratégia Teórico-Prática  -  esse desafio em tres tempos.

         1 – O tempo do outro como tempo de assombro...   aquele que ameaça.... a minha ordem.

         2 – O tempo de abertura de si a esse assombramento... perceber-se como um outro...

         3 – O tempo interminável...  o da permanência na experiência do diálogo.

         “Insistir no ato de escutar e de falar para se fazer escutar no âmbito do encontro.    .... permanecer tentando entender e, ao mesmo tempo, oferecer o desentendimento como dúvida, como oportunidade ao outro de relacionar-se com a diferença”.

         Em todos os sentidos, o diálogo é resistência.   A escuta exige resistência física e emocional .

         A diferença entre discurso e diálogo importa aqui.   A pergunta existe para abrir a si próprio e abrir o outro.  Nesse sentido, o diálogo é aventura no desconhecido.

         48 – Item 10 – Abertura

         ... abertura ao outro.   A abertura é própria da mentalidade democrática.   Como fazer para me abrir ao outro?    Como fazer para que o outro possa estar aberto à minha própria alteridade?

         Atos de fala.  Precisam ser atos de discernimento, não atos de julgamento.  

         Sabemos que nossos povos nativos eram e são abertos ao outro, assim como sabemos que os colonizadores não eram; ninguém que viva na lógica da avareza típica do capitalismo ideológico está aberto ao outro.

         Sabemos que os machistas e sexistas, que os exploradores e manipuladores em geral também não são abertos ao outro.

         O fascismo produz opressão de um lado, e de outro seduz para a forma autoritária de viver, garantindo aos que vivem escravizados de pensamento, ação e afeto, que o mundo está bem como está.    A depressão contemporânea tem tudo a ver com esse modo de ser.

         51 – Item 11 – Indústria Cultural da Antipolítica – O caráter manipulador.

         POLÍTICA é a capacidade humana de criar laços comuns em nome da boa convivência entre todos, o que requer defesa de direitos para todos e respeito por cada um.

         Bem comum; bem coletivo.    O comum une, enquanto o coletivo simplesmente reúne.  A união é diferente da simples reunião.

         As multidões são políticas e as massas são antipolíticas.   A multidão é a união de singularidades, a massa , a reunião das individualidades.

         A massa é manipulável, a multidão, não.    A massa é autoritária, a multidão é emancipada.   A massa precisa de um líder que a conduza.

                   Continua no capítulo 7/20

Nenhum comentário:

Postar um comentário