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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

CAP. 18/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP. 18/20                DEZEMBRO DE 2020

   ... o senso comum se constrói e se sustenta no “dizem que”...

         ... seguidas por quem não se ocupa em investigar...    quem não adquiriu esse hábito.    “E assume por contágio, por ser ele inconsciente da influência persuasiva que sofre.

         ... nebuloso contexto do senso comum, desenvolveu-se a opinião de que povos indígenas não apenas cometem, mas valorizam o suicídio...  (distorcendo a realidade).

         A autora do livro:   “Meu interesse é, no entanto, mais pontual:  fazer ver que a Carta  (http://blogapib.blogspot.com/2012/10/carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-de.html ) do Grupo Guarai-Kaiowá manifesta uma consciência das vítimas sobre sua condição, sobre uma verdade que está sendo ocultada...

         Diz que essa carta se contrapõe ao senso comum e o “círculo cínico”, que sempre oculta uma verdade.  

         Nota do leitor:   O link acima é de um blog dos Povos Indígenas e lá tem uma porção de manifestações destes, inclusive  denúncia formal à ONU sobre o que estão sofrendo no Brasil atual.         

         A Carta “é apresentada sem medo das consequências que possa gerar”.    ... “meios de comunicação enquanto máquinas de reprodução da opinião”.

         Internet.    ...”é também o protótipo de uma impressionante experiência de linguagem capaz de quebrar paradigmas, estilhaçar perspectivas, criar o múltiplo e o uno, o mesmo e o outro”.

         ... o laboratório da alteridade é também laboratório perspectivista.

         169 – “Eliane Brum, a jornalista que mais se ocupou da questão defendendo, na contramão de vários outros jornalistas, o ponto de vista dos índios.   

...     A Carta na internet mobilizou solidariedade e o pessoal criou a hastag #somostodosGuarani-Kaiowá.   E muitos na rede social colocaram como extensão do próprio nome, o dizer Guarani-Kaiowá.

         Houve uma crescente na opinião pública e assim a onda chegou ao Executivo, legislativo e judiciário.   “Se esta percepção estiver correta, estamos diante de um ato democrático completamente novo na história do Brasil.   Os índios, excluídos da sociedade, tem no uso da internet um meio de dialogar com a sociedade.   Ver que há um protagonismo nesse caminho na busca do diálogo.

         171 -  Item 63 – Contraconsciência do Assassino

         “Uma das formas do discurso fascista e dominador...  é o falar de e sobre o outro projetando sobre este outro seus interesses e jamais posicionar-se no lugar de ouvir o que o outro tem a dizer”.

         Nesse contexto, “o outro é negativo”.    “O outro está sempre ´errado´, o outro é ´louco´, o ´estranho´, é ele que está sempre errado.

         Ainda sobre a Carta dos índios citada.   Segundo a Jornalista Eliane Brum:   “A declaração de morte dos Guarani-Kaiowá é “palavra que age”.

         O #SomosTodosGuaraniKaiowá é uma “frase-conceito”, mas também uma ação performativa em que a linguagem é o ato.

         175 – Item 64 – Uma Verdade Outra, um Outro In-Comum

         Quando grupos nas redes sociais colocam em foco a solidariedade a um grupo ao qual a sociedade brasileira sempre foi negligente, os usuários das redes sociais dão um passo na contramão do senso comum em relação a outra experiência com o “comum”.

         Outro comum entra em cena na forma de um comum totalmente “outro”.

         ... uma ideia que agrega alteridades em nome da mudança e não na conservação.   Uma outra visão das coisas chega à luz.

         O Antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a expressão Tupi “xará”.  Esta palavra vem do Tupi ichê rera, quer dizer “meu nome”, isto é dizer-se de alguém que tem o mesmo nome que eu, porque eu lhe “dei” meu nome e ele me “deu” o seu.

         Sobre a hastag citada, “o passo inicial das mudanças – em escala pessoal ou social – parte sempre da visão de mundo. 

 

         Continua no capítulo 19/20

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