CAP 19/20
Página
178 – Item 65 – Reconhecimento
O
pensamento conservador sabe a importância de “convencer”, de que “conservar” o
estado de coisas como elas estão é fundamental... é acima de tudo também teórico-prática.
“Embora
as redes sociais sejam redes virtuais e, de qualquer modo, instâncias de produção
do senso comum, tornam-se também um verdadeiro laboratório de expressão
democrática”.
“A
própria ideia de rede implica a conexão de diversas perspectivas. Não há, neste sentido, como sustentar na
internet um pensamento único ainda que tendências dominantes no sentido
fascista possam surgir”
Antes
era apenas a opinião da “autoridade” – no caso, jornalística – a que contava no
espaço. Com as redes sociais há
influência da opinião de “qualquer um” ou “de todo mundo”, estas que se
manifestam nas redes sociais.
“Os
usuários das redes são tratados neste ponto pelos sacerdotes do fascismo como
aberrações”.
A autora
fala dessa nova realidade trazida pelas possibilidades das redes sociais. ... mas servem como orientação a uma
sociedade que experimenta a autodesconstrução de paradigmas.
Se há
“reconhecimento”, ele não é mascarado na tolerância, mas festejado como
“liberdade de expressão” na contramão da “formação de opinião” previamente dada
nos meios de comunicação e do senso comum.
181 –
Item 66 – Violência hermenêutica e o problema filosófico do outro.
O que
podemos chamar de “alteridade”... para
dizer quem é o outro, preciso expressar algo sobre ele. O problema é que o “outro” é sempre alguém
ou algo que, por princípio, desconheço”
... também
é uma relação de estranhamento. O que
se pode dizer do outro é sempre uma interpretação, no sentido de que alguma
coisa é colocada diante de um ponto de
vista ... num sistema em que se disputa
a “verdade”. O “mesmo” e o “outro”.
“O que o
mesmo diz do outro pode derivar facilmente de discursos prontos e precários ao
serem motivados por aspectos socioculturais, como moral e religião, compreensão
de classe e até desses interesses ocultos, inconscientes, nem sempre
conhecidos”.
Para
exemplificar ela usa o caso de Colombo em relação aos povos das Américas. Ele faz “interpretações” sobre o outro. “Se a interpretação parece inevitável,
deve-se levar em conta que são inevitáveis os seus limites”.
Platão
estudava a relação com o outro, que em grego é heteron. Já na moderna filosofia europeia se estuda o
“sujeito” e o “objeto”.
Theodor
Adorno “comenta em um texto que o sujeito devora o objeto, ao esquecer o quanto
ele mesmo é objeto.
“O que
chamamos de sujeito também sofre a objetividade do discurso de outros
“sujeitos” que não percebem o quanto eles mesmos são objetos.
Na
prática... objeto é infelizmente aquilo
que o sujeito faz do seu outro.
Continua no capítulo 20/20 (final)
Nenhum comentário:
Postar um comentário