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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

CAP. 19/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

CAP 19/20

         Página 178 – Item 65 – Reconhecimento

         O pensamento conservador sabe a importância de “convencer”, de que “conservar” o estado de coisas como elas estão é fundamental...   é acima de tudo também teórico-prática.

         “Embora as redes sociais sejam redes virtuais e, de qualquer modo, instâncias de produção do senso comum, tornam-se também um verdadeiro laboratório de expressão democrática”.

         “A própria ideia de rede implica a conexão de diversas perspectivas.  Não há, neste sentido, como sustentar na internet um pensamento único ainda que tendências dominantes no sentido fascista possam surgir”

         Antes era apenas a opinião da “autoridade” – no caso, jornalística – a que contava no espaço.   Com as redes sociais há influência da opinião de “qualquer um” ou “de todo mundo”, estas que se manifestam nas redes sociais.

         “Os usuários das redes são tratados neste ponto pelos sacerdotes do fascismo como aberrações”.

         A autora fala dessa nova realidade trazida pelas possibilidades das redes sociais.     ... mas servem como orientação a uma sociedade que experimenta a autodesconstrução de paradigmas.

         Se há “reconhecimento”, ele não é mascarado na tolerância, mas festejado como “liberdade de expressão” na contramão da “formação de opinião” previamente dada nos meios de comunicação e do senso comum.

         181 – Item 66 – Violência hermenêutica e o problema filosófico do outro.

         O que podemos chamar de “alteridade”...  para dizer quem é o outro, preciso expressar algo sobre ele.    O problema é que o “outro” é sempre alguém ou algo que, por princípio, desconheço” 

         ... também é uma relação de estranhamento.    O que se pode dizer do outro é sempre uma interpretação, no sentido de que alguma coisa  é colocada diante de um ponto de vista   ... num sistema em que se disputa a “verdade”.    O “mesmo” e o “outro”.

         “O que o mesmo diz do outro pode derivar facilmente de discursos prontos e precários ao serem motivados por aspectos socioculturais, como moral e religião, compreensão de classe e até desses interesses ocultos, inconscientes, nem sempre conhecidos”.

         Para exemplificar ela usa o caso de Colombo em relação aos povos das Américas.   Ele faz “interpretações” sobre o outro.   “Se a interpretação parece inevitável, deve-se levar em conta que são inevitáveis os seus limites”.

         Platão estudava a relação com o outro, que em grego é heteron.  Já na moderna filosofia europeia se estuda o “sujeito” e o “objeto”.

         Theodor Adorno “comenta em um texto que o sujeito devora o objeto, ao esquecer o quanto ele mesmo é objeto.

         “O que chamamos de sujeito também sofre a objetividade do discurso de outros “sujeitos” que não percebem o quanto eles mesmos são objetos.

         Na prática...  objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.

 

           Continua no capítulo 20/20  (final) 

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