Total de visualizações de página

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

CAPITULO FINAL 20/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

CAP.20/20 (FINAL)            dezembro de 2020        

Na prática...  objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.

         Colombo...   “Nos objetos ao seu redor e nas pessoas tomadas como objetos – ele põe os nomes que traz consigo, sem entender que a comunicação humana no sentido da aventura no ponto de vista do outro, ou pelo menos no diálogo, poderia ser válido na sua viagem”.

         ,,, segundo seu ponto de vista, os índios eram apenas “objetos vivos”.   Cortez, por sua vez...  não fora tão limitado quanto Colombo, pois buscou, logo em sua chegada, um interprete.  Isto não mudará...   o interesse de conquista visado.

         Também ele não verá naqueles com quem depara, sujeitos iguais a ele.    Na guerra das perspectivas, os europeus foram mais fortes porque mais violentos.

         ... não havia proposição de diálogo por parte do opressor.

         Tempo de Montezuma, rei dos Astecas. 

          Nós e nossos índios.   No Brasil atual, a percepção popular sobre os povos nativos se resume em exotismo e curiosidade, mais positivo da percepção coletiva, e do descaso e ódio, do lado mais negativo.

         ... entendendo que há maldade – não apenas ingenuidade – no procedimento daquele que nega o outro.    “O exótico é sempre o estrangeiro, aquele que em nosso hábito mental-cultural, no senso comum, tentamos sempre trazer para dentro daquilo que já conhecemos”.      ... mania de redução do estranho ao comum. 

          “Ontologia integralmente relacional” entre as coisas que participam da mesma alma do mundo.     ... deslocando as questões de natureza e cultura, humanidade e animalidade numa grande indistinção – uma “ontologia integralmente relacional”.

         “Os pontos de vista são diferentes dependendo das formas corporais dos seres, não mais um princípio de identidade que opõe uns aos outros, antes os instaura na relacionabilidade geral.

         Cita o Antropólogo Viveiros de Castro e o perspectivismo.   Ele põe em jogo o problema do “ver como” em que animais veem humanos e humanos veem animais, e serem em geral veem uns aos outros.    No lugar do etnocentrismo (o ser humano como centro da vida na Terra), o Cosmocentrismo dos ameríndios como postura avançada em termos ecológicos em geral, inclusive no que concerne à condição humana”.

         Pensar numa ecologia levando isso em conta.

         190 – Item 67 – A paranoia da Autorreferencialidade

         Colombo não aceitou o diferente.  Os povos nativos.   Nós aqui não somos muito diferentes do comportamento dele em relação aos nativos.

         ...”mas se não guardamos espaço para entender que o estranho também nos habita, nos tornamos janela fechada para a diversidade da vida que está implicada na possibilidade de conhecer”.

         “O que está em jogo é a redução do outro a objeto.   A incapacidade de ver neste outro um sujeito de direito, um sujeito que o é do “mesmo” direito.

         Fala da Carta do povo Guarani-Kaiowá.    “O que faz do sujeito dessa carta o sujeito da verdade insuportável para o discurso dominante.

         O que nos permite concluir que a expressão dessa cisão é a única saída, o único passo da saída, contra a dominação vigente”.

                                               Fim do livro.     06-12-2020

         Bibliografia.    A autora cita uma extensa bibliografia, mas destaco as que eventualmente pretendo ler.

1 – Theodor Adorno.     “Dialética Negativa” – Edit. Zahar – RJ 2009

         “                           “Dialética do Esclarecimento – Zahar – 1986

2 – Eliane Brum  (Jornalista e escritora) – livro – Sobrenome:  Guarani-Kaiowá – revista Época – edição de novembro de 2012

3 – Cristovão Colombo – “Diários da Descoberta das Américas. As Quatro viagens e o Testamento – Editora LP&M – RS – 1999

4 – Tristan Todorov – “A Conquista da América: A Questão do Ouro. – Martins Fontes – SP – 2003

5 – Eduardo Viveiros de Castro – “A Inconstância da Alma Selvagem” – Cosac-Naify - 2006 

Nenhum comentário:

Postar um comentário