CAP. 14/20 - dezembro de 2020
Página
132 – “O grande desafio... parece ser o que envolve os que pensam e os que não
pensam”. Sem pensamento não há diálogo
possível, nem emancipação em nível algum”.
133 –
Item 49 – O Consumismo da Linguagem
“Um dos
traços da cultura de hoje é a
proliferação dos textos, das ideias e das opiniões”. Falamos muito, dizemos demais...replicando
tudo que nos aparece pela frente.
“Falamos
muito e pensamos pouco no que dizemos.
Seguimos deixando de lado a possibilidade de compreender. O que já está explicado nos serve bem.
...
dizer qualquer coisa. “Há um prazer em
falar que não se compara ao prazer de calar, ele mesmo atualmente bem
enfraquecido”.
“O
barulho serve para muita coisa, sobretudo `geração do vazio”.
Vazio
coletivizado... “Quem é alvo de uma
fala odiosa, por exemplo, percebe o sem sentido daquilo que é dito”.
136 –
Item 50 – Deriva (como um barco à
deriva)
Se
sentir à deriva como um barco sem rumo.
“Celulares e computadores se tornaram remos que nos direcionam a lugar
nenhum”.
É que na
verdade, talvez em nossa época não haja busca realmente.
139 –
Item 51 – O Ato Digital
A
segurança de não querer por os pés fora da nossa ilha. “Aventura não é o nosso negócio no tempo da
segurança a qualquer custo”.
A
aventura digital se torna a única possível.
Por exemplo, nas redes sociais nos sentimos seguros ou assistindo
TV. “A segurança é uma ilusão, mas a
ilusão de segurança é o que nos convém”.
“Resolvendo
tudo na clicada do computador, do celular.
“Estamos cada vez mais sozinhos, porque, ao falar demais, sem ter nada a
dizer, estamos sempre falando sozinhos”.
Do lado
de lá há alguém, também perdido na sua própria ilha. “Fico parado diante do computador agindo
digitalmente. A inação me convém. Sinto-me uma pessoa do meu tempo agindo assim
com a ponta dos dedos. Sem sair do
mesmo lugar, ajo sem agir. A inércia é a
função protetora da vida.
Conservadorismo por inação”.
141 –
Item 52 – O Outro Lado
“O
outro, esse alguém com jeito de ninguém, entra em nossa ilha quando o ouvimos e
nos desestabiliza”. O outro sempre
exige demais: ele ameaça nossas
certezas, e também nossas dúvidas... o outro nos põe em xeque cognitivo e
afetivo, ou seja, nos ameaça relativamente ao que sabemos e ao que sentimos.”
Ouvi-lo
pode ser insuportável. Não apenas,
porque ele é diferente. É provável que,
assim como nós mesmos, ele esteja ilhado e não pare de dizer o mais do mesmo.
“Esse outro pode ser um espelho opaco de
nós mesmos, tão indesejado quanto nós para nós mesmos” .
“Nos
proteger em um cancelamento da vida que é o individualismo”.
“O
desejo de escutar o outro estaria em nós, mas ele também desaparece de nossas
vidas com tanta facilidade que sobra um rastro de mistério explicável apenas
pelo medo do outro, esse alguém que só conseguimos ver como se fosse ninguém”.
......................... continua no capítulo 15/20
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