CAP. 05/23 - leitura em janeiro de 2021
Página
39 – cita o acadêmico Tom Nichols, autor do artigo The Death of Expertise, que
uma hostilidade deliberada contra o conhecimento estabelecido havia surgido
tanto à direita quanto na esquerda, com pessoas argumentando de forma
agressiva...
39
“Quando, segundo Tom, não se tem interesse em se informar em nível básico sobre
os assuntos que afetam nossas vidas, os cidadãos abdicam de ter controle sobre
esses assuntos, gostando deles ou não.
E quando os eleitores perdem o controle sobre estas decisões, correm o
risco de que suas democracias sejam sequestradas por demagogos ignorantes, ou
que suas instituições democráticas sejam corroídas de forma mais gradual e
silenciosa, até se transformarem numa tecnocracia autoritária”.
(Trump
não tinha experiência em atuar como governante e se popularizou, milionário que
é, como apresentador de Reality Show na TV)
“A
preferência do governo Trump por lealdade a afinidade ideológica em detrimento
da expertise está bem clara. Juizes sem
qualificações e diretores de órgãos foram indicados com base em nepotismo”. ...”enfraquecimento de Agências
regulatórias.... beneficiando empresários do petróleo...”
“Rick
Perry, que ficou famoso por querer abolir o Departamento de Energia foi nomeado
por Trump para comandá-lo, ordenando cortes nos programas relacionados a fontes
renováveis de energia”. (o interesse
privado acima do interesse público)
“Trump
coloca Scott Pruitt, que processou repetidas vezes a EPA Agência de Proteção
Ambiental, para comandar essa mesma EPA...
“começou rapidamente a desmantelar e atravancar a legislação criada para
proteger o meio ambiente”. (foi uma de
passar a boiada lá nos USA copiado pelo Ministro Salles aqui do Brasil – coisa
horrível)
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–Criado a décadas como órgão independente e apartidário para fornecer
estimativas de custo para os legisladores decidirem sobre o Orçamento da
União. Trump se irritou com o órgão e
sucateou o mesmo. Passou de 235
funcionários para apenas 89. O nome do
órgão numa tradução para o português é Escritório do Orçamento do Congresso.
42 – O
Governo Trump adotava uma “engenharia reversa”, ou seja, primeiro decidia algo
complexo e só depois colocava os técnicos para dirigir “estudos” numa conta de
chegada para justificar o que já estava decidido. O exato oposto do método científico que é planejar
antes de decidir sobre a execução.
Eu
leitor, alerto: Este livro foi editado
em 2018, portanto antes da pandemia.
Vejamos o que a autora cita...
“o governo deu ordens ao CDC Centros de Controle e Prevenção de Doenças
“para que evitassem usar as expressões base
científica e baseado em fatos.
42 –
Trump retira os USA do Acordo de Paris (que trata da ação conjunta dos países
para fazer frente aos problemas de mudanças climáticas e alterações danosas ao
meio ambiente). Depois que a Síria
assinou, todos os países tinham assinado o Acordo que Trump resolveu abandonar.
Trump
prometeu solenemente acabar com o Plano de Energia Limpa, do presidente
Obama. (e estimulou a superada e
poluente indústria do carvão).
Desmobilizou
a ciência e cortou muitos programas de pesquisa como biomedicina, ciência
ambiental, engenharia e análise de dados.
Só a Agência Ambiental perdeu 2,5 bilhões de dólares do orçamento,
equivalente a um corte de 23% do orçamento desta.
Em abril
de 2017, nos USA se organizou em Washington a Marcha Pela Ciência para protestar
contra o governo em seus ataques à ciência.
Em solidariedade houve Marcha Pela Ciência em mais 35 países,
solidariedade aos cientistas dos USA e preocupados com a ciência em seus
próprios países.
44 –
“Médicos da América Latina e na África estavam preocupados porque fake News
sobre a zika e o ebola estavam disseminando medo”.
“Mike
Mac Ferrin, aluno de pós graduação em glaciologia (região com neve) que
trabalha em Kangerlussuaq, uma cidade de 500 habitantes na Groenlândia,
explicou à revista Science que os moradores tinham motivos reais para se
preocupar com as mudanças climáticas, pois o volume de água decorrente da
camada de gelo já havia encoberto parcialmente uma ponte local, o que não
ocorria antes.
Mike
afirma: “Eu comparo os ataques à Ciência
ao ato de desligar os faróis; é como se estivéssemos num carro a toda
velocidade no escuro, e as pessoas não quisessem ver o que vem pela
frente. Nós, os cientistas, somos os
faróis”.
A autora
cita outro caso dramático descrito em 1942 na autobiografia do austríaco Stefan
Zweig. Ele viu a Primeira Guerra
Mundial, o Nazismo de Hitler e a Segunda Guerra Mundial começando. Ele narra – “a história da terrível
derrota da razão e do selvagem triunfo da brutalidade”.
Ele
descreveu uma era com tantas conquistas da ciência com a cura de doenças, a
transmissão de informações abrangendo todas as regiões faziam com que o
progresso se mostrasse como inevitável.
Mas... se colocou tudo a perder com guerras.
Continua no capítulo 06/23