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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

CAP. 05/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Verdade na Era Trump - Autora: Jornalista Americana MICHIKO KAKUTANI

CAP. 05/23       - leitura em janeiro de 2021

         Página 39 – cita o acadêmico Tom Nichols, autor do artigo The Death of Expertise, que uma hostilidade deliberada contra o conhecimento estabelecido havia surgido tanto à direita quanto na esquerda, com pessoas argumentando de forma agressiva...

         39 “Quando, segundo Tom, não se tem interesse em se informar em nível básico sobre os assuntos que afetam nossas vidas, os cidadãos abdicam de ter controle sobre esses assuntos, gostando deles ou não.   E quando os eleitores perdem o controle sobre estas decisões, correm o risco de que suas democracias sejam sequestradas por demagogos ignorantes, ou que suas instituições democráticas sejam corroídas de forma mais gradual e silenciosa, até se transformarem numa tecnocracia autoritária”.

         (Trump não tinha experiência em atuar como governante e se popularizou, milionário que é, como apresentador de Reality Show na TV)

         “A preferência do governo Trump por lealdade a afinidade ideológica em detrimento da expertise está bem clara.   Juizes sem qualificações e diretores de órgãos foram indicados com base em nepotismo”.     ...”enfraquecimento de Agências regulatórias.... beneficiando empresários do petróleo...”

         “Rick Perry, que ficou famoso por querer abolir o Departamento de Energia foi nomeado por Trump para comandá-lo, ordenando cortes nos programas relacionados a fontes renováveis de energia”.  (o interesse privado acima do interesse público)

         “Trump coloca Scott Pruitt, que processou repetidas vezes a EPA Agência de Proteção Ambiental, para comandar essa mesma EPA...  “começou rapidamente a desmantelar e atravancar a legislação criada para proteger o meio ambiente”.   (foi uma de passar a boiada lá nos USA copiado pelo Ministro Salles aqui do Brasil – coisa horrível)

         41 –Criado a décadas como órgão independente e apartidário para fornecer estimativas de custo para os legisladores decidirem sobre o Orçamento da União.   Trump se irritou com o órgão e sucateou o mesmo.  Passou de 235 funcionários para apenas 89.  O nome do órgão numa tradução para o português é Escritório do Orçamento do Congresso.

         42 – O Governo Trump adotava uma “engenharia reversa”, ou seja, primeiro decidia algo complexo e só depois colocava os técnicos para dirigir “estudos” numa conta de chegada para justificar o que já estava decidido.   O exato oposto do método científico que é planejar antes de decidir sobre a execução.

         Eu leitor, alerto:   Este livro foi editado em 2018, portanto antes da pandemia.  Vejamos o que a autora cita...   “o governo deu ordens ao CDC Centros de Controle e Prevenção de Doenças “para que evitassem usar as expressões base científica e baseado em fatos.

         42 – Trump retira os USA do Acordo de Paris (que trata da ação conjunta dos países para fazer frente aos problemas de mudanças climáticas e alterações danosas ao meio ambiente).   Depois que a Síria assinou, todos os países tinham assinado o Acordo que Trump resolveu abandonar.

         Trump prometeu solenemente acabar com o Plano de Energia Limpa, do presidente Obama.    (e estimulou a superada e poluente indústria do carvão).

         Desmobilizou a ciência e cortou muitos programas de pesquisa como biomedicina, ciência ambiental, engenharia e análise de dados.   Só a Agência Ambiental perdeu 2,5 bilhões de dólares do orçamento, equivalente a um corte de 23% do orçamento desta.

         Em abril de 2017, nos USA se organizou em Washington a Marcha Pela Ciência para protestar contra o governo em seus ataques à ciência.   Em solidariedade houve Marcha Pela Ciência em mais 35 países, solidariedade aos cientistas dos USA e preocupados com a ciência em seus próprios países.

         44 – “Médicos da América Latina e na África estavam preocupados porque fake News sobre a zika e o ebola estavam disseminando medo”.

         “Mike Mac Ferrin, aluno de pós graduação em glaciologia (região com neve) que trabalha em Kangerlussuaq, uma cidade de 500 habitantes na Groenlândia, explicou à revista Science que os moradores tinham motivos reais para se preocupar com as mudanças climáticas, pois o volume de água decorrente da camada de gelo já havia encoberto parcialmente uma ponte local, o que não ocorria antes.

         Mike afirma:  “Eu comparo os ataques à Ciência ao ato de desligar os faróis; é como se estivéssemos num carro a toda velocidade no escuro, e as pessoas não quisessem ver o que vem pela frente.  Nós, os cientistas, somos os faróis”.

         A autora cita outro caso dramático descrito em 1942 na autobiografia do austríaco Stefan Zweig.   Ele viu a Primeira Guerra Mundial, o Nazismo de Hitler e a Segunda Guerra Mundial começando.     Ele narra – “a história da terrível derrota da razão e do selvagem triunfo da brutalidade”.    

         Ele descreveu uma era com tantas conquistas da ciência com a cura de doenças, a transmissão de informações abrangendo todas as regiões faziam com que o progresso se mostrasse como inevitável.    Mas... se colocou tudo a perder com guerras.

                   Continua no capítulo  06/23 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

CAP. 04/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

CAP. 04/23                leitura feita em janeiro de 2021

         34 – Al Gore e seu livro O Ataque à Razão.    “Chama a atenção para a situação moribunda dos USA como democracia participativa – baixa participação eleitoral e eleitorado mal informado”;

         - campanhas dominadas pelo dinheiro e pela manipulação da mídia;

         Al Gore.... desastrosa decisão do Governo Bush de invadir o Iraque, além da maneira cínica como essa guerra foi vendida ao público, distorcendo a realidade.     ... a um novo medo pelo Iraque que era imensamente desproporcional ao seu perigo real.     ... país que não tinha armas de destruição em massa e que não atacou os americanos.

         Quem incutiu isso (o medo e as mentiras) na cabeça do povo americano foram os falcões do governo (os membros pró-guerra).   Faltaram critérios; houve...  inflamadas convicções ideológicas e pela supressão de evidências.

         O Vice Presidente Dick Cheney comandava os falcões da guerra, junto com o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.

         Chegaram a criar uma Agência de Planos Especiais com a missão de coletar “provas” para aquilo que ambos achavam ser verdade – “Saddam Hussein teria laços com a Al-Qaeda e o Iraque possuiria um enorme arsenal de armas biológicas, químicas e possivelmente, nucleares”.

         O planejamento ignorou o parecer do chefe do Estado Maior do Exército, Erick Shinseki:   “que declarou que o pós guerra no Iraque necessitaria de algo na escala de várias centenas de milhares de soldados.... ainda o pós guerra   .... exigiria grande número de tropas por um período prolongado.”

         “... não se encaixavam nas promessas otimistas do governo de que o povo iraquiano daria as boas vindas às tropas americanas como seus “libertadores” e que a resistência em solo seria limitada.”

         Uma barbada, como descreveu um aliado do Rumsfeld que comandava no topo do poder a operação de guerra.

         Entre outros erros depois da guerra cometidos pelos americanos:

         - dissolver o Exército do Iraque;

         - expulsar os membros seniores do Partido Baath;

         Um dos soldados destacados para a Autoridade Provisória da Coalização (inverventores) descreveu como “um monte de penas coladas na esperança de parecer um pato”. 

           Essa guerra se mostrou um desastre geopolítico...   dando origem ao EI Estado Islâmico e uma série de desastres para o povo iraquiano, a região e o mundo cujas consequências se desenrolam até hoje.

         Trump destacou seu genro Jared Kusner de 36 anos sem nenhuma experiência no setor governamental que foi nomeado e recebeu a incumbência de lidar com todos os assuntos relacionados ao Oriente Médio enquanto o Departamento de Estado encolhia...

         Cargos vagos por abandono... “em parte devido à relutância em indicar diplomatas que haviam expressado reservas em relação às políticas do presidente Trump.”

         ...”houve êxodo de funcionários estrangeiros qualificados que serviam ao governo... desprezando conhecimentos de diplomacia, de política e de regiões remotas”.

         ... “ruptura com aliados e acordos comerciais de longa data... ataques aos ideais democráticos”.

         ... “provocou uma queda na confiança do mundo no tocante à capacidade dos USA liderarem”...

         Em 2017 o Instituto Gallup mediu a capacidade de liderar o mundo.  Caiu os USA para 30%, abaixo da China e logo acima da Russia.  

         “Em seu livro O Culto do Amador, publicado originalmente em 2007, o empreendedor do Vale do Silício Andrew Keen fez um alerta para o fato de que a internet havia não apenas democratizado a informação de maneira inimaginável, como também estava fazendo com que a sabedoria das multidões tomasse o lugar do conhecimento legítimo, nublando perigosamente os limites entre o fato e a opinião, entre argumentação embasada e bravata especulativa.”

         Página 39 – cita o acadêmico Tom Nichols, autor do artigo The Death of Expertise, que uma hostilidade deliberada contra o conhecimento estabelecido havia surgido tanto à direita quanto na esquerda, com pessoas argumentando de forma agressiva...

         Tom resume:   “Agora a ignorância está na moda”.

         Continua no capítulo 05/23 

domingo, 10 de janeiro de 2021

CAP. 03/24 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora : Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 03/24            leitura em janeiro de 2021

         Capítulo 1 do livro – O Declínio e a Queda da Razão

         Cita uma frase de Abraham Lincoln em 1838.    Em seguida a autora acrescenta:  “Como Lincoln sabia, os fundadores dos USA haviam baseado sua jovem república nos princípios da razão e da liberdade, do progresso e da tolerância religiosa”.

         Estado com separação de poderes.   Caso algum de “temperamento insolente” chegasse à presidência, os outros poderes ajudariam a preservar o estado.    Havia toda uma expectativa ao longo da história americana otimista... Mas o vento vira.

         Vira... “a tal ponto que a razão não apenas está sendo minada, mas ao que parece foi simplesmente defenestrada junto com os fatos, com o debate bem informado e com a criação de políticas deliberativas”.

         Página 25 – “A Ciência está sendo atacada, bem como a autoridade de especialistas de todos os campos – seja em política internacional, segurança nacional, economia ou educação”.

         Um estudioso deu o nome “selvageria nativa americana”.  Outro denominou: estilo paranoide.   Uma visão alimentada por “fervorosos exageros, desconfiança e fantasia conspiratória”

         A autora fala dos jovens americanos nascidos próximo ao ano 2000 (os millenials)   ... ressentimentos...   alguns membros da classe operária branca...   se sentirem cada vez mais marginalizados; por conta do crescimento da desigualdade de renda acelerada pela crise financeira de 2008; a globalização e a tecnologia que estão acabando com os trabalhos de manufatura e injetando uma nova dose de incerteza e angústia na vida cotidiana.

         Trump e outros líderes de direita como Le Pen na França, Geert na Holanda e Matteo Salvini na Itália insuflam esses sentimentos de medo... oferecendo bodes expiatórios ao invés de soluções...

         28 – “O ataque à razão e à verdade atingiu seu ápice nos USA durante o primeiro ano do mandado do presidente Trump, mas vinha sendo incubado havia anos pela extrema direita.

         Durante a campanha de 2016... as acusações delirantes... membros paranoicos do Tea Party, que afirmavam que os ambientalistas queriam controlar a temperatura das casas e as cores dos carros.

         “A eles se juntaram os blogueiros do Breitbart e trolls  (com pseudônimos na internet, que espalham “informações” falsas) da direita alternativa”.

         29 – Levantamento feito pelo Jornal The Washington Post constatou que 68% dos eleitores republicanos acreditam que milhões de imigrantes ilegais votaram em 2016 nos USA...  (creem em mentiras veiculadas nas redes sociais)

         29 – Estudo de cientistas políticos da Universidade de Chicago constatou que 25% dos americanos acreditam que a quebra da bolsa em 2008 foi secretamente orquestrada por um pequeno número de banqueiros;

         “Trump não fez nenhum esforço para acabar com sua ignorância a respeito das políticas interna e externa quando se mudou para a Casa Branca”.

         Seu ex-estrategista chefe, Stephen Bannon disse que o presidente só “lê o que reafirma suas crenças”.

         ... relatórios diários da inteligência.   Trump não queria nem ouvir falar na interferência russa na eleição dele.   O pessoal da inteligência só constava eventualmente algo sobre o tema nos relatórios diários ao presidente porque sabia que raramente ele lia tais relatórios.

         Ao invés disso o presidente optava por obter “informações” na TV Fox News, programas de TV de bajuladores, Beitbart News e o National Enquirer.   “Consta que ele chega a passar até 8 horas por dia vendo TV.

         A fonte Vice News disse que ele recebe duas vezes por dia pasta com resumos de depoimentos de elogios, bajuladores etc.    Esse comportamento absurdo, além de não ser combatido no centro do poder, acabou contaminando quem gravita no poder ao lado de Trump.

         32 – Muitos elegeram Trump em 2016 porque não acreditavam no Executivo da Casa Branca e achavam que com ele tudo mudaria para melhor.   Agora se nota que ele governa à revelia inclusive das assessorias e desanima seus eleitores.     ...”produz mais cinismo e uma relutância em participar do processo político”.

         34 – Al Gore e seu livro O Ataque à Razão.    “Chama a atenção para a situação moribunda dos USA como democracia participativa – baixa participação eleitoral e eleitorado mal informado”.

 

         Continua no capítulo 04/23 

sábado, 9 de janeiro de 2021

CAP. 02/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - (THE DEATH OF TRUTH) - Autora: Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Ed. 2018

 CAP. 02/24     - lido em janeiro de 2021

         Página 13 – O que aconteceu?   Quais são as raízes da falsidade na era Trump?  .... “esse é o tema deste livro”.

         14 – Alguns fatores que teriam levado Trump ao poder:

- eleitores frustrados com as finanças após a crise de 2008 (criada lá).

- interferência dos russos com fake News a favor do Trump...

- a oponente da elite, polarizada...

- publicidade espontânea de 5 bilhões de dólares graças à cobertura dos veículos de comunicação obcecados com as visualizações e os cliques na internet gerados pelo ex astro de reality show

         Se um escritor fosse criar um vilão como Trump... megalomaníaco e extravagante, narcisista, ignorante, demagogo com impulsos tirânicos.

         Trump é alguém que consome até uma dúzia de Coca-Cola diet por dia.

         15 - .... possua traços cômicos, não devemos nos cegar diante das consequências tremendamente sérias de seus ataques à verdade e ao Estado de direito...     “Um candidato tão exposto durante a campanha por seu histórico de mentiras e práticas comerciais enganosas...   se setores do público não tivessem adotado uma postura um tanto quanto blasé em relação à verdade”.

         ... como passaram a pensar de forma cada vez mais polarizada.”

         “Com Trump... uma série de atitudes mais amplas e interligadas que corroem lentamente a verdade nos dias de hoje...”    

         ... política norte-americana, passando pelo crescente desprezo populista em relação ao conhecimento especializado”.    Veritas, a Deusa da Verdade  ... inclusive retratada pelo pintor Goya em sua tela chamada Murió la Verdad...   a verdade poderia adoecer e cair morta.

         16 – “Já faz décadas que a objetividade – ou mesmo a ideia de que as pessoas desejam conhecer a melhor verdade disponível – está fora de moda”.

         “A famosa frase do senador Daniel Patrick Moynihan – “Todo mundo tem o direito de ter suas próprias opiniões, mas não seus próprios fatos”.  

         A polarização é tanta que em vários estados eleitores americanos, republicanos e democratas...  “estão tendo dificuldades para entrar em consenso sobre os mesmos fatos”.    “Isto vem acontecendo desde que um verdadeiro sistema solar de sites de notícias de direita passou a orbitar a TV Fox News e o Breitbart News e consolidou sua força gravitacional sobre a base republicana”. 

         “E esse cenário vem sendo exponencialmente acelerado pelas redes sociais, que conectam usuários que pensam da mesma forma e se abastecem com notícias personalizadas que reforçam suas ideias de preconceitos, permitindo que eles vivam em bolhas, ambientes cada vez mais fechados e sem comunicação com o mundo exterior”.

         17 - ... o relativismo...   está em ascensão desde o início das guerras culturais, na década de 60.  Nos anos 60 a Nova Esquerda teria usado um certo relativismo para questionar certas verdades, expor os preconceitos do pensamento ocidental, burguês...

         Desde então o discurso relativista foi usurpado pela direita populista, incluindo os criacionistas e os negacionistas climáticos, que insistem que suas teorias sejam ensinadas junto com as teorias baseadas na Ciência.

         Cita a Década do Eu, do escritor Tom Wolfe... até a autoestima na era dos selfies.

         ... efeito Rashomon – o ponto de vista de que tudo depende do seu ponto de vista – venha permeando nossa cultura...”

         A autora, jornalista, vem abordando estes tipos de temas há quatro décadas.   Conhece a fundo. 

          “A verdade é um dos pilares da democracia.

         Cita frase da procuradora interina Sally Yates sobre a verdade:  “Nós podemos – e devemos – debater políticas e questões, mas esses debates devem se basear em fatos em comum, e não em apelações baratas à emoção e ao medo na forma de mentiras e de uma retórica polarizante”.

                   Continua no capítulo 03/24 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

CAP. 01/24 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - NOTAS SOBRE A MENTIRA NA ERA TRUMP - autora: jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP.01/24    -   leitura e fichamento em janeiro de 2021

         Livro – A MORTE DA VERDADE – Notas Sobre a Mentira na Era Trump.   Autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

         Edição de 2018 – Editora Intrínseca – 270 páginas

         Dias atrás eu estava lendo a Folha de SP e saiu o comentário de um jornalista sobre este livro e me interessei e já de imediato comprei pela internet.   Em tempo de pandemia, nada de bater perna.

         A autora, quatro décadas de experiência no ramo do Jornalismo nos USA, oferece o livro – “Para os jornalistas em todo o mundo que trabalham para noticiar os fatos”.

         Página 9 – introdução – Cita o livro de Hannah Arendt, de 1951 – “As origens do Totalitarismo”.    Palavras de Arendt no livro – “O súdito ideal do governo totalitário...   mas aquele para quem já não existe a diferença entre o fato e a ficção... entre o verdadeiro e o falso”.

         Palavras escritas há quase 70 anos e tão atuais.    ... mentiras e fake News divulgadas em escala industrial...   fábricas de trolls.... lançadas num fluxo ininterrupto pela boca e pelo Twitter do presidente dos USA, e espalhadas pelo mundo pelas redes sociais...

         “O nacionalismo, o tribalismo, a sensação de estranhamento, o medo de mudanças sociais e o ódio aos estrangeiros estão novamente em ascensão à medida que as pessoas, trancadas nos seus grupos partidários e protegidas pelo filtro de suas bolhas, vêm perdendo a noção da realidade compartilhada de se comunicar com as diversas linhas sociais e sectárias”.

         ,,,” o descaso pelos fatos... a substituição da razão pela emoção, e a corrosão da linguagem estão diminuindo o valor da verdade, e o que isso significa para os USA e para o mundo”.

         “Fatos precisam de testemunhas para serem lembrados, e de testemunhas confiáveis para serem oficializados, de modo a encontrar um lugar seguro para habitar o domínio dos interesses humanos”.

         O termo declínio da verdade... Rand Corporation...   na vida pública americana.      ...era da pós verdade.  Não só notícias falsas.  Há também ciência falsa (produzida por negacionistas das mudanças climáticas e os ativistas do movimento antivacina).   Há também a História falsa – promovida por revisionistas do Holocausto e supremacistas brancos.

         Há perfis falsos no Facebook criados por trolls russos e seus seguidores e Likes (curtir etc) falsos feitos por bots (com uso de inteligência artificial).

         12 – “Trump, o 45º presidente americano mente de forma tão prolífica e com tamanha velocidade que o The Whashington Post calculou que ele fez 2.140 alegações falsas ou enganosas no seu primeiro ano de governo...”    Uma média de 5,9 por dia.     ...seus ataques às instituições democráticas e normas vigentes.

         12 – “Ele ataca rotineiramente a imprensa, o sistema de justiça, as agências de inteligência, o sistema eleitoral e os funcionários públicos responsáveis pelo bom funcionamento do governo norte americano”.

         “Entretanto, os ataques à verdade não estão limitados aos USA.   Pelo mundo todo, ondas de populismo estão fazendo com que as pessoas recorram mais ao medo e à raiva do que ao debate sensato, corroendo as instituições democráticas e trocando os especialistas pela sabedoria das multidões”.

         13 – Afetaram a votação do Brexit do Reino Unido, espalharam desinformação contaminando a eleição na França, na Alemanha, na Holanda...     ...em esforços para desacreditar e desestabilizar democracias.

         13 – “O Papa Francisco nos lembra: Não existe desinformação inofensiva; acreditar na falsidade pode ter consequências calamitosas”.

         Barack Obama comentou “um dos maiores desafios que temos em nossa democracia é o fato de que não compartilhamos a mesma base de fatos – atualmente as pessoas estão operando em universos de informações completamente diferentes”.

         Próximo capitulo -  02/24   (um a cada dia corrido)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

CAP. 23/23 - FINAL - fichamento - livro - O PODER DA CHINA - autor: RICARDO GEROMEL - edição 2019

 CAP. 23/23 (FINAL)                leitura em dezembro de 2020

         Em 1992 havia 140.000 empresas privadas na China.   Em 2008 havia 6,6 milhões de empresas privadas, das quais 435.000 eram estrangeiras.    E isso tem aumentado ao longo do tempo.   Livre Mercado.

         Em 2008, das 500 maiores empresas do mundo, 480 já estavam instaladas na China.

         Deng morreu em 1997 mas ele é reconhecido como o líder que procedeu a abertura da China que alavancou a prosperidade.   Entre 1978 e 1990 a economia chinesa expandiu 26 vezes, embora partindo de uma base muito baixa.

         Em 1990 era a 10ª economia do mundo e atualmente é a segunda.    A maioria absoluta dos analistas não diverge se a China se tornará a  maior economia do mundo; apenas não concordam com o quando.

         Em 2000 a China correspondia a 2% do comércio africano.  Em 2011, representa 14%.

         Em 2000  a China foi o 12% parceiro comercial do Brasil.  Em 2009, tornou-se o primeiro.

         278 – Nas palavras de Hilary Clinton:   “A China é o banqueiro dos USA”.     (desde 2010 ela tem em títulos do Tesouro americano acima de 1 trilhão de dólares).     Nas décadas recentes a China passou a ser considerada a Fábrica do Mundo.    Há um custo nisso tudo.   “Não foram só rosas e tanto avanço material veio com altos custos ao meio ambiente, à concentração de riqueza, à corrupção.

         Desde 2019 os chineses são o povo que mais viaja e mais gasta internacionalmente.   Discussão:    “O mundo vai mudar o sistema da China ou a China vai mudar o sistema do mundo?”.   (eu leitor suponho que será um misto das duas coisas).

         A China vem tentando reprimir a internet para preservar o regime.  Nesse quesito o autor deste livro dá seu palpite:   É como tentar colar gelatina na parede.   

         Importante depoimento do autor que vive e trabalha na China ou com a China desde 2011.    “Hoje não há conversa sobre uma mudança de modelo de governo na China.  Pelo contrário,  fala-se mais sobre outros países adotarem o modelo da China do que mudar o modelo chinês.   Na absoluta maioria das minhas conversas com os chineses, eles apoiam o Partido Comunista e o sistema, destacando algumas falhas ainda presentes que o atual governo vem atacando com força, principalmente a corrupção.”

         O autor destacou que há uma velha frase de que o capitalismo seria o pior sistema do mundo, exceto todos os outros (que seriam ainda pior) comumente é atribuída a Wiston  Churchill e consta que não é dele a frase.

         Xi Jinping e o Sonho Chinês

         Jinping (Engenheiro Químico) governa o país desde 2012.   Tem sido tão bem aceito que em consenso mudaram em 2018 a Constituição para permitir mais mandato a ele. Antes eram no máximo dois mandatos de cinco anos cada.    O Congresso deles tem ao redor de 3.500 representantes.   (em termos numéricos, comparando à proporção da população, se assemelha à nossa Câmara Federal).

         O autor diz que se for para ele listar cinco pessoas essenciais para tentar querer entender a China atual, ele listaria:  Confúcio, Mao Tse-Tung, Deng Xiaoping, Xi Jinping e o mega empresário da Alibaba Jack Ma.

         Jinping nasceu em 1953.  Engenheiro Químico, formado na mais renomada universidade do país.   Descendente de políticos proeminentes no passado.   Foi perseguido pelo regime, chegou a morar em caverna por causa da perseguição.

         Meritocracia no Partido.   Xi Jinping teve mais de 15 promoções por mérito para chegar ao cargo máximo.

         O país incentiva forte o futebol inclusive pelo fato de que gera imagem e consumo e para eles isso é bom.   Jinping desde que assumiu a presidência vem atuando forte contra a corrupção. 

         Colocaram em 2018 na alteração da Constituição, um pouco do pensamento de Xi Jinping.    “...sobre o socialismo com características chinesas por uma nova era”.

         Frase do autor:  “Nunca antes os chineses estiveram tão perto de realizar seus sonhos”.     Diz sobre Jinping:    ... para que os filhos chineses de hoje tenham um mundo ainda melhor que o dos seus pais, Jinping busca ultrapassar a fase Fábrica do Mundo.    “A China precisaria se tornar uma superpotência inovadora”.                 FIM        19 horas – 29-12-2020

CAP. 22/23 - fichamento - livro - O PODER DA CHINA - autor - RICARDO GEROMEL - edição 2019

CAP. 22/23                leitura em dezembro de 2020

         Mao Zendong ou Mao Tse-Tung.    Ele era conhecido também como Grande Timoneiro.  Governou a China de 1949 até sua morte em 1976.

         Programa O Grande Salto pra Frente – 1958 a 1963.   Este foi o segundo Plano Quinquenal da China comunista.   Buscava fazer uma Revolução Industrial e tornar o país uma super potência.  Fez reforma agrária, instituindo a coletivização das terras e organizou as comunas.

         Em 1958 a população chinesa era de 700 milhões de pessoas.   Muita gente focou o esforço em indústrias rudimentares e pouco foco em produção de alimentos.   Somada a falha de programação e as condições climáticas que foram desfavoráveis, faltou alimentos e houve fome e perdas de muitas vidas pela mesma.   Depois disso Mao deu mais responsabilidade ao povo para corrigir rumos e pediu desculpa pela falha na condução do Estado.

         Revolução Cultural (1966 a 1976).    O Partido Comunista Chinês é único mas tem facções divergentes.   E elas figuram inclusive no Parlamento que atualmente tem ao redor de 3.500 integrantes.

         Na época da Revolução Cultural foram criados grupos de jovens que apoiavam a revolução e estes eram os guardas vermelhos.  Teriam sido truculentos com quem fosse visto como não engajados à causa comunista.

         A Revolução Cultural buscava atacar os quatro Velhos:  Velhas ideias, velhos costumes, velha cultura e velhos hábitos.   Nesse contexto destruíram inclusive vários lugares e objetos históricos em nome da revolução.   Era virar a página mesmo.

         Os dazibaos – tipo de cartazes simples em praça pública onde qualquer um que quisesse relatar delitos cometidos pelos outros, podia escrever nos cartazes.    Intelectuais que não concordavam com a forma de governo eram vítimas comuns dos dazibaos.   Eram enviados para “reeducação” via trabalhos no campo.

         Na época, artistas, médicos, professores etc eram tidos como “gente que usa óculos” e eram vistos comumente como inimigos do regime.

         O livro vermelho escrito por Mao e que foi impresso aos milhões para cada cidadão ter e ler o seu.     Até o líder e presidente atual da China, o Engenheiro Químico Xi Jinping no passado foi colocado em serviço no campo para “reeducação”.

         O PIB da China, que vinha do século de vergonha e PIB bem baixo, continuou por um bom tempo do governo Mao com apenas 4% do PIB mundial, eles que no passado já tinha PIB ao redor de 33% do mundial.

         Deng Xiaoping e a Fábrica do Mundo  -  Deng como presidente focou mais no mercado e no pragmatismo.  Dele a frase:  “Não importa se o gato é preto ou branco.   Desde que pegue o rato é um bom gato”.

         Frase de um autor britânico:   “Em 1949, Mao mudou a China.  Em 1979, Deng mudou o mundo”.    Deng foi duas vezes eleito o Homem do Ano e capa da Revista Time.   O autor deste livro afirma:  “Deng foi o pai do comunismo com característica chinesa”.   Os sucessores de Mao não culpam ele por algo que não ficou a contento em sua gestão.    “A maioria do povo, se referindo a Mao, diz que ele foi 70-30.   70% bom, especialmente sobre o que ele fez antes de assumir o poder e 30% ruim pois cometeu vários erros ao gerenciar um país desse tamanho”.

         Mas foi Deng que lançou a política social do filho único.   Deng também abriu as janelas e muitos jovens foram estudar fora.  Muita procura por aprender inglês.   

         Deng apoiou os produtores rurais a buscarem resultado com suas produções e aumentou a produtividade.   O produtor passou a ter direito a vender o produto excedente da sua safra.

         Deng fortaleceu os laços culturais e comerciais da China com o Ocidente.  Abriu o país para investimentos estrangeiros.  Era contra o culto à imagem do líder do Partido.   Ele era filho de agricultor de posses e estudou na França na década de 1920.   Deng chegou no passado a ser expurgado do Partido Comunista acusado de ter simpatia pelo capitalismo.

         Deng foi comunista até morrer em 1997.

         Fase Experimental de Abertura – 1979 a 1992  (com Deng no poder)

         “Vamos cruzar o rio, indo passo a passo.    Sentindo as pedras”.  Frase de Deng presidente.

         “Ao descentralizar o poder e a economia da China, esta tornou-se um laboratório de reformas”.   Nesse contexto, a criação das ZEE Zonas Econômicas Especiais locais – onde as atividades de comércio e investimentos eram concentrados”.

         Em 1986 a China solicitou ingresso no GATT Acordo Internacional de Livre Comércio, que antecedeu a OMC Organização Mundial do Comércio.    O pedido demorou 15 anos de negociações e em 2001, já pela OMC, a China foi admitida como membro dos países que atuam nas normas do livre comércio entre países.    Facilitou para ela ter acesso a mercados para seus produtos e também para o mundo ter acesso ao mercado chinês.

         Fábrica do Mundo – fase 1993 a 2012.     Uma síntese da fase com Deng no comando está na frase dele:  “Ser rico é glorioso.  Pobreza não é socialismo”.

         Em 1992 havia 140.000 empresas privadas na China.   Em 2008 havia 6,6 milhões de empresas privadas, das quais 435.000 eram estrangeiras.    E isso tem aumentado ao longo do tempo.   Livre Mercado.

                   Continua no capítulo final 23/23