Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

CAP. 12/17 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora - Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 12/23 –

 fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: jornalista americana (Prêmio Pulitzer de jornalismo) MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

Página 132 – Bell Bishop no livro Big Sort escreve ...”na virada do milênio, as divisões eram menos sobre ideologia do que sobre gostos e valores, mas como os partidos passaram a representar o estilo de vida – e como estilo de vida define as comunidades -, tudo parece divisível...

“Tudo, nesse contexto, se refere não apenas ao que você pensa sobre saúde pública, direitos eleitorais ou aquecimento global, mas também onde você compra, o que você come ou que tipo de filme você assiste”.

“134 – Instituto Pew, levantamento de 2017 (pesquisa). Constatou que os americanos não concordam na questão universidade. ¨

72% dos democratas e simpatizantes disseram que as... universidades tem efeito positivo para o país.

58% dos republicanos e simpatizantes tem uma opinião negativa sobre essas instituições de ensino superior.”

“Os conselheiros políticos de George W. Bush e a estratégia para a campanha eleitoral dele para presidente de 2004. ...se concentrar e encorajar a base e “dizer o que a base quer ouvir”.

Na campanha de Trump ele seguiu essa estratégia à risca.

137 – Pesquisa de 2014 do Instituto Pew constatou que o distanciamento entre republicanos e democratas chegou ao maior patamar da história. A maior parte do crescimento do abismo “atribuível a um aprofundamento da inclinação à direita dos republicanos”.

Motivo: explosão da mídia de direita; expansão dessa mídia.

Um guru de Trump. Rush Limbaugh nos anos 1990: “provou que um discurso ofensivo e um comportamento teatral – duas coisas que Trump aprenderia com ele – poderiam lhe dar uma audiência nacional lucrativa e, por décadas, seus fieis repetiriam convictos qualquer coisa que ele dissesse, mesmo quando era ridículo.”

Em uma diatribe (crítica severa e mordaz.), Limbaugh afirmou que os Quatro pilares da Má-fé são o governo, a academia (Universidades), a Ciência e a mídia. Também declarou que “os cientistas usam aventais brancos e realmente parecem autoridades, mas na verdade são fraudes. Eles são comprados e pagos pela esquerda”.

138 – Roger Ailes e Rupert Murdock lançaram há duas décadas a Fox News. São de direita.... “que repete incansavelmente suas próprias figuras de linguagem (os perigos da imigração, a desconfiança da grande mídia, o lado perverso do governo etc).

O Breitbart, que Steve Bannon descreveu como uma “plataforma para a direita alternativa”.

A Rede Sinclair, que atinge 38% dos lares americanos com noticiários locais, expandiram o universo da mídia de direita.

Nesses canais, nada de veicularem fatos verificáveis. Mostram o que chamam de “conteúdo baseado na verdade” em narrativas egocêntricas pré-fabricadas que ratificam as crenças do público ou reforçam seus medos”.

139 – “Um estudo feito em Harvard em 2017 com mais de 1,25 milhões de matérias publicadas on-line entre 01-04 e 08-11-2017, concluiu que o público a favor de Trump dependia muito dessa “comunidade isolada do conhecimento” – que usa as redes sociais como pilar para transmitir uma perspectiva hiperpartidária e reforça a versão de mundo em comum dos usuários, ao mesmo tempo que os envenena contra o jornalismo de massa que poderia questionar seus preconceitos”. Fanatismo...

“apoiadores de Trump que vaiaram John McCain, um legítimo herói de guerra, e disseram cruelmente que Deus puniu com câncer por se opor a Trump”.

Quanto a fatos... “As primeiras impressões são difíceis de serem descartadas, porque há um instinto primitivo de defender o próprio território por que as pessoas tendem a produzir respostas emocionais em vez de intelectuais ao serem questionadas e são avessas a examinar cuidadosamente as evidências”.

Cita o professor de Direito Cass Sunstein, autor de A Era do Radicalismo. O Radialista conservador de destaque que abandonou o programa que abordava política... seus ouvintes, polarizados... “eles se acostumaram a rejeitar as fontes de notícias tradicionais e, dessa forma, os fatos cotidianos”.

Continua no capítulo 13/23

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

CAP. 11/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - autora: Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 11/23   - livro lido em janeiro de 2021

         Página 120 – No livro 1984 de Robert Orwell consta a técnica do Grande Irmão para alienar e dominar.

          “Mudar de opinião, ou mesmo de atitude política, é uma confissão de fraqueza”, sendo que na verdade a ciência mostra fatos novos e que remetem as pessoas a se reposicionar sobre as novas descobertas e que as opiniões podem mudar diante destas descobertas.

         Os ambientalistas americanos preocupados com eventual mudança de rumo do governo nas questões ambientais, correram baixar e salvar arquivos do site da Casa Branca.  Em 2017, na gestão do indicado pelo Trump, tiraram o site do ar...  alegando que estava...    “passando por mudanças que refletem a nova direção da Agência”.    E nisso foram expressos:  “atualizar a linguagem para refletir a abordagem dos novos líderes”.

         Também no site oficial da USDA Departamento de Agricultura dos USA, retiraram todos os detalhes e acordos sobre clima e meio ambiente firmados pela administração anterior à de Trump.     Os funcionários da USDA foram informados que suas postagens nas redes sociais deveriam ser revisadas pelos administradores (seus chefes...)..   “para remover referências a prioridades políticas e iniciativas da administração anterior”.  (a autora cita no livro o link com essa determinação – cita fonte)

         121 – Depois que...   “o Serviço Nacional de Parques retuitou fotos aéreas que comparavam o público nas posses de Obama e Trump, a equipe digital da agência foi instruída a suspender temporariamente o uso do Twitter.   Este retuite foi rapidamente deletado.     Ele desmentia com foto provando que na posse de Obama tinha mais gente que na de Trump e o pessoal foi punido por dizer a verdade.

         122 – Tuitadas de Trump...   “os tuites são uma mistura assustadora de insultos, exclamações, ostentações, digressões... relativizações, exortações e insinuações – os esforços de um tirano para intimidar, confundir, polarizar e criar bodes expiatórios”.

         Ele chega nas suas falas a complicar até para seus intérpretes.    .... ele é indiferente até na ortografia.

         “Erros de digitação no Twitter são comuns, é claro,  ... mas eles são indicativos de sua postura impulsiva, precipitada e inconsequente...  seus tuites tem consequências imediatas em todo o planeta...  provocando instabilidade na ordem mundial...  (ameaças à paz etc)

         Grupo de extrema direita Britain First.   A autora faz citações deste.

         125 – Em Mianmar, país pobre da Ásia, estão praticando genocídio contra os Rohingyas, minoria muçulmana perseguida a tempos.

         ... lá um oficial do Ministério da Segurança do Estado, perguntado sobre esse genocídio, respondeu:   “Os Rohingyas não existem.  Isso é fake News.”

         126 – Ensaio de Umberto Eco, datado de 1995 descrevendo o fascismo de Mussolini.   Uma professora estudando o tema compara com aspectos do governo Trump, tais como:

         - um apelo ao nacionalismo e ao medo da diferença;      

         - uma rejeição à ciência e ao discurso racional;

         - uma invocação da tradição e do passado e uma propensão a associar divergência com deslealdade.

         126 – “O fascismo... considera ´o Povo` não como cidadãos e indivíduos, mas como uma entidade monolítica que expressa a Vontade Comum que o líder finge interpretar.   O líder se coloca em primeiro plano como a Voz do Povo – em vez de, digamos, o parlamento ou a legislatura”.

         Já Trump, na Convenção Republicana, disse à plateia:  “Eu estou com você, povo norte-americano.  Eu sou o Povo”.

         6 – Filtros, Bolhas e Tribos

         Citação da autora na abertura do capítulo.    Rudyard Kipling, 1890:

         “Somos todos ilhas gritando mentiras umas para as outras através de mares de incompreensão”.

         131 – Bolhas.  ... “veículos de comunicação tendenciosos como a Fox News, a Breitbart e o Drudge...”    ...” os pontos em comum entre cidadãos de partidos políticos opostos estão desaparecendo rapidamente, e a própria ideia de consenso está se tornando coisa do passado”.

         132 – Pesquisa de 2016 pelo Instituto Pew nos USA:  70% dos democratas disseram que os republicanos tem a cabeça fechada; ao mesmo tempo, 47% dos republicanos responderam que os democratas são mais imorais do que os outros norte-americanos e 46% acham que são também mais preguiçosos”.

         Há amplificação desse distanciamento pela ação de trolls russos.  Internet...  “por fóruns de interesses específicos e pelas redes sociais, que ajudaram as pessoas a se isolarem ainda mais em bolhas de interesses compartilhados.

                   Continua no capítulo 12/23

domingo, 17 de janeiro de 2021

CAP. 10/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

CAP. 10/23            leitura feita em janeiro de 2021

         Trump atuou no mercado imobiliário e foi estrela como apresentador de Reality Show na TV.   Nessa a sua imagem se popularizou muito.   Para sua campanha distribuiu chapéus com  o slogan :  Make America Great Again.      (Fazer a América Ótima Novamente).

         Página 105 – “Alice Marwick e Rebecca Lewis, autoras de um estudo sobre desinformação on-line...   “Entre alguns grupos de jovens, há um salto surpreendentemente curto entre rejeitar o politicamente correto e começar a culpar mulheres, imigrantes ou muçulmanos por seus problemas”.

         ... fake News ... ganharam impulsos em sites como 4Chan e Reddit.  Depois saltam para o Twitter e Facebook.

         Estudiosa de teorias da Conspiração na web, Renee DiResta – dizem que as pessoas e mesmo países com intenções espúrias podem estar usando o Reddit para testar a reação a memes e histórias falsas.

         Renee DiResta “alertou na primavera de 2016 que os algoritmos das redes sociais – que mostram às pessoas as notícias que são mais populares em vez de corretas e importantes – estão ajudando a promover teorias da conspiração”.

         O livro é anterior à pandemia e em 2016, DiResta já alertava:   “Esse tipo de conteúdo extremista pode afetar a maneira como as pessoas pensam e se infiltram nos debates sobre políticas públicas em assuntos como vacinas, leis de zoneamento territorial e fluoretação da água”. 

         A estudiosa acrescenta:  “... já termos passado há muito tempo das bolhas e filtros meramente partidários e estarmos agora no mundo das comunidades isoladas que vivem na sua própria realidade e operam com seus próprios fatos.”   Nesse ponto, conclui ela, a interpretação não está mais refletindo a realidade; mas sim moldando-a”.

         Capítulo 5 – Apropriação da Linguagem

         A autora abre o capítulo citando o escritor John Le Carré:   “Sem uma linguagem clara, não existe um padrão de verdade”.

         A autora cita de forma recorrente e pertinente o escritor Orwell, agora em seu livro 1984 no trecho que contem o “Manifesto da Verdade”  (a verdade que o Grande Irmão criou para governar seu povo)

         Cita o linguista judeu alemão Victor Klermperer que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial em Dresden na Alemanha.   Escreveu diários e um estudo chamado A Linguagem do Terceiro Reich.

         No livro 1984 de Orwell, alerta para as gerações futuras:   “... o quão rápida e insidiosamente um autocrata pode usar a língua para suprimir o pensamento crítico, inflamar a intolerância e sequestrar uma democracia”.

         Página 113 – Klemperer não achava que Hitler  se comparava a Mussolini como orador e ficou surpreso que o líder nazista – que considerava um homem raivoso e inseguro com uma voz irritante e uma propensão a berrar – tivesse tantos seguidores”.

         .... “ e Hitler se apresentava como sendo a Voz do Provo, seu Messias”.     Os nazistas odiavam a palavra “sistema”, que associavam à antiga República de Weimar, que detestavam.

         Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha luta) de 1925.    Ele destacava termos que viraram destaques do seu grupo.   Já em 1933 muitos desses termos já eram incorporados pelo povo alemão.

         Hitler e o uso de números e termos superlativos.   Chagou ao extremo nessa mania de grandeza que num certo ponto o artifício passou a não ter mais credibilidade entre os seus.

         116 – Trump e mentiras.    As Agências de Notícias passaram a catalogar as mentiras dele.   “Ele exige lealdade não à Constituição dos USA, mas a si próprio”.

         “e espera que os membros do Congresso e do Judiciário aplaudam suas políticas e desejos, independentemente do que eles acreditam melhor atender aos interesses do povo norte-americano”.

         (esse “filme” não é estranho para nós aqui no Brasil atual...)

         “Trump tem o hábito de acusar adversários dos mesmos pecados dos quais ele é culpado.  Tipo:  Ted Mentiroso, Hillary Corrupta, Bernie Louco.

         119 – “O governo estreou com assessor de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, insistindo que o público da posse de Trump era “o maior da história” – uma informação que ia contra as provas fotográficas... uma mentira”.

         Na Rússia a jornalista Masha Gesser  ... sobre Putin... “...o poder de Putin está em dizer o que quer, quando quer, independentemente dos fatos.   Ele é presidente do país e rei da realidade.”

         Próximo capítulo     11/23 

sábado, 16 de janeiro de 2021

CAP. 09/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Mentira na Era Trump - autora: jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP. 09/23            leitura em janeiro de 2021      (livro editado em 2018)

         Lá nos USA ocorrem às vezes debates na TV entre algo que tem posição clara da ciência contra uma picuinha de minoria sem base e a imprensa se coloca como “isenta” e dá ar de que ambos os lados são legítimos.

         “Um relatório da BBC Trust (estatal) de 2011 constatou que a cobertura científica da emissora dava atenção indevida a opiniões insignificantes sobre o tema das mudanças climáticas provocadas pelo homem”.

         Manchete do The Telegraph:  “Funcionários da BBC são aconselhados a parar de convidar lunáticos para os programas científicos”.

         Página 90 – Chistiane Amanpour, num debate sobre liberdade de imprensa.  Ela que inclusive fez cobertura da Guerra da Bosnia.   “cobrindo a limpeza étnica e o genocídio na Bósnia...  “Eu acredito em ser verdadeiro, não em neutralidade.   E acredito que precisamos parar de banalizar a verdade.”

         Capítulo 4 -  O Desaparecimento da Realidade

         Em A Formiga Elétrica, obra de Philip K. Dick -   “Será que eu quero interferir na fita da realidade?   E se eu quiser, por quê?   Porque, ele pensou, se eu controlar isso, eu controlarei a realidade”.

         “Surreal e caos se tornaram duas dessas palavras utilizadas a todo momento por jornalistas tentando descrever a realidade nos USA na segunda década do novo milênio, num momento em que dezenove crianças são mortas todos os dias no país...”

         95 – “A atuação desequilibrada de Trump na presidência representa um tipo de clímax nesse processo de distorção da realidade...”      = ...”anos 60, origens.....   desconexão....    sociedade se fragmentando e as narrativas oficiais – promovidas pelo governo, pelo establishment e pelas elites – começam a desmoronar;  e o ciclo das notícias começou a acelerar.

         Em relação aos USA, em 1961 Philip Roth escreveu que a realidade americana atordoa, ofende, enfurece”.

         A descrição da realidade ficou mais surpreendente que as obras de ficção.   Cita um ícone do jornalismo americano Gay Talese (li desse autor dois livros excelentes – Vida de Escritor e Fama e Anonimato).

         97 – Os políticos sempre distorcem a realidade mas a TV – e mais tarde a internet – lhes deu novas plataformas para prevaricar.

         98 – Trump...   “Compreendeu instintivamente que esse novo cenário governado pela internet e a crescente ignorância de alguns eleitores tornavam mais fácil do que nunca influenciar seus medos e ressentimentos ao promover narrativas virais e convincentes que servem de base para realidades alternativas”.

         Trump também aumentou seus esforços para desacreditar o jornalismo, taxar matérias como fake News e atacar os repórteres, classificando-os de inimigos do povo... mentiras tenham se acumulado para criar histórias igualmente falsas, que se encaixam perfeitamente nos medos das pessoas”.

         Algumas das mentiras que o Trump espalhou:

         - Criminalidade enorme   (quando tinha sido menos grave que antes)

         - que os imigrantes seriam violentos (estatísticas provam que nas prisões tem proporcionalmente menos imigrantes que americanos natos)

         - imigrantes como fardos para os USA carregarem.    A realidade comprova que não é verdade -   Do ano 2000 para cá, 31 dos 78 Prêmio Nobel recebido pelos USA, vieram de seus imigrantes.    Imigrantes e seus filhos ajudaram a fundar cerca de 60% das empresas de tecnologia dos USA com valor estimado em quase quatro trilhões de dólares.

         Em resumo:   “Trump criou uma imagem de uma nação em apuros, que precisava muito de um salvador”.     (isto na campanha dele).

         Mentiroso desde décadas passadas.   Mentiu que seu edifício Trump Tower tinha 68 andares, quando na verdade são 58.  Também se fez passar por um profissional de relações públicas chamado John Barron ou John Miller para exaltar o nome dele, Donald Trump.

         “a única coisa que importava era fazer a vida”.

         99 – Trump atuou no mercado imobiliário e foi estrela como apresentador de Reality Show na TV.   Nessa a sua imagem se popularizou muito.   Para sua campanha distribuiu chapéus com  o slogan :  Make America Great Again.      (Fazer a América Ótima Novamente).

                   Próximo capítulo   - 10/23

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

CAP. 08/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Mentira na Era Trump. Autora jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP 08/23            leitura em  janeiro de 2021

         “Com essa adoção da subjetividade veio também uma diminuição da verdade objetiva:  a glorificação da opinião acima dos fatos – uma circunstância que ajudou a promover a ascensão de Trump”.

         Página 75 – Trump, perguntado se havia questionado Vladimir Putin sobre a interferência russa na eleição presidencial, respondeu:  “Eu acredito que ele tenha a impressão de que ele e a Rússia não se meteram na eleição”

         77 – Costume que vem de longe nos americanos.    Há mais de 150 anos, em A Democracia na América, Alexis Tocqueville observou a tendência:   ... “a se isolarem em sociedades unidas pela similitude de condições, hábitos e costumes para se entregar aos prazeres da vida privada”.    Egocentrismo.    ... que negligenciariam suas responsabilidades como cidadãos.

         Cita o livro de 1952 O Poder do Pensamento Positivo de Norman Vincent Peale, autor conhecido como o “Vendedor de Deus” pela sua pregação do evangelho da prosperidade.   O pai de Trump era admirador desse autor e Trump seguiu essa linha.    Duas frases de Peale que se encaixam nas atitudes de Trump:

         “Qualquer fato que se apresente em nossa mente, por mais difícil que seja, ou até aparentemente sem solução, não é tão importante quanto nossa atitude perante ele”.

         ... pregando aparentemente a doutrina da negação dos fatos.

         “Um padrão de pensamento confiante e otimista pode modificar ou superar completamente um fato.”

         Livro citado por Trump:  A Nascente, de Ayn Rand que o presidente citou como seu favorito.     .... sua equiparação entre sucesso e virtude e sua defesa apaixonada de um capitalismo irrestrito.

         ... “o propósito moral mais elevado do homem é a busca de sua própria felicidade, dialogaria com o que o narcisismo descontrolado de Trump...”     .... alguns escritores.... escrever sobre si mesmos...

         80 – Tom Wolfe, repórter e escritor, em 1989 propôs.... “fez um apelo aos romancistas:   se joguem de cabeça neste nosso país selvagem, bizarro, grotesco, barroco e imprevisível e o reivindiquem de volta como terreno literário”.

         Gente partindo para escrever memórias.   Tiradas de egocentrismo.  Alterar fatos para torna-los mais espetaculares.   Enganando leitores.

         Memória de verdade requer honestidade, autenticidade, sinceridade.

         Há leitores que se sentem traídos quando leem uma memória “adulterada” e outros não se importam.   ... tolerantes...  ao caráter tênue da verdade.

         Criticismo do moi.   Autores de obras na academia passam a eles mesmos fazerem o prefácio da obra para não se sujeitarem à crítica.  Daí a expressão:  Criticismo do moi, no caso.      (eu analiso e aprovo o que eu mesmo escrevi...)

         Pós Modernismo  - Verdades dependentes da perspectiva da pessoa.   Lado positivo:   - existem diversas maneiras legítimas de entender ou representar um acontecimento;   permite um discurso mais igualitário quando possibilitou que as vozes dos outrora excluídos fossem ouvidas.

         O lado, nem tanto...      Foi explorado por aqueles que quiseram defender teorias ofensivas ou desacreditadas ou equiparar coisas que não podem ser equiparadas.    (um exemplo dos dias de hoje seriam a postura do indivíduo em relação ao uso de tabaco e de vacina.    Se forma superficial pode dizer que pelo livre arbítrio a pessoa opta por usar ou não.  Só que são situações que não podem ser equiparadas.   Uma em resumo, no caso do tabaco, só afeta de forma direta quem usa.   Já no caso da vacina, quem opta por não usar, está afetando o que poderá ser por ele contaminado)

         Destaca a autora que os grupos destacados, tem em comum o fato de não terem a ciência do lado deles: neonazistas, negacionistas climáticos, adeptos de movimentos anti vacina etc.

         88 – Já em 1969 a indústria do tabaco nos USA, diante de todos os trabalhos científicos que atestavam os males do tabaco, saem com esta defesa:  “A dúvida é o nosso produto”.   Estratégia dos defensores da indústria do tabaco...

         ... bancar uns supostos especialistas... para refutar a ciência estabelecida ou argumentar que mais pesquisas seriam necessárias....     Estratégia semelhante para tentar desacreditar as mudanças climáticas e pautas ambientais.       ... “e atacar a reputação dos cientistas legítimos do outro lado”.    

         Trump e a defesa de armar o povo;   de construir o muro na fronteira com o México etc.   Itens que vão contra as pesquisas e opiniões de especialistas.   Lá ocorrem às vezes debates na TV entre algo que tem posição clara da ciência contra uma picuinha de minoria sem base e a imprensa se coloca como “isenta” e dá ar de que ambos os lados são legítimos.

        

                   Próximo capitulo -   09/23

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

CAP. 07/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - edição 2018

CAP. 07/23

         Francis Fukuyama em seu livro O Fim da História, de 1989 (quando do fim do comunismo na URSS) argumentava que com a implosão do comunismo soviético, a democracia liberal triunfou e se tornou a forma final do governo humano.       Mas os fatos posteriores se mostraram diferentes pelo mundo afora....

         “Um relatório do Freedom House concluiu que com forças populistas e nacionalistas obtendo ganhos significativos em estados democráticos, 2016 marcou o décimo primeiro ano consecutivo de declínio da liberdade global”.   (indícios de que Fukuyama e seu Fim da História não se sustenta).

         O mesmo Fukuyama em 2017 disse estar preocupado com “uma lenta erosão das instituições” e das normas democráticas sob o governo Trump...   Fukuyama....  “agora percebeu que as democracias podem retroceder”.

         Guerras culturais ...   As alas mais extremistas da base republicana...  o Tea Party, os nascimentistas, a direita cristã, os nacionalistas brancos – se mobilizaram contra o presidente Obama e suas políticas.

         Trump joga mais gasolina nesse incêndio para conquistar mais adeptos e para desviar a atenção de seus fracassos políticos e seus muitos escândalos.

         Trump...  apelou para os medos dos eleitores brancos da classe operária preocupados comum mundo em mudança.... e Trump criou bodes expiatórios:   imigrantes, afro-americanos, mulheres, muçulmanos.

         Trolls russos com perfis falsos atuaram nas redes sociais para ampliar  mais as divisões entre os norte-americanos.

         Página 60 – Descobriu-se que em maio/2016 trolls russos usaram perfil falso no Facebook chamado Heart of Texas para organizar um protesto chamado “Acabe com a islamização do Texas”, e outro perfil falso chamado United Muslims of America para organizar um contra protesto no mesmo horário e local.

         Houve conservadores republicanos de destaque que eram contra o sistema de usar o medo adotado por Trump, mas outros setores dos republicanos colocaram Trump como candidato.    Para os apoiadores de Trump o partido estava acima de tudo...

         61 – Sobre os escândalos amorosos de Trump, Tony Perkins da Family Research Council  “disse que ele e seus partidários estavam dispostos a não levar em conta o comportamento pessoal de Trump.

         62 – Houve críticos dos que queriam ensinar ou escrever a história de uma forma justa.

         64 – “Mas tais argumentos pos-modernos abririam caminho para os adeptos do movimento anticlima e os negacionistas do aquecimento global, que se recusam a aceitar a opinião consensual da esmagadora maioria dos cientistas”.

         “A teoria nazista, de fato, nega especificamente que exista a verdade”.   Não existe, por exemplo uma ciência.   Existe somente a ciência alemã, a ciência judaica...

         65 – “Um dos fundadores do Pos-Modernismo, Jaques Derrida – que alcançaria status de celebridade nos campi norte-americanos nos anos 1970-1980.    ... usou a palavra Desconstrução.... uma análise textual da qual foi pioneiro.

         A desconstrução postulou que todos os textos são instáveis.... e que os significados, eternamente variáveis, são emprestados pelos leitores e observadores.  ... “ niilista....  qualquer coisa poderia significar qualquer coisa.     Em suma, não existia uma verdade”.

         Derrida tentou usar teoria da desconstrução para tentar limpar a barra do belga intelectual nos USA depois que se descobriu que no passado o belga escreveu muitos textos pro nazistas...

         69 – As tiradas de desconstrução de assessores de Trump.   O ex coordenador de campanha, Corey Lewandowski, afirmando que o problema com a mídia é que “vocês interpretam tudo o que Trump diz literalmente.    O povo norte-americano não”.

         Capítulo 3 -  “Moi” e a Escalada da Subjetividade

         74 – Narcisismo, década do “eu”, anos 70.    Tim Wu da Faculdade de Direito de Columbia descreveu como “o autopavoneamento e o desejo de prender a atenção dos outros com um espetáculo de si mesmo”.

         “Com essa adoção da subjetividade veio também uma diminuição da verdade objetiva:  a glorificação da opinião acima dos fatos – uma circunstância que ajudou a promover a ascensão de Trump”.

                   Próximo capítulo   08/23 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

CAP. 06/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Ed. 2018

CAP. 06/23

         Página 46 – Quando jovem, Stefan Zweig e seus amigos passavam horas em cafés, conversando sobre artes e assuntos pessoais...  (ele era austríaco).     Subestimaram Hitler.   

         “Os jornais asseguravam aos seus leitores que o movimento nazista ruiria em pouco tempo”.   O nazismo foi sendo aplicado de dose em dose para dar na vista do povo.   .... com seus hábitos e rotinas...   “as pessoas não quiseram acreditar na velocidade com que seus direitos estavam sendo tirados.

         (no Brasil atual o governo está incentivando as pessoas a terem armas e munições).

         A autora cita que no Nazismo, a maioria do Parlamento alemão era contra Hitler.   O povo achava que estava protegido pelas leis e a constituição...     Na época o povo deixou a coisa correr achando que ia dar em nada...

         Capítulo 2 – As Novas Guerras Culturais

         Já um jornalista, David F. Wallace em 2005, alertava para o “caleidoscópio” de fontes de notícias na TV, on line, dentre estas, agentes da direita como a TV Fox News e o Rush Limbaugh Show... com viés ideológico...    abalando os fatos enquanto notícias.    

         O jornalista David, dez anos antes do governo Trump já via o cenário que viria...   “em que a verdade cada vez parece estar nos olhos de quem vê, os fatos são intercambiáveis e socialmente constuidos...”

         52 – Membros republicanos no Congresso...   muitos desses republicanos rejeitam a racionalidade e a Ciência”.     “Hoje, esses ideais de razão e progresso são atacados pela direita por serem vistos como parte de uma conspiração liberal para minar valores tradicionais ou como possíveis indicativos de um elitismo intelectual da Costa Leste americana”.   

         ... “ a direita com os trolls da direita alternativa (alt-right) e membros republicanos do Congresso que acusam agora o assim chamado Estado profundo de conspirar contra o presidente Trump.”

         Campanha de Trump em 2016...  aos marginalizados... queremos acabar com esses conchavos entre doadores ricos, as grandes corporações e os executivos da mídia.  (esse era o discurso do candidato)

         ... apoiadores...  direitistas que querem questionar a evolução, negar a realidade das mudanças climáticas ou divulgar fatos alternativos.

         54 – Mike Cernovich, troll da direita alternativa e teórico da conspiração...  (aqui no BR, entre outros, Olavo de Carvalho e  tantos mais)

         Desde a década de 60 o povo foi perdendo a confiança nas Instituições porque depois do ocorrido, percebeu que foi enganado pela versão oficial de eventos super importantes como a Guerra do Vietnã (que os USA perdeu), Guerra do Iraque e o escândalo de Watergate e mesmo a crise financeira de 2008 provocada e sofrida pelos USA com reflexos negativos pelo mundo afora.

         A era da internet trouxe muita coisa boa...   como também deu origem a uma enxurrada de desinformação...   epidemia de notícias falsas.

         55 – Fala do Pos Modernismo na segunda metade do século XX com seus filósofos, ...  afetou a arte..... se revelariam emancipadores.... trabalhos  inovadores de artistas. 

         “Quando aplicados às Ciências Sociais e à História...  deu origem a todo tipo de implicações filosóficas...  afetando a cultura.”

         Os Pos Modernistas – “Negam a existência de uma realidade objetiva”.    ... argumentando que o conhecimento é afetado pelos prismas de classe, raça, gênero e outras variáveis”.    Sai de campo a realidade objetiva e entra a “verdade” e entra em campo a subjetividade....   totalmente.... não somos racionais e autônomos...   cada um de nós é moldado...   por um tempo e uma cultura específicos”.

         Nessa linha.... “Abaixo a ideia de consenso”.

         O Iluminismo, por exemplo, é descartado por muitos pos modernistas de esquerda como uma leitura hegemônica ou eurocêntrica da história, destinada a promover noções  colonialistas ou capitalistas de razão e progresso”.

         Historiador Andrew Hartman em livro de 2015 A War For The Soul of America

         Francis Fukuyama em seu livro O Fim da História, de 1989 (quando do fim do comunismo na URSS) argumentava que com a implosão do comunismo soviético, a democracia liberal triunfou e se tornou a forma final do governo humano.       Mas os fatos posteriores se mostraram diferentes pelo mundo afora....

                            Continua no capítulo 07/24