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sexta-feira, 12 de março de 2021

CAP. 03/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa economia de 2000 para cá) - Autora Dra em Economia LAURA CARVALHO

 CAP. 03/22            leitura em março de 2021 

         Estudos econométricos mostraram que o Índice GINI que mede a desigualdade social melhorou no Brasil nesses tempos. Mostraram queda da desigualdade entre 10% e 31% nesse período de distribuição de renda onde o Bolsa Família atua.

         A política adotada de elevar o salário mínimo um pouco acima da inflação, dando um ganho real ao salário mínimo ano após ano dos anos 2000 para cá ajudou a distribuir renda.

         Passou-se a corrigir o salário mínimo pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB Produto Interno Bruto determinado pelo período de dois anos anteriores na média.   Isto desde o ano de 2008.

         Em 2013, pela política de propiciar ganho real ao salário, o assalariado no conjunto passou nesse ano a ficar com a fatia de 52,5% do lucro anual da produção para 57,4%.    Mais renda nas mãos dos trabalhadores e maior consumo, aumentando a força da nossa economia, o emprego e o recolhimento de tributos.

         Há índice GINI que mede a desigualdade específica para salários.  Nos anos 2000 a renda salarial dos 10% mais pobres aumenta em relação ao salário médio ou mediano do País.

         22 – “Milagre Econômico na ditadura medida no período 1968-1973, altas taxas de crescimento.  Mas ampliou as desigualdades sociais.  O bolo da economia cresceu mas diziam que não podia dividi-lo com os trabalhadores...”.    Nesse período cresceram setores de produção de bens industrializados mais sofisticados como linha branca e indústria automobilística.     Com isso os trabalhadores mais qualificados que já ganhavam salários melhores, foram mais beneficiados, mas o conjunto das classes trabalhadoras não participou de forma justa nessa fase.  Aumentou a desigualdade social.

         Já no chamado Milagrinho (de 2006 a 2010) com Lula houve crescimento com melhoria nos salários mas ajudou também os de salário mais baixo, inclusive do pessoal da construção civil e teve como reforço o apoio do Bolsa Família.    Como foi dito, investimentos do governo incentivaram a indústria da construção civil e esta demandou mais mão de obra pouco qualificada inclusive.   Cresceu o emprego, a massa salarial, a demanda por produtos da indústria, a arrecadação de impostos e assim por diante.    Esse ciclo foi até 2010.

         Fatores de destaque no período para diminuir as desigualdades:

         - Bolsa Familia – com transferência de renda para os mais pobres.

         - Valorização do salário mínimo com mecanismo de ganho real.

         Familias pobres passaram a consumir mais produtos e disputa-los no mercado que cresceu.    Também passaram a demandar mais serviços como cabeleireiros, restaurantes, escolas particulares, viagens e outros.

         “Nos anos 2000, a distribuição da renda na base da pirâmide não foi apenas o resultado de políticas públicas, mas também da própria dinâmica do crescimento da economia brasileira”.

         O pilar do acesso ao crédito.   Operações de crédito:

         Em 2002   - crédito na casa de 25,5% do PIB  Produto Interno Bruto

         Em 2012 – crédito na casa de 49,2% do PIB

         No período, pessoas físicas e o acesso ao crédito:

         Ano 2007 – equivalente a 14% do PIB

         Ano 2017 – equivalente a 24,9% do PIB.

         Primeiro o crédito foi mais para financiamento do consumo.  Depois, também para financiamento habitacional e crédito rural (com destaque para os bancos oficiais do governo – Caixa Econômica e Banco do Brasil).

         O governo estimulou a expansão do crédito consignado.   (Esta modalidade de juro mais baixo e que é debitado mensalmente na conta corrente junto ao pagamento do trabalhador).    No caso o juro é bem mais baixo porque o risco do crédito já autorizado o débito junto com o pagamento da pessoa fica muito mais seguro para quem empresta.

         Ela alerta que no Brasil de então as famílias usaram mais o crédito, mas de forma sustentável.

         Ocorreu diferente nos USA antes de 2008 que o crédito era insustentável e formou a bolha que depois explodiu e causou uma quebradeira incluindo até de bancos.   Houve reflexo negativo no mundo todo e provocou queda na economia e dramático aumento de desemprego.

         Foi o tsunami que aqui foi chamado de marolinha porque o governo adotou um forte incremento de aplicação de recursos públicos na economia e esta conseguiu manter o ritmo sendo pouco afetada pela crise, bem abaixo do que sofreram em média os outros países.

         O nosso Milagrinho (ano 2006 a 2010) – houve mais acesso ao crédito; redução de desigualdades (com reforço dos benefícios do Bolsa Família) e crescimento do emprego mais o aumento real dos salários.    Aumentou com esse conjunto de medidas governamentais o mercado de consumo e o crescimento da economia.   Foi um ganha ganha.

         O pilar dos investimentos públicos no período do Milagrinho – Foi feita aplicação de grande volume de recursos públicos na economia, este que foi o principal motor da economia no período:

         De 2006 a 2010 o investimento cresceu na média anual de 27,6% em termos reais, já descontada a inflação.    Para se comparar, no período anterior de 2003 a 2005 os investimentos cresceram 4,7% ao ano em termos reais, já descontada a inflação.

 

         Continua no capítulo 04/22   (um para cada dia corrido)

quinta-feira, 11 de março de 2021

CAP. 02/21 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (economia brasileira de 2000 a 2017) - Dra em Economia LAURA CARVALHO

Cap 02/21                    leitura - março de 2021

De 2011 a 2014 o governo Dilma adotou a Agenda da Fiesp – reduzir juros, tarifas, desonerações tributárias favorecendo indústrias etc.

O mercado apelidou essa agenda de Nova Matriz Econômica. Na Valsa do título deste livro, foi um passo para o lado.

“A dança evolui para o grande passo atrás dos anos 2015/2016, voltado para o desmonte acelerado do frágil estado de bem estar social brasileiro”. Corte de benefícios sociais em época de economia em queda.

Dados por períodos tendo como fonte o FMI Fundo Monetário Internacional, sempre em termos reais, já descontada a inflação:

Discriminação......1999/02.....03/05.... 06/10.......11/14...... 15/16

Variação nos preços

das commod.........10,3%......... 19,1.......10,5.....-7%......... - 6,5%

Invest.Federais ...... - 2% ........-4,7%..... 27,60%....1,00%... -28,4%

Entre 2006 e 2010 o governo federal para se contrapor à crise econômica mundial provocada pelo estouro da bolha das Sub Prime (os créditos podres no mercado imobiliário americano), esta que trouxe queda na economia mundial e desemprego elevado. Neste período o governo brasileiro acelerou os investimentos públicos (27,60%) para manter nossa economia firme e os empregos estáveis e foi bem sucedido. (foi assim que tivemos uma “marolinha” interna do tsunami lá fora).

Página 13 – Capítulo I – O Milagrinho brasileiro: Um passo à frente

Anos 2000 – crescimento da China, maior demanda de commodities e os preços destas sobem e nos favorecem. Não só por isso, mas também ajudado por isso das commodities. O Brasil cresce 3,7% ao ano na década de 2001 a 2010. Houve ações do governo inclusive na distribuição de renda e nos investimentos estatais para agilizar nossa economia.

FMI - informa que entre dezembro de 2001 e abril de 2011 as commodities subiram 326%.

Nesse tempo (2003) o governo federal lança o Bolsa Família. Tempos de melhoria da condição social do povo e de crescimento do mercado interno.

Tempos de Antonio Palocci no Ministério da Economia e o Meirelles no Banco Central.

Se o presidente Lula acelerasse a distribuição de renda iria desarranjar a economia. Houve prudência e responsabilidade fiscal. No primeiro ano do seu governo, ano de 2003 o Brasil cresceu só 1,1%. Segurou a inflação mas descontentou os mais afoitos.

A Executiva Nacional do PT em março de 2004 pediu para o governo acelerar a retomada do desenvolvimento. Havia divergência entre Palocci e José Dirceu, Ministro Chefe da Casa Civil.

16 – A taxa Selic de 2004 estava em 16,5% ao ano. O PIB cresceu em 2004 em 5,8% ao ano. O mercado diria que seria o voo de galinha, de curto espaço. O aumento do PIB foi puxado pelas exportações que cresceram 14,5% no ano de 2004.

O PIB de 2005 foi de 3,2% o crescimento no ano.

E nesse ano de 2005 as exportações cresceram 9,6%. Em junho de 2005 José Dirceu deixou o governo por ser acusado por Roberto Jefferson de ter praticado o Mensalão. Acusado de pagar mensalão para os deputados votarem com o governo em pautas de interesse do governo. Dirceu era da Casa Civil e foi substituído no cargo por Dilma.

Debate eleitoral em 2006, Lula pleiteia a reeleição. Lá na campanha da primeira eleição dele, teve o episódio da Regina Duarte vir à TV com aquela do Eu Tenho Medo, espalhando pânico no povo para que não votasse no Lula. Naquela época colocaram Lula como sendo contra o Plano Real. Em contraposição ele fez a Carta ao Povo brasileiro firmando um pacto deixando claro que não tomaria medidas drásticas que afetassem a relação com o mundo empresarial.

No segundo mandato do Lula o crescimento alcançado pelo Brasil teve menos influência dos preços elevados das commodities (como soja e minério de ferro) e mais pela “expansão do consumo das famílias e pelos investimentos”. Houve distribuição de renda com ênfase nos mais pobres.

Lançado em 2003 o Bolsa Família, em janeiro de 2004 eram 3,6 milhões de famílias atendidas. Em 2010 eram 12,8 milhões de famílias. Em 2017 eram 13,5 milhões de famílias. Houve forte redução da pobreza extrema no Brasil e ajudou a aquecer o mercado interno gerando empregos.

No Bolsa Família as atendidas tem que em contrapartida manter boa frequência escolar dos filhos, manter as vacinações em dia e receberem acompanhamento médico das crianças e mães.

20 – Estudos econométricos mostraram que o Índice GINI que mede a desigualdade social melhorou no Brasil nesses tempos. Mostraram queda da desigualdade entre 10% e 31% nesse período de distribuição de renda onde o Bolsa Família atua.

 

Continua no capítulo 03/21

CAP. 01/21 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA - (economia bras. de 2000 até 2017) - Autora: Dra Economista - LAURA CARVALHO

 LIVRO VALSA BRASILEIRA         leitura        04-03-2021

          Este livro eu ganhei de presente da filha caçula que tem formação na área de Economia.  Eu que exerci minha função de Engenheiro por 35 anos dentro de Bancos, até por força das circunstâncias, busquei fundamentos de Economia para bem exercer minhas atividades e tentar entender um pouco mais este mundo.

         A autora, que eu já conheço como assinante da Folha de São Paulo, tem escrito artigos para jornais sempre esclarecendo o que rola na economia e que afeta nossas vidas.    Ela é Doutora em Economia pela New School for Social Research e Professora da FEA Faculdade de Economia e Administração da USP Universidade de São Paulo.

         O livro faz em 190 páginas, um recorte com foco na Economia brasileira do ano 2000 para cá.     Lendo a 9ª reimpressão de 2020

         Há um grupo de trabalho de Macroeconomia da Sociedade Brasileira de Economia Política – SEP.    Destaque para o Professor  Fernando Rugitsky.

         No livro ela destaca que publicou artigos na Folha de SP entre 2015 e 2017.   (a edição deste livro é 2018 – reimpressão de 2020 em leitura)

         Ela  destaca que o fato de ter escrito artigos no Jornal e leitores comentando agregou clareza aos temas até para ficarem mais acessíveis aos leitores.

         Sobre o crescimento da economia brasileira nos dois mandatos do Presidente Lula (2003 a 2010) o preponderante teria sido os bons preços das commodities como soja, minério de ferro etc.

         Para outros, o crescimento foi pelo resultado do tripé macroeconômico adotado nos anos 90, quais sejam:  Regime de metas de inflação; metas de superavit primário; taxas de câmbio flutuantes.

         Uns defendem que houve exagero do Estado em agir e distribuir renda nos governos da Esquerda.   E os dessa linha defendem a volta à trilha dos anos 90 com ênfase no tripé citado há pouco.

         Outros entendem que não foi nem pela questão das commodities e nem pelo tripé macroeconômico.   Seria crise de natureza política.   Isto se tratando da fase após o crescimento da economia nos anos 2000 e seu declínio de 2011 em diante.

         Os que defendem que a crise foi de natureza política, dizem que a economia se degenerou por... Página 10 – “ propaganda negativa da imprensa, má fé do Congresso ou até mesmo por um boicote do empresariado financista”.   “Nesse caso, não seriam os erros do governo Lula ou Dilma os responsáveis pela crise, mas, ao contrário, seus acertos, pelo incômodo que provocaram nas elites econômicas do país”.

         (Esta mesma linha eu encontrei nos dois livros que li do Professor Dr Jessé Souza, da UFABC Universidade Federal do ABC, livros A Elite do Atraso e A Radiografia do Golpe – ambos fiz fichamento e publiquei no Facebook e no blog)

         10 – Entre os fatores que explicam o crescimento inclusivo que o país experimentou nos anos 2000, há um pouco de sorte e alguns acertos.   Da mesma forma, entre os fatores que explicam a desaceleração econômica e a crise que se segue, há um pouco de azar e erros significativos.

         Nos anos 2000 o Brasil conseguiu crescer, aumentar empregos, salários, distribuir renda, mantendo a inflação sob controle.   Melhorando também as contas públicas.

         Os críticos acharam que o crescimento foi liderado pelo consumo e que não era sustentável.   “Empresários do setor industrial e boa parte dos economistas defendiam medidas que reduzissem os custos das empresas nacionais e elevassem sua competitividade diante da concorrência estrangeira.

         11 – “A presidente Dilma atende tais demandas:  reduz  a taxa de juros, desvaloriza o real e subsidia a lucratividade dos empresários por meio das desonerações tributárias (redução dos impostos), controle das tarifas energéticas e crédito a juros mais baixos”.

         Pouco resultado na economia e prejudicou muito as contas públicas.

         Daí vem o impeachment.   

         Nessa o Brasil resolveu jogar fora a banheira, a água suja e o bebê, tudo de uma só vez.

         Este livro vai abordar o chamado Milagrinho de 2006 a 2010 quando o Brasil deu um passo à frente   (daí a Valsa Brasileira – título do livro)

         Mesmo no ambiente adverso da crise econômica mundial provocada pela quebra das Sub Prime dos USA que tiveram repercussão mundial provocando queda nas economias, nos empregos etc.

         De 2011 (já com Dilma) a 2014 o governo adotou a “Agenda da Fiesp” – redução de juros, redução de tarifas, desoneração tributária etc.

         Apelidaram essa agenda de Nova Matriz Econômica.   Representou na Valsa citada pela autora, no passo para o lado.

         Continua no capítulo 02/20   (um capítulo por dia corrido)

domingo, 7 de março de 2021

CAP. 10/10 (FINAL) - fichamento - livro - CARAVANAS - Um romance sobre o Afeganistão (dos anos 1946) - Autor: James Michener

 CAP. 10/10           - lido em fevereiro de 2021

375 – Julgar um ladrão de caravanas.  Veredito:  cortar a mão direita.  No caso o ladrão foi pego e recuperaram a mercadoria.   Mesmo assim, foi executada a pena para servir de exemplo para inibir outros crimes do gênero.

         “O que temos de tentar conseguir não é a punição deste pobre ladrão, mas a prevenção de outros furtos”.

         Cita a sede da GM General Motors na cidade de Pontiac no estado do Michigan USA.

         Por que escolheram Zulfiqar como novo xarife:   - Nós apoiamos seu amigo porque admiramos a maneira como ele compartilhou conosco os seus serviços médicos... de graça”.

         Zulfiqar usou os estrangeiros da sua caravana na “campanha” pra chegar à chefia.   Ellen pela beleza, o médico pela profissão e o americano pelos dólares da compra de remédios”.

         401 – Muller rezou com o médico e o cuidador de camelos, ombro a ombro, no sistema do Islã.

         403 – Balkh, a cidade encantada...  onde Alexandre se casa com Roxana, a cidade culta na encruzilhada do mundo, a maior metrópole da Ásia Central.    Perto da atual divisa do Paquistão com a Rússia.

         Os  grandes viajantes do passado relataram os primores de Balkh, inclusive Ibn Batuta.  (Li sobre ele no livro O Mundo Falava Árabe – de autoria da uruguaia Beatriz Bissio)

         Muller torceu para pessoas como Moheb, o engenheiro afegão e Zulfiqar – que consigam recriar o Afeganistão com apoio da Rússia ou dos USA.

         411 – Centro comercial russo perto da fronteira: cidade de Samarkanda.

         Moheb tinha dados do seu serviço secreto dando conta de que o médico tinha como nazista contas a acertar à justiça.

         Nazrullah, o engenheiro afegão, diante de três recusas de Ellen, com o rito das três pedrinhas jogadas ao chão, uma a uma,  acompanhadas da pergunta se ela voltaria pra ele, tendo as três negativas dela, ele lhe deu o divórcio e devolveu o passaporte dela.     Ellen optou por seguir com a nova caravana de nômades para uma viagem de um ano, até chegar na Rússia.

         Da Rússia, com visto daquele país, seria recambiada para os USA.

Foi assim que se fez.                         FIM.

        

         Algumas notas do autor sobre o Afeganistão.   Entre 1946 onde tudo era mais precário e 1963 quando ele dá nova vista do país, a capital já tinha asfalto, escolas e mais estrutura.

         Em 1959 foi conquistada pelas mulheres a opção de usar ou não a burca em público.   Poucas aceitaram não usar, até pela pressão do marido e pelo peso da tradição.

         Na nota de 1963 o autor cita:   “Muitos desses jovens estão inclinados a aderir à Rússia, outros, graças aos céus, vèem mais futuro em ligações continuadas com o Ocidente”.

         O esporte do polo afegão é um esporte tradicional e continua praticado.   A cavalo, dois times começam a partida sacrificando um cabrito que é degolado e é pego pelas patas e dá início à partida e o que tem o cabrito na mão tenta avançar para o lado do gol por assim dizer.  Os adversários partem com tudo pra cima dele para “roubar a bola” – tomar o cabrito e correr para o gol.   É um esporte bastante violento e sempre há feridos leves e às vezes até com alguma gravidade.  

         A represa de Qala  Bist (agora relato do mundo real, não da ficção do livro) ficou ótima, tem usina elétrica e usaram a água para irrigação, mas o sal muito presente na água salinizou o solo e prejudicou as lavouras.   Ao ponto de abandonarem o projeto de irrigação.

         Os nômades não podem mais cruzar as fronteiras livremente como antes rumo à Rússia.  Há outras restrições de fronteiras a eles com a China e Índia.     (A região por questões políticas, culturais e religiosas tem longo histórico de atritos leves ou graves).

         O autor disse que os tempos em parte mudaram e há mulheres estrangeiras  que se casam com afegãos e vivem bem e felizes e podem visitar seus respectivos países sem problema.

         Qabir é um nome inventado (onde as caravanas se reuniam) mas os fatos relacionados ao lugar são reais.

         Bamian ainda é um dos lugares mais fascinantes e atraentes da Ásia.

         Há o Rio Bamian.    No passado remoto Gengis Khan perdeu um filho nessa cidade.

         Cochi  é uma palavra no idioma farsi que significa aqueles que se movem, os nômades.

         Sobre o Caramaçá das Línguas, o local é da ficção mas há os abrigos do gênero.    E pode ter ocorrido algo semelhante ao relatado neste livro em Herat onde Gengis Khan e seu exército matou mais de um milhão de pessoas.

         Para concluir, o autor cita um poema do sábio Poeta persa Omar:

         “Eu mesmo, quando jovem, frequentei assiduamente

         Doutor e santo, e ouvi grandes discussões

         Sobre isto e sobre aquilo: mas nunca mais

         Saí pela mesma porta por onde tinha entrado”.

 

(a próxima leitura que já está em curso é o Valsa Brasileira, da Economista Laura de Carvalho).   Foco na análise da nossa economia de 2000 para cá.

CAP. 09/10 - fichamento - livro - CARAVANAS - Autor: James Michener - americano (ficção baseada em 1946)

 CAP. 09/10

         Página 340 – O médico alemão que tinha no passado servido ao nazismo.    Ele:   A Alemanha continua a vida.   Dentro de alguns anos, a América estará implorando a amizade da Alemanha.   Estranho, não é?

         O autor citou o frio das montanhas e destacou que se parece com o frio do Tadjiquistão.     O povo afegão é considerado como “povos arianos”.

         ... entrar no grande Vale de Bamian.

         348 – Ellen lembrando da juventude e da lucidez do seu professor de música.  O único que compreendia ela.    “Nunca ocorreu ao meu pai que aquele professor de música meio confuso estivesse olhando para o mundo real, enquanto os outros me davam notas por causa de atributos que nunca teriam importância...   (como foi dito, ela era bela)

         ...”acho que eu vim para cá porque o Afeganistão era o lugar mais distante dos valores americanos que eu poderia alcançar.”

 Muitas pessoas jovens na América compreenderão – garantiu-me Ellen.

Estão começando a rejeitar qualquer sociedade construída por homens como meu pai.

         Muller diz:   Que Deus ajude a América – retorqui com amargura.

         Ellen:   São as pessoas jovens como eu que salvarão a América.  Elas compreenderão o que está acontecendo e modificarão as coisas.

         Ellen no lugar onde foi no passado um templo budista escavado na rocha perto de uma imagem de buda de uns 50 metros também esculpida na rocha e que apresentava a cara deformada pelos que são do Islamismo que proíbe a representação humana de Allah.

         Ellen reflete:  A busca dela pela simplicidade.   Deixou os pais e sua cidade nessa busca.   Conviveu com o engenheiro Nazrullah, buscando a simplicidade; foi embora com Zulfiqar e seu grupo nômade buscando a simplicidade e agora encontra a simplicidade no médico alemão da caravana.

         “E agora, Otto Stiglitz é mais simples que tudo”.

         353 -   ... quando a caravana chegar a Balkh, quando você (Muller) deixar Mira, sua namorada nômade, eu também irei embora...   mas irei com Otto....   Eles no momento, nos penhascos de Damian.

         356 – A cidade de Ellen, Dorset, fica na Pensilvânia.

         361 – Mira e Muller tem camelo pelo dote de estarem juntos.  Ele pergunta se ela conseguirá arranjar outro par na caravana quando ele se for.  Ela disse:  Eu tendo camelos, terei marido.

         362 – Czaque.   Povo nômade da Rússia (vizinha do Afeganistão).  Povo exímio em montaria a cavalo.

         363 – A esperada cidade de Qabir dos nômades.  Na confluência de dois rios, próximos da Rússia.   Muitos acampamentos.  Tendas negras.

         Algo como umas quatrocentas caravanas de umas duzentas pessoas cada.    Povo em encontro por pouca temporada e depois se dispersam de novo de forma cíclica.    Umas 60.000 pessoas no acampamento.

         Antes da Guerra  (II Guerra Mundial) aquele era o último posto avançado dos povos livres.

         O grupo de Zufiqar tinha mais de 500 ovelhas, ao redor de 100 camelos e dezenas de jumentos de carga.

         369 – Este é Shakkur, o quirguiz (do Quirguistão).  Um Chefe.

         371 – Cita queijo de leite do iaque, um animal parecido com bisão.

         372 -  Muller não conseguiu saber um segredo estratégico.  Onde aqueles nômades atravessavam o Rio Oxus.   (divisa com a Rússia).

         Do norte do Afeganistão vinham os Tadjiques, Uzbeques e os Quirguizes.   Da Rússia, os Cazaques e outros.

         Foi levado ao centro do poder de Qabir.   Só entrava homem na tenda da Chefia.    Homem e que fosse chefe de caravana.

         375 – Julgar um ladrão de caravanas.  Veredito:  cortar a mão direita.  No caso o ladrão foi pego e recuperaram a mercadoria.   Mesmo assim, foi executada a pena para servir de exemplo para inibir outros crimes do gênero.

                   Amanhã, capítulo 10/10 (final)

sábado, 6 de março de 2021

CAP. 08/10 - fichamento - livro - CARAVANAS - Um romance sobre o Afeganistão - Autor americano: James Michener

 CAP 08/10      (baseado no Afeganistão de 1946 logo após II Guerra Mundial)

         Página 293 – Passará a caravana andando inclusive por Balkh, esta que foi no passado remoto a principal cidade da Ásia Central.

         296 – Diz numa parte do livro que lá roubam de tudo na cidade e agora vai no deserto seguir com os nômades e deixar o jipe no caminho e seguir com os nômades.    Espera que o companheiro voltará ao local e levará o jipe que está no acampamento Caramaçá.

         297 – Na caravana, inclusive há burros de carga com balaios no lombo para transportar mantimentos.    A caravana anda em média 22 km por dia.     No deserto para aproveitar as horas mais de temperatura mais amenas, andam mais à noite.

         Nesta narrativa cita que quando o grupo de nômades parava numa cidade eventualmente alguns integrantes da caravana furtavam uma ou outra coisa que seria útil.

         302 – A caravana que o Muller acompanhou tinha ao redor de 200 pessoas.

         304 – o narrador passa uns dias, neste ficção, com os nômades e já dá um “laudo antropológico” sobre eles.  Diz que é um povo analfabeto, desleixado,...   “os dias se transformavam em meses e os meses em anos, sem nenhum alargamento do intelecto do grupo”.

         Chega ao ponto de duvidar que o grupo podia discernir sobre o bem e o mal.  (forçou a barra...)

         “É possível que os kochis (nômades) fossem felicíssimos em sua adaptação rude à natureza...”

         O rebanho de ovelhas do grupo era importante patrimônio do mesmo.

         308 – Cita carga de 400 quilos nas costas de cada camelo.

         Caravana passando por um povoado e o agito de medo de roubo dos moradores.   E os do povoado usando a burca sendo que as mulheres nômades não usam.   Isto deixa as mulheres dos povoados indignadas.

         311 – Nessa de transmissão de notícia de boca em boca, de aldeia em aldeia que chegou a Cabul e ao Chefe político Shah Khan a notícia da mulher loira seguindo em caravana com os kochis.

Ellen considera o povo da cidade do Afeganistão como presos e os nômades como povo livre.

         316 – Bate papo no acampamento.  Sobre o chefe.   “Ele me fazia muitas perguntas, mas eu aprendia mais do que ensinava”.

         Os kochis também seguem o Islã mas não obedecem aos mulás.

         319 – Ao levantar acampamento, mulheres e crianças recolhiam os excrementos de animais e colocavam em cestos a serem carregados pelos burros.    Região pobre em madeira e lenha, os excrementos secos viram carvão para o fogão.

         324 – No centro de Cabul, uma pequena montanha.     Na capital o chefe de Muller o convida para seguir com a caravana até Qabir para que este mapeasse o caminho pois os ocidentais não sabiam como esses nômades se comunicavam e transitavam até a Russia e vice versa.

         Pesquisar qual a influência dos russos no povo local.

         322 – Há rota milenar por despenhadeiros e vales que só os nômades conhecem e não descrevem até por não serem alfabetizados.

         Passam rumo a Qabir pelo local montanhoso Koh-i-Baba.    Os nômades mantém rebanhos de ovelhas do tipo da cauda gorda que são animais mais resistentes.   Guardam reservas de energia como gordura na cauda para aguentarem a adversidade da caminhada.  Cauda de até 60 cm.

         Fala-se do chapéu de astracã.   Feito de pele de um tipo mais nobre de ovelhas da região, mas menos resistentes ao rigor do deserto.

         Chapéu caro.     Ter rebanho de ovelhas astracã era padrão de riqueza.

         335 – Casamento.  Festa com música, instrumentos, doces para as crianças.    A noiva que solteira usava saia vermelha, passa a usar saia preta.

         A noiva ao casar, no caso dos nômades, ganha um certo número de ovelhas como dote.   Mas elas ficam compondo do rebanho do grupo. 

 

         Continua no capítulo 09/10 

sexta-feira, 5 de março de 2021

CAP. 07/10 - fichamento - livro - CARAVANAS - Um romance sobre o Afeganistão (ano 1946) - Autor: James Michener

 CAP. 07/10            (lido em fevereiro de 2021)

         O povo do islamismo não come carne de porco.

         Página 227 – Viajando à noite de jipe no deserto, viu uma luz e disse:  é a Cidade.    O americano pergunta se vão seguir até lá. Nazrullah diz que não, que vão pousar no deserto ao que Muller pergunta o por quê?

         - É que parece perto mas estamos ainda há cem quilômetros da Cidade que você está avistando as luzes dela.

         230 – Molhar o turbante para refrescar a cabeça.  Turbante de oito metros de pano enrolado.   Molhado, o turbante absorve bastante água e vai liberando à medida que a pessoa vai exercitando e demandando essa água.

         Assim diminui um pouco o sufoco do calor seco do deserto.

         Xarife – príncipe ou governante muçulmano.   Título que recebe o muçulmano que já visitou três vezes a cidade sagrada de Meca.

         Os do jipe chegaram onde o rio Helmand termina raso e desaparece no deserto.   Parte da água evapora e parte infiltra no solo arenoso.

         A que o autor chamou de A Cidade ( o nome de verdade era Chakhansur) era no passado remoto um povoamento espalhado pro 110 km na margem do rio e que abrigou no passado uma civilização.   Fica na divisa com a antiga Pérsia, hoje Irã.

         232 – Na época de Alexandre Magno, era uma das maiores concentrações humanas do mundo.

         233 – Os islamitas baniram as imagens com forma humana em seus ritos de fé.  (por isso provoca ira quando outros povos desenham algo se referindo a Allah.)

         234 -  A cidade mais importante do passado afegão se chama Balkh.

         Lá era um exemplo de irrigação no passado remoto mas junto com a água vinham sais que mudam a química do solo e vão tornando-o inóspito para vegetais.     Na irrigação com água muito concentrada em sais, a água evapora ou infiltra nas camadas inferiores do solo e o sal vai se depositando na superfície até chegar ao limite de tornar o solo estéril.

         O autor chega a dar um recado aos irrigantes dos anos 40 dos USA, das regiões do Denver e do Colorado.    Risco de salinização do solo.

         Cabras – são animais que conseguem viver em condições bem extremas de solo e clima.   Criadas de forma intensiva pelo ser humano, se tornam por essa razão predominantes no ambiente e devoram o verde meio em geral para sobreviver.    Elas são fonte importante de proteína para os habitantes, mas por outro lado podem ter depredado florestas inclusive por roer a casca de árvores maiores provocando a morte das mesmas.

         Madeira é coisa rara na maior parte do território afegão.

         O Engenheiro Nazrullah pergunta e responde:  quem são as cabras que acabam com as florestas da América?    São os seres humanos.

         Destaca que os alemães voltaram a plantar árvores, ficando em melhor situação ecológica.

         Cidade de Chahar, quase na divisa com o Irã.  Plantação de romãs.  Nessa cidade os do jipe foram socorrer o engenheiro americano que teve fratura exposta no trabalho e estava sem cuidados médicos.   Foram levar socorro e um médico para atende-lo.   O acidentado estava com seus quarenta anos de idade.

         265 – O médico alemão que foi ao socorro no passado serviu ao nazismo.  Fez experiências com seres humanos.   Pesquisou até quanto tempo um ser humano aguenta ficar no frio extremo.  Foi aumentando a dose até o judeu cobaia entrar em óbito.

         273 – A jovem americana Ellen entre os nômades.  Ela diz:

         “Os selvagens me trataram muito bem.”   Ela era agora uma das esposas do chefe de uma caravana de nômades.  Ele, Zulfiqar.

         275 – O líder dos nômades protestou com Muller por causa do termo povindahs.    O termo é do inglês para indicar que os nômades são “tolerados – tem permissão”  para transitar pelos países.

         Os nômades se denominam Kochis.

         Ellen seguia um grupo de kochis que tem como líder Zulfiqar.

         Ela alega: “Porque eu gostaria de caminhar com o povo livre”.

         284 – O grupo com quem ela caminha.   Não tem casa, não tem nacionalidade e tem 91 camelos, burros e ovelhas.    E tem liberdade.

         285 – A família de Ellen é Presbiteriana.   Ela fica brava com Muller por este ficar recriminando-a.    “Os anos passarão e ele será enfiado em algum buraco insignificante como a embaixada de Bruxelas”.   (o que para ele seria o sonho de carreira, para ela é uma insignificância, o que mostra que há diferentes formas de ver o mundo)

         Ela a Muller:     “você é um jovem e já está na meia idade precoce.  Tenho imensa pena de você”.

         290 – Abrir latas de ração K.  (ração das Forças Armadas dos USA)

         Assar o nan em fogo usando como carvão, esterno seco de fezes de camelo.

         Fala de Ellen sobre o marido nômade:    “Não posso explicar Dorset (a cidade de onde ela veio) para ele, nem ele para Dorset”.

         Os nômades desse grupo fazem por ano caminhada de 1.500 km de ida em certo período do ano conforme comportamento do clima e retornam outros 1.500 km.      Percurso de um grande rio a outro.     Adultos andando à pé e crianças e cargas nos camelos.

         Continua no capítulo 08/10