Cap.02/10
...
Parque Nacional Denali no Alasca. Lá
era permitido caminhar e “viver da terra por alguns meses”. Neve no chão.
O que
deu carona achou que o jovem levava pouca coisa na mochila para quem ia ficar
bom tempo só no Parque. Não estava
levando nada de comida, fora um pouquinho de arroz.
O
caronista perguntou se o motorista já tinha dado carona a outros jovens doidos
do sul que queriam seguir as “arriscadas fantasias de Jack London. “Gente que acha que a vastidão imaculada
irá preencher todos os vazios de sua vida.
... o mato é lugar que não perdoa.”
Leem a
revista Alasca e depois vão lá e percebem que as coisas não são assim tão
fáceis. Rios grandes e de corredeiras
fortes. Mosquitos. Não há muitos animais para caçar e se
alimentar.
O carona
perguntou sobre os tipos de caça da região e de frutas.
Alex
disse que tinha na mochila, em termos de alimentos, 4,5 kg de arroz. Abril, início da primavera, mas ainda com
neve. Rifle calibre 22, muito pequeno para animais como alce, caribu etc.
“Não
tinha machadinha, protetor contra insetos, raquetes de neve para calçar,
bússola. Só levava um mapa rodoviário
velho.
Chegando
na Cadeia de Montanhas do Alasca, Alex disse que tinha medo de rio.
Healy,
cidade de mineração de carvão. No mapa
a “Trilha do Estouro da Boiada”. No
mapa, trilha pontilhada de mais ou menos 60 quilômetros e que acabava na mata.
Ao
norte, o Monte Mc Kinley. “É para lá
que pretendia ir”, disse Alex.
O que
deu carona tentou de tudo para ele desistir daquela rota. Até ameaçou falando de ursos. Sugeriu ao jovem, leva-lo até a cidade,
comprar os apetrechos e traze-lo de volta ao local. Nada.
Obrigado. Eu me viro com o que
tenho.
Gallien
perguntou se ele tinha licença de caça – claro que não!
“O jeito
como eu me alimento não é da conta do governo.
Fodam-se as regras estúpidas deles”.
Perguntou
ao carona se a família sabia dos seus plano e ele disse que não e que fazia
dois anos que não dava notícias à família.
“Não
tinha como fazer o jovem desistir...”
O jovem
estava excitado. “Mal podia esperar para
entrar no mato e começar”. Estavam
perto da mais alta cadeia de montanhas da América do Norte.
O carona
queria dar o relógio a Gillen até porque se o outro não aceitasse, ele disse
que iria joga-lo fora. Não seria mais
necessário. O motorista deu ao jovem um
par de botas impermeáveis. Se
despediram no dia 28-04-1992.
Página
21 – Capítulo 2 do livro
Frase
entalhada pelo jovem onde ele foi encontrado morto: “Jack London é rei” - e o jovem escreveu o seu “novo nome”:
Alexander Supertramp. Maio de 1992
O autor
cita um trecho do livro Caninos Brancos de Jack London. Livro que li há muitos anos. Frase de Jack London diante daquele lugar
inóspito:
“Era a
imperiosa e incomunicável sabedoria da eternidade rindo da futilidade da vida e
do esforço de viver”.
Uma
trilha aberta na década de 1930 por um aventureiro que encontrou minério de
antimônio no local. Na década de 60 a
mineradora arrastou três ônibus velhos com beliches e fogão para empregados mineiros
se abrigarem. Depois, trouxe de arrasto
dois dos três ônibus de volta e deixou um lá para abrigo de caçadores.
1992 –
era comum visitantes fazerem a trilha e visitarem o ônibus abandonado.
Página
23 – Parque Nacional Denali. Muito
comum neste, animais como lobos, ursos, caribus, alces e outros tipos de
animais.
No
outono se abre a temporada de caça ao alce.
O casal que chegou ao ônibus pouco antes dos três caçadores da região,
que viram o bilhete do jovem pedindo socorro, dizendo estar ferido. E o mal cheiro. O jovem morto há duas semanas e meia. Era o “nosso aventureiro”.
Continua
no capítulo 03/10