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quarta-feira, 19 de maio de 2021

CAP. 02/10 - fichamento - livro - NA NATUREZA SELVAGEM - Autor jornalista Jon Krakauer - baseado em fato no Alasca

 Cap.02/10

         ... Parque Nacional Denali no Alasca.    Lá era permitido caminhar e “viver da terra por alguns meses”.   Neve no chão.

         O que deu carona achou que o jovem levava pouca coisa na mochila para quem ia ficar bom tempo só no Parque.  Não estava levando nada de comida, fora um pouquinho de arroz.

         O caronista perguntou se o motorista já tinha dado carona a outros jovens doidos do sul que queriam seguir as “arriscadas fantasias de Jack London.     “Gente que acha que a vastidão imaculada irá preencher todos os vazios de sua vida.     ... o mato é lugar que não perdoa.”

         Leem a revista Alasca e depois vão lá e percebem que as coisas não são assim tão fáceis.   Rios grandes e de corredeiras fortes.   Mosquitos.  Não há muitos animais para caçar e se alimentar.

         O carona perguntou sobre os tipos de caça da região e de frutas.

         Alex disse que tinha na mochila, em termos de alimentos, 4,5 kg de arroz.   Abril, início da primavera, mas ainda com neve.   Rifle calibre 22, muito pequeno  para animais como alce, caribu etc.

         “Não tinha machadinha, protetor contra insetos, raquetes de neve para calçar, bússola.    Só levava um mapa rodoviário velho.

         Chegando na Cadeia de Montanhas do Alasca, Alex disse que tinha medo de rio.

         Healy, cidade de mineração de carvão.   No mapa a “Trilha do Estouro da Boiada”.   No mapa, trilha pontilhada de mais ou menos 60 quilômetros e que acabava na mata.

         Ao norte, o Monte Mc Kinley.   “É para lá que pretendia ir”, disse Alex.

         O que deu carona tentou de tudo para ele desistir daquela rota.   Até ameaçou falando de ursos.   Sugeriu ao jovem, leva-lo até a cidade, comprar os apetrechos e traze-lo de volta ao local.  Nada.   Obrigado.   Eu me viro com o que tenho.

         Gallien perguntou se ele tinha licença de caça – claro que não!

         “O jeito como eu me alimento não é da conta do governo.   Fodam-se as regras estúpidas deles”.

         Perguntou ao carona se a família sabia dos seus plano e ele disse que não e que fazia dois anos que não dava notícias à família.

         “Não tinha como fazer o jovem desistir...”

         O jovem estava excitado.  “Mal podia esperar para entrar no mato e começar”.    Estavam perto da mais alta cadeia de montanhas da América do Norte.

         O carona queria dar o relógio a Gillen até porque se o outro não aceitasse, ele disse que iria joga-lo fora.   Não seria mais necessário.   O motorista deu ao jovem um par de botas impermeáveis.    Se despediram no dia 28-04-1992.

         Página 21 – Capítulo 2 do livro

         Frase entalhada pelo jovem onde ele foi encontrado morto:   “Jack London é rei” -  e o jovem escreveu o seu “novo nome”: Alexander Supertramp.   Maio de 1992

         O autor cita um trecho do livro Caninos Brancos de Jack London.  Livro que li há muitos anos.   Frase de Jack London diante daquele lugar inóspito:

         “Era a imperiosa e incomunicável sabedoria da eternidade rindo da futilidade da vida e do esforço de viver”.

         Uma trilha aberta na década de 1930 por um aventureiro que encontrou minério de antimônio no local.    Na década de 60 a mineradora arrastou três ônibus velhos com beliches e fogão para empregados mineiros se abrigarem.   Depois, trouxe de arrasto dois dos três ônibus de volta e deixou um lá para abrigo de caçadores. 

         1992 – era comum visitantes fazerem a trilha e visitarem o ônibus abandonado.

         Página 23 – Parque Nacional Denali.   Muito comum neste, animais como lobos, ursos, caribus, alces e outros tipos de animais.

         No outono se abre a temporada de caça ao alce.    O casal que chegou ao ônibus pouco antes dos três caçadores da região, que viram o bilhete do jovem pedindo socorro, dizendo estar ferido.   E o mal cheiro.   O jovem morto há duas semanas e meia.    Era o “nosso aventureiro”.

                   Continua no capítulo 03/10

sábado, 15 de maio de 2021

CAP. 01/10 - FICHAMENTO - LIVRO - NA NATUREZA SELVAGEM - autor - jornalista americano Jon Krakauer - Baseado em episódios reais no Alasca e USA (1992 os fatos)

 FICHAMENTO – LIVRO – NA NATUREZA SELVAGEM Cap. 01/10

Início da leitura: 04-04-2021 – Autor: Jon Krakauer – Cia das Letras – 2008 – 213 páginas – 9ª reimpressão.
Página 9 – Nota do autor. Ano de 1992 que aconteceu a aventura do jovem de família abastada do Leste dos USA ao Alasca. O jovem foi sozinho numa região desabitada e selvagem ao norte do monte Mc Kinley.
Quatro meses depois o corpo dele foi encontrado decomposto por um grupo de caçadores de alce. O autor foi encarregado pelo editor da Revista Outside para fazer uma reportagem na região e tentar levantar detalhes da aventura e da morte do jovem. O jovem: Christopher Johnson Mc Candless. Ele cresceu num subúrbio rico do Washington DC e foi excelente aluno e atleta de elite.
Em 1990, logo após formar-se com distinção na Universidade Emory, o jovem sumiu de vista. Mudou de nome, doou os 24.000 dolares que tinha na poupança para uma instituição de caridade, abandonou seu carro e a maioria dos pertences.
Inventou então uma vida nova para si. Vagou pela América em busca de novas experiências. Da sua partida até sua morte a família não teve mais notícias dele.
Em 1993 o jornalista entregou no prazo o artigo de 9.000 palavras à Revista e cumpriu essa tarefa. Por outro lado, pessoalmente continuou intrigado com o caso do rapaz que guardava alguma semelhança com sua própria juventude.
O autor ficou um ano refazendo a rota do jovem até pela taiga do Alasca. O autor refletir sobre... “a atração que as regiões selvagens exercem sobre a imaginação americana, o fascismo que homens jovens com um certo tipo de mentalidade sentem por atividades de alto risco...”
Os laços altamente tensos que existem entre pais e filhos.
“Não tenho a pretensão de ser aqui um biógrafo imparcial”. O autor alega que em certos trechos ilustra hipóteses de conduta e sentimento do jovem colocando um pouco da sua vivência pessoal”. (em vinte anos o autor, então jovem, foi vinte vezes para o Alasca por aventura como alpinista, trabalho como jornalista, pescador de salmão, carpintaria)
“Ele era um jovem veemente demais e possuía traços de idealismo obstinado que não combinavam facilmente com a existência moderna”.
O jovem era leitor de Tolstoi... “romancista tinha abandonado uma vida de riqueza e privilégios para vagar entre os miseráveis”. Quando o jovem se embrenhou pelo Alasca, sabia que lá tudo seria rústico e adverso. Mais de seis semanas de provação.
“Uma quantidade surpreendente de pessoas sentiu-se afetada pela história de vida e de morte do jovem, pela leitura da revista Outside”.
Após a reportagem, a revista recebeu mais cartas do que jamais tinha recebido. O autor encerra a Nota de abertura na cidade de Seattle – USA em abril de 1995.
Página 15 – Capítulo 1 – O interior do Alasca
No mapa do Alasca se destacam mais ao sudoeste o Golfo do Alasca e mais a noroeste o Mar de Bering. E o soberano Rio Yukon, onde no passado houve uma corrida do ouro. (li uns quatro livros do Jack London sobre a região. A filha das Neves, Ventos do Norte, Caninos Brancos e Memórias de um Bebedor (ou John Barleicorn)
O jovem tinha um amigo que encontrou pelas andanças no Oeste dos USA. Wayne, da cidade pequena chamada Cartago em Dakota do Sul. O endereço do amigo de Cartago virou a caixa postal do jovem com outra identidade.
Em 27-04-1992 o jovem enviou de Fairbanks no Alasca, perto do Rio Yukon e pediu (e se despediu) ao amigo para devolver ao remetente todas as cartas endereçadas a ele. No cartão de despedida disse ao amigo que ele era um grande cara.
“Caminho agora para dentro da natureza selvagem”. Ass. Alex.
15 – O caminhoneiro Jin Gallien deu carona para ele até Fairbanks. Caroneiro com mochila e a ponta do rifle saindo acima da mochila. O veículo era uma pick up. O jovem pedindo carona disse se chamar Alex (seu nome agora de nômade).
Queria carona até a divisa do Parque Nacional Denali no Alasca.
Continua no capítulo 02/10

sábado, 24 de abril de 2021

RESUMO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PREVI – BB DE 2020

RESUMO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PREVI – BB DE 2020

         Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – abril de 2021

         Sou aposentado do BB desde o final de 2012 e sempre acompanhei os dados do desempenho do nosso Plano 1 da Previ.    Residindo em Curitiba após aposentado, nos anos anteriores à pandemia, eu ia assistir de forma presencial a Prestação de Contas da Diretoria da Previ aos seus associados e acompanhar inclusive as perguntas e respostas que visam esclarecer em mais detalhes do que foi apresentado.   Tenho no blog amador www.resenhaorlando.blogspot.com.br publicados os resultados de vários anos de forma resumida.

          Neste ano assisti pela internet a apresentação da Diretoria e a parte de perguntas dos associados inscritos.  

         Faço aqui um apanhado daquilo que achei mais relevante além dos números do nosso Plano 1. 

         Antecipo que o resultado de 2020 foi um SUPERAVIT DE 13,92 BILHÕES DE REAIS puxado basicamente pela valorização de 70% das ações da Vale, da qual nós detemos 55,5 bilhões de reais.

         Vamos agora na sequência das demais anotações pela ordem de exposição.

         Nossa Previ tem seus 117 anos de existência.   A apresentação foi feita no dia 08-03-2021, dia Internacional da Mulher e os diretores todos enalteceram a data comemorativa.

         O Presidente em Exercício da Previ é o Sr José Maurício Pereira Coelho.    Informou que em dado momento de 2020 a Previ estava com déficit de 24 bilhões de reais.   Depois o resultado foi revertendo e fechamos 2020 com o superavit de 13,92 bilhões de reais.

         Fala do Ricardo Ferraz – Diretor de Planejamento em Exercício.

         Slogan – Superação

         “2020 não foi um ano fácil pra ninguém”.    Estamos aqui para falar de boas novas.   Adotaram teletrabalho em tempo integral.   Incentivaram as empresas participadas  a ajudarem a população na pandemia.   Nosso propósito – “cuidar do futuro das pessoas”.    Somos mais de 100.000 associados.  No Plano 1 somos 111.174 pessoas.

         Ao todo, Plano 1 e Previ Futuro, somos 195.600 pessoas.

         Associados e Patrocinadores dividem decisões.   Quatro Pilares.

         Planejamento Estratégico – Estamos no plano 2021 a 2025 sendo que os planos passam por revisão anualmente.

         Programa de investimentos – Elaborado pela Diretoria de Planejamento e aprovado pelo Conselho Deliberativo e executado pela Diretoria de Investimento.

         O Plano 1 paga 13 bilhões de reais por ano aos associados e pensionistas.     Em pecúlios por morte: pagou 361 milhões de reais em 2020.

         Ano 2020 – saímos de zero de resultado, ficamos no vermelho até setembro e a partir de outubro de 2020 passamos ao positivo e terminamos o ano com 13,92 bi de superavit.

         O Ricardo Ferraz tem experiência de 20 anos de Previ.

         Um pequeno histórico dos resultados da Previ:

         Ano 2016    .............. – 13,94 bilhões (negativo)

         Ano 2017.................. -   4,29 bilhões (negativo)

         Ano 2018.................. +   6,52 bilhões (positivo)

         Ano 2019.................. +   2,38 bilhões (positivo)

         Ano 2020....................+ 13,92 bilhões (positivo)

         Para 2020 a meta atuarial era 10,46%.  O plano 1 rendeu 17,20%

         Estamos em termos aproximados com 99 bilhões aplicados em Renda Variável e 99 bilhões em Renda fixa.

         Com já foi visto, as rendas variáveis estão bem concentradas na empresa Vale.  

         Gestão de Risco    - compramos no exercício de 2020 a soma de 11,5 bilhões em títulos públicos.

         Aplicamos em empreendimentos como Petz, Rede D´Or etc.

         Alguns dados:  Empréstimos Simples:    806.000.000,00 de reais

        

         Cairam no exercício as Despesas Administrativas da Previ.   Em anos anteriores chegaram na casa dos 400.000.000,00 e em 2020 foi de R$.290.000.000,00.

         A Previ tem ganho destaque em ranking do Banco Central.  Está no top 5 do setor pelo acerto em suas projeções macroeconômicas.

         ASGI – Investimento Responsável.   Código Steward Ship.   A Previ por suas práticas nesse quesito, é candidata ao PRI Programa Interno de Inovação.

         Participa com destaque na ABRAPP Associação Brasileira de empresas de Previdência Privada.

         Empréstimos simples aos associados:  R$.806.000.000,00 de estoque de empréstimos.   Mais de 80 mil contratos em vigência.

         Houve eleição da diretoria da Previ em 2020.

         Disse que o novo Site da Previ tem tudo que o associado precisa e também o mesmo ocorre com o App para celular.

          Está presente em todas as redes sociais, inclusive Yotube.

         Produto novo:    PREVI FAMÍLIA.       Adota 3 perfis de exposição a risco pelos que aderem.   Prudente – com zero por cento de aplicação em renda variável.   Balanceado – com até 30% de Renda Variável.   Ousado com até 60% de renda variável.       www.previfamilia.com.br

         A fala terminou aqui e está no site da Previ.   Durou 33 minutos e em seguida foram as perguntas de associados.

         Em 2020 os resultados de investimentos da Previ no exterior tiveram excelentes resultados.   Ela irá expandir um pouco essa modalidade.

         Se bem entendi, para que haja distribuição de superavit precisa que em três anos seguidos supere 20% de rentabilidade, o que é bem raro. 

         Foi dito pelo Diretor de Seguridade que a Previ usa a mesma norma desde 1997 para remunerar seus dirigentes.    A mesma também para pagar os associados.

         Destacou que nosso Plano 1, já maduro, mas a projeção é que ele siga até 2095.

         Temos 27% do patrimônio do Plano 1 entre Vale, Litela, Litel.  (Litel – um conjunto de Planos de Previdência – Previ, Petros e outros)

         A meta da diretoria é desconcentrar essas aplicações para diminuir riscos de flutuações bruscas.

         (Espero ter resumido de forma útil aos colegas o tema em pauta)

         orlando_lisboa@terra.com.br  

sexta-feira, 9 de abril de 2021

CAPITULO FINAL 08/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - Autor moçambicano - MIA COUTO

CAP.08/08 (final)            leitura em abril de 2021

         Página 125 – Conto – A avó, a cidade e o semáforo

         A avó que morava em aldeia e o neto, professor, ganhou um prêmio e ia recebe-lo na cidade.  A avó queria saber quem iria cozinhar para ele lá na cidade.   “Na panela se verte tempero ou veneno, diz a avó”.

         “Nem pensar, nunca tal se viu, sujeitar-se a um cozinhador de que nem o rosto se conhece”.   (e que pode ser de aldeia inimiga)

         - “Cozinhar não é um serviço, meu neto.   Cozinhar é um modo de amar os outros”.

         Em resumo, a avó tanto insistiu que foi para a cidade para “proteger” o neto e inspecionou tudo no hotel e sentiu alívio porque o da cozinha era da tribo dela.    Na volta, ela optou por ficar “morando” lá na cidade, de forma precária e vivendo de ajuda de caridade.   Dormia perto do semáforo e gostava de perceber as cores se alternando.

         Conto – O menino que Escrevia Versos

         “O pai da criança, mecânico de nascença e preguiçoso por destino espreitara uma página”.    Lia motores, interpretava chaparias”.

         Quando jovem...   “namoros de unha suja de graxa”.

         Versos pela casa.   “O pai sentenciara:  havia de tirar o miúdo da escola.   Aquilo era coisa de estudos a mais, perigosos contágios, más companhias”.

         O rapaz ao invés dos esfregas-esfregas com as meninas... escrevia versos.   A mãe do garoto, Serafina, sempre defendia o filho.

         O pai:  Então que ele seja examinado:  revisão geral.  “Parte mecânica e elétrica”.   Para o pai aquilo era uma vergonha familiar.

         O médico:  Doi alguma coisa?   - Doi-me a vida, Doutor.   O doutor pediu para a mãe e o garoto deixarem o caderno de versos para o médico analisar.   Conversariam no retorno.

         No retorno da consulta, o médico perguntou se tinha trazido mais versos escritos e o menino trouxe mais meio caderno das poesias recentes.

         O médico “internou” o garoto por uns tempos.   Nesses tempos, o menino era solicitado a ler poesias para o médico. E o médico:   - Não pare, meu filho.  Continue lendo...

         Conto – Uma questão de Honra

         Os dois velhos amigos a jogar dama no bar todo dia na mesma mesa.

         Jogar e conversar.  “À volta do tabuleiro os dois tinham construído uma ilha, um castelo sem areia onde ainda valiam a palavra, a honra e a amizade”.     Horas à fio ali jogando com direito a cochilos e tudo.

         “O bar era o lar.   E cada um deles era, para o outro, a humanidade inteira”.   Deixavam jogo em curso e voltavam no outro dia para dar sequência.    Um dia as peças estavam mudadas.  Deu conflito.  Foram pedir opinião ao juiz da comunidade.  Os dois amigos se desentendem.

         “E separaram-se, cada um conforme sua solidão”.   “Confiança manchada, amizade desmanchada”.   Um deles voltou a falar com o juiz.

         “E o compadre Fabião era a quem confiava sua única e última riqueza: gordas lembranças, magras confidências”.

         O juiz deu um parecer que deixou o velho arrasado e este tinha ido armado falar com o juiz.   Indignado, tentou atirar no juiz e um segurança atirou primeiro e matou o velho jogador de damas.

         O outro teve seu mundo desmoronado e ficava solitário horas em frente ao tabuleiro no bar e não tinha mais o amigo para jogar e tocar a vida.

 

         Conto – Peixe para Eulália

         “A seca durava há anos.  Sem pingos, sem lágrima, sem gota”.  Consultaram o andarilho.   “Senhorito era conhecido por não ter sabedoria de nada”.

         “Ninguém é só atrasado: outras habilidades se esconderão em outra dimensão do ser.  Desconfie-se”.

         - “Assim sem as vistas, quem sabe, evito as feiuras da vida”.   (diziam que certas horas ele retirava os olhos e depois os colocava no lugar)

         “A aldeia, quanto mais pequena, mais carece de um louco.   Como se por via desse louco se salvassem, os restantes, da loucura.”

         “Já a sede ombreava com a fome”.

         Eulália do correio que era gorda, adoeceu e emagreceu.    “E já nem forças tinha para sofrer”.    Um dia foi vista sentada aos pés do louco que a compreendia.

         O louco fez um  barco a remo, colocou o mesmo na vertical e subiu remando, remando e não foi mais visto.   Iria buscar chuvas e abundância de peixes.   Só Eulália acreditou.   E um dia choveu muita água e peixes.

         ...”chuva gorda, farta, despenteada trança de água no colo do universo.”   “Vale não haver escassez de loucos”.

                            Final.             04-04-2021

                            orlando_lisboa@terra.com.br 

CAP. 07/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - autor moçambicano - MIA COUTO (detentor de premiações internacionais)

CAP. 07/08

         Conto – O Rio das Quatro Luzes

         Frase de abertura – Adaptação de um provérbio moçambicano:  “O coração é como a árvore – onde quiser, volta a nascer”.

         O menino de mão dada com a mãe vê um enterro e disse a ela que queria um dia ir num caixão daqueles.   Ela ficou estarrecida.

         “Ainda olhou o desfile com inveja.   Ter alguém assim que chore por nós, quanto vale uma tristeza dessas?”.

         À noite o pai veio conversar com o filho, o que raro fazia.   O filho disse que já deveríamos nascer grandes, adultos para não ter que ficar adiando.

         “Mesmo o pai passava a vida louvando sua infância, seu tempo de maravilhas”.

         A conversa com o pai não foi boa.   Um dia o menino reclamou com o avô que deu atenção a ele e no fim fizeram um trato a pedido do menino.  Que Deus levasse primeiro o menino, já que ele gostava do avô (compreensivo e que amava a vida).   O trato deixou o menino tranquilo e sempre queria ir visitar o avô e este dizendo que fez o requerimento a Deus para atender ao pedido do neto.  

         E o avô recomendou ao neto para não se preocupar, ir meninando em seu tempo até ser atendido no pedido a Deus.    O avô lhe contou dos lugares secretos de sua infância.  Perseguiram borboletas, adivinharam pegadas de bichos...

         “O menino sem saber se iniciava nos amplos territórios da infância”.   “Na companhia do avô, o moço se criançava, convertido em menino”.

         Um dia o avô fez uma reunião com os pais do seu neto em particular.

         “Criancice é como amor, não se desempenha sozinha.   Faltava aos pais serem filhos, juntarem-se miúdos com o miúdo.   Faltava aceitarem despir a idade, desobedecer ao tempo, esquivar-se do corpo e do juízo”.  Esse é o milagre que um filho oferece – nascermos em outras vidas.   E nada mais falou.

         Página 117 – Conto – O Caçador de ausências

         “Vasco não devia só a mim, mas ao mundo”.    A mulher do Vasco acabou sumindo de casa pela mata e beira de rio.  Vasco sai à procura desesperada da esposa.

         “A solidão se enroscou, definitiva, em seu viver”.    O narrador levou um saco para trazer o dinheiro da cobrança da dívida junto ao Vasco.    .... saco vazio.   Nada conseguiu.

         “Tra

zia comigo, o meu nenhum dinheiro, bolso enchido de sopro”.

         121 – Conto – Enterro televisivo

         O dono da casa pediu que quando morresse, queria ser enterrado com sua TV.   Desmontaram a TV e enterraram o morto e a TV juntos.   No velório a viúva pediu aos presentes uma nova TV.   E que colocassem a antena amarrada na cruz do túmulo.   E se se enterrasse o defunto meio raso para o defunto sintonizar melhor os canais.   Assistiam novelas brasileiras, mexicanas...

         À noite a viúva foi ao cemitério deitar junto ao túmulo do marido para juntos seguirem a rotina de assistir as novelas...

         Continua no capítulo final 08/08 

CAP. 06/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - autor: Moçambicano - MIA COUTO

 CAP. 06/08 – Conto – A Carta de Ronaldinho        (leitura em abril/2021)

         O rico e o pobre.   Uns aprendem a andar e outros aprendem a cair.

         “Filipão Timóteo pesava ou era pesado pelo chão?”.  Vida dura.

         “- Me restam duas saídas – sorria ele -, ou perder ou sair vencido”

         Um grito de gol.   “O pulo é o desajeito humano de ensaiar um voo”.

         Num jogo de seleção no Mundial.    ...”a distração é a morte do goleiro”. (para eles o goleiro é guarda-redes)

         O velho pirado assistia por tempo indefinido seu campeonato mundial numa TV que ele desenhou na parede de casa.   E avisava os vizinhos que o jogo ia começar.  

         Um dia os filhos vieram leva-lo.   Ele explicou que não.   Não abandonaria o campeonato (imaginário).  Era o técnico!

         Sugeriram aos filhos para não argumentarem com a realidade...

         “A realidade não é um sonho fabricado pelos mais ricos?”

         E assim ficou:   Filipão no sonho do jogo, os outros no jogo dos sonhos.    O velho tinha na cabeça uma carta a ele endereçada pelo Ronaldinho Gaucho.   O filho desistiu de leva-lo dali.   Na saída do filho, uma encomenda do pai:  Na sua nova visita, me traz um gis novo para eu desenhar uma TV novinha.

        

         Conto – O dono do cão do homem

         O narrador não tem linhagem mas o cão tem pedegree.   Meu cão com nome de humano: Bonifácio.   “Nome de bicho? Vou ali e não venho”.

         Recolhi cocô do meu cão na rua.  Prestei essa deferência ao meu próprio filho?

         Na rua, só olhavam para meu cão e elogiavam.  (o dono era um nada).

         Um dia ao passear na rua, o Bonifácio mordeu um gato.  O dono do gato reclamou.   “E no focinho do Bonifácio morava um sorriso de imaculada inocência”.

         Página 107 – Conto – Os machos lacrimosos

         Homens no bar e as mulheres no lar.   “E assim se produziam eles, se consumiam elas.”

          Lá em Moçambique também tem as carpideiras para chorar em velórios.

         Um provérbio dos amigos da bebida.  – Quem quer bebida, pede medida.     Um da turma sempre trazia novidades aos amigos do bar.  Piadas aos colegas de goles.

         Um dia alguém contou seu drama e todos choraram no bar.   E nos outros dias, mais dramas e mais choros.   Ficaram mais próximos de suas mulheres e passariam a trata-las melhor.

         “Chorar é um abrir o peito.  O pranto é o consumar de duas viagens: da lágrima para a luz e do homem para a maior humanidade.”

         Afinal, a pessoa vem à luz logo em pranto?  O choro é nossa primeira voz.

                   Continua no capítulo 07/08

quinta-feira, 8 de abril de 2021

CAP. 05/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - autor: Moçambicano - MIA COUTO

 CAP. 05/08

         Página 85 – Conto – Maria Pedra no Cruzar os caminhos

         ... mulheres naqueles escangalhos.     A moça deitada na rua em oferta pública.  O pai...

         “o homem vivia entre o vazar de garrafa e o desarrolhar de outra garrafa.   A mãe foi buscar a filha na rua.   A filha chorava.  Seria dessas inventadas mágoas, dessas que ela criava apenas para se sentir existente?”

         89 – Conto -  O novo Padre

         “E até os padres não resistiam à luxúria que os trópicos suscitavam.  Na igrejinha só entravam poucos.  Não que ele fosse racista, insistia ele. Mas era sensível aos cheiros”.

         O engenheiro encostando a cabeça na janelinha do confessionário.  “Mesmo na casa de Deus, as paredes gostam de escutar”.

         95 – Conto – O peixe e o Homem

         Cita na abertura do conto um trechinho do Sermão de Santo Antonio aos Peixes, do padre Antonio Vieira.

         Também lá em Moçambique existem as expressões “tubarões”, peixe graúdo e peixes miúdos para se referir à condição de pessoas.   Diz que mandantes de crimes, são os tubarões.  Poderosos da indecência são peixes graúdos.  Pobres executantes de crimes são os peixes miúdos.   Estes no Brasil também são chamados de arraia miúda.

         Diz que é injusto.   Os crimes não ocorrem dentro da água, entre os peixes.  Os crimes são aqui fora, são provocados por humanos.

         Fala de um homem que andava toda tardinha à beira de um lago com uma trela presa à cauda de um peixe.   O peixe ia nadando na beirada e o homem acompanhando em volta do lago.

         Diz que no caso não era Santo Antonio fazendo sermão aos peixes, mas ao contrário, era o peixe fazendo sermão ao homem.

         “Minha sabedoria é ignorar as minhas originais certezas.   O que me interessa não é a língua materna...”

         O narrador substitui o “doido” que andava com o peixe na trela a pedido do tal que caiu doente e fez o pedido.

         Os vizinhos cochichavam por haver um novo doido em missão maluca. 

         - “Não existe terra, existem mares que estão vazios”.

 

                   Continua no capítulo 06/08