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sexta-feira, 9 de abril de 2021

CAP. 07/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - autor moçambicano - MIA COUTO (detentor de premiações internacionais)

CAP. 07/08

         Conto – O Rio das Quatro Luzes

         Frase de abertura – Adaptação de um provérbio moçambicano:  “O coração é como a árvore – onde quiser, volta a nascer”.

         O menino de mão dada com a mãe vê um enterro e disse a ela que queria um dia ir num caixão daqueles.   Ela ficou estarrecida.

         “Ainda olhou o desfile com inveja.   Ter alguém assim que chore por nós, quanto vale uma tristeza dessas?”.

         À noite o pai veio conversar com o filho, o que raro fazia.   O filho disse que já deveríamos nascer grandes, adultos para não ter que ficar adiando.

         “Mesmo o pai passava a vida louvando sua infância, seu tempo de maravilhas”.

         A conversa com o pai não foi boa.   Um dia o menino reclamou com o avô que deu atenção a ele e no fim fizeram um trato a pedido do menino.  Que Deus levasse primeiro o menino, já que ele gostava do avô (compreensivo e que amava a vida).   O trato deixou o menino tranquilo e sempre queria ir visitar o avô e este dizendo que fez o requerimento a Deus para atender ao pedido do neto.  

         E o avô recomendou ao neto para não se preocupar, ir meninando em seu tempo até ser atendido no pedido a Deus.    O avô lhe contou dos lugares secretos de sua infância.  Perseguiram borboletas, adivinharam pegadas de bichos...

         “O menino sem saber se iniciava nos amplos territórios da infância”.   “Na companhia do avô, o moço se criançava, convertido em menino”.

         Um dia o avô fez uma reunião com os pais do seu neto em particular.

         “Criancice é como amor, não se desempenha sozinha.   Faltava aos pais serem filhos, juntarem-se miúdos com o miúdo.   Faltava aceitarem despir a idade, desobedecer ao tempo, esquivar-se do corpo e do juízo”.  Esse é o milagre que um filho oferece – nascermos em outras vidas.   E nada mais falou.

         Página 117 – Conto – O Caçador de ausências

         “Vasco não devia só a mim, mas ao mundo”.    A mulher do Vasco acabou sumindo de casa pela mata e beira de rio.  Vasco sai à procura desesperada da esposa.

         “A solidão se enroscou, definitiva, em seu viver”.    O narrador levou um saco para trazer o dinheiro da cobrança da dívida junto ao Vasco.    .... saco vazio.   Nada conseguiu.

         “Tra

zia comigo, o meu nenhum dinheiro, bolso enchido de sopro”.

         121 – Conto – Enterro televisivo

         O dono da casa pediu que quando morresse, queria ser enterrado com sua TV.   Desmontaram a TV e enterraram o morto e a TV juntos.   No velório a viúva pediu aos presentes uma nova TV.   E que colocassem a antena amarrada na cruz do túmulo.   E se se enterrasse o defunto meio raso para o defunto sintonizar melhor os canais.   Assistiam novelas brasileiras, mexicanas...

         À noite a viúva foi ao cemitério deitar junto ao túmulo do marido para juntos seguirem a rotina de assistir as novelas...

         Continua no capítulo final 08/08 

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