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quinta-feira, 8 de abril de 2021

CAP. 05/08 - fichamento - livro - O FIO E AS MISSANGAS - autor: Moçambicano - MIA COUTO

 CAP. 05/08

         Página 85 – Conto – Maria Pedra no Cruzar os caminhos

         ... mulheres naqueles escangalhos.     A moça deitada na rua em oferta pública.  O pai...

         “o homem vivia entre o vazar de garrafa e o desarrolhar de outra garrafa.   A mãe foi buscar a filha na rua.   A filha chorava.  Seria dessas inventadas mágoas, dessas que ela criava apenas para se sentir existente?”

         89 – Conto -  O novo Padre

         “E até os padres não resistiam à luxúria que os trópicos suscitavam.  Na igrejinha só entravam poucos.  Não que ele fosse racista, insistia ele. Mas era sensível aos cheiros”.

         O engenheiro encostando a cabeça na janelinha do confessionário.  “Mesmo na casa de Deus, as paredes gostam de escutar”.

         95 – Conto – O peixe e o Homem

         Cita na abertura do conto um trechinho do Sermão de Santo Antonio aos Peixes, do padre Antonio Vieira.

         Também lá em Moçambique existem as expressões “tubarões”, peixe graúdo e peixes miúdos para se referir à condição de pessoas.   Diz que mandantes de crimes, são os tubarões.  Poderosos da indecência são peixes graúdos.  Pobres executantes de crimes são os peixes miúdos.   Estes no Brasil também são chamados de arraia miúda.

         Diz que é injusto.   Os crimes não ocorrem dentro da água, entre os peixes.  Os crimes são aqui fora, são provocados por humanos.

         Fala de um homem que andava toda tardinha à beira de um lago com uma trela presa à cauda de um peixe.   O peixe ia nadando na beirada e o homem acompanhando em volta do lago.

         Diz que no caso não era Santo Antonio fazendo sermão aos peixes, mas ao contrário, era o peixe fazendo sermão ao homem.

         “Minha sabedoria é ignorar as minhas originais certezas.   O que me interessa não é a língua materna...”

         O narrador substitui o “doido” que andava com o peixe na trela a pedido do tal que caiu doente e fez o pedido.

         Os vizinhos cochichavam por haver um novo doido em missão maluca. 

         - “Não existe terra, existem mares que estão vazios”.

 

                   Continua no capítulo 06/08

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