CAP. 05/08
Página
85 – Conto – Maria Pedra no Cruzar os caminhos
... mulheres
naqueles escangalhos. A moça deitada
na rua em oferta pública. O pai...
“o homem
vivia entre o vazar de garrafa e o desarrolhar de outra garrafa. A mãe foi buscar a filha na rua. A filha chorava. Seria dessas inventadas mágoas, dessas que
ela criava apenas para se sentir existente?”
89 –
Conto - O novo Padre
“E até
os padres não resistiam à luxúria que os trópicos suscitavam. Na igrejinha só entravam poucos. Não que ele fosse racista, insistia ele. Mas
era sensível aos cheiros”.
O engenheiro
encostando a cabeça na janelinha do confessionário. “Mesmo na casa de Deus, as paredes gostam de
escutar”.
95 –
Conto – O peixe e o Homem
Cita na
abertura do conto um trechinho do Sermão de Santo Antonio aos Peixes, do padre
Antonio Vieira.
Também
lá em Moçambique existem as expressões “tubarões”, peixe graúdo e peixes miúdos
para se referir à condição de pessoas.
Diz que mandantes de crimes, são os tubarões. Poderosos da indecência são peixes
graúdos. Pobres executantes de crimes
são os peixes miúdos. Estes no Brasil
também são chamados de arraia miúda.
Diz que
é injusto. Os crimes não ocorrem dentro
da água, entre os peixes. Os crimes são
aqui fora, são provocados por humanos.
Fala de
um homem que andava toda tardinha à beira de um lago com uma trela presa à
cauda de um peixe. O peixe ia nadando
na beirada e o homem acompanhando em volta do lago.
Diz que
no caso não era Santo Antonio fazendo sermão aos peixes, mas ao contrário, era
o peixe fazendo sermão ao homem.
“Minha
sabedoria é ignorar as minhas originais certezas. O que me interessa não é a língua
materna...”
O
narrador substitui o “doido” que andava com o peixe na trela a pedido do tal
que caiu doente e fez o pedido.
Os
vizinhos cochichavam por haver um novo doido em missão maluca.
- “Não
existe terra, existem mares que estão vazios”.
Continua
no capítulo 06/08
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