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domingo, 7 de abril de 2019

RESENHA DA EXPEDIÇÃO À INDIA – TEMA CANA – ETAPA III



     Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR, março de 2019

     Nas matérias anteriores já postadas no blog, informei que visitamos quatro cidades da Índia, quais sejam:   Mumbai, Pune, Nova Delhi e Agra.
         O mote da Expedição PECEGE foi nos acercarmos do setor da cana na Índia que é o segundo produtor mundial da cultura, só perdendo para o Brasil.    Também mesclamos dentro do possível o roteiro para conhecer um pouco da história e cultura daquele povo que tem milênios de civilização.   São 1,3 bilhões de habitantes no país e este vem crescendo em ritmo acelerado, sendo que no ano anterior cresceu 6% em termos de PIB Produto Interno Bruto.      Está um canteiro de obras o país nesse ritmo.
         Esta etapa da visita se desenvolve em PUNE

    Vista da região de subida da serra no trecho de Mumbai até Pune que fica no topo da serra


  Vista ao largo da estrada que une Mumbai a Pune com um pequeno templo

         Pune fica na região de Mumbai, distante ao redor de 180 km por boa rodovia.    Fica no planalto acima de uma região serrana, há 750 metros acima do nível do mar.    Clima quente e seco na maior parte do ano e chuvas intensas em 3 a 4 meses do ano.    Água é escassa para uma região densamente populosa, já que o território da Índia é menor que o do Brasil.
         A cidade em si tem ruinas de civilizações de séculos atrás e uma faceta moderna atual com indústrias automobilísticas e concentração de entidades educacionais.    A população de Pune está na faixa de 3.100.000 habitantes. (Gandhi ficou preso em Pune numa época de sua vida).

    Tirada de dentro da nossa Van uma foto do trânsito de Pune   (Índia)

         Em Pune visitamos um instituto de pesquisa agronômica da cana de açúcar, o VASANTDADA SUGAR INSTITUTE  que conta com mais de oitenta pesquisadores de alto nível desenvolvendo tecnologias para a cana de açúcar, desde a lavoura em si até a industrialização.
         No Instituto fomos recebidos em reunião com uma equipe grande de pesquisadores para trocas de idéias sobre o setor no Brasil e na Índia.    Na nossa equipe há pesquisador da economia canavieira (doutorando – ESALQ USP Piracicaba), produtores de cana e gestores de usinas de açúcar e álcool e este blogueiro que vos fala.    (o meu parco conhecimento do idioma inglês me fez uma falta danada por lá).


Acima, foto do portal do  VASANTDADA SUGAR INSTITUTE 


    Acima nossa Expedição e o dirigente do VSI de Pune - Índia   (pesquisa da cana)

    Acima, talhão de cana em experimento do VSI local

         O Instituto funciona desde 1975.     Na reunião, eles contavam com 22 pessoas, das quais, cinco mulheres pesquisadoras.
         Em tempo, o trânsito na Índia por herança do Império britânico, é volante no lado direito do veículo e mão inglesa.   Todos “contra mão”.
         Fuso horário deles é sete horas de diferença com o Brasil, dependendo da região.
         O site do Instituto:     www.vsisugar.com
         Em obras na rodovia ainda na região metropolitana de Mumbai, vimos entre os trabalhadores de obras de concretagem, inclusive mulheres carregando baldes de concreto.
         Na visita a lavouras de cana num município da região de Pune, onde também visitamos uma usina, constatamos que as propriedades são de porte bem pequeno, média de 2 acres cada, o que dá ao redor de 9.000 m2, ou seja, 0,9 ha .    Irrigam a cana e a produtividade no primeiro ano é alta.   Não usam adubar a cana e no segundo ano a produtividade cai em 40% e no terceiro ano fazem um terceiro corte e depois renovam o canavial, erradicando a lavoura antiga e formando uma nova no local.   
         Por lá na região visitada a cana concorre em área com lavouras como trigo, arroz e mostarda.    Conseguem três colheitas no ciclo de um ano, alternativamente à cultura de cana que dá colheita uma vez por ano.
         O corte de cana em geral é manual, sem queima da palha, e o transporte bem comum é em carroças puxadas por dois bois, sendo que carregam 2.000 a 2.500 kg de cana por viagem.    Para quem planta menos de 1 há  (1 há = 10.000 m2), o transporte por carros de bois é o mais viável e racional, por trazer a melhor relação benefício/custo.   Também usam caminhões de médio porte e mesmo tratores com duas carretas acopladas, que seguem carregadas de cana até a indústria.




     Este caminhão na verdade não está no transporte de cana mas é muito comum na região eles enfeitarem bastante a frente dos caminhões.  Bem mais do que este acima.


         A usina visitada tem ao redor de 87.000 fornecedores, majoritariamente pequenos como já foi dito, dentre eles, 27.000 são cooperados.     A referida usina faz só o turno diurno.    As estradas vicinais de acesso à indústria são asfaltadas, mas são estreitas e os carros de bois andam no passo e o trânsito já é complicado de dia e inviável à noite.   Assim a indústria faz a moagem da cana que chega no dia.
         Colheita da cana na região vai de setembro a março.
         Fomos recebidos para um chá na casa de um produtor de cana considerado grande por lá, que cultiva ao redor de 50 há de cana e tem uma máquina de colher cana de duas linhas.   Colhe a área própria e presta serviço a terceiros na vizinhança.      Reside numa casa de alvenaria com algum conforto pelo que se pode deduzir pela sala.    Fomos recebidos de forma bastante amistosa e se mostraram bastante acolhedores.

     Na sala da residência do produtor de cana que nos brindou com um chá.

         Antes de fazer o fechamento do tema cana de açúcar e passarmos para a parte do turismo que conseguimos mesclar com a expedição, vale destacar que fomos recebidos em reunião já em Nova Delhi, capital da Índia, com o Diretor Geral, Sr. Abinash Verma,  do ISMA – Indian Sugar Mills Association que é o Instituto que cuida da cadeia produtiva da cana de açúcar em nível nacional.   O ISMA foi criado em 1932 e troca de Presidente todo ano dentro do prazo regimental.   
         Na sequência, farei um resumo dos locais históricos visitados em Agra, onde há o Taj Mahal e o Forte Vermelho e a Nova Delhi com sua parte nova e a parte antiga com suas mesquitas, tempos Siquis, memorial de Gandhi, o Portal da cidade (homenagem aos soldados mortos na guerra) e a volta de triciclo pelas vielas da cidade velha de Delhi com seu intenso comércio popular fervilhando de gente o tempo todo.
         Para completar, em matérias posteriores em breve, o dia todo de passeio por Dubai que fica nos Emirados Arabes Unidos e que foi o ponto de conexão aérea da viagem pela Emirates.   Voo São Paulo a Dubai e de Dubai a Mumbai na ída.   Na volta, voo de Nova Delhi a Dubai e depois de lá até São Paulo.

muito em breve colocarei as demais etapas da viagem em novas postagens.         
        

sexta-feira, 5 de abril de 2019

EXPEDIÇÃO À ÍNDIA - TEMA CANA DE AÇUCAR E SEUS PRODUTOS - PARTE II - UM PANORAMA DO SETOR

Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - Curitiba - PR    (ESALQ-USP turma 1976)

     Conforme já citado na matéria anterior aqui no blog sobre nossa visita a Mumbai com ênfase na reunião no Consulado Brasileiro na cidade, também visitamos dentro do agendado, a Bolsa de Mercadorias daquele grande centro urbano.
     A visita foi capitaneada pelo PECEGE  Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas ligado à ESALQ-USP Piracicaba-SP que destacou um Doutorando para nos acompanhar e ser nosso porta voz nas visitas técnicas.       
     No contexto da economia canavieira da Índia que atualmente é a segunda maior produtora de cana de açucar do mundo, ficando só atras do Brasil, em Mumbai então visitamos o Consulado Brasileiro e a Bolsa de Valores.    Na cidade de Pune, visitamos uma Usina de açucar, um Instituto de Pesquisa da cana e lavoura de cana em fase de colheita.
     Na cidade de Nova Delhi, a capital, visitamos o Instituto Nacional daquele país para assuntos da cana de açucar e seus produtos, onde fomos recebidos pelo Presidente do referido instituto, ocasião em que houve troca de impressões e informações sobre o setor em ambos os países.
     Anotei uma série de informações da nossa Consul, que sendo brasileira, propiciou a coleta de mais informações, já que nos demais eventos que foram em inglês eu fiquei meio deslocado por tem pouco domínio do citado idioma - por enquanto!
     Vamos ao resumo do que consegui anotar da fala da Consul Rosimar Suzano, fluminense de Petrópolis-RJ.     Ela já tem contato com a Índia desde 2001.     Ela deu um perfil do setor da cana na Índia.    Disse que desde a independência da Índia (1947), país com 1,3 bilhão de habitantes e muita pobreza, há subsídio governamental ao setor rural para tentar amenizar o êxodo rural, que viria complicar ainda mais as já super populosas cidades polos regionais.
     Os produtores de cana por lá tem em média dois acres (menos de 10.000 m2) de área de lavoura e comumente as áreas são irrigadas.       Há muita miséria no campo e é recorrente suicídios de agricultores que tomam crédito e não conseguem pagar.   Caso de morte, a dívida não passa aos herdeiros.   Estima-se em mil suicídios de produtores de cana por ano, mas o assunto é sempre encarado de forma reservada.   Uma forma trágica de se livrar de uma dívida.
     Ela disse que desde 2001 para cá que ela conhece a Índia, há essa mesma toada e ela não vê perspectiva de retirada de subsídios à agricultura.     Se houvesse retirada de subsídio, haveria risco de aumentar os suicídios, êxodo rural e agitação social.
      Os usineiros locais (que tem seus representantes no governo)  querem que o governo promova leis que permitam aumentar a mistura de álcool à gasolina automotiva, mas o lobby do petróleo é muito mais forte e a coisa não deslancha.     A mistura tem sido na faixa de 4% de álcool na gasolina por lá.
     Tem mais um detalhe:   Se estimular o uso de álcool como combustível, demandaria mais água para irrigação de cana e água é bem escassa por lá.        Chove em aproximadamente quatro meses do ano e os demais meses são quase sem nada de chuva.
     O subsídio à agricultura na Índia não é só à cana.   É à agricultura em geral.
     A principal fonte de energia no país vem do carvão.      Estão em acelerado processo de uso de energia solar.      Ela disse que nesse setor a Índia está bem mais avançada do que o Brasil e que tem havido empresarios brasileiros que tem visitado a Índia em busca de contatos nessa área de energia solar.    Busca de usar carros movidos a energia elétrica.    
      O Grupo Mahindra é um dos que tem investido pesado em carros elétricos.
     Os grandes grupos econômicos daqui da Índia já nasceram com a vocação de buscar mercado fortemente no exterior.      São fortes em gestão.
     Ela vê o Brasil como um país com forte mercado interno e que encara a exportação de muitos setores como suplementar, diferente do que ocorre na Índia.
     Preço do litro de gasolina:  74 rúpias (a moeda local).    Aproximadamente 1 dolar.
     As usinas são pequenas e muitas funcionam só durante o dia.     Cada uma tem em média 70.000 micro fornecedores de cana.     Sempre num raio bem próximo à usina.      O colega do PECEGE disse que esse número (70 mil) é quase a totalidade de todos os fornecedores de cana do Brasil. 
     Canavieiros tem tido problemas com intoxicação por agrotóxicos.   Não usam EPI  Equipamento de Proteção Individual, etc.  
     Por outro lado, a Índia está num ritmo acelerado de crescimento da economia, algo ao redor de 6% ao ano.
     Em termos de geopolítica, o pêndulo mundial, inclusive pela densa demografia, se deslocou para a Ásia, com destaque para Índia e China, ambas com mais de 1 bilhão de pessoas cada.
     A Índia é forte inclusive em TI Tecnologia da Informação.    O domínio do idioma inglês ajuda nas relações comerciais com o mundo.
     O governo que está no poder tomou medidas positivas ao longo do tempo.      A Índia por herança do domínio britânico era muito burocratizada e cheia de taxas.   Tem havido um esforço do governo para diminuir isso.
     Ela falou um pouco de Pune, que vamos visitar em seguida, cidade com 3,1 milhões de habitantes, lugar serrano, uns 750 m acina do nível do mar  (Mubai é 15 m acima do nível do mar - costeira).    Distante 125 km de Munbai, Pune é um polo acadêmico, forte em indústria automotiva e também tem cultura milenar com sítios históricos super relevantes.
     A Índia tem mais de 1.600 dialetos, pois antes de ser unificada pelo colonizador britânico, tinha ao redor de 500 pequenos reinos independentes.    Na cédula de votação, há impressos em 15 diferentes dialetos para buscar contemplar a maioria dos votantes.
     Nossa Consul está no cargo lá na Índia há quatro anos.     Disse que para trazer produtos do Brasil para cá não é tão fácil.    Ela vê mais chance para parcerias, incluindo startaps.    Diz que os jovens da Índia gostam do Brasil - destaque para carnaval, futebol, jogos eletrônicos, etc.
     Quanto ao BRICS    (acordo Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul), ela vê como algo positivo.    Ela acha que o BRICS se mantém e isso seria bom.
     Produtos frigorificados - primeiro, que eles são mais vegetarianos até por questões culturais.   Segundo, que eles tem o hábito de consumir produtos frescos.    A maioria vem da agricultura familiar.
     Esse foi o panorama que nossa Consul nos passou e em seguida, dentro do que estava agendado, ela nos brindou com um almoço em sua própria residência, gesto que nos deixou muito agradecidos.
     
     Foto da nossa Expedição PECEGE à Índia - (Mumbai) em março de 2019.  No Consulado, tendo ao centro nossa Consul. 




















quinta-feira, 4 de abril de 2019

FOTOS COM LEGENDAS - VIAGEM A MUMBAI - ÍNDIA - EXPEDIÇÃO PECEGE - MARÇO DE 2019



Portal da cidade de Mumbai - Índia - inaugurado em 1911 para a visita do então rei da Inglaterra que mantinha a Índia como Colônia   (atrás do portal fica o mar)


Abaixo, foto de hotel de luxo do Grupo Tata em Mumbai.   Fica ao lado do Portal visto acima.



Abaixo, trânsito pesado no centro de Mumbai, uma cidade densamente populosa


Abaixo, saguão da Bolsa de Mercadorias de Mumbai - Índia.    A metrólope local é um grande centro comercial, portuário e de TI Tecnologia da Informação  (elevadores panorâmicos em destaque)



Abaixo, veículos triciclos usados em larga escala como taxis.   São ágeis e econômicos, apesar de não serem muito seguros.



RESUMO DA VIAGEM À INDIA NA EXPEDIÇÃO PECEGE – CANA DE AÇUCAR – Abril -2019

RESUMO DA VIAGEM À INDIA NA EXPEDIÇÃO PECEGE – CANA DE AÇUCAR – Abril -2019

Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba - PR
Eu fiquei sabendo da viagem à Índia através do velho amigo Francisco Melo que trabalhou comigo no Banco do Brasil por longo tempo e desde então mantemos amizade e contato. Ele é produtor de cana e eu, mesmo aposentado, tenho a curiosidade até pela profissão de Engenheiro Agrônomo, de acompanhar o setor e também mesclar a viagem com turismo e cultura. Nesse contexto, resolvi me integrar à Expedição que é gerida por um órgão de Incentivo à pesquisa ligado à ESALQ USP de Piracicaba-SP onde me graduei em 1976.
Fomos em oito pessoas, sendo um Doutorando em Economia como representante da PECEGE, dois colegas de uma usina de açúcar e álcool de Jacarezinho-PR, um casal de produtores de cana de Rio Verde-GO, um produtor de cana de Assis-SP, o amigo Francisco, produtor de cana e eu, curioso aposentado misturando turismo com o olhar agronômico para a coisa toda.
O roteiro, com conexão em Dubai, incluiu 14 horas de voo de SP a Dubai e mais 4 horas de Dubai a Mumbai que fica no litoral da parte sul da Índia.
Índia que tem 1,3 bilhões de habitantes e civilização milenar com uma mescla oriunda de uns 500 reinos pequenos que foram agregados para a formação atual. São mais de 1.600 dialetos e só na cédula de votação de eleições há textos em 16 diferentes idiomas para tentar ser acessível a todos.
Cidades visitadas: (todas milenares com castelos, templos, fortalezas de diferentes dinastias) pela ordem das visitas.
Mumbai (a quarta em população do mundo) com 21 milhões de habitantes em sua região metropolitana);
Pune (3,1 milhões de habitantes) – 200 km distante de Mumbai
Nova Delhi capital federal da Índia (segundo lugar, só perde para Toquio), com seus 26 milhões de habitantes entre a cidade e região metropolitana.
Agra – aproximadamente 200 km de Nova Delhi. Cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes. Cidade onde fica o famoso Taj Mahal, uma edificação que é tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Período – 23-03 a 02-04-2019
Por atraso de um voo, ficamos um dia e noite em Dubai que pertence aos Emirados Arabes, ocasião em que pudemos fazer um city tour caprichado, apesar de não estar no programa inicial.
Um pouco do que vimos em Mumbai:
Visitamos dentro da programação o Consulado brasileiro da cidade e fomos recebidos pela Consul local (brasileira) em reunião e em seguida houve um almoço oferecido pela Consul à nossa Expedição.
Visitamos a Bolsa de Mercadorias de Mumbai que é o maior centro econômico do País, cidade histórica, portuária e de grande movimentação econômica.
Visitamos o Portal simbólico junto ao porto, obra que foi construida para receber o Rei da Inglaterra de então, que visitou a Índia que na época (1911) era Colônia do Império Britânico.
Ao lado do Portal, o prédio magestoso do Hotel do grupo Tata, que é uma referência na cidade em termos de hotelaria. Há uma lenda urbana sobre o prédio. Um milionário da Índia teria ido à Inglaterra e resolveu se hospedar no hotel mais chique de Londres e por discriminação racial, teria sido barrado. Por birra, resolveu construir em seu país um hotel mais monumental que o britânico. Consta que na atualidade o complexo que envolve o tal hotel britânico está em franca decadência e o hotel já não funciona mais, enquanto o hotel do milionário, hoje do grupo Tata, está lá firme e forte.
A Índia está com um crescimento de PIB no patamar acima de 6% e obras gigantescas estão em andamento, inclusive ampliação de linhas de metrô. Mumbai está com obras de metrô e causa nessa fase algum transtorno temporário no trânsito que já é nervoso. Lá na Índia tudo é mão inglesa, ou seja, os veículos tem o volante do lado direito, ao contrário dos nossos carros e andam no que seria nossa contra-mão.
Por falar em crescimento, para se ter um parâmetro, o metrô de Nova Delhi tem 300 km enquanto o de São Paulo tem 90 km.
Há pobreza lá em grande número, mas ao que parece, fatores como civilização com cultura milenar, apego a religiões que inclusive inibem o alcoolismo, tem conseguido manter o povo numa condição de vida razoável dentro das possibilidades.
O guia local que nos acompanhou na viagem toda disse que o governo atual da Índia tem focado no apoio às populações de baixa renda, inclusive visando manter os incontáveis micro produtores rurais na zona rural para que estes não migrem para as cidades, já densamente populosas.
A moeda deles é a rúpia e a paridade atual com nossa moeda é de 1 real comprar 16 rúpias. Isto torna a viagem por lá razoável em termos de custos. Há boas rodovias inclusive com pedágios e ótimos hoteis e restaurantes.
O país é bastante forte em medicina e TI Tecnologia da Informação.

Segue um segundo capítulo, no qual abordarei a visita à cidade de Pune para acompanhar pesquisa, indústria e lavouras de cana com suas peculiaridades, muito diferente do que temos por aqui.

quinta-feira, 14 de março de 2019

RESENHA DAS FALAS NO EVENTO “GÊNERO E RESISTÊNCIA” - Curitiba - PR. março/19 - Professora Diva - Manuela D´Ávila


RESENHA DAS FALAS NO EVENTO “GÊNERO E RESISTÊNCIA
Realizado dia 11-03-2019 no Teatro da Reitoria da UFPr de casa lotada
            O grupo que vem realizando estudos, articulações e debates sobre o tema tem no Face a página politica.por.de.para mulheres
            O público foi estimado em 95% de mulheres.    Muitas delas, estudantes, professoras, algumas acompanhadas das crianças. 
            Na abertura a cantora Marinalva Gonçalves da Silva cantou à capela uma música engajada.        Umas palavras que captei da letra da música.      ... não queria assistir o fracasso do bom...   o triunfo do mau.    .... eu decidi servir...lutar e construir.    Por isso, Curitiba, eu estou aqui.      (muito aplaudida).
            Duas professoras da UFPr que vem ajudando nas articulações e seminários sobre Gênero e Resistência falaram na abertura e depois passaram a palavra primeiro à Professora Diva Guimarães e em seguida para a Manuela D´Ávila, esta jornalista, que foi vice do Haddad na campanha de 2018 para Presidente da República.
            Consta que o evento teve a transmissão pelo canal de TV da PFPr e deve haver o material no site respectivo.
            Na fala da Professora Eneida Salgado explicando um pouco das atividades dentro do foco do fazer política.   Laboratório / observatório / oficinas.    Destacou que estamos com vinte anos de cotas para a mulher na política (disputando eleições) e tem sido insuficiente.  Busca-se estudar o por quê?   No que melhorar.   Em 2017 fizeram o primeiro curso de formação política para mulheres.    Houve demanda crescente.  Na chamada mais recente, houve 1.647 inscritas.  Um alento.     Saiu um livro dos encontros da pesquisa.   Ela encerra a fala com os dizeres:  Política faz meu gênero.
            Ao citarem uma poeta, deixando claro que o termo já é feminino, destacou algo da nossa poeta Alice Ruiz.      ...”mulher, via um futuro grandioso a quem eu tocava.  Um dia eu me toquei”.
            Foi convidada pelas mulheres do parlamento da Bolívia onde 51% das cadeiras são ocupadas por mulheres.   Até estranhou o fato delas requisitarem a palestra lá, mas as parlamentares bolivianas disseram que apesar de serem maioria no parlamento, mesmo lá entre os pares elas são vistas como pessoas subalternas, o que é uma pena.   Há ainda muito a caminhar por lá também.     
            Dito isso, levantou o punho cerrado e disse: Vamos Resistir.  A plateia toda fez coro.   “Vamos Resistir”.    Falar de gênero é falar de resistência.
                       
            Fala da Professora Diva Guimarães, 78 anos de idade, professora e fisioterapeuta, dedicou a vida ao ensino.   Negra, neta de escravos, viu na mãe um exemplo de resistência e luta.     A mãe nasceu em 1907 em Jacarezinho-PR.          A mãe dela, menina de sete anos, entregava leite na cidade e ficou sabendo de uma professora e pediu para ela ensiná-la a ler.  Um dia o pai dela descobriu e deu uma bronca enorme nela e a proibiu de continuar porque entendia que ela iria passar a ter problemas com o povo da época, pela década de 40. 
            Nos tempos que moravam em Bandeirantes-PR, a mãe atuava junto à Igreja Católica e sempre lutando pelos mais fracos.   Espalharam o boato de que ela era comunista.    Passou a sofrer segregação.   Quando ela quis batizar a Diva aos quatro anos e meio, a igreja local não aceitou.   Teve que fazer o batizado na vizinha Andirá-PR e na hora de batizar, o nome de Diva deu enrosco, porque “não tinha nome de santo”.   Mais uma batalha, mas foi batizada.    
            Estudou primário, ginásio e parte dos estudos em colégio de freiras.   Sempre segregada e tendo que se defender.   Foi inclusive atleta de basquete e disse que treinava bem mais que as colegas para ser aceita.   No primeiro tempo do jogo, era vaiada por uns, mas depois que viam que ela jogava acima da média, passava a ser aplaudida.  Uma luta de cada dia.
            Teve muitas professoras, mas foram cinco que fizeram a diferença na vida dela pelo lado positivo.    Disse que professora pode ser um deus ou um diabo na vida de um aluno.   Pode ser incentivo ou fator de desânimo.   Faz cicatriz na alma e cicatriz na alta não tem cura.
            Aos dez anos de idade ela leu um livro sobre Lampião e se identificou com a luta dele e usa como inspiração. 
            Aqui em Curitiba ela como professora passou em segundo lugar num concurso e poderia ter escolhido dar aulas no Colégio Estadual do Paraná, de destaque, mas optou pelo colégio de periferia lá do Valetão onde estariam seus iguais.   O pessoal estranhou a escolha dela, mas ela tinha em mente que na periferia poderia fazer a diferença para alunos de baixa renda.   Se ela chegou lá em termos de estudo e profissão, que eles também tinham potencial para chegar lá.
            Numa retrospectiva da luta do negro no Brasil, lembrou que em 1837 criaram lei que negro não podia frequentar escola.   Houve estado do Brasil no qual essa lei veio sendo executada na prática até 1950.   Pela lei das Terras, de 1850, foi determinado que terra seria vendida e assim negro não teria acesso à terra para produzir e viver.
            Mudou a chibata.   Antes era do feitor, mais modernamente é o cassetete que é usado nas periferias contra pobres em geral e negros em particular.    Costuma-se dizer que o negro é invisível, mas na hora de perseguição pela polícia à noite, conseguem ver preferencialmente os negros com suspeição e discriminação.
            Aos 78 de idade, ativa e muito lúcida, é um exemplo de resistência e luta.    Ela não perde a esperança na educação.        Foi longamente aplaudida em pé por todos.    Emocionante!

            Fala da Manuela D´Ávila
            Diz ser um privilégio fazer o que ela faz.  Mulher, mãe, jornalista, militante.  Luta e Resistência.
            Leu trecho de um poema de uma poeta da Nicaragua que chegou a ser Secretária da Educação no governo sandinista.
            Uns pequenos trechos que captei.     .... não percas a compaixão... nadar contra a corrente.... uma mulher forte.
            No Brasil morrem 62.000 pessoas assassinadas por ano.  Muitos deles, jovens, pobres, negros.
            A Revolução Francesa trouxe alentos da liberdade, igualdade e fraternidade, mas na prática as classes e “raças” sempre em luta.
            Destacou que a sociedade em geral está num contexto de consumismo exacerbado.   As novas tecnologias desempregam.  O sistema econômico mundial está em colapso.   O sistema gera novas formas de Colônias.    Há descarte em massa de camadas da população.
            Ela acredita em Deus.   (a Direita anda postando na internet que ela não acredita em Deus).
            Os primeiros a serem punidos por este sistema econômico são as primeiras, as mulheres.
            Ela está aos 37 de idade.   Aos 25, da luta estudantil, acabou disputando uma vaga a deputada federal pelo RS e foi eleita com meio milhão de votos.
            Destacou que o congresso congelou (aprovou isso do Executivo) o orçamento por vinte anos.    Os programas sociais tem restrição de verbas.    Mães precisam de creches para colocar as crianças para poderem trabalhar.   Corte de orçamento afeta a vida do povo em geral e da mulher em particular.
            A mulher se emancipar.  É importante estar na cabeça da pessoa isso, mas tem que haver condições materiais para isso e políticas públicas tem que estar no contexto.  Um dos exemplos é a demanda por creches.
            Ela destaca a luta das mulheres paranaenses.   Tem que se encarar o problema das desigualdades.    A Manuela é dos quadros do Partido Comunista e destaca que a questão de classe é levada muito em conta nisso tudo.
            Estamos vivendo um período difícil na política brasileira, mas ela até para manter a cabeça em dia, viaja pelo Brasil a convite, proferindo palestras como forma de Resistência.
            Ela inclusive divulgou e autografou o livro REVOLUÇÃO LAURA.
            “Precisamos continuar acreditando no Brasil”.   Amor, empatia, solidariedade.   Ingredientes da resistência.   Depois disso tudo, que venha a primavera e que ela seja nossa.         Aplauso geral.        21 h

     Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
WhatsApp  41 999172552    -  Curitiba – PR      orlando_lisboa@terra.com.br





quinta-feira, 7 de março de 2019

RESENHA DO LIVRO – O QUE VEM AO CASO – AUTORA: INEZ CABRAL (março/2019)



    (    filha de João Cabral de Melo Neto – mas tem luz própria)

         Resenha (fichamento) pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

         Editora Alfaguara – RJ, ano 2018 – 165 páginas

         Carpina – cidade pernambucana onde o avô tem um sítio.   Mestre Carpina é personagem do poema Morte e Vida Severina  - de João Cabral de Melo Neto
         página 10 – A menina (auto biografia) quer ser fazendeira. O pai pergunta por quê?
                   Pra andar a cavalo, tocar berrante e juntar gado.
         11 – ela dividindo as balas trazidas pelo pai com os irmãos e primos.  Uma para cada e o restante pra ela.    (na minha infância ocorria algo bem assim)
         18 – Em Sevilha (onde o pai serviu como Diplomata).   Os pais colocam ela numa escola pública (religiosa) para imersão na cultura local.   Aulas das 7 as 19 h
         20 – Entre Málaga e Cadiz, região de clima deserto.  O costume da siesta após o almoço.
         51 – O pai é ateu ou agnóstico.   Mãe e irmãos ir à missa nos domingos.  Em certo tempo ela, adolescente sai dizendo que vai à missa mas não vai.   Quando vai, o faz durante a semana.
         53 – Primeira sessão matinê no cinema.   Meias que apertam as pernas grossas, diferentes do padrão das espanholas.   Se lembra de um chavão:   “mulher pra estar bonita tem que sofrer”.
         54 – A mãe dela é assim:  ou pensa como eu ou está errada”
         54 – Enrosco na matéria Geografia.  A mãe envia ela a um povoadinho basco onde vivem menos de 500 habitantes.   Lá tem um mosteiro das freiras ursulinas.  O local se chama Lecumberri.
         55 – Longe da mãe, a principal das vantagens.
         56 – Paqueras aos jovens seminaristas.   “tem coisa melhor na vida do que desencaminhar um seminarista?”
         57 – Em Sevilha, os pais viajavam e os filhos ficavam com a Adela.   Filhos fazem uma festa para celebrar a liberdade, só que os pais chegaram um dia antes, em plena festa... sobrou alguma bronca para Adela mas os pais deixaram a festa continuar.
         Mudam para Genebra na Suiça.
         61 – Na Suíça, dependências da ONU e muitos diplomatas atuantes.   Na escola, discriminação de filhos de diplomatas de outros países.    Certo dia, na frente da comunidade escolar, a mãe de um aluno pergunta à brasileira se é muito difícil subir em árvores.    A menina, de bate pronto, responde:  - Claro que não!  E no meu país há elevadores bem mais modernos do que os seus por aqui.   Risada geral.
         Depois dessa, mãe e filho tomaram chá de sumisso.
         Boletim escolar.  Primeiro a mãe vê e dá a bronca e depois o pai assina.
         63 -  As aulas de francês.  Muitos poemas, inclusive de Victor Hugo.
         74 – termo curioso e popular.   Ela tem um amigo da pá virada.
         77 – Fazer colinha pra prova de química “em letra de formiga”
         85 – Ela tentando arte na escola e a professora não aprova nada.  Conselho do pai poeta:  Não siga o caminho mais fácil.  Arte é suor”.
         87 – Pais conversando sobre ela e ela escutando escondida.   A mãe acha que tudo é fígado, matéria.   Ele pensa em psiquiatra.    (anos 60)   Aqui na Espanha, psicanálise é proibida, dizem que é coisa de falta de fé.   Ela fica muito revoltada com os pais.   Achava que eles poderiam conversar mais com ela e não quererem enquadrá-la.
         O pai sempre compreende e sugere que ela comece a escrever.  Assim não terá professores para podá-la na arte.
         88 – Ela pelos cinquenta consegue conversar mais com o pai.  Logo ele morre e cai a ficha:  deveria ouvi-lo mais nas dicas para a vida e a arte.
         90 – Sair, na juventude, e ter que voltar antes das três da madrugada.  Pais colocam o despertador para três da matina e ela tem que chegar, entrar no quarto deles e desligar antes de soar o alarme.
         94 - … aceita seu destino: ser brasileira e morar no Brasil.
         95 – Anos 60/70.   Mulher no Brasil era pra casar, ser fiel, do lar e o homem pode pular cerca, etc.   Na Europa já havia mudado um tanto essa mentalidade.
         Anos dourados (anos 60) tempos de agito da juventude.  Peças  Hair e Oh Calcuttá!
         101 – Frase sobre o namorado que atua em cinema  (ele uns 16 anos mais velho que ela, desquitado): “Ao cabo de um mês, mudou-se para a casa dele de onde só saiu oito anos e dois filhos depois”.
         105 – O poeta João Cabral (pai dela) e família eram amigos de Dom Helder Câmara (então bispo).
         114 – Filha dela nasceu e recebeu o nome de Dandara.  A avó paterna não se conforma com o nome e torce para que não seja menina para fugir do nome escolhido.    Dandara foi crescendo e se tornou mandona.
         120 – O filho recebeu o nome de Sereno.   Coisa de bichos grilos dos tempos de hippies.
         123 – Um truque de mãe que inventou na hora das crianças irem dormir ou que deveriam ir.   Só deixa chamá-la de mãe até a hora combinada para dormir.  Depois desse horário, tem que chamar pelo nome da mãe.    As crianças entraram na linha e às vezes até iam dormir mais tarde, mas não perturbavam a mãe.
         126 -  Desfaz o relacionamento e avisa por telegrama o pai.  Ele dá força total a ela.
         129 – Ela perticipa da montagem do filme “O Amuleto de Ogum”.
         130 – Resolve ficar com uma mulher.  Tentar outras possibilidades.
         132 – O pai das crianças é omisso total, até em afeto às crias.
         134 – Agora ela tem um “ficante” que trabalha com ela em montagens de filmes.
         137 – A professora idiota que fica na marcação da filha dela que já é alfabetizada e não presta atenção na aula.    A mãe, após reclamação, orienta a filha. A filha leva o ano na boa e no fim a psicologa veio perguntar como a mãe solucionou o problema.   A mãe não queria responder, mas acabou dizendo:   Eu falei pra filha que a professora era uma idiota (não ver que a menina já sabia ler) ...e que ela fizesse tudo direitinho sem incomodar a professora.
         140 – Ela é da geração “bicho grilo”, anos dourados.  (anos 60)
         Hippies, pílula, LSD, etc.
         142 – O problema de punir a criança sem explicar o por quê.
         146 – Um dia ela leva o filho de sete anos para visitar o avô dele.   Na casa do avô poeta, dois amigos estavam presentes.   Otto Lara Rezende e Rubem Braga.  O menino de sete anos tinha lido um conto de Rubem Braga  “A triste história do tuim”. O autor ficou lisongeado e o Otto Lara ficou com ciume.   Gostaria de escrever algo que fosse lido e compreendido inclusive pelas crianças.
         156 – O velório do pai na ABL Academia Brasileira de Letras no RJ.   Os figurões e os holofotes das Tvs.   E ela num canto só observando as falsidades e egos.
         Citou inclusive o episódio dos mortos da queda do avião com o time da Chapecoense.   Que o Temer foi a Chapecó e a turma da segurança convidou os parentes dos mortos para irem ao local onde estava o presidente para os cumprimentos.   Um dos pais disse que não ia porque o Temer era só o presidente e não tinha nada a ver com a família e o momento deles.   -  Eu não vou.  O velório é aqui. Se ele quiser, que venha nos cumprimentar no velório.
         159 – Como ela conseguiu enquadrar o filho de dezesseis anos que andava mal na escola, fumando maconha inclusive no momento de estudar pra prova do dia.  Ela deu a bronca e desafiou ele a sair de casa e se virar.   Ele disse que iria passar a pousar nas marquises, logo no RJ onde o perigo é vinte e quatro horas por dia.   Ela combinou diferente:   Você vai entar pela porta da cozinha, preparar sua comida, lavar suas roupas e dormir no seu quarto sem importunar ninguém.   E assim se fez.   Um dia após ele fazer um café veio perguntar pra mãe se ela aceitava um gole. 
         163 – Ela, cineasta, recebe uma encomenda da Pastoral da Criança, um filme curto e de muito baixo orçamento.   Ela topa a parada e mãos à obra.   Num dia das filmagens, conversa com uma mãe.    A mãe preocupada com o filho jovem e o risco dele querer um tenis de marca e cair na mão de traficantes.   Ela pergunta se essa mãe tem filha.  A mãe diz que tem, as que com elas não se preocupa.
                   Tenho sim, duas.  Mas com as meninas é mais fácil.
                   Mais fácil?
                   Claro.  Se uma menina quiser uma roupa cara, basta abrir as pernas. Depois, lavou, tá novo.

                                            Espero ter despertado a curiosidade dos leitores para lerem a íntegra do livro que é feito em mini contos de uma a duas páginas cada.   Todos ricos em conteúdo e bem objetivos na forma de expressão.   Recomendo muito.
                           www.resenhaorlando.blogspot.com.br