Total de visualizações de página

domingo, 7 de abril de 2019

RESENHA DA EXPEDIÇÃO À INDIA – TEMA CANA – ETAPA III



     Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR, março de 2019

     Nas matérias anteriores já postadas no blog, informei que visitamos quatro cidades da Índia, quais sejam:   Mumbai, Pune, Nova Delhi e Agra.
         O mote da Expedição PECEGE foi nos acercarmos do setor da cana na Índia que é o segundo produtor mundial da cultura, só perdendo para o Brasil.    Também mesclamos dentro do possível o roteiro para conhecer um pouco da história e cultura daquele povo que tem milênios de civilização.   São 1,3 bilhões de habitantes no país e este vem crescendo em ritmo acelerado, sendo que no ano anterior cresceu 6% em termos de PIB Produto Interno Bruto.      Está um canteiro de obras o país nesse ritmo.
         Esta etapa da visita se desenvolve em PUNE

    Vista da região de subida da serra no trecho de Mumbai até Pune que fica no topo da serra


  Vista ao largo da estrada que une Mumbai a Pune com um pequeno templo

         Pune fica na região de Mumbai, distante ao redor de 180 km por boa rodovia.    Fica no planalto acima de uma região serrana, há 750 metros acima do nível do mar.    Clima quente e seco na maior parte do ano e chuvas intensas em 3 a 4 meses do ano.    Água é escassa para uma região densamente populosa, já que o território da Índia é menor que o do Brasil.
         A cidade em si tem ruinas de civilizações de séculos atrás e uma faceta moderna atual com indústrias automobilísticas e concentração de entidades educacionais.    A população de Pune está na faixa de 3.100.000 habitantes. (Gandhi ficou preso em Pune numa época de sua vida).

    Tirada de dentro da nossa Van uma foto do trânsito de Pune   (Índia)

         Em Pune visitamos um instituto de pesquisa agronômica da cana de açúcar, o VASANTDADA SUGAR INSTITUTE  que conta com mais de oitenta pesquisadores de alto nível desenvolvendo tecnologias para a cana de açúcar, desde a lavoura em si até a industrialização.
         No Instituto fomos recebidos em reunião com uma equipe grande de pesquisadores para trocas de idéias sobre o setor no Brasil e na Índia.    Na nossa equipe há pesquisador da economia canavieira (doutorando – ESALQ USP Piracicaba), produtores de cana e gestores de usinas de açúcar e álcool e este blogueiro que vos fala.    (o meu parco conhecimento do idioma inglês me fez uma falta danada por lá).


Acima, foto do portal do  VASANTDADA SUGAR INSTITUTE 


    Acima nossa Expedição e o dirigente do VSI de Pune - Índia   (pesquisa da cana)

    Acima, talhão de cana em experimento do VSI local

         O Instituto funciona desde 1975.     Na reunião, eles contavam com 22 pessoas, das quais, cinco mulheres pesquisadoras.
         Em tempo, o trânsito na Índia por herança do Império britânico, é volante no lado direito do veículo e mão inglesa.   Todos “contra mão”.
         Fuso horário deles é sete horas de diferença com o Brasil, dependendo da região.
         O site do Instituto:     www.vsisugar.com
         Em obras na rodovia ainda na região metropolitana de Mumbai, vimos entre os trabalhadores de obras de concretagem, inclusive mulheres carregando baldes de concreto.
         Na visita a lavouras de cana num município da região de Pune, onde também visitamos uma usina, constatamos que as propriedades são de porte bem pequeno, média de 2 acres cada, o que dá ao redor de 9.000 m2, ou seja, 0,9 ha .    Irrigam a cana e a produtividade no primeiro ano é alta.   Não usam adubar a cana e no segundo ano a produtividade cai em 40% e no terceiro ano fazem um terceiro corte e depois renovam o canavial, erradicando a lavoura antiga e formando uma nova no local.   
         Por lá na região visitada a cana concorre em área com lavouras como trigo, arroz e mostarda.    Conseguem três colheitas no ciclo de um ano, alternativamente à cultura de cana que dá colheita uma vez por ano.
         O corte de cana em geral é manual, sem queima da palha, e o transporte bem comum é em carroças puxadas por dois bois, sendo que carregam 2.000 a 2.500 kg de cana por viagem.    Para quem planta menos de 1 há  (1 há = 10.000 m2), o transporte por carros de bois é o mais viável e racional, por trazer a melhor relação benefício/custo.   Também usam caminhões de médio porte e mesmo tratores com duas carretas acopladas, que seguem carregadas de cana até a indústria.




     Este caminhão na verdade não está no transporte de cana mas é muito comum na região eles enfeitarem bastante a frente dos caminhões.  Bem mais do que este acima.


         A usina visitada tem ao redor de 87.000 fornecedores, majoritariamente pequenos como já foi dito, dentre eles, 27.000 são cooperados.     A referida usina faz só o turno diurno.    As estradas vicinais de acesso à indústria são asfaltadas, mas são estreitas e os carros de bois andam no passo e o trânsito já é complicado de dia e inviável à noite.   Assim a indústria faz a moagem da cana que chega no dia.
         Colheita da cana na região vai de setembro a março.
         Fomos recebidos para um chá na casa de um produtor de cana considerado grande por lá, que cultiva ao redor de 50 há de cana e tem uma máquina de colher cana de duas linhas.   Colhe a área própria e presta serviço a terceiros na vizinhança.      Reside numa casa de alvenaria com algum conforto pelo que se pode deduzir pela sala.    Fomos recebidos de forma bastante amistosa e se mostraram bastante acolhedores.

     Na sala da residência do produtor de cana que nos brindou com um chá.

         Antes de fazer o fechamento do tema cana de açúcar e passarmos para a parte do turismo que conseguimos mesclar com a expedição, vale destacar que fomos recebidos em reunião já em Nova Delhi, capital da Índia, com o Diretor Geral, Sr. Abinash Verma,  do ISMA – Indian Sugar Mills Association que é o Instituto que cuida da cadeia produtiva da cana de açúcar em nível nacional.   O ISMA foi criado em 1932 e troca de Presidente todo ano dentro do prazo regimental.   
         Na sequência, farei um resumo dos locais históricos visitados em Agra, onde há o Taj Mahal e o Forte Vermelho e a Nova Delhi com sua parte nova e a parte antiga com suas mesquitas, tempos Siquis, memorial de Gandhi, o Portal da cidade (homenagem aos soldados mortos na guerra) e a volta de triciclo pelas vielas da cidade velha de Delhi com seu intenso comércio popular fervilhando de gente o tempo todo.
         Para completar, em matérias posteriores em breve, o dia todo de passeio por Dubai que fica nos Emirados Arabes Unidos e que foi o ponto de conexão aérea da viagem pela Emirates.   Voo São Paulo a Dubai e de Dubai a Mumbai na ída.   Na volta, voo de Nova Delhi a Dubai e depois de lá até São Paulo.

muito em breve colocarei as demais etapas da viagem em novas postagens.         
        

Nenhum comentário:

Postar um comentário