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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

RESENHA DE PALESTRA NA 73ª SOEA EM FOZ DO IGUAÇU – PR - 30-08-2016

RESENHA DE PALESTRA NA 73ª SOEA EM FOZ DO IGUAÇU – PR - 30-08-2016

Palestrante:  Eng.Civil José Carlos Martins – Presidente da CBIC – entidade que engloba 82 Construtoras e sindicatos da Construção tem vinculação com o SINDUSCON.     É gaucho e empresário do ramo.
     SOEA – Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia  (evento nacional)
Anotações feitas pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida

Nome da palestra:   CRISE E OPORTUNIDADES
     Disse que vai falar de oportunidades.
     Mostrou um gráfico que mostra que os movimentos do PIB brasileiro são acompanhados pelos movimentos semelhantes do PIB da construção da infraestrutura do Brasil.
     Em período recente os empregos na construção civil no BR sairam de 1,3 milhões para 3 milhões. Agora com a crise atual, caiu um pouco.
     Uso de Crédito Imobiliário:  Em 2003 eram 11 bilhões de reais e em 2014 eram 184 bilhões no BR.  Em 2016 estima-se que chegaremos à metade do que foi investido em 2015 em Crédito Imobiliário.
     A maior oferta de Crédito Imobiliário foi em 2013.
     Programa Minha Casa Minha Vida – foram feitas 4,5 milhões de habitações pelo programa.
     Faixa 1 de renda das famílias beneficiárias – a faixa de menor renda – a fonte dos recursos é da União e esta faixa é bastante subsidiada.   O valor da prestação não tem correlação com o custo da casa, mas é pautada em 5% da renda da família beneficiada.
     Faixa 2 – Há mais de uma fonte de recursos e os subsídios são menores.
     Em 2016 os lançamentos foram a metade do que foram as vendas, mesmo com a queda das vendas.   Ele diz que é só o BR voltar a crescer e haverá pressão da procura por imóveis populares inclusive e os preços vão se recuperar no setor.   Na estimativa deles, a demanda por imóveis residenciais só pelo crescimento da demanda vegetativa da população é de 1,5 milhão de residências por ano.   Fora a demanda por aquecimento da economia.
     Em 20 anos a média do número de moradores por unidade residencial no BR diminuiu em 20%.
     Em 2001 eram 3,62 pessoas em média por residência.  Em 2006, 3,42 pessoas e em 2013, 3,08.
     Infraestrutura -  Em 2015 aplicamos 1,8% do PIB em infraestrutura.    Estima que se aplicássemos 3% do PIB em infraestrutura, geraríamos 2 milhões de empregos.
     Disse que o BR em termos de máquinas e equipamentos não está muito defasado com a média mundial.    Na opinião dele a nossa defasagem é em infraestrutura.   Obras como portos, rodovias, moradias, etc.
     Fala de concessões pelo sistema PPP Parcerias Público Privadas.    Defende que tem que ser feitos contratos com índice de desempenho que tem que ser atingido.    Preconiza a verticalização das grandes cidades onde há serviços públicos disponíveis.    Saneamento; inovação tecnológica.
     Disse que houve tempo de vacas gordas em recursos e mesmo com má gestão, na sua visão, as obras sairam.  Agora não é o caso.   Aumenta a responsabilidade pela gestão, pela engenharia, para o desenvolvimento.   (continua...    )

     Na atualidade os pais não querem que os filhos sigam para os serviços gerais em obras da construção civil.  Para contornar isso, o setor tem que usar tecnologia para melhorar os meios de ação da mão de obra.
     Defende o combate à informalidade no setor da construção civil.   Hoje 54% dos empregados no setor não recolhem encargos sociais  (seus empregadores não recolhem).  Estão na informalidade.  Na estimativa dele e da sua entidade, há no BR potencial de arrecadar mais 30 bilhões de reais por ano colocando esse contingente de trabalhadores informais na formalização.   Registro em carteira.
     Não usar mais o modelo concentrador nas obras de infraestrutura.   Tem que haver concorrência. Destaca a insegurança jurídica que atravanca contratos.  Citou um exemplo.  O aumento significativo já citado, de volume de Crédito Imobiliário só ocorreu quando mudou a lei que tornou mais fácil o credor reaver o imóvel em caso de inadimplência. (salto de 11 bilhões de reais por ano para 184 bilhões por ano)
     Citou a defesa de se adotar o chamado Contrato de Especialidade que hoje pelas normas não está viável.    Seria numa construção, a construtora ter foco em partes da obra e poder contratar uma outra empresa especializada, por exemplo, em pintura.    Sem isso a construtora entra na fase de pintura, contrata os empregados para esse tipo de tarefa e terminando a pintura, demite esse contingente.   Com o contrato de especialidade isso seria contornado na visão dele.   Tem implicações na área sindical na atualidade ao que consta.
     Qualidade do projeto em obra pública.   Cumprimento de contrato.
     Ele é contra a concentração de obras públicas nas mãos de poucas e grandes empresas.  Inibe a concorrência e aumenta o risco de corrupção.
     Destacou que na década de 70 construímos em sete anos a Usina de Itaipu.   Algo que mesmo na atualidade é um desafio enorme.
     Na platéia, uma engenheira do CREA PB falou de um projeto de lei no senado que estaria dando mais facilidade para empresas de fora do que do BR na área da construção civil.
     Um colega do RJ disse que há problemas nas Agências Reguladoras.   Diz que não pode ser politizado algo que é técnico na sua visão.
     Falou-se que estaria havendo um diálogo da CBIC com entidades do governo visando destravar o setor.     Dito que tem que haver aumento do diálogo entre entidades da construção, universidades, Conselho de Classe, sindicatos, etc.     O Sinduscon é um braço da CBIC.
     Ele defende um maior diálogo também com a ABNT.
     O engenheiro Raimundo Oliveira lembrou que já atuou em grandes empresas de projetos e que hoje este mercado minguou e muitas saíram do mercado.  Citou empresas como a Promon, etc.   Defende bons projetos.
     O palestrante destacou um dos problemas dos contratos de obras do PAC para construção de casas populares.    No contrato há partes sob responsabilidade das construtoras e parte das Prefeituras.    Se a construtora faz tudo em ordem e a prefeitura não cumpre sua parte, trava todo o contrato da obra e bloqueia o acesso à verba federal para a obra gerando impasse e problemas para a construtora.
     No plenário teve engenheiro que destacou o problema de obras paradas nos campi de universidades.  Muitas destas tem inclusive curso de engenharia civil e o pessoal tem que “ficar assistindo o problema sem nada poder fazer”.  
     Ao destacar algumas incoerências do poder público, o palestrante citou o caso dos engenheiros do DNIT que ganham 1/3 do que ganham os engenheiros do TCU.
     Isto foi o que consegui anotar desta palestra.   Espero que a resenha seja útil aos colegas que buscam informações e opiniões sobre o setor.


              Blog    www.resenhaorlando.blogspot.com.br             Curitiba PR   04-10-16

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