CAP. 12/12
Muitos políticos estavam
descobrindo sua vocação para a construção de Estados-nação com uma só lei, uma
só língua, uma só visão de mundo, uma só história e um só futuro”.
Poetas, pintores... missão...
algo a compartilhar, amar e guardar em comum e assim elevar o mero viver
juntos ao nível de pertencer à mesma coisa...
... leva-los a lembrar e venerar seus
mortos e a alegrar-se por cultivar seu legado. O tempo mostrou que essa de tentar agregar
em torno de certos referenciais também trazia o potencial de reforçar o nós e
eles e criar animosidade com os que não pertencem a “nós”.
254 – “Juan Goytisolo, provavelmente o
maior entre os escritores espanhóis vivos, assume mais a questão. Juan, espanhol, viveu também em Paris, USA
e mora em Marrocos. Seria o escritor
espanhol mais traduzido para o mundo árabe.
Ele não duvida da razão. E explica: “A intimidade e a distância criam uma situação
privilegiada. Ambas são necessárias”.
257 – George Steiner considerava como
os maiores escritores contemporâneos: Samuel Beckett, Jorge Luis Borges e
Vladimir Nabokov.
“É preciso viver, visitar, conhecer
intimamente mais de um desses universos para descobrir a invenção humana...
258 -
... “imigrantes... mas também
lhes permite trazer para todos os países envolvidos dons de que eles muito precisam e que não poderiam receber
de outras fontes”.
260 – A vida atual é mais
corrida. “A velocidade, no entanto, não
é propícia ao pensamento, pelo menos ao pensamento de longo prazo”
Pensar tira a nossa mente da tarefa em
curso, que requer sempre a corrida e a manutenção da velocidade. Ter tempo... tempo para pensar e
distanciamento para uma visão de conjunto.
A liberdade de falar e reunir-se para
discutir questões de interesse comum jamais foi tão completa e incondicional
como agora.
Importante também saber o que discutir
e como implementar ações.
Ele diz que hoje essa de discutir está
nas mãos de especialistas e longe do alcance do cidadão comum.
A fome não pode ser aliviada pela
negação da fome.
Todos os especialistas lidam com
problemas práticos e todo conhecimento especializado se dedica à solução; e a
sociologia é um ramo do conhecimento especializado cujo problema prático é o “esclarecimento
que tem por objetivo a compreensão humana”.
Para se operar no mundo (por
contraste a ser operado por ele) é preciso entender como o mundo opera.
... é reabrir o caso supostamente fechado da explicação e
promover a compreensão.
A Sociologia ortodoxa do passado... se preocupava com as
condições da obediência e conformidade humanas... .... a primeira ocupação da Sociologia
feita sob medida para a modernidade líquida deve ser a promoção da autonomia e
da liberdade.
Envolve focar:
autoconsciência, a compreensão e a responsabilidade individuais.
Tocqueville: “o egoísmo...
seca as sementes de todas as virtudes”.
“O atual individualismo.... aflição nova e tipicamente
moderna, seca apenas a fonte das virtudes públicas; os indivíduos afetados
estão ocupados criando pequenos grupos para seu próprio desfrute e deixando a
sociedade maior de lado.
“Como bem disse Cornelius Castorialis: “está doente a sociedade que deixa de se
questionar. Recomeçar um
questionamento significa dar um grande passo para a cura.
... permitir que aqueles que sofrem descubram a
possibilidade de relacionar seus sofrimentos a causas sociais;
Bordieu confronta o termo laissez-faire (deixar fazer...): Observar a miséria humana com equanimidade,
aplacando a dor da consciência com o encantamento ritual do credo “não há
alternativa”, implica cumplicidade.
Não enxergar, não procurar e assim suprimir essa
possibilidade é parte da miséria humana e fator importante em sua perpetuação.
A revelação é o começo e não o fim da guerra contra a
miséria humana.
A sociologia descomprometida é uma impossibilidade.
FIM. 03-02-2021
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