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sexta-feira, 28 de abril de 2023

CAP. 07/10 - fichamento do livro de ficção - TERRA SONÂMBULA - autor moçambicano MIA COUTO

Capítulo 7/10

 

         No bar, o magrelo Quintino tinha levado um murro, já bêbado, e dormia na calçada.  Ao fechar o bar  ...”Alguém puxava Quintino pelos braços.  Depositavam-lhe na calçada, ele estava destinado a dormir sob o lençol de estrelas”.

         A prostituta cega avisa o jovem que o Quintino era quem poderia ser o seu guia na mata com seus perigos, na busca de tentar encontrar Gaspar.

         Carolinda (esposa da autoridade municipal) aparece à noite toda provocante e atraente.  O jovem lembra da sua Farida e o romance que rolou entre ambos.   ...”Ou será que o fogo do desejo faz semelhar toda mulher?”

         Ele teve um caso com Clarinda.

         Capítulo oito – O Suspiro dos Comboios  (trens)

         O velho ao miúdo, perdidos na estrada, se abrigando no ônibus carbonizado.     

         - “Lhe vou confessar.  Eu sei que é verdade:  não somos nós que estamos a andar.  É a estrada”.

         As andanças deles pelas matas perto do ônibus carbonizado .... “ era só fingimento”.

         “Tudo aconteceu na vizinhança do ônibus carbonizado”.   Siqueleto, o fazedor de rios, as mulheres dos gafanhotos...   “Era o país que desfilava por ali, sonhambulante”.

         O velho e as lembranças das antigas viagens de trem.   “O velho se lembrava, olhos quiméricos”.

         - “Você alguma vez escutou a fala do trem?

         - Nunca, tio.

         - É bonito de se ouvir.

         O velho trabalhava numa estação do trem antes da guerra.   Esta chegou e os trens pararam de circular.   Por muito tempo o velho continuou cuidando da estação na esperança de que o trem um dia voltaria.

         O velho guardava no bolso o apito que usava na estação.   Dá o apito de presente para o menino.

         ... “Digo isso porque já perdi a esperança.”  (do trem voltar e a guerra terminar)

         O velho pede para o menino ler os cadernos que acharam no ônibus.

“Dividissem aquele encanto como sempre repartiram a comida”.

         “Ainda bem que você sabe ler, comenta o velho.  Não fossem as leituras eles estariam condenados à solidão”.

         O velho que antes recusava, ouvindo a leitura, resolve limpar o local do ônibus onde se abrigavam na estrada.   Recolhe as cinzas dos mortos que estavam no ônibus.  Espalha as cinzas no campo para quando chovesse, elas ajudassem as plantas a crescerem.   Vida e esperança renascem no velho.        

         Oitavo caderno de Kindzu – Lembranças de Quintino

         O jovem Kindzu foi cedo ao bar para encontrar Quintino, o bêbado, indicado para ser seu guia.   (indicado pela prostituta cega...)

         O bêbado pousou na rua.   Cedo...   “Um homem rebocava Quintino, carregando-lhe às forças”.   O magrinho não resistia:  seus passos é que não encontravam as pernas”. 

         ... “toda direção do embriagado é sempre conveniente.”   Seja qual rumo for, não faz diferença...

         Quintino da delegacia com Kindzu que passou a noite com a mulher do manda chuva do lugar.

         Quintino bêbado, chorando na delegacia.  “Tinha bebido tanto que as lágrimas cheiravam a álcool”.

         Pena do amigo bêbado.   “O mesmo álcool que ontem lhe fizera corajoso, hoje lhe atirava nas valetas”.

         No tempo colonial, Quintino foi empregado na casa do português Romão Pinto.    Na revolução, mataram os donos da casa e enterraram na casa.    Um dia, Quirino invadiu a casa dos ex patrões para “nacionalizar” algum bem que lá encontrasse.   Surrupiar.

         Romão foi fazendeiro e plantava algodão.   Perdida a revolução pelos portugueses, Romão incendiou as próprias lavouras para estas não ficarem nas mãos dos adversários.

 

                   Continua no capítulo 08/10 

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