capítulo 4/5
Capítulo Árvores em chama
A irmã foi internada num sanatório no campo para tratar
de problemas mentais. Um dia de chuva
ela fugiu do hospital e houve um esforço geral para encontra-la. Encontraram ela parada entre as árvores,
tomando chuva.
A irmã ia visita-la uma vez por mês e depois da fuga, ia
uma vez por semana.
A irmã é quatro anos mais velha que a internada e se
sente responsável por ela inclusive economicamente, já que todos os familiares
abandonaram ela na condição de doente mental.
A irmã com o peso da responsabilidade avaliava que ela
mesma era uma pessoa introspectiva.
Sobre o marido dela que fazia filmes, diz que nem
conhecia essa área artística e ele era de poucas palavras e ela não compreendia
a arte dele nem o modo de ser do marido.
Como o casal se conheceu. Ela atendia numa loja e ele chegou, barba
sem fazer, carregado de equipamentos de filmagem e de fotografia.
Exausto. Ela o
viu vulnerável e convidou-o para almoçar.
Almoçaram juntos e assim começou o namoro.
“Desde aquele dia, a única coisa que ela esperava dele
era que ele descansasse ao receber os cuidados que ela lhe dispensava. Mas apesar de seus esforços, mesmo depois do
casamento, ele parecia continuar cansado.”
Ele sempre cansado, fechado e distante. “Não demorou muito para ela se dar conta de que talvez a pessoa a quem ela
queria fazer descansar não fosse ele, mas sim, ela mesma”.
Ela que aos dezenove anos de idade saiu de casa no
interior e foi para a capital cuidar de si, dos estudos e da manutenção
sozinha.
“Assim como ela não conseguia ter certeza do seu amor por
ele, nunca teve certeza do amor dele por ela”.
...
“O que ele amava de verdade eram as imagens que filmou e
as que iria filmar no futuro.”
....
“Em casa, viu seus olhos brilharem uma única vez”. Foi quando o filho do casal deu os primeiros
passinhos rumo aos braços da mãe. Ele filmou a cena emocionado.”
O marido dela praticamente ignorava a esposa e o filho
que ia crescendo.
Mesmo quando estava em casa era como se não estivesse.
A mãe: “Ele não
está... não tem ninguém aqui. Só você e sua mãe. Vai ser assim para sempre”.
Ela numa das visitas à irmã no sanatório, buscando razões
para a irmã ter ficado assim doente. Os
sonhos estranhos dela, o vegetarianismo, o pai agredindo ela já casada na
frente da família por causa dela se recusar a comer carne. O pai dando um safanão no rosto dela e ela
transtornada logo em seguida pega uma faca e corta os pulsos.
Ela sendo socorrida, carregada pelo cunhado. Ele sabe da mancha mongólica que ela tem nas
nádegas e isso para ele é um fetiche que o embriaga.
Mais adiante, a cunhada já doente e separada do marido,
ele leva ela para o estúdio e faz sexo com ela.
A esposa pega em flagrante e o escândalo estava feito.
“O episódio fez com que desmoronasse toda a rede de
amizades da doente. Desmoronou como um
castelo de areia”.
No caso da traição do marido com a irmã dela doente... “A única coisa certa é que não perdoaria o
marido por nada neste mundo”.
Continua no capítulo final
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