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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Cap. final - fichamento do livro - A VEGETARIANA - autora coreana - HAN KANG - Prêmio Nobel de Literatura 2024

capítulo final

 

            No caso da traição do marido com a irmã dela doente...   “A única coisa certa é que não perdoaria o marido por nada neste mundo”.

            Depois dessa traição, a vida dela nunca voltou a ser a mesma.

            No flagrante, a esposa chamou os bombeiros socorristas.   Ela cunhada ficou internada num sanatório e ele, após exames constatarem que ele não tinha problemas mentais, foi levado preso.

            A família se afastou da doente mental e do causador de tudo aquilo.    Se afastou e não ajudou nas contas com o internamento dela.

            Ficou tudo por conta da irmã da vítima que teve que continuar a visitar a irmã, acompanhar o tratamento, pagar as contas do tratamento e tudo o mais.    E ficou também sem o marido depois daquilo tudo. 

            Na mudança de hospital, o enfermeiro, dentro do protocolo de segurança para evitar tentativa de suicídio da paciente, revistou a bagagem dela para ver se haveria algo cortante ou algo que pudesse ser improvisado para um enforcamento.

            A interna, neste caso, costuma ficar de cabeça para baixo tentando imitar uma árvore da floresta.   Acha que vai tirar a nutrição da terra e não precisará de mais nada além de água.

            Gesto que ela já fazia de vez em quando na fase em que era criança.

            Pacientes no sanatório.   Olhar fixo e demorado para as pessoas é recorrente.

            Se aproximar e ficar ali ao lado do outro também é recorrente.

            “Alguns tem o olhar vazio típico de quem vive encerrado no próprio mundo”.

            A doente definhando na cama, só pele e osso.  Acamada.

            As irmãs dela quando eram crianças foram muito castigadas pelo pai que batia nelas e era violento.    Veterano da guerra do Vietnã.

            Um dia, quando crianças, elas duas se perderam na mata.   A irmã mais nova, agora doente, quando se perderam não queria mais voltar para casa.   Já o irmão quando criança, apanhava em casa e podia descontar na rua.    As irmãs não tinham essa alternativa.

            A irmã, casada com o fotógrafo que aprontou com a cunhada, viveu com ele por oito anos.   Se separaram após o episódio da traição.

            Depois do casal separado, ele uma noite ligou querendo ver o filho.   Ela nada respondeu e desligou o telefone.  Após desligar ela murmurou para si mesma.   “Eu não te conheço.   Não preciso te perdoar, nem precisa me pedir perdão, porque não te conheço”.

            Ela cuidando da loja, do filho, das suas dores e sem achar um sentido para a vida.

            “Outra vez passou a vista pelos objetos da casa.  Não pertenciam a ela.  Do mesmo modo que sua vida nunca tinha sido sua”.

            “Foi nesse dia que percebeu que estava morta havia muito tempo.”

            Ela, mãe do menino Jiu só conseguia rir quando o filho fazia graça para ve-la rindo.

            No sanatório tentando se comunicar com a irmã que segue de mal a pior.  Não aceita refeição nem por sonda.     É transferida para um hospital na capital.

            O livro se encerra com as irmãs na ambulância a caminho do hospital da capital.     Fica implícito que os dias finais da doente estavam muito próximos.     Livro com final aberto.     A vida tem dessas coisas.

FIM.                  18-12-2024                        resenhaorlando@gmail.com

            

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