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domingo, 10 de agosto de 2025

Cap.5/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico francês SAINT-HILAIRE - (1816-1822)


         Lapa ou Vila do Príncipe.  Página 61

         Cita uma região de sertão entre a Lapa e Lajes.   O autor explica que particulares tinham concessão para cobrar com suas milícias os impostos das tropas que transitavam pela região.  Geralmente vindas do sul para Sorocaba-SP onde eram revendidas.     Concessão para cobrar imposto e para ter armazém para suprir os viajantes.

         Cap V – A Parte do Território de Curitiba situada entre a cidade e os Campos Gerais

         Sítio de Itaque, pertencente ao Capitão da milicia chamado Veríssimo.

         O autor cita que constatou que no geral os imigrantes portugueses eram menos laboriosos que os franceses e alemães.  Por outro lado os portugueses eram mais laboriosos que os brasileiros.

         Cita Campo Largo no roteiro dele.    Descreve as terras do Coronel da milícia Inácio de Sá e Sotomaior.

         As tentativas de fazer vinho em terras de lugar muito chuvoso e frio.  A falta de calor dava baixo teor de açúcar na uva e também retardava a fermentação para obter o vinho.

         O hospedeiro dele recebeu visitas em casa, compostas de homem, esposa e filhos.   Ele disse que esse tipo de visita não ocorria no interior de Minhas Gerais.   Geralmente só o homem visitava outras famílias vizinhas.

         As crendices absurdas do povo local: “almas-de-outro-mundo, duendes, lobisomens...”.  Todos acreditavam.

         Capítulo VI  - A cidade de Curitiba e seu distrito

         Curitiba em guarani – curii – pinheiro e tiba – reunião.    Diz que a cidade começou no passado a ser povoada mais perto da Serra do Mar com o nome de Vila Velha.   Depois, segundo uma lenda, a Nossa Senhora da Luz da capela local olhava sempre para outro lugar e assim o povo mudou o povoado para onde hoje em dia fica a cidade de Curitiba.   (página 70)

         São Paulo quando dividiu em duas comarcas, teve a do Norte, cujo ouvidor ficava em São Paulo e a comarca do Sul, cujo ouvidor ficava em Paranaguá.     (caminhos por terra eram raros e o Rei no Rio de Janeiro teria mais facilidade de administrar a região por via marítima, daí Paranaguá).

         Curitiba como sede de comarca:  “Dois juízes ordinários faziam os julgamentos de primeira instância e presidiam, de acordo com o costume, a câmara municipal.   (nesse tempo não havia prefeitura).

         Europeus chegaram a Paranaguá e não encontravam um clima salubre e propício para saúde e para seus cultivos usuais na Europa.    Mesmo tendo o difícil caminho da Serra do Mar, acabavam optando por morar em Curitiba onde o clima de altitude é mais ameno e o terreno é mais plano e propício para as culturas como peras, pêssegos, maçãs, uvas etc.

         “A cidade tem uma forma quase circular e se compõe de 220 casas no ano de 1820.   Casas pequenas e cobertas com telhas, quase todas de um só pavimento, porém um grande número delas, feitas de pedra”.  (página 71)

         Nos quintais, frutas como macieiras, pessegueiros e outras árvores europeias.

         A igreja paroquial é dedicada a Nossa Senhora da Luz.   Cidade geralmente com moradias de agricultores.    A cidade fica deserta durante a semana e os moradores vem nos domingos e dias santos para assistirem a missa.

         Poucos ricos na cidade e redondeza.   Geralmente na sala, apenas uma mesa e alguns bancos.

         Curitiba enviava para a cidade de Paranaguá produtos como toucinho, milho, feijão, trigo, fumo, carne seca e mate.

         Em 1820 os povoados longe do litoral do Brasil, pela precariedade das estradas, raramente chegavam aos portos marítimos.      Curitiba, apesar da dificuldade de caminhar pela Serra do Mar, conseguia negociar com o litoral e neste, com Paranaguá.

         Da Lapa em diante, rumo ao sul, 60 léguas (6 km cada) pelo sertão de Viamão.   Trecho precário e infestado de índios selvagens.

         Outro caminho de Curitiba rumo ao sul passava por São José dos Pinhais que já era paróquia em 1820.   Rota rumo a São Francisco do Sul no litoral de Santa Catarina.

         Apesar de menor, a povoação de São José dos Pinhais era mais antiga que Curitiba.

                            Continua no capítulo 6


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

capítulo 4/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor - Pesquisador francês - SAINT-HILAIRE - (anos 1816-1822)


  1. Chegou em Castro e o povo local estava em polvorosa por conta do recrutamento compulsório para a construção da estrada até Guarapuava. O severo coronel Diogo recrutando pessoas da região para abrir sem remuneração, a estrada para Guarapuava que era infestada de “índios bravios”.
  2. Os pais de família sumiam no mato para tentar escapar do recrutamento. Assim a vila de Castro ficou quase deserta. Muitas casas vazias.
  3. Capítulo IV - A cidade de Castro – Fim da viagem pelos Campos Gerais
  4. Castro antes se chamava Iapó, nome que faz referência a brejos.
  5. Em l788 Castro foi elevada a “a cidade ou arraial de Iapó”. Página 50
  6. Curitiba era a chamada Quinta Comarca da Província de São Paulo.
  7. Cita os frutos da planta cambui.
  8. Sobre Castro de então, “uma centena de casas em três ruas compridas.
  9. Sobre a igreja de Castro após o abandono do povo por conta do recrutamento forçado. “Depois que cheguei ao Brasil, vi poucas igrejas tão mal cuidadas quanto esta”.
  10. “Em 1820 a instrução pública era absolutamente inexistente em Castro e em todo o seu distrito”. Só passou a ter escola em 1830 ... só para meninos. Só em 1846, começou a ter escola para meninas.
  11. Ano de 1820 “Três ou quatro comerciantes, prostitutas e alguns artesãos constituíam praticamente toda a população de Castro”.
  12. Artesãos ligados a confecção ou reparo de arreios e apetrechos para cavalos de lida com gado. (seleiros)
  13. Castro – predomínio da pecuária e um pouco de lavoura. Milho, feijão, arroz e trigo.
  14. No sul de São Paulo já existia no Vale do Ribeira o povoado de Apiaí.
  15. Em 1839 Castro já tem cinco paróquias: Castro, Guarapuava, Belém, Jaguariaiba e Ponta Grossa.
  16. Em 1820, antes do recrutamento, Castro linha 5.000 habitantes entre brancos e escravos. (havia índios mas não eram computados)
  17. ...para 404 nascimentos num ano houve apenas 101 óbitos.
  18. Em Castro, se hospedou na casa do Sargento Mor José Carneiro, filho do Coronel Luciano Carneiro.
  19. Festa oferecida pelo anfitrião. Festa com música e danças, incluindo a chula. ... “belas modinhas... mas de um modo geral, nada é mais triste e monótono do que as cantigas populares das províncias que eu percorri”.
  20. O povo da atividade rural na festa declamava até poesias.
  21. Os chefes dos tropeiros evitam pousar perto dos povoados por causa das prostitutas. Estas deixam os peões desfalcados de dinheiro.
  22. Oito dias em Castro antes de seguir viagem. Segue depois até chegar à Fazenda Carambei. “carumbe” – tartaruga e “y” – rio na linguagem indígena.
  23. Sempre onde se hospedavam no trecho serviam refeições e chá mate.
  24. Numa fazenda onde se hospedou no trecho entre Castro e Curitiba, a dona da fazenda em conversa com ele perguntou se ele tinha mãe. Ela disse que uma mãe prefere ser bem pobre e ter o filho por perto do que ter riqueza e viver longe dos filhos. Ao ouvir isso, ele disse que encheu seus olhos de lágrimas.
  25. Após o pesquisador ouvir isso sobre mãe e filhos... “não segui os conselhos da minha bondosa hospedeira, e foi amargo o preço que paguei por isso”.
  26. ... na chamada Freguesia Nova, uma nova paróquia..... “o vigário se queixava da pouca vocação de seus paroquianos que não concordavam em fazer o menor sacrifício em favor da religião”.... e era a duras penas que o vigário os convencia a assistir à missa”.
  27. Nas outras andanças do pesquisador pelo interior do Brasil, sempre na missa ele via mais negros do que brancos. Já aqui nos campos gerais, ele via na missa mais brancos do que negros.
  28. Os fieis vinham a cavalo para assistir as missas. As mulheres para andar a cavalo usavam roupa especial.
  29. Destaca que nos campos gerais via muitas mulheres brancas bonitas.
  30. Cita ter passado por um lugar onde seria Palmeiras na região de Ponta Grossa.
  31. ...”o que me causava melancolia era a profunda solidão em que eu vivia habitualmente”.
  32. Fazenda Caiacanga. Pela língua indígena cai significa macaco e acanga, cabeça.
  33. Os da equipe dele apelidaram o pesquisador de Tenente Coronel e isso acabou abrindo portas para eles nos trechos. Chegam perto do Rio Iguaçu e cita que o rio nasce perto da Serra do Mar e segue para o lado oeste indo desaguar no Rio Paraná.
  34. Continua no capítulo 5/12 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Cap.3/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE - (anos 1816-1822)

 capítulo 3                            agosto de 2025

 

         Pag. 31 das 210 -   Em Jaguariaiba (grafia da época) o autor diz que ficou na fazenda muito recomendada, pertencente ao Coronel Luciano Carneiro.   A casa que abrigou o pesquisador na fazenda era a menos precária de toda a rota dele desde Sorocaba-SP.   Por outro lado, era muito mais precária do que a maioria das casas do interior de Minas Gerais.

         Índios Coroados na região.  Numa ano de seca, matavam algumas vacas da fazenda de forma furtiva e eram caçados por soldados mandados pelo coronel fazendeiro.

         Os índios na região faziam casas coletivas.  Plantavam feijão e milho.

         Cita que nos campos gerais do PR a ocorrência do pequi de haste anã.  Eu, leitor, desconhecia o pequi por aqui.   Sabemos que o pequi de porte maior é bem utilizado no Centro Oeste brasileiro.

         ...  “em pleno sertão, de  repente me deparei com pastos cercados por valas”.     (eu, leitor, vi isso no atual Assentamento do Contestado no município da Lapa PR).     Pela citação do autor, era comum naquela época.

         O autor citando a casa onde ficou hospedado.   Era uma fazenda muito bem cuidada e a sede era de bom padrão.     Casa com amplo jardim, pomar e parreiras de uvas.  Nos pastos, capim-da-colônia, atual “colonião”.

         Isso na Fazenda Caxambu.   O dono tinha estábulo para os cavalos passarem a noite.   Os outros fazendeiros deixavam os cavalos nos pastos e cada vez que iriam usá-los tinha que usar laço para o acesso aos mesmos.

         Cana do Taiti, aqui chamada de cana caiana.  (Saccharum taitiense)

         Na Caxambu, pomar bem cuidado, laranjas até para fazer vinho.  Horta com couve, o que era raro na região, ter horta.

         Cada fazenda onde se hospedava o dono recomendava ele para a próxima acolhida.  Um guia do grupo dele ia na frente para ajustar o alojamento.

         Agora, na fazenda do Xavier da Silva.  Ele era português e cuidava bem da fazenda e dos seus escravos.  Um deles administrava a fazenda.  Os fazendeiros vizinhos não plantavam pomar mas quando recebiam visitas, iam buscar frutas na fazenda do Xavier da Silva.

         Capítulo II  -  Continuação da viagem pelos Campos Gerais – a Fazenda Fortaleza -  Ainda os índios Coroados.

         Sentiu ao deixar a Fazenda Caxambu.   A melhor hospedagem do trecho desde Sorocaba, como já foi dito.

         Página 38 -  “O Rio Caxambu contem muitos diamantes”.

         ...   Agora na fazenda do Tenente Fogaça.    Bem recebido pelos escravos mesmo o patrão não estando presente.

         O autor faz uma observação sobre os escravizados ao longo da viagem:

         “Se muitas vezes os negros tem um ar melancólico, sofredor e estúpido, e se chegam mesmo a se mostrar desonestos e imprudentes, é porque são maltratados”.

         Nove horas de caminhada por trilhas num só dia.   Se não tivessem a companhia de um guia local, teriam errado o caminho várias vezes.  Os caminhos são apenas trilhos e sempre cortados por muitos trilhos de gado nas pastagens, confundindo os viajantes.

         Nos campos gerais...    “ a gramínea vulgarmente chamada de capim frecha é a que mais ocorre na região de Jaguariaiba.

         Fazenda Caxambu, de José Felix da Silva, que é Tenente Coronel da milícia.   Famoso em São Paulo pela riqueza e pela avareza.    O pesquisador foi bem recebido e bem tratado na fazenda nos quatro dias que lá ficou.

         Na região, há as paróquias de Castro e de Tibagi.

         O autor cita a “língua geral” falada na época.   Nela tyba seria ponto de comércio.   (na minha terra natal da rota do tropeirismo próxima de Sorocaba, a expressão tiba significava algo cheio, abastecido).   Em tempo, sou natural de Cerquilho-SP.

         Local de nome Guartela.   “Não encontrei por aqui nos campos gerais nem mosquitos, nem carrapatos que proliferam nas regiões quentes, mas as baratas, infelizmente, são comuns aqui...”      ...”e as pulgas em quantidade sem igual...”

         Região de Guartela tinha a chamada Igreja Velha.   Os Jesuitas tinham estado por lá e se foram ao serem expulsos do Brasil.

         Cita o caminho difícil pela Serra das Furnas.  (há furnas ao lado de Vila Velha onde há os monumentos naturais de arenito perto de Ponta Grossa PR)

         Chegou em Castro e o povo local estava em polvorosa por conta do recrutamento compulsório para a construção da estrada até Guarapuava. 

 

         Continua no capítulo 4/12