capítulo 6/20
Jorge num dia na casa de
Mãe Senhora e na despedida ela pergunta de amigos dele, conhecidos dela, Paulo
e Simone. Ela estava se referindo ao
escritor francês Jean-Paul Sartre e a Simone de Beauvoir. Estes que em visita a Jorge Amado, foram
conhecer o Candomblé de Mãe Senhora.
Mãe Senhora na ocasião da visita
dos escritores franceses ilustres, indicou quais eram os santos deles, o que os
deixou muito impressionados. Levaram a
sério as indicações. Em ocasião
posterior, se reencontraram na Europa e eles tocaram no assunto do Candomblé e
os seus santos.
Stella de Oxossi
Jovem filha de santo que Mãe
Senhora vinha preparando para sucedê-la no futuro. Mais adiante ficou comprovado. Quando Stella de Oxossi passou a ser Mãe de
Santo com o tempo ela transformou o terreiro Axé Opô Afonjá no maior terreiro
da Bahia.
O misterioso vulto
“Deviamos fazer o bori uma
vez por ano. O bori inclui lavar a
cabeça, pousar uma noite no terreiro com os aparatos determinados, o que limpa
o praticante pelo ano todo”.
Jorge e alguns amigos,
dentre eles, Carybé, tinham funções no terreiro. O bori durava uma noite inteira. Inclui preces na língua Nagô. No livro, Zélia dá mais detalhe do rito em
si.
... Em outro trecho cita o
prato galinha à cabidela.
Zélia publica no livro um
trechinho de uma carta escrita no passado pelo pré adolescente Jorge Amado em
seu tempo de ginásio dos Jesuitas. Alguns
estudantes criaram um tipo de confraria com regulamento e tudo, visando uma vida
casta e coisa e tal. É bem pitoresco o
texto cheio de boas intenções.
Ikebana
Uma arte floral
oriental. Zélia e uma amiga iam a
vários tipos de cursinhos, desde bordados, até de arranjo de flores. A Ikebana é um tipo de arranjo de flores
com toda uma simbologia na tradição japonesa.
“Norma só não conseguia
uma coisa comigo: arrastar-me a enterros
e velórios”.
Nosso Jardim
Plantou árvore de fruta
pão e outras mais como pitangueiras, laranjeiras etc. Plantaram tantas que sombreou todo o
terreno e ficou mais difícil as plantas menores tomarem sol. “Tirou a nossa vista sobre o Rio Vermelho –
e o mar, mas ficou lindo”.
Reminiscência
O casal, uma vez visitando
a fazenda de amigos, viu pés da rara fruta chamada lichia, originária da China,
onde conheceram a planta e os frutos.
Ficou surpresa vendo pés
de lichia na fazenda do amigo, coisa rara no Brasil de então. Levou pra casa uma mudinha de lichia numa
lata com todo cuidado e deu recomendação bem especial ao jardineiro da
casa. Todo cuidado! Ainda mais porque o casal viajava muito,
para longe e demoravam a voltar. Era
uma brecha para descuidos do jardineiro.
Zélia contava com os
frutos do pé de lichia para depois desafiar o compadre Carybé que se gabava da variedade
de frutas que tinha na chacrinha dele.
Uma viagem longa pela
Europa e um dia no hotel, recebe uma carta do jardineiro. Avisava que a árvore já cresceu e deu
frutos. Deu pitangas. E disse que a patroa tinha comprado gato por
lebre, logo ela, uma pessoa tão inteligente, como ele disse. (Como leitor fica a pergunta: Será que o jardineiro não deixou a planta
morrer e plantou no lugar dela um pé de pitanga para enganar a patroa?)
Rufino
Jorge precisava levantar
um muro alto a ser feito de pedras na divisa de sua casa. Um amigo lhe indicou Rufino. Ele trouxe vários empregados e ficava só
olhando os empregados trabalharem. Não
punha a mão na massa.
Ganhou bem e terminada a
obra, não se importou em arranjar outras obras. Ficava apertado e vinha chorar mágoas na
casa de Jorge e sempre saia com uns trocados.
Rufino sempre dizia que era emprestado... Nunca pagou.
Tanto que em algumas cenas
do filme Dona Flor rodados em Salvador, Jorge indicou Rufino para a equipe de
figurantes e ele desempenhou o papel sem problemas.
Ainda sobre as obras da
casa de Jorge e Zélia. Havia uma porta
de entrada muito simples e Carybé se encarregou de criar uma porta de ferro com
detalhes de frutas e pássaros.
Numa fase da obra havia
trinta empregados trabalhando no local.
Continua no capítulo 7/20