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domingo, 24 de dezembro de 2023

CAP. 6/20 - fichamento do livro de memórias - A CASA DO RIO VERMELHO - Autora: ZÉLIA GATTAI

 capítulo 6/20

 

         Jorge num dia na casa de Mãe Senhora e na despedida ela pergunta de amigos dele, conhecidos dela, Paulo e Simone.   Ela estava se referindo ao escritor francês Jean-Paul Sartre e a Simone de Beauvoir.    Estes que em visita a Jorge Amado, foram conhecer o Candomblé de Mãe Senhora.

         Mãe Senhora na ocasião da visita dos escritores franceses ilustres, indicou quais eram os santos deles, o que os deixou muito impressionados.   Levaram a sério as indicações.    Em ocasião posterior, se reencontraram na Europa e eles tocaram no assunto do Candomblé e os seus santos.

         Stella de Oxossi

         Jovem filha de santo que Mãe Senhora vinha preparando para sucedê-la no futuro.   Mais adiante ficou comprovado.    Quando Stella de Oxossi passou a ser Mãe de Santo com o tempo ela transformou o terreiro Axé Opô Afonjá no maior terreiro da Bahia.

         O misterioso vulto

         “Deviamos fazer o bori uma vez por ano.  O bori inclui lavar a cabeça, pousar uma noite no terreiro com os aparatos determinados, o que limpa o praticante pelo ano todo”.

         Jorge e alguns amigos, dentre eles, Carybé, tinham funções no terreiro.   O bori durava uma noite inteira.    Inclui preces na língua Nagô.    No livro, Zélia dá mais detalhe do rito em si.

         ... Em outro trecho cita o prato galinha à cabidela.

         Zélia publica no livro um trechinho de uma carta escrita no passado pelo pré adolescente Jorge Amado em seu tempo de ginásio dos Jesuitas.   Alguns estudantes criaram um tipo de confraria com regulamento e tudo, visando uma vida casta e coisa e tal.    É bem pitoresco o texto cheio de boas intenções.

         Ikebana

         Uma arte floral oriental.    Zélia e uma amiga iam a vários tipos de cursinhos, desde bordados, até de arranjo de flores.     A Ikebana é um tipo de arranjo de flores com toda uma simbologia na tradição japonesa.

         “Norma só não conseguia uma coisa comigo:  arrastar-me a enterros e velórios”.

         Nosso Jardim

         Plantou árvore de fruta pão e outras mais como pitangueiras, laranjeiras etc.      Plantaram tantas que sombreou todo o terreno e ficou mais difícil as plantas menores tomarem sol.    “Tirou a nossa vista sobre o Rio Vermelho – e o mar, mas ficou lindo”.

         Reminiscência

         O casal, uma vez visitando a fazenda de amigos, viu pés da rara fruta chamada lichia, originária da China, onde conheceram a planta e os frutos.

         Ficou surpresa vendo pés de lichia na fazenda do amigo, coisa rara no Brasil de então.    Levou pra casa uma mudinha de lichia numa lata com todo cuidado e deu recomendação bem especial ao jardineiro da casa.   Todo cuidado!    Ainda mais porque o casal viajava muito, para longe e demoravam a voltar.   Era uma brecha para descuidos do jardineiro.

         Zélia contava com os frutos do pé de lichia para depois desafiar o compadre Carybé que se gabava da variedade de frutas que tinha na chacrinha dele.

         Uma viagem longa pela Europa e um dia no hotel, recebe uma carta do jardineiro.   Avisava que a árvore já cresceu e deu frutos.  Deu pitangas.  E disse que a patroa tinha comprado gato por lebre, logo ela, uma pessoa tão inteligente, como ele disse.    (Como leitor fica a pergunta:  Será que o jardineiro não deixou a planta morrer e plantou no lugar dela um pé de pitanga para enganar a patroa?)

         Rufino

         Jorge precisava levantar um muro alto a ser feito de pedras na divisa de sua casa.   Um amigo lhe indicou Rufino.   Ele trouxe vários empregados e ficava só olhando os empregados trabalharem.  Não punha a mão na massa.

         Ganhou bem e terminada a obra, não se importou em arranjar outras obras.   Ficava apertado e vinha chorar mágoas na casa de Jorge e sempre saia com uns trocados.   Rufino sempre dizia que era emprestado...   Nunca pagou.

         Tanto que em algumas cenas do filme Dona Flor rodados em Salvador, Jorge indicou Rufino para a equipe de figurantes e ele desempenhou o papel sem problemas.

         Ainda sobre as obras da casa de Jorge e Zélia.   Havia uma porta de entrada muito simples e Carybé se encarregou de criar uma porta de ferro com detalhes de frutas e pássaros.

         Numa fase da obra havia trinta empregados trabalhando no local.

 

         Continua no capítulo 7/20

Um comentário:

  1. Casos pitorescos, ainda mais envolvendo o casal Zélia e Jorge. Como morei em Copacabana por anos, sempre passava em frente ao apartamento em que eles possuíam lá. Há uma placa que colocaram depois da morte da Zélia, que era viúva há tempos. Não sei se o jardineiro plantou pitangueira no lugar do suposto falecido pé de lichia. Quem sabe?

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