Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

CAP. 8/20 - fichamento do livro de memórias - A CASA DO RIO VERMELHO - autora: ZÉLIA GATTAI

 capítulo 8/20            leitura em dezembro de 2023

 

         Casa Cheia

         Muitos amigos em Salvador.  Jorge era obá no terreiro Axé Apô Afonjá, de Mãe Senhora.    O amigo que mais entendia de Candomblé era Vivaldo da Costa Lima.    Quando o francês Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir visitaram a Bahia, foi Vivaldo o indicado para repassar explicações sobre candomblé a eles.

         O jovem Emanoel Araujo, artista plástico e uma bela série de telas sobre gatos.    Zélia cita também:   “Luz da Sena, mulher poderosa, tornara-se nossa amiga desde a nossa chegada à Bahia”.

         As velhinhas se encontram

         O casal recebe por uma temporada as mães deles.   Lalu, mãe de Jorge era só elogios aos filhos “sem defeitos”.    Já a mãe de Zélia era mais modesta.   As duas eram “inimigas íntimas”.   Rolava muita prosa entre elas.

         Casa das frutas

         O povo baiano não era de comer verduras.   Frutas até que consumiam.

         Um dia abriu uma frutaria em Salvador.    O motorista do amigo de Jorge tinha a missão de achar a frutaria e ele entendeu putaria e procurou na vizinhança e não achava.   Nem o motorista de taxi da área soube indicar, mas deu um aviso:    Se você achar a tal putaria aqui perto, me avisa!

         Hóspede inesperado

         Um carro parou na casa de Jorge, deixaram lá um cidadão, disseram que era um diretor de cinema tcheco e que pediram para deixa-lo na casa do casal.   O casal no passado tinha vivido um pouco do exílio na Tchecoslováquia e acharam que eles eram fluentes no idioma...

         Foi acolhido e soube-se que ele iria ser homenageado em Salvador pelos cineastas e intelectuais do ramo de cinema local.     O tcheco pediu laranjas e Zélia serviu e ele pediu água, colocou para ferver depois colocou as laranjas dentro para “matar os micróbios” e em seguida consumiu as frutas.    Ele disse que foi recomendação que trouxe da Europa para visitar o Brasil.

         Golpe de estado

         O golpe militar de 1964

         Deposto João Goulart e os militares colocaram na presidência o Marechal Castello Branco.    E começa a perseguição aos militantes da esquerda.   Nos anos Vargas Jorge e Zélia já tinham sido perseguidos e tiveram que ir para o exílio.

         Um casal amigo deles e colega do tempo da faculdade de Direito estava feliz com o que chamaram de revolução.  E veio com conversa e Zélia já foi avisando:   “Olhe, Wilson, não venha falar de revolução nesta casa!  Estamos cansados de sofrer, cansados de golpes militares.   Me admira você, nosso amigo, vir com essa conversa de revolução, revolução fajuta, fascista, que vai acabar com a liberdade, vai botar todo mundo de novo na cadeia...”

         Acabou que o estudante e lider estudantil João Jorge foi preso e o Wilson, pela velha amizade, conseguiu viabilizar a soltura do filho do amigo Jorge Amado.     O jovem participava de passeatas contra o golpe.

         A ditadura de 1964 apreendeu até os livros editados por Jorge Amado.

         Leitores de Jorge sendo taxados de comunistas apenas por lerem os livros dele.    Estava na fase de impressão o livro de Jorge, Os Pastores da Noite.

         Dona Zélia entra na dança

         Os estudantes protestavam contra o acordo do governo militar com os USA, convenio MEC-USAID.    Paloma, filha do casal chega em casa dizendo que iria participar de uma passeata contra o convênio.  Ela era aluna do Colégio de Aplicação ligado à UFBA Universidade Federal da Bahia.

         Ela avisou a mãe que iria participar e achou que a mãe iria colocar obstáculo.    Não só Zélia concordou, como avisou que iria também.  E foi.

         A causa era justa.    Paloma ficou admirada, mas Jorge esclareceu que foi nessa lida de militantes que os dois se conheceram no passado e estão juntos.

         A passeata

 

         Continua no capítulo 9/20       

Nenhum comentário:

Postar um comentário