capitulo 02/10 DEZEMBRO DE 2023
O curto tempo de vida do pai, a mudança para a casa da tia,
o professor ensinando-lhe a viver, a puberdade elevando-se misteriosa, o
internato... o casamento com Otávio.
“Toda a sua vida era um erro, ela era fútil. Otávio vivendo no outro quarto.”
“E de repente toda a lassidão da espera concentrando-se num
movimento nervoso e rápido do corpo, o grito mudo. Frio depois, e sono”.
Capítulo - ...A
Mãe...
O pai de Joana almoçando com a família e o cunhado Alfredo,
amigo da família. Almoço acompanhado de
vinho.
Alfredo pergunta o que ela quer ser no futuro. O pai responde: “Me disse que quando crescer vai ser herói...”
O pai falando como foi a mãe de Joana, a Elza. “Cheia de poder. Tão rápida e áspera nas conclusões, tão
independente e amarga que da primeira vez que nos falamos, chamei-a de
bruta! Imagine. “Ela riu, depois ficou séria”.
A esposa... “Era o diabo... – “Tu não imagina sequer: nunca vi alguém ter tanta raiva das pessoas,
mas raiva sincera e desprezo também”.
“E ser ao mesmo tempo tão boa... secamente boa”. ...”eu ainda agora queria saber é o que ela
tanto pensava...”
O pai segue falando mal da esposa perto da filha. “Sei lá, eu mesmo prefiro que esse broto aí
não a repita”. ...”E nem a mim, por
Deus...”
A mãe de Joana já é falecida.
Capítulo - O passeio
de Joana
Agora Joana e seu marido Otávio.
O casal entre quatro paredes... “os dois eram incapazes de se libertar pelo
amor porque ela aceitava sucumbida o próprio medo de sofrer, sua incapacidade
de conduzir-se além da fronteira da revolta”.
“Como ligar-se a um homem senão permitindo que ele a
aprisione?”
“Como impedir que ele desenvolva sobre seu corpo e sua alma
suas quatro paredes?”
“Por que uma casa encerada e limpa deixava-a perdida como
num mistério, desolada, vagando pelos corredores?”
...”- Então eu me distraio muito, repetiu. Sentia-se um galho seco, espetado no ar. Quebradiço, coberto de cascas velhas.”
...”Sentir o corpo fora de si mesma”. ...
- “Eu notei, você gosta de andar, disse Otávio, apanhando um
graveto”.
...”e com uma palavra poderia inventar um caminho de
vida. Se dissesse: estou no terceiro
mês de gravidez, pronto! entre ambos viveria alguma coisa.”
Capítulo ... A
Tia...
Viajando de bonde para a casa da tia que morava na
praia. Vento forte.
“Tudo gritava: não! Não! A tia a recebe... – “Pobre da orfãzinha!”
Beijos desajustados (da
tia)... ... Joana deu o fora da casa
da tia e saiu rumo à praia.
“Joana enxugou com as costas das mãos o rosto umedecido de
beijos e lágrimas”. Sozinha na
praia. “Sua felicidade aumentou...”
Mas agora era uma alegria
séria, sem vontade de rir.
Tempos atrás o pai de Joana tinha morrido. Iria ela morar na casa da tia. ...”no quintal, um galinheiro velho, sem
galinhas.”
O tio de Joana tinha uma fazenda....
Joana... “não tenho
nada o que fazer também, não sei o que fazer também”.
Alegrias de Joana. “O
próprio pensamento adquiriu uma qualidade de eternidade”. Joana raciocinando sobre a
eternidade... Em suas reflexões, Joana
encontrava alguma razão para se sentir feliz em alguns momentos.
Continua no capítulo 3
Lembrando que Clarice nasceu em 1920 e escreveu este livro em 1943, portanto, com apenas 23 de idade, estudante de Direito na época. Ela tinha bagagem inclusive por ter sido uma leitora assídua.
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