30-11-2023
Cap. 1/10
Já vou adiantando aqui que este é o primeiro livro que leio
da famosa Clarice Lispector. Antes li
uma extensa biografia dela com mais de 600 páginas, escrita pelo judeu como ela,
Benjamin Moser. Li a tradução para o
português.
Ela era uma devoradora de livros, uma leitora compulsiva e
tem muito de filosofia neste seu livro e fica inclusive desafiador até o
entendimento da narrativa dela. Dito
isto, vamos aos recortes feitos aqui pelo leitor.
Em 1943 Clarice, que viveu no Recife, nascida na Ucrânia,
vivia no Rio de Janeiro e estudou Direito.
Em 1943, ainda muito jovem e estudante quando escreveu este livro.
Ela nasceu em 1920 e faleceu em 1977.
Vamos à obra:
... A criança personagem olhando pela janela o quintal da
vizinha. Vê galinhas “que iriam ser comidas”. Galinhas procurando minhocas para comer. “Houve um momento grande, parado, sem nada
dentro”.
“E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela
(esperava) continuava a esperar o que ia acontecer”.
A menina pensativa...
O pai vê a menina chorando e pergunta:
- O que é isso? Ela
responde: - Não tenho o que fazer. O pai abraça a filha.
...”ele respira apressado, balança a cabeça. Um ovinho, é isso, um ovinho vivo. O que vai ser de Joana?”
Capítulo O que
vai ser de Joana
“Sentia dentro de si um animal perfeito cheio de
inconsequências, de egoísmo e vitalidade”.
“Lembrou-se do marido que possivelmente a desconhecia nessa
ideia”.
O marido saia de casa.... “E, livre, nem ela mesma sabia o
que pensava”.
“Sim, ela sentia dentro de si um animal perfeito”. ...”a bondade me dá ânsia de vomitar”.
Vendo o homem comendo...
“Sabia que o homem era uma força”.
“Emocionava-a ler histórias terríveis dos dramas onde a
maldade era fria e intensa como um banho de gelo”.
“Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava
que sua sede pedia inundações”. “Talvez
apenas uns goles”.
...”buscar a base do egoísmo: tudo que não sou não pode me
interessar”.
...”Estava alegre nesse dia.
Bonita também. Um pouco de febre também”.
“Por que esse romantismo: um pouco de febre? Mas a verdade é que eu tenho mesmo: olhos brilhantes, essa força e essa fraqueza,
batidas desordenadas do coração”.
...Ӄ porque estou muito nova ainda e sempre que me tocam ou
não me tocam, sinto – refletia”.
“Pensar agora em regatos louros. Exatamente por que não existem regatos
louros, compreende?”
Imaginação...
“Mente-se e cai-se na verdade”.
...”sinceramente, eu vivo. Quem
sou? Bem, isso já é demais”.
Um estudo do compositor Bach. ...”perco a inteligência”. Perco a consciência, mas não importa,
encontro a maior felicidade na alucinação”.
“É curioso como não sei dizer quem sou”.
... Quer dizer, sei-o
mas não posso dizer. Sobretudo tenho
medo de dizer. ... pensar... “Mas sobretudo donde vem essa certeza de
estar vivendo?”
“Não, não passo bem.
Pois ninguém se faz essas perguntas e eu...”
... Otávio tosse...
fuma... me emociona...
“Piedade é a minha forma e amor. “De ódio e de comunicação.
A dor cansada numa
lágrima simplificada. Mas agora já é
desejo de poesia...”
“Ainda não se libertara do desejo-poder-milagre, desde
pequena. A fórmula se realizava tantas
vezes: sentir a coisa sem possui-la.”
O curto tempo de vida do pai, a mudança para a casa da tia,
o professor ensinando-lhe a viver, a puberdade elevando-se misteriosa, o
internato... o casamento com Otávio.
“Toda a sua vida era um erro, ela era fútil. Otávio vivendo no outro quarto.
Continua no capitulo 02/10
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