capítulo 13/18
Zélia destaca que na época
que visitaram Cuba, mesmo os famosos de outros países, louvavam a fama dos
cosméticos cubanos.
Jubiabá
Livro de Jorge Amado
escrito em 1935. No passado, o pintor
argentino Carybé tinha lido esse romance e se encantou com o livro. Resolveu ir conhecer a Bahia. Foi, se encantou e ficou de vez.
O milionário americano
Belafonte também leu Jubiabá e isso motivou ele e família a virem com seu jato
particular conhecer Salvador.
Pierre Verger – Outro famoso,
fotógrafo, que leu Jubiabá e acabou indo também conhecer Salvador. Ele era francês e leu em seu país a versão
francesa de Jubiabá antes de vir conhecer o Brasil.
Verger se entrosou muito
bem em Salvador e frequentava terreiros de Candomblé e conhecia várias Mães de
Santo. Ele lançou o livro Oxossi. De Verger é o livro sobre o tráfico de escravos: Fluxo e Refluxo.
(eu vi inclusive aqui no
MON Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, coleção de fotos de Pierre Verger)
Antonio Carlos Magalhães ( o ACM)
Foi um governador
dinâmico. Percebeu que Salvador estava
apertado no centro urbano e a mobilidade estava complicada. Criou obras viárias e mudou o centro
administrativo de Salvador para fora do centro histórico e novos
empreendimentos foram construídos com incentivo dessas obras viárias que
facilitavam o acesso.
No conjunto de prédios do
Centro Administrativo, em cada prédio, há obra de artista de destaque da
Bahia. Obras de arte independente da
linha política de cada artista plástico.
Valeu o talento de cada um.
ACM também implantou uma
rede de esgoto em Salvador que ajudou muito no saneamento da cidade. Vale lembrar que ele era formado em
Medicina e isso pode ter pesado na decisão de investir pesado no saneamento
urbano.
Casa de praia na Pedra do
Sal na Bahia
Jorge e Zélia recebiam
tantas visitas e demandas em casa que afetava o ritmo de trabalho de Jorge na
sua atividade de escritor. Por isso se
retiravam para lugares mais tranquilos como a casa de campo de amigos. Construiram uma casa de praia num local
retirado, a Pedra do Sal.
A brisa do mar
“A brisa do mar é inimiga
do trabalho. Jamais Jorge tinha escrito
um livro em casa de praia”. Jorge bem
que tentava escrever, mas a brisa do mar o convidava à preguiça, a rede o
atraia mais do que a máquina de escrever.”
Passaram um ano na Pedra
do Sal, beira mar, na casa de praia que lá construíram. Lá Jorge Amado acabou escrevendo em um ano o
livro: Farda, Fardão, Camisola de
dormir. Zélia até então não tinha
escrito nenhum livro e nem pensava em escrever, mas foi lá na Pedra do Sal que
ela escreveu Anarquistas, graças a Deus.
Ela diz que sempre gostou
de contar histórias. A criançada da
vizinhança gostava das suas histórias.
Morando em Pedra do Sal, a filha Paloma que tanto ouvia a mãe contar
histórias perguntou a ela:
- Por quê, mãe, você não
escreveu a história de sua infância?
Daí desabrochou a
escritora e seus livros de memórias.
Zelia começou escrevendo umas quinze páginas contando um episódio que
viveu. Levou para Jorge ler e ficou na
expectativa. Afinal “em se tratando de
mulher e dos filhos, ele possui um sentido crítico severo, não dá colher de chá”.
Ele não só leu como chamou
Zélia para se sentar e ouvir. Destacou
que ela conseguia escrever com simplicidade e que isso era positivo. Que ela poderia usar a simplicidade e ir em
frente com a rica memória de quem viveu na Colônia Cecilia, onde imigrantes
italianos conviveram uma experiencia anarquista. (não fica muito claro se Zélia chegou a
conviver com algo da Colônia Cecilia que foi, ao que se sabe, uma experiência
de colonos italianos Anarquistas no município de Palmeira no Paraná).
Jorge finalizou o assunto com
Zélia nestes termos: “Toque o bonde” (siga
na escrita).
Continua no capítulo 14/18