Primeira parte de duas partes março de 2023
EM HOMENAGEM À CIDADE DE CURITIBA QUE FAZ 330 ANOS NESTA SEMANA
Antes da pandemia de covid 19 eu integrava o grupo de alunos
do curso de Patrimônio Histórico do Paraná que é oferecido pelo Solar do
Rosário aqui em Curitiba.
É uma das formas de integração com a comunidade e de
conhecer um pouco mais a história da cidade e do estado.
A visita foi agendada pelo Solar do Rosário e fomos num
grupo de alunos no dia marcado. Fomos
recepcionados pela guia Cibeli que integra o corpo funcional do Palácio Iguaçu,
sede do governo estadual do Paraná.
A visita foi no dia 17 de abril de 2019. Agora, nos dias que a cidade de Curitiba
está comemorando seus 330 anos, resolvi passar para o Word e postar aqui como
uma singela homenagem à cidade que nos acolheu e acolhe há dez anos onde viemos
para ficar mais pertinho das filhas e netinhos.
Começamos no térreo do palácio onde no canto direito tem uma
pequena capela. Esta foi feita por
pedido da dona Flora, esposa do governador de então, Bento Munhoz da
Rocha.
O Palácio Iguaçu foi construído para ser inaugurado no ano
do centenário da emancipação política do Paraná, esta que ocorreu no dia
19-12-1853. O Palácio seria inaugurado em 1953 no
centenário. A capela é de
aproximadamente 1954. Tem no altar uma
pequena imagem de Nossa Senhora do Rocio que também é a santa Padroeira do
Estado do Paraná.
A porta da capela foi doada por Portugal como uma homenagem
ao povo paranaense.
O prédio do palácio é moderno, amplo e bastante revestido de
vidro, com ampla visão para o entorno, no qual fica a Assembleia Legislativa, a
Prefeitura da cidade e vários outros prédios de instituições Públicas no
chamado Centro Cívico.
Nas paredes, quadros grandes de vários autores. Um dos quadros é de autoria de Euro Brandão e data de 1982. O tema da tela é a visita do Papa João Paulo
II ao Paraná. Vale relembrar que
neste estado é grande a colônia de poloneses e descendentes, sendo que João
Paulo II também era polonês.
À direita do quadro, roupas típicas polonesas, estas que
foram usadas pelos integrantes desta etnia quando o Papa nos visitou.
A cadeira na qual o Papa sentou está mostrada no palácio por
foto, já que foi incorporada como relíquia histórica e fica na Catedral de
Curitiba, esta dedicada a Nossa Senhora da Luz.
Voltando ao caso da capela dentro do Palácio, a guia informa
que toda quarta feira as 12 horas tem novena no local, aberto ao público. Os padres que rezam a novena (confirmar depois da pandemia se essa rotina
continua) são do Santuário da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
No pátio do fundo do Palácio há uma obra em concreto de
autoria do artista Miguel Rosa. No
piso, feito em concreto, um mapa do Paraná com seu relevo e os principais rios
e cidades demarcados no mapa. Os rios
teriam água corrente mas por questão de falta de manutenção, estavam sem água
corrente. Mas o leito deles é em cor
azul e fica demarcado no mapa.
Painel talhado na parede.
Autor: Humberto Cozzo e este seria o nome artístico do autor.
Escada em espiral ampla do palácio. Era o local clássico das fotos nos bailes
anuais de debutantes da alta sociedade regional nos aos 60-80. Realmente o ambiente é amplo e o teto é alto
e fica bem aconchegante.
Painel de madeira de tons marrons. Contém figuras de araucárias (o pinheiro nativo
paranaense) e a obra é do consagrado Poty Lazzarotto, curitibano que foi
renomado nas artes plásticas.
Tela com a imagem das Cataratas do Iguaçu. Obra do artista plástico Antonio Diogo da
Silva Parreira. Obra de 1920 executada
por ele em Paris e teria pintado as Cataratas como forma de matar a saudade da
região.
Quadro do cavaleiro e o público – representa a chegada a
Curitiba de Zacarias Gois de Vasconcellos, este que veio como emissário de Dom
Pedro II com a missão de escolher o local e instalar a sede do governo da nova
província do Paraná. Até 1853 o
Paraná era a chamada Quinta Comarca ligada à Província de São Paulo.
Zacarias Gois veio da capital Federal, Rio de Janeiro em
viagem de navio pois nesse tempo era o meio mais adequado ao transporte entre
esses dois pontos. Desembarcou em
Paranaguá e foi recebido com muita festa pois achavam que ele escolheria aquela
cidade para ser a capital do Paraná.
Zacarias Gois acabou escolhendo Curitiba, numa visão mais
estratégica, buscando interiorizar a capital para facilitar o desenvolvimento
da província como um todo.
Zacarias Gois era um jovem advogado baiano, negro, do alto
escalão e de confiança de Dom Pedro II e já tinha determinado o local da
capital do Piauí para a qual usou também a visão estratégica, colocando a
capital na margem do Rio Parnaiba, por assim dizer, no centro do estado.
O quadro que simboliza a chegada de Zacarias Gois e sua
comitiva para implantar aqui em Curitiba a sede da província estaria
inacabado. Teria sido dado prazo de
dois anos para o artista concluir a obra e o prazo venceu e o quadro ainda
estava na fase perto do final, mas não acabada. O governo requisitou a obra mesmo
inacabada e na disputa com o autor, este entregou a obra sem a assinatura de
praxe e assim ficou. O artista era
Arthur Nísio (1906-1974). O quadro foi
pintado entre 1950 e 1953.
Curitiba fica distante ao redor de 115 km de Paranaguá e no
trecho tem a íngreme Serra do Mar. Na
época, antes de 1850, ele e comitiva demoraram quinze dias para percorrer de
Paranaguá a Curitiba.
Parte final será publicada amanhã, segunda feira, 27-03-2023