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sábado, 27 de setembro de 2025

Cap. 3/10 - fichamento do livro VIAGEM ÁS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

 capítulo                   3/10

 

         Lugares de terra arenosa, solo pobre em nutrientes e decorrente disso, poucas árvores e de porte menor.

         Região montanhosa e de caminhos difíceis, porém o autor elogia as águas daqui da região...   “são suas águas que tem um frescor e uma pureza jamais encontradas na água que se bebe na Europa”.        ...”onde o viajante pode matar a sede com um prazer só possível de ser alcançado nos países tropicais”.

         Ele usa aparelho (altímetro) para medir a altitude do local em relação ao nível do mar e um termômetro só que na escala de Graus Réaumur.

         Está num dos trechos da vasta Serra da Mantiqueira.

         Num lugar de terra mais fértil o milho chega a produzir 200 por 1.

         Cap. IV – Os campos.  Quadro geral da Região do Rio Grande

         O autor liga áreas montanhosas com florestas e áreas planas de campo com menos obstáculo para ventos e menos árvores, como também menos cursos d´água.    Os ventos nos campos roubam a umidade do solo e as secas são mais drásticas.

         ...” a seca se torna forte nessas regiões e os ventos correm livremente.  ...duas causas que impedem a vegetação de se formar exuberante”.

         Cita os carrascais.   (Pela IA:"Carrascais" é o plural de carrascal, que se refere a um local coberto por carrascos, um tipo de arbusto espinhoso, ou a uma mata densa e espinhosa de vegetação rasteira.)

         Cita no trecho o povoado de Caeté ou Vila Nova da Rainha na região de São João Del Rei – MG.

         Cita também a comarca de Paracatu MG.     Rio das Mortes, afluente do Rio Grande.

         Entre outros, cita rios com grande potencial de navegação sendo o Rio Grande um deles.     Rio Grande, Rio Tocantins, Rio Paranaiba.

         ...”não podemos deixar de nos espantar com as imensas vantagens que a navegação fluvial poderia oferecer aos brasileiros.    Somos quase levados a crer que o criador da Natureza, ao estabelecer tantos meios de comunicação entre as diversas partes desse imenso império, quis indicar aos seus habitantes que eles se deviam manter unidos”.      ...”poderia estabelecer uma comunicação fluvial quase sem interrupção entre dois portos, de Montevideu e Pará, entre o Rio de la Plata e o Rio Tocantins.”

         O gado oriundo do RS é de maior porte do que os oriundos dos campos dos Goitacazes RJ.    Por outro lado, tem que periodicamente ser fornecido sal  para o gado ter bom desempenho.

         No Centro Oeste na época o gado ficava aos cuidados de escravos e nem sempre era tratado com cuidado.  Já no RS havia divisão de pastos, animais separados por categorias e recebiam melhor cuidado, inclusive o sal.

         O autor explica até o manejo do gado de leite no RS.   Separam as vacas dos bezerros e cedo ao tirar leite, ordenham três tetas da vaca com o bezerro amarrado ao pé da vaca e depois deixam a quarta teta para o bezerro mamar.

         “É um prazer ver, ao cair da tarde, os animaizinhos chegando aos pinotes para rever a mãe e receber a sua costumeira alimentação”.

         Era comum pelo interior o uso do fogo para queimar o capim seco e esperar a rebrota para ter o pasto renovado para o gado.

         Em 1819 um boi na região do RS era vendido por quatro mil reis que equivaliam a 25 francos.   No RJ o boi era revendido por sete mil reis.

         No sul do Brasil mesmo os criadores de gado não podem comer tanta carne bovina que é cara.   A dieta de rotina inclui feijão, carne de porco, arroz, leite, queijo e canjica.

         Na região do Rio Grande em MG onde há produção de leite abundante, se faz muito queijo para vender na região e mesmo no RJ.

         Tiram o leite e para fazer o queijo, colocam logo o coalho, mais comumente de material coagulante do trato digestivo da capivara, o mais fácil de encontrar na região.      O autor detalha todo o processo de fabricação do queijo mineiro de então, num ciclo de oito dias.   Já naquela época eram afamados os queijos mineiros.

 

         Continua no                  capítulo 4/10

domingo, 21 de setembro de 2025

Cap. 1/10 - fichamento do livro - VIAGEM ÁS NASCENTES DO RIO S. FRANCISCO - autor: Botânico francês SAINT-HILAIRE - (1816-1822)

 FICHAMENTO -  VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO                         SETEMBRO 2025

 

Autor:   Auguste de Saint-Hilaire

 

         Este é o terceiro livro do mesmo autor que estou lendo e fazendo o fichamento para o Facebook e para o blog amador de resenhas.     resenhaorlando.blogspot.com.br

         No primeiro volume foi a viagem dele há dois séculos, em lombo de burro, numa expedição de coleta de material da flora brasileira.   Viagem do RJ a MG e SP.    No segundo volume, viagem de SP ao PR e SC.  Este aborda viagem às nascentes do rio São Francisco.   (período 1816-1822)

         Edição da Ed. Itatiaia – BH – 2ª.edição – 2004 – 190 p

         Comentário na orelha da capa do livro, por Vivaldo Moreira:  “Nietzsche dizia que devemos escrever com o próprio sangue”.   Diz que o autor enfrentou   ...”nestas plagas inóspitas com o propósito único de enriquecer a ciência”.

         Sobre a obra do pesquisador:   ...”hoje monumento ligado à ciência, catálogo das nossas riquezas, mapa vivo do nosso passado”.

         “Da sua leitura  saímos enriquecidos de noções úteis e forrados de esperança.”    Termina aqui o comentário da orelha do livro.

         Segue a introdução do Professor da USP Mário Guimarães Ferri

         Fala de 1975 deste sobre a obra.    “O material colecionado no Brasil por Saint-Hilaire contém um herbário composto por 30.000 exemplares abrangendo mais de 7.000 espécies de vegetais.  Destas, foram avaliadas como desconhecidas, até então, mais de 4.500 espécies”.

         Capítulo 1

         Viagem do RJ a Ubá.     O autor chegou a requisitar junto ao Rei uma autorização para visitar inclusive o Mato Grosso mas esta parte lhe foi negada.   Ele acha que é por desconfiança de Portugal por estrangeiros conhecerem as riquezas do interior menos explorado do Brasil de então.

         Em 1819, Ouro Preto MG era a capital daquela província.  Tempo do ouro em ebulição na região.    Na comitiva do pesquisador, um dos tropeiros que já tinha participado de outra expedição dele, o índio Firmiano.   No grupo, o criado Prégent e o também francês, Antoine Laroutte.

         Em 1820 era grande o movimento na estrada ligando o RJ a MG.  Naquele tempo entre as culturas de MG se destacavam o algodão e o café, este no sul de MG, cuja produção em parte já era exportada.

         No RJ no sentido de chegar na Serra, o autor vê “ belas Melastomáceas de flores roxas, que aqui são chamadas de flores-de-quaresma”.  (como leitor digo que são muito comuns na mata atlântica e uns chamam de manacá do campo).

         Entre o RJ e MG, na serra do Mar, a estrada passava no máximo pela altitude de 1.100 m acima do nível do mar e em seguida era a descida rumo a MG.    No trecho, uma plantação de marmelos dispostos em linha.   Cita também cultivo de cravos, mas não dá para saber se são flores ou cravo especiaria de uso culinário.

         O autor critica os colonizadores portugueses.  Diante da mata virgem e a necessidade de plantar lavouras em parte dela, no passado usavam derrubar a mata, atear fogo e depois cultivar.   Por outro lado, tanto tempo passado, continuaram com essa forma primitiva, mesmo havendo tanta terra já com a mata derrubada .... “privando sem necessidade as gerações futuras dos grandes sucessos que oferecem as matas; por correrem o risco de despojar as montanhas da necessária terra vegetal (o humus) e tornar seus cursos d´água menos abundantes”.

         ...”retardarem o progresso de sua própria civilização...”

         Conversou com escravos africanos de Bengela pelo caminho.   “Mas no estado atual das coisas, no Brasil, somos forçados a passar pelo desgosto de sermos servidos por escravos...”.

         Passou pelo povoado de Ubá.

         Sobre um dos tropeiros contratados, todo cheio de manhas, que inclusive disse que só aceitou o serviço na expedição para atender um pedido do Rei.     “Gostava de conversa e contava as aventuras de todos os tropeiros do Brasil como se tivessem acontecido com ele próprio”.

         Capítulo II -   O caminho de Rio Preto.  A cidade de Valença e os indígenas Coroados

                   Continua no       capítulo 2/10