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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

CAP.12/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 12/15                    outubro de 2023

 

 

         O repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.

         O pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.

         “Bela B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha nem onde cair morto.”

         A cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e estava em novos tempos.   Até foi criada uma zona de meretrício na cidade.   Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.

         Umas pessoas admiravam:  - “Deu a louca no mundo:  ela vai se casar com um comunista!”.

         O bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não se falava em outra coisa na cidade.  E se dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do bordel.

         Aramel e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do comunista e a estrada estava bloqueada.  O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre bubônica na cidade e estava matando gente.  Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana.   Também tinha o boato que a doença veio das pulgas das malas das prostitutas.

         Ao invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de lá que não sabia o que fazer.

         Hilda tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado.   Mesmo tendo medo de avião, o jornalista encarou a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B, a Beatriz.

         Para todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive por acolher o bordel.    O avião passa num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para sua amada.    Aquilo contagiou positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o mais.   Um deles puxa o carnaval e o povo sai em festa acompanhando os cordões.    Assim acabou a praga e voltou a normalidade.

         Enfim, em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.

         Nesse tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.    Jânio Quadros renuncia à presidência da república.   Era para assumir o vice João Goulart, tido como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir.   Conseguiram mudar a lei para um parlamentarismo, tirando poder do presidente.

         Tretas dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na cara de um general.    Logo em seguida os militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o maquinário.  Nisso até as fotos do casamento do jornalista foram para o lixo.

         O general e a rosa

         Nessa ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência.  O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João Goulart, vulgo Jango.   Brizola era governador do Rio Grande do Sul.

         Outros notórios da esquerda e que incomodavam os militares.  Miguel Arraes, o deputado pernambucano Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma agrária “na lei ou na marra”.

         Consta que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político José Aparecido de Oliveira em BH.   Este que morava ao lado da casa de um general da ativa.   O general seguidamente era visto podando as roseiras do jardim da moradia dele.  

         O político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general até ouvir as prosas.

         Tempos agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política do Brasil.   Um dia a esposa dele perguntou como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.

        

         Continua no capítulo 13/15

        

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

CAP. 6/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 6/15

 

         5 – Em que Adão, sumariamente, passa a fazer parte desta narrativa

         Na inauguração da igreja nova na cidadezinha do jornalista, ele não foi convidado por ser comunista.

         A igreja nova e a  encomenda a uma artista plástica.   A tela, no ato solene, coberta por tecido para depois ser descerrada e revelar o conteúdo.  Descerram o pano e a obra mostra um Adão sem folha de parreira, na sua nudez.   E Eva com a folha de parreira.  

         Fieis indignados.   Tia Ciana em protesto entrava de costas na igreja para não ver a tela de Adão pelado.

         ...  Será o Benedito?     Sobre o então Senador Benedito Valadares.  O jornalista um dia encontrou ele por acaso e perguntou o que ele achava da Cidade das Camelias e a mudança da zona.    O esperto Benedito desconversou dizendo que leu o livro A Dama das Camélias de Alexandre Dumas e gostou muito. Mais não disse.

         O gordo e o magro

         O juiz de futebol que apitava o jogo e num momento em que a bola saiu pela lateral e um jogador do time da simpatia do juiz perguntou de quem era a bola e o juiz disse:   bola nossa.    Ficou com apelido de Bola Nossa.

         O gordo      O gordo que pesa 180 kg era colega de redação do jornalista.    Usava uma cadeira especial para poder se acomodar com segurança.

         O gordo, vulgo Emecê era assíduo frequentador do bar Mocó de Iaiá.  Ele tinha desgosto com sua cor de mulato.

         Ele escrevia crônicas melosas, de amor, para uma emissora de rádio de Belo Horizonte.   As crônicas tinham um enorme fã clube feminino que não conhecia foto do autor.   E o gordo mulato fugia das câmeras para não quebrar o encanto.   Recebia grande quantidade de cartas de amor das fãs.

         Ele se sentia muito mal por ser gordo, mulato e pobre.    Não via como fazer sexo com qualquer parceira por causa do seu peso.

         Em que Gabriela M. faz sua primeira aparição

         Uma linda fã do cronista um dia, por carta, marca encontro com o Emecê que ela nunca viu mas era apaixonada pelas crônicas dele.

         O gordo quer contratar o amigo jornalista para se encontrar com a fã se passando pelo cronista.    O jornalista indica seu amigo Aramel, o Belo, que quer ser ator de Hollywood para a tarefa, em comum acordo com o gordo.

         Aramel, o Belo, e o Vilão

         Aramel morava de graça no Hotel Financial, hotel este que pertencia a um milionário que tinha fama de ser garanhão na cidade.   Seria médico que não exercia a profissão.   Se dizia que ele era hipocondríaco e tomava remédio para mais de vinte doenças que achava que tinha.   Fora os afrodisíacos para se manter garanhão.

         Aramel, o Belo, era um agenciador de garotas jovens, pobres e bonitas para o patrão milionário.   Tinha até cartão de visita como “Assessor para assuntos Especiais”.     O milionário seria Antonio Luciano que foi dono do Banco Financial que quebrou em três dias e deixou uma legião de clientes no prejuízo.

         Ele tinha uma onça pintada por nome Teresa na sua mansão.  Foi pobre, estudou medicina, virou agiota e foi comprando imóveis em Belo Horizonte e ficou milionário.  Teve o Banco Financial inclusive.

         Consta que o milionário tinha a meta de ser pai de cem filhos...

         Aramel tinha morada no Hotel por conta do patrão e um carro Karman Guia para rodar e roupas elegantes para trabalhar agenciando garotas.

         Ganhava comissão para cada garota que agenciava.

         Aramel foi procurado pelo jornalista para o encontro com a fã do Emecê conforme combinado com o cronista.    Mediante remuneração.

         Tratando de Negócios

         Reunidos num bar a meia luz, o gordo Emecê, o jornalista e Aramel para acertarem o encontro de Aramel com a fã do gordo.   O encontro seria na Praça Marília de Dirceu.

         Esperando Gabriela M, a fã.

         Houve o encontro de Aramel com a garota e à distância o gordo e o jornalista ficaram no escuro da praça, entre árvores, num carro espiando.

        

         Continua no capítulo 7/15

sábado, 21 de outubro de 2023

CAP. 05/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - Autor: ROBERTO DRUMMOND

capítulo 5/15            leitura outubro de 2023

 

         18 – Te esconjuro, Satanás!

         O Santo não conhecia Hilda.   Ela se aproximando toda altiva para encarar o Santo.   Este, vendo Hilda, em pensamento....  “Mais fosse um anjo... o demônio sabe como se fantasiar para nos tentar”.

         O Santo gritou então, o crucifixo erguido apontado no rumo dela frente à multidão:   - Te esconjuro, Satanás!

         Nesse momento, deu um trovão já com a chuva caindo.    Hilda não se abalou e encarou o Santo.   Ela estava com 21 anos de idade incompletos.   Encarou o Santo e recebeu o apoio de uma aglomeração que apoiava ela e era contra mudar a Zona Boêmia do centro de BH.

         Entre os apoiadores de Hilda mais próximos estavam Maria Tomba Homem e o travesti Cintura Fina.

         Hilda fez no ato um desafio ao Santo.   Abaixe esse crucifixo e me responda:  O senhor é santo dos ricos ou dos pobres?

         19 – E se foi Deus que me mandou?

         Ela pergunta ao santo:   “Você que é santo, soube como vive um operário brasileiro?”.  “Pois eu, que você diz que sou o demônio, sei como vive um operário brasileiro”.

         Caiu a chuva.

         O santo ficou calado e só depois de uma cotovelada da beata Loló cobrando uma reação dele, o frei, vendo a chuva cair disse:

         - Esta é uma chuva abençoada porque vem lavar os pecados da Rua Guaicurus e da Zona Boêmia”.     Nisso de chuva, trovões, acaba a energia e ficam todos no escuro.

         20 – O sapato da Cinderela

         Um raio caiu no Restaurante Bagdá provocando um incêndio.  Foi um corre corre geral.    Nisso, Hilda perdeu um pé do sapato no tumulto e o santo achou e colocou furtivamente no bolso do paletó.

         Parte Dois

         1 – O Santo e a pecadora

         A vidente que previu a morte de Getúlio Vargas teria dito a sorte de Hilda.   Que ela iria sofrer como Gata Borralheira e iria perder um pé do sapato que ela amava, do tempo dos bailes no Tenis Clube.  E quem achasse o pé do sapato seria seu Príncipe Encantado.

         Ela anunciou a perda do sapato no rádio e jornais.  Ofereceu dois tipos alternativos de recompensa:  mil dólares em dinheiro ou um beijo dela.

         Houve vários e vários que tentaram a sorte mas o sapato não servia.

         2 – Um diálogo muito estranho

         O repórter foi ao convento para tentar conversar com o frei (amigo de infância...).   O leigo que o atendeu disse que o Frei estava nos fundos, na Casa de  Purgação, o que incluía alto flagelo para se livrar de maus pensamentos.   Disse que há dois dias o frei estava nessa purgação.

         No flagelo, o santo em pensamento vai devolver o sapato para Hilda e ganha os beijos dela.   Correm juntos, descalços pela chuva.  Dançam uma música.   Aí termina o sonho no flagelo.

         O santo abre o olho e promete:   - Eu ainda vou exorciza-la, Hilda Furacão.  Hei de tirar o demônio do seu coração.

         4 – Em que se fala sobre o Mal de Hilda, com base em fatos e boatos.

         A Câmara Municipal de BH e o projeto de lei para criar retirada do centro a Cidade das Camélias e para lá transferir a Zona Boêmia.

         O vereador comunista diz que tem provas que as entidades que apoiam o projeto são financiadas pelo lobby dos imobiliaristas e construtores.

         O vereador de situação trouxe uma pasta que teria “provas” de que o ouro de Moscou estaria financiando o vereador comunista.

         Havia empate de 9x9 entre os vereadores pro e contra a mudança da zona.

         Um coronel do cacau de Ilheus-BA querendo rematar todas as fotos eróticas da Hilda.   Pagaria em dólar.   E pretendia um dia leva-la em definitivo para Ilheus-BA.

         Um dia um fazendeiro, grande criador de gado zebu no Triângulo Mineiro, depois de se contagiar pelo Mal de Hilda, prometeu leva-la para sua terra.   Grana não seria problema para ele.

        

         Continua no capítulo 6/15