14/35 leitura feita em outubro de 2021
Outra
Humana de Negócios - Carol Ignarra
“Deficiência
e abundância”.
Carol é
paulistana. Um dia dirigindo sua moto,
sofreu um acidente que afetou sua coluna e ficou paraplégica. Foram um mês e meio de hospital e depois a
fase de reabilitação dentro do possível.
Ela era estudante de Educação Física e tinha uma noção de anatomia humana
e logo após o acidente ela percebeu a gravidade do seu caso.
Fez
inclusive reabilitação em Brasilia no Hospital Sarah que é referência no
setor. Lá há salas amplas onde pessoas
em diferentes fases de reabilitação interagem e isso facilita a dar ânimo aos
pacientes.
Lá ela
conheceu outra paciente, a Tábata Contri que foi fundamental para ela retomar a
vida com os novos desafios.
Em 2009,
depois de anos que as empresas já eram obrigadas por lei a contratar certo
número de deficientes físicos, só 21% das empresas cumpriam essa lei. Carol tinha muitas atividades em ginástica
laboral nas empresas e depois em assessorá-las para contratarem de forma
adequada deficientes físicos.
Depois
ela virou sócia de empresa especializada em recrutamento de pessoas com
deficiência física nas empresas. Chamou
essa habilidade de “Movimento Incluir”.
Em certo
tempo ela fez curso de teatro e isso ajudou também nas atividades de
trabalho. Se soltou mais em
palestras. A amiga Tabata conseguiu uma
ponta na novela “Viver a Vida” da TV Globo.
Agenda
cheia e precisou aperfeiçoar a gestão. Foi procurar o SEBRAE (este sempre
fundamental para aprimorar talentos).
Bate
papo do autor do livro com Carol:
Ela
sempre se aprimorando para novos desafios e o empreendimento deslanchando. Namorou, se casou e tiveram uma filha. Ao recrutar mão de obra como colaboradora em
sua empresa não só as que mais precisam do emprego, mas também as que realmente
se interessam em fazer parte da equipe dela.
Outro
Humano de Negócios: Edgard Gouveia
Júnior
“Jogo
sério”
Quando
ele era criança se impressionava muito
com cenas que via pela TV como as de famintos na África. Quando ficou jovem, se tornou jogador
profissional de vôlei em São Paulo. Defendia a equipe do Pinheiros-Transbrasil. Jogou ao lado de José Roberto Guimarães que
depois se tornou treinador da Seleção Feminina de Volei.
Ele
nasceu em Santos-SP em 1965. Parentes da
mãe dele morreram de tuberculose. Ele
mede 1,98 m. O pai era pobre, mas
gostava de ler e se preocupou em passar esse gosto para os filhos.
O pai
dele era autodidata e fez curso por correspondência no IUB Instituto Universal
Brasileiro.
Jogou
também no Banespa. Ganhou dinheiro no
vôlei, comprou imóvel. Investiu
inclusive em linhas telefônicas no tempo que eram caras e permitiam obter renda
alugando linhas a terceiros.
Para
Edgard, sempre introspectivo, foi o vôlei que o resgatou. “É um esporte de velocidade e força, mas
não de violência e agressividade”.
Não
sonhava em virar astro no vôlei. No
meio da carreira, parou de jogar e foi fazer faculdade. Foi em Santos fazer faculdade de Arquitetura
e Urbanismo. Participou como estudante,
de vários Congressos Nacionais de Arquitetura. Foi despertando para o compromisso social
do Arquiteto. “Fui pegando gosto de
estar ali, de conhecer o ser humano”.
Logo
após a faculdade, ingressou no Instituto de Tecnologias Intuitivas e
Bioarquitetura (Tibá), fundado em 1987 pelo Arquiteto e Urbanista holandês
Johan Van Lengen, autor do Manual do Arquiteto Descalço. Sua formação ajudou no passo seguinte no
instituto Elos, Ong de Projetos de Inovação Social e Guerreiros Sem Armas. Curso de Lideranças Sociais.
Desenvolveram
no tempo de faculdade um sistema de ação em grupo. Atuar nas comunidades carentes. “O objetivo entra construir o projeto
sonhado pelos moradores, com os recursos disponíveis, a tecnologia local e a
participação da comunidade”.
Ele
lidera a Ong Live Lab e a empresa Epic Journey, ambas focadas no desenvolvimento de gincanas e jornadas
ramificadas para a transformação social e ambiental.
Bate
papo com Edgard Gouveia Junior
Ele foi
uma criança e um jovem tímido. Entre
outros recursos na sua formação, conheceu a Comunicação Não Violenta.
Sobre as mudanças até nas
premiações da arquitetura. “Gerou uma
mudança em cadeia nas universidades. Até
então, os projetos premiados eram sempre edifícios, museus. Ninguém queria
saber do social”. A partir daí,
explodiu a quantidade de projetos sociais, tanto que o Opera Prima, o “Oscar”
dos estudantes do setor, também começou a premiar. Hoje em dia, grandes edifícios são os que
menos importam”.
Ele teve convivência com
mestre budista e leva em conta certos ensinamentos dessa filosofia.
Visão
dele de utopia: “Utopia, para mim, é
essa visão lá na frente, que você enxerga, você sabe como é, você a
desenha. Não é um sonho, porque não
está enevoado; você sente a cena claramente, é o paraíso no futuro e é forte o
suficiente, bela o suficiente , sedutora o suficiente para te mover até ela”.
“Não
precisa ensinar nada, está tudo pronto dentro, é só destravar o que nos está
impedindo de sermos humanos”.