CAP. 12/22
O rajá vai fazer aniversário e cumprir um rito, a puja em
família e desta vez pediu para Anita acompanha-lo nas orações. Ela destaca:
- “Uma vez você me disse que preferia que eu não fosse a essa puja,
lembra?” Para não ferir a sensibilidade
das ranis... (outras esposas do
rajá). – Tem razão, mas mudei de
opinião. Quero que você vá à puja para
deixar claro que não pretendo tolerar que a ignorem. Você estará lá, na primeira fila. Como a nova marani de Kapurthala. Se você quiser, é claro.
No começo do século XX um terço da Índia era governada por
562 marajás. “Em mil anos de história,
nem um único marajá foi assassinado por seus súditos”. (muito comumente são tidos como possuidores
de poderes divinos)
As maiores diversões dos príncipes indianos eram as
mulheres, o esporte e a caça. Um dos
tipos de caçada: A cavalo, caçar javali
com lança, o que é um esporte perigoso.
O livro Kamasutra era a base da educação sexual dos
marajás. O livro data do século IV dC.
Em 1890 o rajá tomou posse ao completar 18 anos. No rito, um representante inglês citou frase
de um poeta do Punjab:
“Só a memoria dos justos deixa uma doce fragrância no mundo
e floresce no pó”.
O rajá esposo de Anita foi obeso, mas aos vinte anos perdeu
peso e seguiu daí em diante com peso normal.
Anita participar da puja será um confronto com três mil anos
de tradição. Anita sempre recebendo
joias do marido. Um dia ela vê a “meia
lua de esmeralda” na testa de um elefante.
Algo de enorme significado junto ao povo e à tradição local. Ela pediu essa joia e o rajá teve que
enfrentar a comoção do povo por conta desse capricho de Anita.
Deu a joia e causou reboliço no reino.
“Mais que um presente, foi um ato político”.
Indianos mais conservadores, os de perto do deserto do
Rajastão. Já onde Anita mora é no vale
do Kangra (um rio). Ela, jovem, linda.
“O contrário de uma indiana à moda antiga como Harbans Kaur,
que é proibida pela lei purdah de se misturar socialmente com homens que não
sejam seu esposo.”
“A lei do purdah alude ao costume de origem muçulmana de
usar o veu”.
O nababo em outro evento comendo carne e bebendo champanhe,
proibidos pela tradição do seu povo.
Anita do lado, pergunta sobre isso.
Ele brinca dizendo que usa seus poderes e batiza o que consome com nomes
do que pode consumir.
“O que significam as restrições religiosas para alguns
soberanos que julgam ter origem divina?
Os ritos e as proibições são para os homens, não para os deuses”.
O palácio do rajá de Patiala é muito maior e mais rico que o
do rajá de Anita.
Pensamento de Anita: “Se esse mundo desmoronar, tem outro no qual
se apoiar: o de sua família e amigos na
Espanha”.
O chefe dos cozinheiros comanda uma equipe de 95 cozinheiros
do palácio de Anita. Cuidam da comida de
mais de mil pessoas entre os da casa e convidados. Os hindus (a religião predominante na Índia)
são vegetarianos.
...”A Índia não era a América. Vinham a um país que arrastava uma
civilização de milhares de anos, fruto de uma intensa miscigenação de culturas,
religiões e etnias. Uma civilização com
alto grau de refinamento e tolerante nos costumes”.
Os europeus do passado aprenderam o uso do banho diário com
os indianos. A palavra xampu vem do
idioma hindi e significa massagem.
Mesmo no fazer sexo, os europeus aprenderam muito com os indianos.
O rito de comer com a mão.
“O arroz só com a mão direita, reservando a mão esquerda para a higiene
pessoal, como os hindus e os muçulmanos”.
O inglês costumava mascar tabaco que deixava os dentes
escuros. Os indianos usam mascar
noz-de-areca que deixa a boca avermelhada.
Cita-se o grande poeta do passado, Omar Khayyan nascido em
1.048 na Persia (atual Irã).
Por longo tempo os britânicos não fizeram objeção aos
costumes indianos e a mistura com os europeus era tolerada. Bem mais adiante, os britânicos perceberam
que surgiriam mestiços europeus indianos que poderiam ter poder para enfrentar
o Império Britânico.
Continua no capítulo 13/22