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terça-feira, 2 de agosto de 2022

CAP. 22/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 22/22  (final)

        

         A nova esposa do marajá, esta que se suicidou, era quarenta anos mais nova que ele.     O marajá perto do fim da vida e a Índia perto do fim de um ciclo.    Fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a Inglaterra anuncia a decisão irrevogável de conceder a autonomia à Índia.

         Gandhi e Nehru haviam conseguido mobilizar as massas através do Partido do Congresso.   Os marajás não queriam perder poder mas estavam em desvantagem.  Para os marajás...    “Olhar para trás era mais reconfortante que olhar para o futuro”.

         O marajá de Kapurthala era justo com seu povo e modernizou bastante seus domínios.    “Queria ser lembrado como o que era, um governante benévolo, aberto e justo”.

         Na reunião solene dos britânicos com os rajás, estes ficaram esclarecidos sobre os termos da desvinculação da Inglaterra em relação à Índia.

         Os marajás que nas guerras ajudaram com tropas, dinheiro e aviões, agora perdem poder, já que a Índia está ficando nas mãos do Partido do Congresso.

         Após a Segunda Guerra Mundial, o território indiano com maior concentração de muçulmanos praticantes do islamismo ficou reunido como Paquistão e outra parte, mais ao sul, com maior número de adeptos do hinduísmo, ficou como Índia.    Só três príncipes (marajás) se negaram a assinar a ata da Independência da Índia.  

         Hari Singh, marajá da rica Caxemira, um hindu em terra de muçulmanos.   Ficou indeciso se optava por pertencer à Índia ou ao Paquistão.   Ocorreu de guerrilheiros do Paquistão invadirem a Caxemira “saqueando, incendiando e aterrorizando a população.”  O marajá se viu, para se proteger, buscar o socorro com a Índia que mandou forças militares e aviões de combate para socorrer a Caxemira.  Esta que virou uma zona de conflito.     Mais adiante, Nehru nomeou o filho de Hari, Karan, para governar a Caxemira.

         Os astrólogos escolheram o dia para ser o marco da independência da Índia para 15/08/1947.   

         O marajá de Kapurthala ouvindo o discurso de Nehru, que foi colega de estudo do filho dele na Inglaterra.   (Harrow University)

         A divisão entre Paquistão e Índia na região do Punjab...   “cortando em dois as terras e a população de uma das comunidades mais militantes e mais unidas, os siques”.   (sique é uma das religiões da região).

         Bibi, a militante (sobrinha do marajá de Kapurthala) se torna ministra da Saúde da Índia independente, para surpresa do seu tio.    Ela foi a primeira mulher a ser ministro da Índia.

         Bibi no tempo da militância pela independência apanhou da polícia várias vezes e foi presa duas vezes.

         Em 1930 Gandhi comandou a que chamou de Marcha do Sal que ficou famosa.   Os britânicos proibiam os indianos de coletar de forma ancestral e artesanal o sal para consumo próprio e Gandhi como um dos gestos de desobediência civil contra o Império Britânico, mobilizou a marcha.   Bibi caminhou a pé mais de 300 quilômetros nessa marcha em 1930.

         Bibi foi uma jovem indiana que estudou na Europa, fumava, gostava de equitação e se tornou uma personalidade na luta pela independência.

         Logo que o Ocidente após a Segunda Guerra Mundial dividiu o território da Índia, houve uma das maiores migrações da história.   Praticantes do hinduísmo emigrando do Paquistão para a Índia e indianos praticantes do islamismo, migrando para o Paquistão, de maioria islâmica.

         Muita gente morreu nessa enorme leva migratória.    Gandhi tinha sido contrário a essa separação de Índia e Paquistão.

         O marajá de Kapurthala governou seu território com zelo por 55 anos e agora tende a complicar as coisas na nova forma de governo do país como um todo.      Ele aos 77 anos, hospedado no hotel Taj Mahal de Bombaim, com vista para o Portal feito no passado para comemorar a visita do Rei da Inglaterra à Índia em 1911.    Agora o marajá já cansado, se preparando para ir para a Europa.

         Dois filhos dele morreram cedo e coube justo a Karan, dedicado na administração dos bens da família, ficar responsável para cuidar dos bens do marajá e família.

         Falava-se que mesmo Nehru teve lá seu caso de amor secreto com uma inglesa.   Nobres indianos costumavam ter um ponto fraco por europeias.

         O marajá dormindo no hotel em Bombaim, ouvindo o grasnar dos corvos muito comuns pela cidade.    (eu, leitor, quando estive nessa metrópole, ouvi e vi muitos corvos pela cidade).

         O marajá pede o jantar no hotel na véspera de embarcar para a Europa.  Quando o garçom chega com a comida, encontra o cliente já morto e sua expressão era serena.    Ele foi o marajá que reinou por mais tempo na Índia.

         Anita ficou sabendo da morte do marido em seu apartamento em Madri e ficou muitos instantes em oração vendo a foto dele em traje de gala.  Recebeu cumprimentos de todo canto do mundo.   O próprio General Franco que governava a Espanha, concedeu a ela uma audiência no Palácio de El Pardo para transmitir a ela as condolências.

         “A saudade que sentia da Índia nunca a abandonou”.   Anita nunca mais voltou à Índia até por recomendação do filho dela.

         O Partido do Congresso acabava de aprovar uma lei para despojar os marajás de todos os seus privilégios e pensões de Estado.  Isto em 1955.

         Em 1962 Anita morreu.  Dia 07-07-1962.  Morreu em casa em Madri.

         Morreu nos braços do filho que teve tempo de chegar de suas rotineiras viagens e se despedir da mãe.

         Ao sepultar a mãe, seu filho enfrentou um obstáculo da Igreja Católica que não deixava ela, que ao casar com o marajá teria supostamente renunciado ao cristianismo.   O filho apresentou testemunhas dos seus criados e o manto que ela doou para a Igreja e que hoje é peça de museu na Espanha.   Museu Catedralício de Málaga.    Foi uma semana de embates até conseguir o enterro dela em cemitério cristão.

         Karan morreu em 1970 na capital da Índia, Nova Delhi.  Seus dois filhos são ativistas políticos em seu país.

         O filho de Anita gostava de jazz, de mulheres e chegou a morar em Hollywood e nunca se casou.   Morreu em 1982 de câncer aos 64 de idade.

         Bibi morreu dois anos depois de Anita, aos 75 anos em 1964.

         Gandhi foi assassinado em 1948 e ela sentiu pelo resto da vida a perda do seu líder.   Foi cremado na margem do Rio Jamina em Nova Delhi diante de uma multidão.

         Em 1975 Indira Gandhi aboliu os últimos privilégios dos antigos marajás.

         “Amor de Outono?”

         Na época da primeira edição do livro, o autor recebeu um telefonema de uma sobrinha de Anita, já octagenária.  O pai dela, viúvo de uma parente de Anita, se tornou seu secretário e passaram a viver, mesmo morando em casas diversas, um relacionamento que durou até a morte de Anita.   A sobrinha dela ligou para o autor para resgatar esta faceta de Anita e para mostrar o álbum de fotos de Anita que ajudou a elucidar passagens da vida dela e também a ilustrar o livro.

         Agradecimentos.    Ele é autor de outros livros, inclusive um sobre a Amazônia, resultado de três anos na região.  O livro se chama Caminhos da Liberdade, editado em 1992.   Ele é Antropólogo.    É autor também de um livro sobre Dom Pedro I.

 

Fim.         (gratidão por prestigiar o trabalho de construir o fichamento) 

CAP. 21/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 21/22

 

         O pai arremata:  Você se casará em setembro.  Começaremos a preparar o casamento assim que voltar da viagem.     O marajá retorna com Anita dias depois de Karan.

         O casamento dela não acabou, mas não faz mais sentido para ela.   Longe de Karan e do filho que estuda na Inglaterra.

         Anita cai doente e ao ser examinada, sai o resultado:   gravidez (de Karan).

         Anita já imaginava o escândalo que vai provocar.  Ela já tinha inimigas no palácio onde era vista como uma ex dançarina oportunista.  Agora de certa forma reforça essa visão das inimigas.

         “O que mais a entristece é o dano que o escândalo vai causar ao marajá, tão zeloso por sua reputação”.

         Ela está casada há dezessete anos.  O tempo deixa marcas.   O marajá dá ordem para transferi-la para outra moradia e não quer mais falar com ela.

         E dá o andamento no divórcio.

         Ela provoca uma conversa na qual pede perdão mesmo sabendo que não haverá reconciliação.   E ele ao fim determina.   E você vai ter que abortar.   Acrescenta que depois disso ela deixe a Índia para sempre.   A dor da culpa.

         “Tem a impressão de que não merece nem o ar que respira”.

         “Na tradição indiana, herdada dos mongóis, é permitido abortar até o quarto mês da gestação, embora só em casos excepcionais”. (isto em 1920 aproximadamente).

         Há séculos, durante o domínio mongol, ... juristas islâmicos foram os primeiros do mundo a legislar sobre o aborto.

         O aborto será feito pela médica vinda de Goa, mais uma enfermeira e a ajuda auxiliar de Dalima.

         Após o aborto, Anita entra em depressão e fica bem fraca.   Os médicos recomendam que se mude para local de montanha, clima ameno e alimentação mais dal ( lentilhas, que é de uso quase diário do povo indiano – ricas em proteínas).  Dal, carnes e laticínios.

         O rajá da Caxemira cedeu um palácio para Anita se recuperar e baixar a poeira do escândalo que ocorreu e foi para a imprensa inclusive na Europa.

         O rajá da Caxemira também teve antes um trauma semelhante por conta de uma amante inglesa e por isso socorre o casal amigo.

         Anita passa três meses na Caxemira com Dalima e vinte criados.

         Ela retorna a Kapurthala para contato com o rajá que lhe passa os dados (documentos) com a pensão dela.   Condição dela perder a pensão no caso de se casar novamente.    Pensão de 1.500 libras esterlinas por ano, que era uma pequena fortuna para os anos 20 do século passado.    

         E ao filho do casal, a garantia dele ser o quinto príncipe na linha de sucessão.

         O marajá promove um jantar pomposo e convida Anita a participar.  Nesse jantar com muitos convidados ilustres, ele apresenta sua nova esposa, uma bela francesa que se senta ao seu lado na mesa de honra.  Anita fica lá pela última fila.     “Uma última humilhação para Anita, que a essa altura já sonha com a liberdade”.

         Anita retorna à Europa aos 33 de idade.   Entre seus pertences, uma foto de Karan com a assinatura dele, que ela carrega pelo resto da vida.

         Epílogo

         Anita sofre ao se despedir de Dalima no porto de Mumbai.  Sub título do epílogo:  “Quem secará nossas lágrimas?”

         Karan, mesmo casado, em suas viagens à Europa, várias vezes esteve com Anita para matarem a saudade.   Mais adiante ele se apaixonou por uma jovem atriz francesa e parou de visitar Anita.

         “Mas na lembrança de Anita, Karan foi sempre o único amor de sua vida”.

         Viveu um vidão entre Paris, Madri e Málaga.   Vivia entre figurões das finanças e tudo o mais, mas preferia a companhia de escritores, pintores, artistas e cantores.

         Ela só não fazia muita publicidade da vida pessoal de medo do marajá reduzir sua pensão.

         O marajá usando sua influência junto à diplomacia, conseguiu barrar a possibilidade de Anita tentar entrar na Índia, mas visitava ela sempre que ia à Europa.  Eles se tornaram bons amigos.

         A namorada francesa só namorou por interesse com o marajá.  Até um dia dar no pé com um jornalista.    O marajá chegou a se apaixonar pela noiva do filho de Henry Ford, o industrial dono da Ford automóveis.   Não foi correspondido.

         Em 1942, o marajá já velho, se casou com uma tcheca, atriz de teatro.  Ela de boa aparência, mas bem complicada.   Tempo da segunda guerra mundial.    A mulher com o tempo ficou com problema mental e buscava sair da Índia.  Em Mumbai, subiu numa torre alta com seus dois cães e de lá saltou para morte.  (Torre Qutab Minar).

         O marajá, com o novo escândalo, envelheceu muito.   Um oficial seu resume:  “Que mistura mais difícil, a do Oriente com o Ocidente, como á água e o óleo”.

         A nova esposa do marajá, esta que se suicidou, era quarenta anos mais nova que ele.     O marajá perto do fim da vida e a Índia perto do fim de um ciclo.    Fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a Inglaterra anuncia a decisão irrevogável de conceder a autonomia à Índia.

 

                   Continua no capítulo final 22/22 

domingo, 31 de julho de 2022

CAP. 20/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 20/22

 

         Anita percebe que está ansiosa para voltar para a Índia para rever Karan, um dos seus enteados, por quem tem uma grande atração.

         Um amor impossível e uma traição ao seu marido, se concretizado.

         Brinda, que se casou com o herdeiro de Kapurthala, recebe uma carta informando que seu jovem militar, que foi sua paixão na Europa, morreu em combate em 1917.   Ela então entende que fez a coisa certa retornando na ocasião para se casar na Índia.

         O marajá entrega uma carta a Anita na qual a Inglaterra reconhece ela como esposa dele.  Mas o documento faz ressalvas.  Ela não poderia estar em eventos sociais com o Vice Rei e os governadores britânicos da Índia.

         Por outro lado, ela pode estar presente quando o presidente da França visitou seu castelo em Kapurthala.

         Muitos conflitos entre os filhos do marajá, ao ponto de Karan cogitar de ir embora.   Anita chegava a sonhar em ir também com ele.

         O marajá está tratando do casamento (arranjado) de Karan com a filha de um príncipe sique.   Ele fica uma fera e diz que vai se casar no estilo europeu com quem ele próprio escolher ou prefere ficar solteiro.

         Anita apaixonada por Karan – seu enteado.   “Às vezes sonha em fugir, mas não é dona de sua vontade”.

         “É como uma represa cheia de água e prestes a explodir”.

         Estão na mansão do marajá em Paris.   Um dia acontece de Anita e Karan estarem a sós e tudo acontece.   “Agora o passo é dado e é irreversível”. “O amor triunfa à custa da fraqueza humana”.

         Tempos em que Gandhi vai crescendo com sua militância pela liberdade do povo da Índia.  O slogan que usa contra o Império: “Não cooperação”.   Boicotar tudo que é britânico: colégios, tribunais, honrarias.

         Brinda no terceiro parto, três meninas.   E nada de herdeiro para ser o sucessor.   E ainda por cima, ela teve um parto complicado no qual ficou constatado que ela não poderia mais engravidar.

         Anita e Karan passam a se encontrar na ruina de um templo hindu milenar, tomado por mato.    “Entre as pedras milenares do santuário esquecido experimentam o amor várias vezes, como o fruto criminoso de uma terra muito quente, e com um medo surdo às consequências de seu terrível ato.”

         A babá Dalima dá o alerta à patroa sobre o que desconfiam os criados ao ver o casal amante por perto de tal templo abandonado.

         ... percebe que só o que pode fazer é deixar-se levar pela corrente.

         Ano de 1920.   Anita em Londres e visitando seu filho, agora com quinze anos.   Preocupada com o que ele pensaria se estourasse o escândalo do caso dela com Karan.

         O filho de Anita conta a ela que o tio Karan o visitou e disse que vai morar em Londres...  Ela fica numa grande expectativa.

         Em Londres, comitiva do marajá em Hotel.  Anita em quarto separado.  Consegue permissão do marido para ir com Karan numa casa de jazz.   Sem Anita e Karan saber, há um espião do marajá seguindo os passos deles.

         Numa noite, o espião “entrega” o casal junto no quarto de Karan.  A casa caiu.

         No outro dia o marajá ordenou ao seu advogado que providenciasse o divórcio.   Só não mandou direto Anita para a Espanha sem dinheiro e sem pensão por conselho do amigo do casal, o advogado Ali Jinnah, muçulmano que mais adiante foi o fundador do Paquistão.    (os muçulmanos admitem o homem ter várias esposas mas na condição de nunca deixar faltar nada materialmente a ela e filhos do casal).

         O argumento do amigo é que dar a Anita uma pensão adequada evitaria um escândalo para o marajá frente o seu povo.

         Como flagraram Karan e Anita no quarto dele, ambos com a mesma roupa que saíram passear, o amigo advogado disse que não havia prova de que houve algo ali entre ambos e que Karan disse ao pai que era apenas uma conversa de amizade.

         No outro dia o marajá só tomou a providência de mandar Karan de volta à Índia.

         Diante do flagrante, o marajá dá duas ordens a Karan.   Primeira é que ele retorne à Índia de imediato.  Segundo, que ele não pise mais no castelo do pai até segunda ordem e que passe a cuidar dos negócios da família em Oudh onde eles tem terras.

         Ele como príncipe tem uma porção de privilégios e obedece o pai até para manter seu status.   Caso resolvesse viver com sua profissão, abrindo mão dos privilégios, poderia viver num padrão mais baixo, mas conduzido por suas ideias.

         Ele optou pela obediência e com esta, pela manutenção do status.

         O pai arremata:  Você se casará em setembro.  Começaremos a preparar o casamento assim que voltar da viagem.     O marajá retorna com Anita dias depois de Karan.

 

                            Capítulo 21/22 

quarta-feira, 27 de julho de 2022

CAP. 18/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 18/22

 

        Anita pergunta em particular para a mãe dela.    – No noivado, o rajá lhe confessou que já tinha quatro esposas?   A mãe respondeu que sim.  Anita pergunta  por quê a mãe não lhe contou isso na época?    A mãe disse que isso iria assustar Anita...    Isto fez desabar o amor de Anita pelos pais.   Forçaram a barra para Anita se casar com o rajá e assim os pais dela ficariam na vida boa.

         Sente uma decepção total pela família.   “Resta-lhe um gosto amargo na boca: o sabor da decepção”.

         Quinta Parte -   O doce crime do amor

         Tempo de guerra se estende (1914 a 1918).   Anita e família passeando pelos USA.   Recebe notícia de que sua irmã Vitória se separou do marido e que ela está grávida dele do seu quarto filho.    Ele deixou-a grávida e fugiu com a empregada doméstica menor de idade e engravidada por ele.

         Anita e o marajá se encontram nos USA inclusive com Charles Chaplin.

         Ela chegou a publicar em 1915 um livro em francês com suas impressões sobre a Índia.

         Agora, Anita na Argentina.   Através de um filho do marajá, conseguiu um apoio na Europa à irmã para esta retornar à Espanha em tempos de guerra.

         Anita na Argentina e assiste apresentação de tango de Carlos Gardel, que despontava como um futuro ícone do tango do seu país.

         A guerra contra a Alemanha se complica para os aliados em partes da Europa e passa a haver racionamento de alimentos e há muita fome.

         Dia 30-12-1916, perto da ilha de Creta, o navio no qual o marajá e Anita iriam retornar à Índia foi torpedeado e afundado com 501 pessoas a bordo entre tripulantes e passageiros.   Foi atingido por um submarino alemão.    O marajá só não estava nesse navio porque recebeu um alerta da polícia secreta da Inglaterra do possível ataque.   Em torno de cem pessoas foram salvas do naufrágio por um navio chinês.

         Nesse tempo da guerra Gandhi, então jovem advogado que vivia socorrendo os mais pobres na Índia, incentivava o povo a ajudar a Inglaterra na guerra que não era deles.    Ele entendia que isso ajudaria a Índia a ser independente mais adiante.

         Gandhi fez um discurso com roupa de algodão simples no estilo ancestral do seu povo num evento cheio de nobres na inauguração de uma universidade em Benares na Índia.    No discurso, deixou todos de queixo caído ....    “A exibição de joias que vocês nos ofereceram hoje é uma festa esplêndida para a vista... mas quando comparo com o rosto dos milhões de pobres, deduzo que não há salvação para a Índia enquanto não tirarem essas joias e não as depositarem nas mãos desses pobres...”

         Os nobres foram abandonando a solenidade durante a dura fala dele e mesmo estudantes vaiaram a fala de Gandhi nessa ocasião.

         Nesse tempo Gandhi ainda não era famoso na Índia.  Mais adiante a fama dele começa a crescer.

         “A Índia eterna, que sempre se inclinou diante do poder e da riqueza, também adora os humildes servidores dos pobres”.  (com ajuda das religiões)

         A amiga de Anita, a Bibi (sobrinha do rajá), já via em Gandhi uma pessoa que teria a envergadura que teve no futuro e na história da Índia.

         Gandhi pelo país, roupa simples e pés descalços, fazendo seguidores. Inclui o gesto de fiar o algodão e fazer as próprias vestes como seus antepassados.   Este, um dos gestos de resistência aos ingleses e na busca pela independência do seu país e seu povo.      ...”e da elite dos brâmanes hindus”.

         ...”Bibi casou-se com a causa da independência”.

         Anita, amargurada, se distrai no palácio envolvida em orientar a confecção de roupas para envio aos soldados de sua terra que combatem os alemães na França.   Ao se levantar cedo há pouca motivação com o fato do filho ficar em estudo na Europa e a amiga Bibi engajada na causa da independência.

         ...”trancada em sua prisão dourada, invejada por poucos, ignorada por muitos, odiada por alguns”.

         Karan, um dos filhos do marajá, se torna amigo de Anita e conversa com ela.  Está aprendendo a tocar bandoneon (tipo de acordeon) e tenta alguns tangos.  Ele foi requisitado pelo pai para ajudar nas tarefas do seu reino.    Karan se altera às vezes tentando ajudar na administração com suas ideias trazidas da vivência e estudos na Inglaterra.  Causa atritos com o modo de ser e de viver no seu país com costumes milenares.

         Em 1917, um ano antes de terminar a guerra, na Índia houve aumento de pobreza por causa do esforço de guerra.  Inflação castigando o povo.

         Karan, jovem, opina que a guerra na Europa é uma fraqueza dos brancos e que poderá repercutir na Índia colonial e esta pode ter que se emancipar e tocar a vida por si.   O marajá, seu pai, achou que isso nunca iria acontecer.

 

         Continua no capítulo 19/22 

segunda-feira, 25 de julho de 2022

CAP. 17/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

 

CAP. 17/22

 

         Anita lança uma campanha para coletar dinheiro para ajudar no esforço de guerra dos aliados contra os alemães na Primeira Guerra (1914-1918).   Ao mesmo tempo, Brinda, para fazer desfeita, também começa o mesmo tipo de iniciativa.   Foi a gota d´água e Anita perdeu a paciência.  Avisou o rajá que iria para a Europa.   E contou do que Brinda fez.

         Ele pediu para ela ficar.   Brinda tem duas filhas pequenas.  O rajá proibiu ela de cuidar de atividades caritativas e qualquer coisa de estado.

         Anita então agarrou com afinco suas atividades de arrecadação e foi um sucesso.   Ela viu os expedicionários do seu reino em desfile e alertou o rajá de que os trajes são totalmente inadequados ao frio da Europa.

         Os soldados locais usam turbante ao invés de capacete de metal, este que é para proteção contra balas.  Foram combater na França.

         Em 1915, no início do ano um regimento composto por soldados da Índia perdeu em violentos combates a metade do efetivo, incluindo os oficiais.   O rajá decide ser o primeiro da Índia a ir visitar os soldados no campo de batalha.    Gesto de estar do lado do seu povo.

         Antes da guerra, numa viagem do rajá com Anita, seu filho que não viajou ficou muito doente e ela imagina que foi envenenamento.

         Costume dos rajás de colocar a criança aos sete anos num colégio interno na Inglaterra.

         A viagem do rajá para visitar os combatentes de seu reino na França foi cercada de muitos cuidados por conta da guerra.    Eles já navegando no Mediterrâneo, um dirigível Zepelin alemão sobrevoa o navio e causou muito medo nos viajantes.

         ....”soldados presos nas barreiras de arame farpado ou afogando-se no barro avermelhado pelo sangue dos mortos, artilharia pesada, bombardeios aéreos, gases tóxicos, ratos, piolhos e doenças”.

         Os soldados da Índia tem um preparo para guerra  no estilo medieval com cavalos e armas para luta no corpo a corpo, mas despreparados para enfrentar o inimigo com bombardeios, canhões e outras armas de longo alcance.

         A preocupação de um velho soldado sique ferido na batalha.  Tem coragem e tudo o mais, mas se preocupa de morrer na guerra e não ser cremado e sua cinza espalhada em ritual da sua religião sique.

         Se assim não for, se preocupa que isso vai afetar sua nova vida na reencarnação.

         Os siques não são enterrados.  São cremados e suas cinzas espalhadas de forma ritual.

         Outro indiano diz que é muçulmano e pede que se morrer, seja enterrado segundo o Islã, com a cabeça orientada para o rumo de Meca, a cidade sagrada do Islã.

         “Não é a morte que os assusta.   É a vida eterna”.      Anita ouvindo isso dos soltados do seu reino, disse a eles que o rajá está ajudando as famílias deles.  Que terão condimentos da Índia pra eles e também líderes espirituais para o conforto deles na vida em combate e, se for o caso, na morte.

         .....   Outro momento.    Quando Anita vai visitar sua irmã Vitória em Paris, é tempo de guerra, de racionamento e tudo muito triste.   A irmã dela está grávida do quarto filho e a idade dela é de 25 anos.   Vitória diz sobre o marido:  Não volta para casa antes da meia noite e sempre, bêbado.

         Anita dá à irmã de presente uma joia cara para ela vender e custear as despesas da casa nas horas de mais aperto.   Se despedem e Anita e o rajá irão visitar a América.

         Anita e Dalima levam o filho para começar os estudos no internato inglês.   No mesmo que seus três irmãos estudaram.   Lá há alunos que ficam quatro anos sem reverem os pais.   Não será o caso do filho do rajá.

         Anita viveu no reino do rajá por quase vinte anos.

         Apesar dos pesares, viagem triunfal a Madri.   Junto com um séquito de trinta pessoas e 230 baús.   Bastante tempero da Índia e tudo o mais.

         Ela volta depois de oito anos de casada a Madri, a passeio.

         Anita está desolada por ter sabido por intermédio de Dalima, a babá do seu filho, que o rajá tem uma amante.   “O que realmente lhe sacode o coração é que perdeu sua condição de favorita”.   (o rajá tinha oficialmente mais quatro esposas).

         O que Anita tem mais medo de perder é a custódia do seu filho Agit.

         Anita pergunta em particular para a mãe dela.    – No noivado, o rajá lhe confessou que já tinha quatro esposas?   A mãe respondeu que sim.  Anita pergunta  por quê a mãe não lhe contou isso na época?    A mãe disse que isso iria assustar Anita...    Isto fez desabar o amor de Anita pelos pais.   Forçaram a barra para Anita se casar com o rajá e assim os pais dela ficariam na vida boa.

        

         Continua no capítulo 18/22

sábado, 2 de julho de 2022

CAP. 14/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP. 14/22

        

         Água mineral e bebidas alcoólicas vindas da Europa em grande quantidade para os festejos do casamento do filho do rajá.

         Paco, o experiente cozinheiro assessorando Anita inclusive no Cerimonial.   Indica para ela ir a Calcutá (que já foi capital da Índia) em busca de ingredientes.

         Em 1911 Calcutá ainda era a capital da Índia colonial sob comando britânico.    Estava próxima a mudança da capital para Delhi.   “A vida em Calcutá é a mais parecida à de Londres sem estar na Inglaterra”.

         Todos os preparos do casamento e vem a notícia de que a noiva Brinda não embarcou no navio previsto para traze-la à Índia.

         A noiva e seu namorado na Europa.  Ela indiana e ele europeu católico.   Brinda tentando terminar o namoro com o jovem militar.   – Você esquece a diferença que há entre nós.  Ele: - Não existem diferenças entre duas pessoas que se amam.

         - Sua família é católica e eu sou hindu.   Ela para si:   “Como deixa-lo se o amo tanto”.  Se referindo ao namorado militar europeu.

         Ela ficou agitada e nem comia direito.   Acabou ficando doente.

         Brinda tem apenas dezesseis anos.    A governanta de Anita tentando convencer Brinda.   “Não poderão ser felizes se causarem infelicidade a seu redor”.

         Brinda acaba embarcando no navio rumo à Índia e decide pelo casamento com o filho do rajá.  (cujo rajá pagou seus estudos na Europa)

         A noiva sendo preparada pelas esposas do rajá, incluindo no preparo, relembrar os costumes do seu povo.   A noiva, atarefada diz:  “Estive tão ocupada que consegui me manter em um estado nem feliz nem infeliz.”

         Até o governador britânico do Punjab e esposa estiveram presentes no casamento.   Jantar para oitocentos comensais e servido no parque do palácio.

         Houve as treze salvas de canhão para celebrar o evento.

         Para o casamento fizeram primeiro uma festa ocidental com menos convidados e depois uma festa Oriental para muitos convidados, mais de dois mil.

         A noiva, segundo a tradição, vem sobre um elefante, trancada num pequeno compartimento.   Não pode ser mostrada antes do rito do casamento.

         Evento de destaque histórico na Índia de 1911 foi a visita do Rei Jorge V e a rainha Maria.   Para o evento  (nada a ver com o casamento do filho do rajá), foi construído um Portal no porto em Bombaim e o portal foi batizado de Porta da Índia.   (local que visitei em 2019 quando cheguei na Índia por Bombaim, hoje, Mombai).

         Os reis lá chegaram dia 02-12-1911.   Na época da visita do rei, o príncipe mais rico da Índia era o Nizan de Hyderabad.

         O filho do rajá que se casou com Brinda tem um apelido de Karan.   Após o casamento ele e esposa voltaram à Inglaterra para ele continuar os estudos de Engenharia Agronômica.

         Nome do filho de Anita com o rajá:  Agit.

         O ambiente no palácio vai ficando cada vez pior para Anita.  Ela passa a ter insônia.

         O filho do rajá com a primeira esposa vem um dia cobrar do pai o que manda a tradição.   Que o pai passe a respeitar sua primeira esposa e siga os costumes do seu povo.   Isso irritou muito o rajá.

         O filho e herdeiro do trono, após casado, resolveu enfrentar o pai pelo tratamento dado por ele à sua mãe, a primeira esposa do rajá.

         Brinda, nora do rajá, depois disso tudo, também adere ao apoio à primeira esposa do rajá e decide.   Ela e família...  “Comunicamos meu sogro de que a partir de então nos negávamos a nos relacionar com Anita e que não estaríamos presentes aos eventos e recepções que soubéssemos que ela estaria”.

         O rajá tomou isso como injusto porque se afastou das outras esposas mas não as abandonou em termos de amparo, até por conta da tradição.

        

         Continua no capítulo 15/22

sexta-feira, 1 de julho de 2022

CAP. 13/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 13/22

 

         Os franceses no tempo colonial quando teve o Camboja como um dos seus domínios na Ásia, chegou a desmontar templos históricos e reconstruí-los em Paris.    O autor aqui cita templos famosos descobertos como o Templo de Angkor no Camboja.

         O rajá acredita, depois de rodar pelo mundo, que seria possível maior entendimento entre o Oriente e o Ocidente.

         Viagem do casal para a Espanha.   Lola odeia a Índia e está encantada com o retorno sonhado à Espanha.

         Anita conseguiu incluir a babá Dalima na comitiva de 35 pessoas que irá à Espanha.

         Anita em Bombaim onde tomará o navio para a Europa.   Já está mais entrosada com esta cidade da Índia.   Cidade grande.

         Bombaim  (hoje, Mumbai) é a verdadeira porta de entrada da Índia, a apenas vinte dias de navegação da Europa.    Desembarcam no porto de Marselha na França.    Muitos repórteres querendo entrevista-la.     A família de Anita tinha viajado da Espanha até Paris para lá se encontrarem.

         Em Paris, são presença em jantares badalados, inclusive com presença de escritores como Marcel Proust, Émile Zola e Paul Bourget.

         O rajá tem já acertado o casamento do seu filho Paramjit, o herdeiro de Kapurthala, com a princesa Brinda “que agora termina os estudos em Paris”.

         Fazem compras na loja Cartier e relógio da moda para seu filho, o modelo Santos Dumont, assim chamado em homenagem ao aviador brasileiro.   O rajá conheceu Santos Dumont na viagem anterior a Paris.

         Quer a festa de casamento do filho em alto estilo e na ocasião inaugurará o castelo novo que construiu para morar com Anita.

         Sobre a noiva Brinda...   “As indianas estão acostumadas desde a infância a seguir o caminho determinado por seus pais sem opor-se a isso, nem questioná-los.”

         Brinda no tempo de estudo em Paris se apaixonou por um oficial do exército francês.   Ela está dividida entre retornar à Índia contrariada e a insegurança de partir para seu amor com o jovem francês.

         A avó ficou apavorada quando soube do batizado do netinho e que para ela não valia por não ser no rito cristão.   Numa escapada, ela levou o netinho para a Catedral de Notre Dame em Paris e batizou o netinho de forma meio improvisada, mas do gosto dela.

         A avó deu ao neto o nome de Angel.

         Anita entrega à mãe o manto que mandou fazer para nossa senhora da Vitória, padroeira de Málaga, por sua promessa no parto difícil que teve.

         A mãe conta a Anita que o pintor Anselmo, por quem ela foi apaixonada, se casou.

         Quarta Parte

         A roda do karma gira para todos.

         Jardim do palácio do rajá cuidado por quinhentos jardineiros.   Do reino do rajá se avista a Cordilheira do Himalaia em cujos picos mais elevados tem gelo eterno.

         O rajá sobre seu novo palácio:   “Consegui transplantar um pedaço da França para os pés do Himalaia”.

         O luxuoso castelo mais perto da cidade e mais longe do seu povo.

         O castelo foi feito em nove anos por seiscentos trabalhadores.   A quase totalidade dos 108 quartos com banheiro do castelo levam nomes de cidades da França.

         Anita já no novo palácio, fica sem a companhia da governanta e da criada Lola.

         O rajá quis fazer a zanana (onde ficam as outras esposas e concubinas) para o novo palácio.   Sua primeira esposa negou com base na tradição.

         ...”cada um tem o seu lugar.  – Nosso mundo afundará se as tradições não forem mantidas” – diz a sua primeira esposa.

         Para mais afrontar as outras esposas, o rajá determina que Anita vai organizar os detalhes do casamento do príncipe herdeiro, que é filho do rajá com a primeira esposa.    Tarefa que deveria ser, por honra, da mãe do herdeiro.

         O rajá decidiu gastar a metade da receita anual do seu estado para celebrar o casamento do filho.   Em 1911, o rajá decide que o ensino fundamental será gratuito aos meninos e meninas no seu reino.   Os muçulmanos locais ficaram em pé de guerra.  Não aceitam o estudo das meninas.

 

                            Continua no capítulo 14/22

quarta-feira, 29 de junho de 2022

CAP. 12/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 12/22

 

         O rajá vai fazer aniversário e cumprir um rito, a puja em família e desta vez pediu para Anita acompanha-lo nas orações.  Ela destaca:   - “Uma vez você me disse que preferia que eu não fosse a essa puja, lembra?”  Para não ferir a sensibilidade das ranis...  (outras esposas do rajá).    – Tem razão, mas mudei de opinião.  Quero que você vá à puja para deixar claro que não pretendo tolerar que a ignorem.   Você estará lá, na primeira fila.   Como a nova marani de Kapurthala.   Se você quiser, é claro.

         No começo do século XX um terço da Índia era governada por 562 marajás.   “Em mil anos de história, nem um único marajá foi assassinado por seus súditos”.    (muito comumente são tidos como possuidores de  poderes divinos)

         As maiores diversões dos príncipes indianos eram as mulheres, o esporte e a caça.   Um dos tipos de caçada:  A cavalo, caçar javali com lança, o que é um esporte perigoso.

         O livro Kamasutra era a base da educação sexual dos marajás.   O livro data do século IV dC.

         Em 1890 o rajá tomou posse ao completar 18 anos.  No rito, um representante inglês citou frase de um poeta do Punjab:

         “Só a memoria dos justos deixa uma doce fragrância no mundo e floresce no pó”.

         O rajá esposo de Anita foi obeso, mas aos vinte anos perdeu peso e seguiu daí em diante com peso normal.

         Anita participar da puja será um confronto com três mil anos de tradição.    Anita sempre recebendo joias do marido.   Um dia ela vê a “meia lua de esmeralda” na testa de um elefante.  Algo de enorme significado junto ao povo e à tradição local.    Ela pediu essa joia e o rajá teve que enfrentar a comoção do povo por conta desse capricho de Anita.

         Deu a joia e causou reboliço no reino.

         “Mais que um presente, foi um ato político”.

         Indianos mais conservadores, os de perto do deserto do Rajastão.   Já onde Anita mora é no vale do Kangra (um rio).    Ela, jovem, linda.

         “O contrário de uma indiana à moda antiga como Harbans Kaur, que é proibida pela lei purdah de se misturar socialmente com homens que não sejam seu esposo.”

         “A lei do purdah alude ao costume de origem muçulmana de usar o veu”.

         O nababo em outro evento comendo carne e bebendo champanhe, proibidos pela tradição do seu povo.  Anita do lado, pergunta sobre isso.  Ele brinca dizendo que usa seus poderes e batiza o que consome com nomes do que pode consumir.

         “O que significam as restrições religiosas para alguns soberanos que julgam ter origem divina?   Os ritos e as proibições são para os homens, não para os deuses”.

         O palácio do rajá de Patiala é muito maior e mais rico que o do rajá de Anita.

      Pensamento de Anita:  “Se esse mundo desmoronar, tem outro no qual se apoiar:  o de sua família e amigos na Espanha”.

         O chefe dos cozinheiros comanda uma equipe de 95 cozinheiros do palácio de Anita.  Cuidam da comida de mais de mil pessoas entre os da casa e convidados.   Os hindus (a religião predominante na Índia) são vegetarianos.

         ...”A Índia não era a América.   Vinham a um país que arrastava uma civilização de milhares de anos, fruto de uma intensa miscigenação de culturas, religiões e etnias.  Uma civilização com alto grau de refinamento e tolerante nos costumes”.

         Os europeus do passado aprenderam o uso do banho diário com os indianos.   A palavra xampu vem do idioma hindi e significa massagem.   Mesmo no fazer sexo, os europeus aprenderam muito com os indianos.

         O rito de comer com a mão.   “O arroz só com a mão direita, reservando a mão esquerda para a higiene pessoal, como os hindus e os muçulmanos”.

         O inglês costumava mascar tabaco que deixava os dentes escuros.  Os indianos usam mascar noz-de-areca que deixa a boca avermelhada.

         Cita-se o grande poeta do passado, Omar Khayyan nascido em 1.048 na Persia (atual Irã).

         Por longo tempo os britânicos não fizeram objeção aos costumes indianos e a mistura com os europeus era tolerada.   Bem mais adiante, os britânicos perceberam que surgiriam mestiços europeus indianos que poderiam ter poder para enfrentar o Império Britânico.

 

                   Continua no capítulo 13/22