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terça-feira, 2 de agosto de 2022

CAP. 21/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 21/22

 

         O pai arremata:  Você se casará em setembro.  Começaremos a preparar o casamento assim que voltar da viagem.     O marajá retorna com Anita dias depois de Karan.

         O casamento dela não acabou, mas não faz mais sentido para ela.   Longe de Karan e do filho que estuda na Inglaterra.

         Anita cai doente e ao ser examinada, sai o resultado:   gravidez (de Karan).

         Anita já imaginava o escândalo que vai provocar.  Ela já tinha inimigas no palácio onde era vista como uma ex dançarina oportunista.  Agora de certa forma reforça essa visão das inimigas.

         “O que mais a entristece é o dano que o escândalo vai causar ao marajá, tão zeloso por sua reputação”.

         Ela está casada há dezessete anos.  O tempo deixa marcas.   O marajá dá ordem para transferi-la para outra moradia e não quer mais falar com ela.

         E dá o andamento no divórcio.

         Ela provoca uma conversa na qual pede perdão mesmo sabendo que não haverá reconciliação.   E ele ao fim determina.   E você vai ter que abortar.   Acrescenta que depois disso ela deixe a Índia para sempre.   A dor da culpa.

         “Tem a impressão de que não merece nem o ar que respira”.

         “Na tradição indiana, herdada dos mongóis, é permitido abortar até o quarto mês da gestação, embora só em casos excepcionais”. (isto em 1920 aproximadamente).

         Há séculos, durante o domínio mongol, ... juristas islâmicos foram os primeiros do mundo a legislar sobre o aborto.

         O aborto será feito pela médica vinda de Goa, mais uma enfermeira e a ajuda auxiliar de Dalima.

         Após o aborto, Anita entra em depressão e fica bem fraca.   Os médicos recomendam que se mude para local de montanha, clima ameno e alimentação mais dal ( lentilhas, que é de uso quase diário do povo indiano – ricas em proteínas).  Dal, carnes e laticínios.

         O rajá da Caxemira cedeu um palácio para Anita se recuperar e baixar a poeira do escândalo que ocorreu e foi para a imprensa inclusive na Europa.

         O rajá da Caxemira também teve antes um trauma semelhante por conta de uma amante inglesa e por isso socorre o casal amigo.

         Anita passa três meses na Caxemira com Dalima e vinte criados.

         Ela retorna a Kapurthala para contato com o rajá que lhe passa os dados (documentos) com a pensão dela.   Condição dela perder a pensão no caso de se casar novamente.    Pensão de 1.500 libras esterlinas por ano, que era uma pequena fortuna para os anos 20 do século passado.    

         E ao filho do casal, a garantia dele ser o quinto príncipe na linha de sucessão.

         O marajá promove um jantar pomposo e convida Anita a participar.  Nesse jantar com muitos convidados ilustres, ele apresenta sua nova esposa, uma bela francesa que se senta ao seu lado na mesa de honra.  Anita fica lá pela última fila.     “Uma última humilhação para Anita, que a essa altura já sonha com a liberdade”.

         Anita retorna à Europa aos 33 de idade.   Entre seus pertences, uma foto de Karan com a assinatura dele, que ela carrega pelo resto da vida.

         Epílogo

         Anita sofre ao se despedir de Dalima no porto de Mumbai.  Sub título do epílogo:  “Quem secará nossas lágrimas?”

         Karan, mesmo casado, em suas viagens à Europa, várias vezes esteve com Anita para matarem a saudade.   Mais adiante ele se apaixonou por uma jovem atriz francesa e parou de visitar Anita.

         “Mas na lembrança de Anita, Karan foi sempre o único amor de sua vida”.

         Viveu um vidão entre Paris, Madri e Málaga.   Vivia entre figurões das finanças e tudo o mais, mas preferia a companhia de escritores, pintores, artistas e cantores.

         Ela só não fazia muita publicidade da vida pessoal de medo do marajá reduzir sua pensão.

         O marajá usando sua influência junto à diplomacia, conseguiu barrar a possibilidade de Anita tentar entrar na Índia, mas visitava ela sempre que ia à Europa.  Eles se tornaram bons amigos.

         A namorada francesa só namorou por interesse com o marajá.  Até um dia dar no pé com um jornalista.    O marajá chegou a se apaixonar pela noiva do filho de Henry Ford, o industrial dono da Ford automóveis.   Não foi correspondido.

         Em 1942, o marajá já velho, se casou com uma tcheca, atriz de teatro.  Ela de boa aparência, mas bem complicada.   Tempo da segunda guerra mundial.    A mulher com o tempo ficou com problema mental e buscava sair da Índia.  Em Mumbai, subiu numa torre alta com seus dois cães e de lá saltou para morte.  (Torre Qutab Minar).

         O marajá, com o novo escândalo, envelheceu muito.   Um oficial seu resume:  “Que mistura mais difícil, a do Oriente com o Ocidente, como á água e o óleo”.

         A nova esposa do marajá, esta que se suicidou, era quarenta anos mais nova que ele.     O marajá perto do fim da vida e a Índia perto do fim de um ciclo.    Fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a Inglaterra anuncia a decisão irrevogável de conceder a autonomia à Índia.

 

                   Continua no capítulo final 22/22 

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