CAP. 25/35
CAPÍTULO 25/35 -
fichamento do livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - autor: RICARDO V CUNHA
Ouro entrevistado -
JEAN-CLAUDE RAMIREZ - "A agonia da bifurcação"
Ele, detentor de
quatro graduações universitárias e uma carreira na pesquisa. Se casa com
Roberta Civita, filha do Civita da Editora Abril Cultural. Estavam morando nos
USA e ela queria ter os filhos no Brasil e se mudaram para cá.
Aqui o país não
aplica quase nada em pesquisa e ele não tinha como dar sequência em suas
pesquisas. Tinha que criar novos rumos para sua carreira. Ele é filho de pai
hondurenho e mãe argentina e teve um casamento anterior nos USA. Ele nasceu na
Suiça. Chegou no Brasil em 1997 quando nossa economia estava bem tumultuada.
A complexidade de
ser consultor para grandes empresas. Ajudar os executivos destas a melhorarem o
desempenho das empresas. Em duas décadas de trabalho chegou ao topo de uma
empresa renomada em consultoria.
Bate papo com
Jean-Claude Ramirez - É da natureza do consultor ensinar e ao mesmo tempo
aprender. Não é incomum os consultores se tornarem sócios da empresa à qual
presta serviços. ..."Temos economias e geografias em etapas muito
diferentes de desenvolvimento, Talvez economias mais avançadas achem que tem o
direito de falar às menos avançadas sobre os problemas que estão causado, mas
se esquecem que já passaram por esse
ciclo"...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Outro
Humano de Negócios:
JAYME GARFINKEL (da
Seguradora Porto Seguro) - "Rumo ao campanário". Jayme é paulistano.
O pai dele, Abrahão, nasceu na Ucrânia. O pai trabalhou muitos anos na Bradesco
Seguros e depois comprou a Porto Seguro que na época era pequena. A esposa de
Abrahão ajudava a equipe na seguradora e ela é graduada em Engenharia Química na
POLI Escola Politécnica da USP. A família de Jayme é de origem judia. Jayme
nasceu em 1946, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial. Desde criança
ouvia falar do que ocorreu no holocausto na Europa e ficava indignado porque os
vizinhos dos que estavam sendo exterminados nada fizeram para que isso não
ocorresse.
Agora, estabelecido
no bairro Morumbi em SP perto da grande favela de Paraisópolis, sentia que
teria que fazer alguma coisa em prol daquela comunidade. Sentia que não podia
ignorar aquilo ao lado de onde há a enorme favela em São Paulo. Um dia se
preparou e foi assistir uma palestra sobre violência urbana e visitou uma
prisão e passou a conversar com pessoas que interagiam com o tema, inclusive
contatos com o Dr. Drauzio Varella que tem vasta experiência no setor
carcerário. Paralelo a isso, investiu numa firma emergente em Piracicaba-SP que
atua no desenvolvimento de produtos de origem biológica para controle de pragas
em lavouras. Ficou impressionado com a motivação da equipe que trabalha nesse
setor na empresa que está dentro do conceito de trabalhar com o meio ambiente,
buscando não agredi-lo. Voltando à pauta da segurança pública em São Paulo, ele
entrou em contato com Solange Senese que há treze anos é ativista no tema do
sistema prisional. Ele passou a apoiar ações no setor, inclusive para a busca
da ressocialização e busca de treinamento e emprego aos egressos dos presídios.
O Brasil tem atualmente uma das maiores populações carcerárias do mundo. O
Monitor da Violência levanta dados com o NEV Núcleo de Estudos da Violência.
Alto índice de reincidência que resulta em nova prisão do detento, de forma
sucessiva. Ao redor de 75% dos casos. O preso cumpre pena, é solto, não tem
preparo para emprego e portas não se abrem para ele e volta a delinquir e ser
preso.
Jayme e Solange
criaram em 2015 o Instituto Ação Pela Paz. O foco atual do Instituto é evitar a
reincidência do preso. Jayme se sente energizado estando acompanhando, além dos
seus negócios, suas ações no Terceiro Setor.
A partir de 2019
Jayme optou por deixar a presidência da Porto Seguros. Passou o bastão para o
filho Bruno. Ele disse que parar seria deixar de ter um propósito e que é
interessante ter o próprio propósito para dar um sentido à vida.
O propósito não
precisa ser de natureza econômica. "Eu tenho vários interesses que me
absorvem e espero poder fazer desta etapa um segmento da vida com desafios e
emoções, mas com calma para pensar e entender melhor a vida".
Bate papo com Jayme
Garfinkel
Pergunta a ele:
"O que é sucesso?" Ele responde: "O que é sucesso? Aparecer na
revista Caras rindo? A escala de valores do mundo ocidental está errada.
Estamos num consumismo estúpido em que as pessoas estão sem propósito".
O que fazer,
pergunta o autor: Resposta: "Cada um tenta fazer sua parte para mudar
isso. Não dá para não fazer nada.
Ele é ateu. Ele usa
na sua fala final algo do livro de Jean-Paul Sartre, livro A Idade da Razão.
continua no capítulo seguinte com outro Humano de Negócios.