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domingo, 13 de fevereiro de 2022

CAP. 05/10 - fichamento - O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS - autor Moçambicano - MIA COUTO

capítulo 05/10

 

         Capítulo Seis do livro – O Corpo como Cemitério  (Os papeis da PIDE -3 – polícia da repressão)

         Um soldado fala ao jornalista no tempo que o narrador era garoto e estava na companhia do pai na conturbada Inhaminga.

         O soldado português diz que seus colegas são todos medrosos da guerra.   Que se pudessem, voltavam todos para casa.   E acrescenta:   “O que eles não sabem é que ninguém volta de uma guerra”.   (se volta fisicamente, mas a cabeça é outra, perturbada)

         Declaração da líder Maniara (a que é parteira e enterradeira de mortos do conflito)

         Foi ela que trocou a bandeira portuguesa pela capulana  (roupa típica de Moçambique).   O que deu toda a confusão na aldeia de Inhaminga.

         “Quem primeiro vê os mastros são os deuses.   Se mexi na vossa bandeira foi para agradar os antepassados”.    Ela lavava fardas dos soldados.    Ela, sobre os jovens soldados.   “É sempre assim com estes rapazes:  por mais tamanho que tenham, a farda fica-lhes sempre demasiado grande”.   “Não é o corpo que lhes falta.  É a idade”.

         Ela sobre os soldados portugueses:   “Que soldados são os deles que não cantam e não dançam?”

         O padre moçambicano que recebe na igreja o alferes que comandou as tropas que executaram várias pessoas em Inhaminga.  Ele, negro.

         Disse do seu dilema.  É padre, mas ninguém confessa com ele.   Para os portugueses, por ele ser preto e pelos locais por ele ser padre (cristão, fora das tradições religiosas deles)

         Ele diz que lá ele atende o Deus dos brancos de dia e os deuses da sua terra à noite.

         O Alferes tinha tatuagem no braço com “amor só de mãe”.   E após matarem os locais, Maniara protestou e disse que todos ali tinham pais e ela era a mãe de todos.   Aquilo abalou o alferes.

         A poeira na estrada.    “O carro brecou, os pneus deslizaram pela areia vermelha levantando uma imensa nuvem de poeira que engoliu o homem, o carro e a estrada.”

         Eles em Inhaminga, zona de conflito e terra de Benedito e sua gente.

         O pai de Benedito fala mais a língua local e já foi preso político várias vezes   Para falar em prisão, pronuncia o termo prisão na língua portuguesa porque na linguagem deles, nativos, não existe esta palavra.

         O pai de Benedito (ao ser preso) “Era o primeiro de sua aldeia a dormir numa casa de cimento”.

         Argumenta:    “que queriam tanto a sua companhia que até fecharam a porta à chave”.  (ele preso...)

         Capítulo 7 – Há chumbo dentro de Camila

         Cidade da Beira, março de 2019   (ocasião que Diogo, filho de Adriano está de retorno após décadas, ao lugar onde viviam)

         Diogo (jornalista e poeta) no Hotel e recebe recado de que tem visita.   Pensa que era Liana e autoriza a portaria a deixar a visita entrar.    Chega Camila e não, Liana.   Usava vestido curto.    Agora Camila com 65 anos de idade.   Ele recordando.   O pai dela matou o namorado dela no dia que ela fez 15 anos.

         Camila depois na rua conversando com Diogo e pega uma pedra para atirar na delegacia de polícia.    Ela não se conforma pelo fato de Moçambique manter a polícia no mesmo prédio depois da Independência (1976), prédio este onde os repressores puniam seu povo.

         Capítulo Oito – As Notícias   (Os papéis da PIDE – 4)

         Anotações de meu pai.        A Encomenda – ano de 1973

         Falando a um líder revolucionário, o português Pacheco.

         “A nossa causa está a crescer, camarada”.   “Não sei qual é a sua causa, meu caro Pacheco – declarei – A minha causa é ter emprego, cuidar da minha família...”   (diz o jornalista Adriano, pai de Diogo)

         Carta do Soldado Sandro para minha mãe 

         Voz do comando das tropas:    “Se derem atenção aos pretos, eles desatam a contar-nos histórias e acontece como nas Mil e Uma Noites:   nunca mais vocês os matam”.

         “Ainda bem que eles falam outra língua, disse o capitão.   Se os entendêssemos, nesse momento deixariam de ser inimigos”...

 

         Continua no capítulo 06/10