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domingo, 28 de maio de 2023

CAP. 03/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - autor: EMÍLIO ODEBRECHT (lançamento recente - maio 23)

 capítulo 03/25

 

         Sobre a Operação Mãos Limpas na Itália nos anos 90:   O jornal    ...”aponta como um dos erros da acusação não ter sabido distinguir entre financiamento da política e enriquecimento pessoal”.   Fala da jornalista italiana Michele Brambilla   (jornal Il Giorno).

         ...”recente..  o próprio juiz Di Piero admitiu em entrevista que se teria registrada uma  degeneração do sistema inquisitivo, consistente na atitude de que agora primeiro se prende o assassino e depois se procura o morto, isto é, considera-se alguém culpado antes de encontrar o crime de que é acusado”.

         “A justiça, de recurso se converteu em problema, talvez o problema”.

         O impacto mais grave, contudo, se manifestou na esfera da sociedade e da política:  “nasceram naquele tempo a antipolítica, o rancor, o ódio social, o conspirativismo”.

         Já o juiz Gherardo Colombo que atuou no caso da Loja Maçônica P2 da Itália, atualmente aposentado, declarou no jornal Il Giorno:   “até sob o aspecto penal, tudo terminou em muito pouco”.   “A cultura não se muda via processos penais”.    “Melancolicamente observa o jornal que, trinta anos depois, a política italiana nunca se recuperou”.   Após a Operação Mãos Limpas.

         Nem pessoas com envergadura para pleitear o comando da Nação italiana tem surgido depois da citada operação que ocorreu nos anos 90.

         Os tradicionais partidos derreteram e surgiram agremiações separatistas, xenófobas, anti-imigrantes, neofascistas.    O Fratelli d´Italia é neofascista.

         O Berlusconi surgiu nessa leva após Mãos Limpas.   Justo Berlusconi que teve duas dezenas de processos de corrupção e que prescreveram sem que ele pagasse pelos crimes.

         “O mais recente capítulo dessa história consistiu na vitória nas eleições de 2022 na Itália, da aliança com a Lega e Forza Itália Berlusconi com os neofascistas Fratelli d´Itália, os mais votados”.

         O que levou o juiz aposentado a cunhar a frase já citada:   “Não se muda a cultura, nem, portanto, a Itália, com processos penais”.

         Querer usar a justiça para forçar a mudança da forma de se fazer política não resolve como já foi visto.

         “Contraproducente porque a instrumentalização da justiça penal para fins políticos acaba por gerar desastres históricos para a sociedade e compromete a fé no sistema judiciário”.

         “Em novembro de 2018, ao anunciar-se que Sergio Moro aceitara o cargo de Ministro da Justiça, o jornal O Estado de São Paulo solicitou a opinião do juiz italiano Gherardo Colombo, que respondeu:     “Eu não teria tomado essa decisão.   Estaria  traindo minha independência de magistrado, colocando em dúvida a imparcialidade com a qual desenvolvi meu trabalho”.

         Isto foi publicado no Jornal o Estado de SP, edição de 12-10-22 pelo jornalista Marcelo Godoy no artigo “A Metamorfose de Moro”.

         Isto ajudou a que o STF decidisse sobre a parcialidade do juiz Moro na Lava Jato.

         A entidade Transparência Internacional tinha lá no passado apoiado a Lava Jato.  Após ver o Moro Ministro de Bolsonaro, essa entidade assim se expressou:    “Associar a luta contra a corrupção ao candidato Bolsonaro é prestar imenso desserviço à causa e desvirtuar o que ela fundamentalmente representa”.

         O juiz do Mãos Limpas diz que não dá para comparar o caso italiano do caso da Lava Jato.   Fundamental:   Lá o juiz da causa não virou político.

        

         Continua no capítulo 04/25