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segunda-feira, 11 de maio de 2015

2º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REUSO DE ÁGUA (CONT...)

     Palestra 14ª   - “Prática de reuso na Indústria” – Estudo de caso  - Cetrel-Odebrecht
Ambiental.     Palestrante – Eduardo Pedroza

     O caso em pauta é do Pólo Petroquímico de Camaçari-BA.   O Pólo tem PIB de 15 bilhões de dólares/ano.    15.000 empregos diretos e 20.000 empregos indiretos.
     Consumo de água de 1,6 milhões de m3/mês de água superficial mais 2,5 milhões de m3/mês de água subterrânea.     Fazem reuso de 250 mil m3/mês.
     No Pólo de Camaçari há várias indústrias e a questão da água é decidida como se fosse um sistema de condomínio.   Discutem o problema e fazem a gestão  conjunta.   Tratam também os efluentes industriais do Pólo.    Destaca uma questão legal que não está clara no BR:  Tratar e reusar a água é trabalhar com um produto ou um serviço?   E a tributação?   De quem é a água?
     CETREL Central de Tratamento de Resíduos.    Contratos de 20, 30 a 40 anos para poder viabilizar os contratos e investimentos necessários.   Projeto Água Viva.   Conseguiram enquadrar no FINEP Financiadora de Estudos e Projetos (federal) e obtiveram recursos subvencionados, dentro do programa Inova Brasil.
     Eles inclusive captam e reusam água de chuva e estão numa região que chove bastante.   Acima de 2.000 mm por ano.    E o palestrante é no Nordeste (RN), de uma região que chove apenas 400 mm por ano.
     O reuso deles no Pólo de Camaçari equivale ao consumo de água de uma população de 150 mil habitantes.   Gastam em energia, 0,5 KWh/m3 de água tratada para reuso.
     No caso deles, se fossem captar água, transportar, tratar e levar ao local de descarte, o gasto de energia seria de 1,5KWh/m3.      Portanto, ganho de 1,00 KWh/m3.
     Ganharam pela região NE o Prêmio de Inovação da FINEP.    Estão pleiteando redução de impostos para quem processa, vende e distribui água de reuso.    Pedem redução de 75% do Imposto de Renda para empresa que atua em oferecer serviço de reuso.  Proposta de PLS 12/2014 com apoio da CNI Confederação Nacional da Indústria.     Proposta também de redução para Zero por cento o PIS/COFINS p/ tal.
                               eduardopedroza@odebrecht.com  



     Palestra 15ª -  Projeto em País da América Latina -  Palestrante Bianca Jiménez – da UNESCO.
     Ele é membro do IPCC Painel Intergovernamental para assunto de mudança de clima
     Citou que há países da Ásia e África que apresentam restrições de ordem religiosa ao reuso da água.   Consideram a água “impura”.
     França – citou caso de irrigação de milho com água de reuso em 700 há da lavoura.
     Lembrou que há no Mediterrâneo uma região de pouca chuva que pega parte sul da Espanha, da França, da Grécia e Israel.     Chuva pode ser de 300 a 500 mm na região que por outro lado é densamente povoada e recebe bastante turista do mundo todo.
     Citou reuso de água em plantio de arroz em Kamamoto no Japão.
     Pede-se mais incentivos e menos normas sobre o reuso de água pelo mundo afora até para que haja mais reuso e se poupe mais os mananciais.
     No debate foi lembrado por um pesquisador brasileiro que nos USA no assunto de normas para reuso, adotam o seguinte:   As leis são estado por estado, cada um tendo o seu, mas geralmente deixam a Academia (a pesquisa) delinear as normas e parâmetros.  Depois estas são colocadas por um tempo ao debate público e depois vão para o legislativo que as transformam em leis.   Parece uma conduta bastante razoável.
     No BR não se escuta a Academia (a pesquisa) e se copia norma de fora, muitas vezes inadequadas às nossas demandas.
     Lembrado que em SP tem a CETESB, órgão ambiental.   Tem até um arquiteto que apita lá sobre normas de reuso de água, sem se louvar em dados e métodos científicos.
Foi lembrado que São Paulo pelo vigor da economia e pela densidade populacional é o carro chefe no setor e teria a responsabilidade de puxar a questão de forma pioneira.  Mas o que se tem notado é que as coisas lá não andam bem na questão de normas e estamos patinando por isso.     Foi destacado pela Coordenação deste evento internacional que a CETESB foi convidada mas esta não aceitou participar.


     Palestra 16ª   “Reuso da água na Agricultura”   - Palestrante:  Cícero Onofre de Andrade Neto – UFRN  Universidade Federal do Rio Grande do Norte

     Esgoto com 400 de DBO – cada 1 litro desse esgoto demanda 100 litros de água do manancial para equilibrar o oxigênio com uma água de 4% de O2.    Disse que o ser humano não é tão problema pelo que consome de água, mas sim pelo que ele polui.
     Lembrou que estamos poluindo em geral a água e também salinizando a água.     Se tratarmos o esgoto para reduzir em 80% a DBO deste, precisaremos de 20 litros de água do manancial para diluir 1 litro de esgoto nessa condição.
     Cada l litro de água de reuso economiza de 20 a 100 litros de água.
     Falou que no passado o BR tinha o PROSAB  Programa de Saneamento Ambiental com recursos da CEF Caixa, FINEP, CNPq.   Programa de Pesquisa em Saneamento Básico.  Teve vigência de 1997 a 2009 e depois acabou.  Disse que precisaria ser reeditado.   Ele foi pesquisador do programa.  Havia no BR uma rede de universidades e pesquisadores atuando nesse Programa com troca de experiências e sinergia. 
     Lembrou que a UFPR tem sido avaliada pelo MEC como a melhor do NE.   Mostrou pesquisa local com canteiro de sorgo irrigado com água de reuso em comparação ao sorgo sem irrigação.   O irrigado tem aproximadamente 4 vezes mais massa verde.  Curiosamente sobre o slide (foto) ele disse que o sorgo no caso não está com sede, mas com fome.     A água do reuso ajudou, mas houve muita ajuda da Matéria Orgânica (MO) contida na água de esgoto.    No caso, o limão da DBO vira limonada, pois a MO é nutriente para os vegetais.

     Resultado de experimento na UFRN -   Milho de sequeiro – produtividade 500 kg de grãos por hectare.    Milho com irrigação com esgoto – reuso – produtiv. 5.000 kg/há.    (continua) *

.............*......há anteriormente as partes I e II.  Esta é a parte III e em breve teremos aqui a parte final.