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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

CAP. 11/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano)

 CAP.11/13

 

         A irmã de Al Gore que começou a fumar cedo, aos treze anos, quando foi lá adiante, já casada, teve câncer nos pulmões e morreu depois de muito sofrimento dela e da família.

         Em certo tempo a própria família de Al Gore, como muitas famílias que tinham fazendas na região, plantava tabaco para a indústria fumageira.  Ele lamenta tudo isso.   A família só entendeu e dimensão do problema quando Nancy já estava doente.  Algo semelhante acontece com a questão do efeito estufa.   As pessoas seguem ignorando o problema e este vai se tornando cada vez mais grave.

         “De um lado a incerteza faz desabrochar a Ciência e paralisa a política.  Por isso é difícil para os cientistas soar o alarme para os políticos”.

         Sobre o aquecimento global por ação humana é um consenso mundial.   Por sinal, algo até raro na Ciência.

         “Uma cientista da Universidade da Califórnia, em San Diego, a Doutora Naomi Oreskes, publicou na Revista Science um volumoso estudo.  Ela levantou todos os artigos sobre aquecimento global nos dez anos anteriores à sua pesquisa em revistas científicas, sempre com revisão de pares.    A revisão de pares é fundamental para garantir o rigor da pesquisa e seus resultados.   Pares são outros cientistas do mesmo ramo que analisam a pesquisa feita para ver se não há falhas técnicas.

         A autora e sua equipe escolheram uma grande amostra de 928 artigos científico, que eram quase dez por cento de todos os artigos de dez anos.

Amostra estudada:   928 artigos científicos.  Destes, a “porcentagem de artigos em dúvida quando à causa do aquecimento global:  Zero”.

         Na mesma pesquisa, analisando trabalhos publicados na imprensa popular  no decorrer de quatorze anos (Jornais:  New York Times, Washington Post, Los Angeles Times e Wall Street Journal – os mais gabaritados).     Pesquisou nessas fontes, 636  trabalhos publicados sobre aquecimento global.   Constatou que destes, 53% expressavam dúvidas sobre a causa do aquecimento global.    ( e não usaram o rigor da revisão de pares)

         Artigos ...   “sem qualquer validade científica”, semeando dúvidas na população sobre a ação humana afetando o aquecimento global.   A imprensa no caso semeia confusão na sociedade e prejudica a ciência e expõe a humanidade aos riscos.     (página 263 do livro – tabulados dados)

         No caso do aquecimento global, há investimento pesado da indústria do petróleo para desacreditar as pesquisas.   Cita empresas como a gigante Exxon Mobil.    Relata o caso divulgado pelo repórter Ross Gelpspan, ganhador do Prêmio Pulitzer de Jornalismo, que descobriu e divulgou uma orientação interna de indústria do setor petroleiro para seus colaboradores:

         “Reposicionar o aquecimento global como uma teoria, e não um fato”.

         (puro negacionismo por interesse econômico e contra a sociedade)

         Em 1964 a indústria do cigarro nos USA, diante de sólida posição da pesquisa mostrando os males do cigarro, investiu pesado para desmoralizar a pesquisa científica.

         Milhões de americanos prejudicados pelo cigarro entraram na justiça.   Relato do livro mostra trecho de um “Memorando da Brown and Willamson Tabacco Company” que diz:   “Nosso produto é a dúvida , já que esta é a melhor maneira de competir com o conjunto de fatos que existe na mente do grande público. Também é uma maneira de introduzir a controvérsia”.

         Este memorando é da década de 1960 nos USA.

         Mais adiante Al Gore cita o governo Bush que foi negacionista em relação ao aquecimento global e nomeou céticos ao tema para cargos no governo que deveriam tratar do tema.   Pessoas indicadas pela indústria que agrava o aquecimento global como a do petróleo.

         Em 2001 Bush nomeou Phillip Cooney, advogado e lobista para cuidar da política ambiental da Casa Branca, ou seja, do Governo Bush.     O mesmo Phillip Cooney que entre 1995 até 20-01-2001 era lobista da American Petrolium Institute, encarregado de disseminar informações falsas sobre o aquecimento global.        (o livro é de 2006 – mais adiante, como leitor, relembro que o governo Trump fez algo semelhante, inclusive com um lobista da indústria do carvão, fortemente danosa na questão do aquecimento global).

                   Continua no capítulo 12/13

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

cap. 06/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano)

CAP. 06

         

         “Nos acirrados debates acerca da ajuda humanitária para a fome, por vezes se insinua que os próprios africanos provocam tudo isso por conta da corrupção ou da má administração.   No entanto, quanto mais compreendemos a mudança climática, mais fica  aparente que nós, os americanos, talvez sejamos os verdadeiros culpados”.    (os USA com 5% da população do mundo polui a atmosfera em 25% do total da poluição desta)

         Mais adiante, Al Gore cita:   ¼ do total de gases do efeito estufa emitido na atmosfera mundial é feito pelos americanos.   A África gera 5% dos gases do efeito estufa.     Sendo que os USA emitem 25%, todo o continente africano emite cinco vezes menos que os USA.

         Al Gore cita literalmente:   “Nós contribuímos para fabricar o sofrimento na África; temos a obrigação moral de tentar remediá-lo”.

         O efeito estufa suga ainda mais a umidade do solo.  Isto traz prejuízos às florestas, à fauna e à agropecuária.  Aumenta a desertificação de áreas férteis.   Mais fome.

         Crescimento da desertificação por décadas em milhas quadradas por ano.

         Anos 70               624 milhas quadradas por ano

         Anos 80               840   

         Anos 90                1.374 “

         Os dados todos sempre respaldados em Pesquisas mostram um quadro sombrio.   O autor se pergunta.   Como levar isso às pessoas de forma que os políticos sejam cobrados para levarem isso a sério e adotarem medidas?

         A Cidade e o Campo.              Página 122

         Quando Al Gore era bem jovem, o pai dele era senador pelo Tennessee e eles passavam oito meses do ano em Washington e as férias na fazenda da família.   Dois ambientes bem diferentes.   Os pais de Al Gore era um casal com dois filhos e moravam quando ele era senador, num hotel, em aposentos pequenos com um só WC.   Viviam felizes, mas no apartamento ficaram privados do ambiente natural da fazenda.

         Quando criança já aprendeu com o pai o risco que é a erosão do solo por escorrimento de enxurradas.   Adulto, já dono da fazenda, ensina os filhos e netos a importância de cuidar do solo.   Cuidar da natureza.

         Foi a mãe de Al Gore, quando ele tinha 14 anos, que leu para ele o livro Primavera Silenciosa de autoria da ambientalista Rachel Carson.    Isso foi um marco na vida dele.

         Quando ele era criança a mãe lia para os filhos pequenos.  Depois eles foram crescendo e eles liam por si.   Ela só voltou a ler o livro acima citado para ele devido à particular importância da obra para a natureza e a humanidade.

         Ele disse que no seu caso foi fundamental na sua formação ter compartilhado a vida perto da natureza na fazenda e longe dela na cidade.  E os exemplos dos ensinamentos dos pais.

         Em 1976 Al Gore se elegeu deputado e decidiu que a família iria mesclar o rural e o urbano durante o mandato dele e assim fizeram.

         Al Gore cita duas regiões do Planeta que servem como “canários de mina” (dão o alarme quando falta oxigênio) – alertam do perigo.   Regiões que mostram efeitos do aquecimento global de forma marcante.  São o Ártico e a Antártida, os dois polos.

         A grande diferença das camadas de gelo dos dois polos.    Na Antártida (polo sul) a camada de gelo chega a 3.000 metros de altura e muito dela está sobre o solo.    Já no Ártico, a média da espessura da camada de gelo é de 3 metros apenas e muito dela é sobre o oceano.

         No Ártico, o aquecimento global está afetando a camada de gelo e alterando o meio ambiente em grau muito acelerado. 

         “Ali as temperaturas estão subindo mais rápido que em qualquer outro lugar no planeta”.

         Um fenômeno no Alasca.   Grandes árvores coníferas típicas de lá, os chamados abetos, eram de raiz profunda e seguras no solo de tundra congelada, o que dava firmeza.   Nestes tempos de aquecimento global, descongelaram as tundras (como antes não ocorria) e as árvores passaram a pender para os lados por falta de sustentação.   Ficam “bêbadas”...

         Fenômeno semelhante de descongelamento das tundras está afetando fundações de construções, muitas delas desabando parcial ou totalmente.

        

                   Continua no capítulo 7