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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Cap. 10/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 10/12

        

         “Onça gosta de rio e de sombra de árvore.   O mundo era uma árvore.  “Árvore de toda a vida, assim se chamava”.  Era assim e dou fé.

         “Do alto daquela árvore nasceu o primeiro céu e o sol e a lua e todas as estrelas, porque o alto é que dá fruta”.

         “Do alto da árvore nasceu também a Onça Grande, Tapai Uu, o corpo dela feito de brasa das estrelas”.

         “Das raízes da árvore nasceu um segundo céu, a terra que a gente pisa por fundamento, o mói de plantas e as águas...”

         “Das raízes... nasceu também a Grande Jiboia Igaibati...   “Igaibati era fera de dar medo”.

         ... “E foi quando a Onça Grande descobriu um demasiado amor por Igaibati, sem se importar com a feiura dela...”      Dessa união nasceram todos os bichos da floresta.   Dessa união também nasceram os homens de toda qualidade e índole...”

         ...”Inclusive gente branca, que nasceu da qualidade sufocante da serpente...”

         “Vocação de tudo é virar onça, e tudo é onça porque Tipai uu amou Igaibati primeiro”.

         II   página 121 (das 160 totais)

         Contando do chamamento da Grande Onça a Iñe-e quando esta era bem pequena...   “Porque ela era destinada de Tipai uu desde antes de nascer.”

         Então a Grande Onça contou para a menina uma porção de ensinamentos... se defender...   olhos de ver o passado do passado, ... o futuro...”

         “E Tipai uu disse assim:  “Iñe-e, tu é minha e, por ser minha, é bom que saiba que tu é onça quando quiser de ser”.

         ...”Vai chegar um tempo de que tu seja caça, Iñe-e.   E onça não nasce para ser caça.    Onça é dona da mata.     Se um dia você estiver em apuro, me chame que eu venho te socorrer”.

         III

         Tempos depois da menina se encontrar com a Onça...   “Já a menina mal adormecia, onças, jiboias, antas, quatis, cutias visitavam ela”.

         Quando a menina já era escrava do branco, o espírito da Grande Onça só não incorporou nela porque a menina não soube dar o recado certo, mas a onça em espírito estava sempre por perto dela.

         “Então se deu que a menina desandou a morrer no estrangeiro”.

         ...”A hora era chegada.  Uaara-Iñe-e! falou a Onça Grande com sua voz muito antiga.   E num instante muito rápido onça era menina e menina era onça.”

         IV

         Iñe-e na forma de onça se aproximou da aldeia com vontade de ver a mãe, mas com medo dela não a deixar se aproximar.   A mãe ao ve-la atravessando o rio, sorriu e veio ao encontro da filha.   Se abraçaram.  Momento terno.  

         Em seguida, Iñe-e recebeu um sinal para ir embora e assim fez.   A mãe contou para o avô que se encontrou com a filha pela derradeira vez e que ela já não é mais deste mundo.

         ...”não pisa mais no mesmo chão que nós.   A Dona da Caça levou ela”.

         Passa o tempo e o branco começa a explorar os seringais nativos nas terras indígenas e usam trabalho pesado dos índios.  Inclusive trabalho de crianças carregando pesadas cargas de látex de seringueira.   O leite da seringueira é bem branco e a autora coloca como um leite.    Jorra leite das árvores e sangue dos indígenas nessa lida.     Chicote de couro de anta sendo usado contra os índios para acelerar a produção.

         A menina Kaiemi sofrendo com o peso das cargas que tem que transportar.    “Justiça de onça se faz é no dente”.

         A menina Kaiemi é filha do filho do irmão de Iñe-e.

         VII

         A Calunga Grande, os negros escravizados...    “Sangue do povo negro no Brasil colonial”.    Sofrendo como os índios.

 

         Continua      capitulo 11/12