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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Cap. 11/11 (final) - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 

capitulo 11/11 (final)

 

         A Calunga Grande, os negros escravizados...    “Sangue do povo negro no Brasil colonial”.    Sofrendo como os índios.

         “Sangue dos pobres do mundo”.   Os exploradores   “com o seu deus estrangeiro, seu lixo, suas mentiradas”.

         “Os motores queimando óleo, o gado invadindo tudo, a comida com gosto de veneno e cinzas”.      Página 140

         ... correrias e matanças de índios.   Os bandeirantes e a sanha...

         Os índios tinham os remédios para seus males, mas os brancos trouxeram novas doenças que dizimavam os índios.

         Cita trechinho da fala de Theodore Roosevelt, de 1913 quando ele esteve no Brasil e participou inclusive de caçada e provou carne de onça.

         Na ocasião o então presidente Roosevelt visitou no Brasil, cidades em diversas regiões.  Viu locais onde moram ricos, lugares de pobres, de miséria.   “Viu que depois de irem acabando com as nações do povo de origem, foram pegando o nome dos mortos para botar nos novos lugares que alevantaram.

         Praça Tibiriçá, Praça Tamoio, Rua Guarani etc.

         Mistura de sangue entre índios e brancos...    “mas, se uma alegria resultou disso, de igual modo também que o que derivou foi uma grande negação, o povo negando a si mesmo.    “Tudo é índio, ninguém é índio”.   “E o Brasil, essa igara”.   (igara, tipo de canoa indígena)

         “Um tiro cala a voz da Amazônia.  Chico Mendes, a morte anunciada”.

         Manchete, 1989

         “Assassinato de freira defensora da Amazônia, Dorothy Stang, completa dez anos”.   InfoAmazônia, 13-02-2015.

         O livro faz outras citações do gênero e suas fontes.

         “Comissão da Verdade:  ao menos 8.300 índios foram mortos na Ditadura Militar no Brasil”.   Fonte: Amazonia Real   11-12-2014.

         “CIA treinou polícia para agir contra indígenas no Regime Militar”.

         Avispa Midia de 22-01-2016.

         VIII          Onça caçando.... quando é hora de caçada sua, e não é coisa que se ensine.  É porque é”.   “E quando menos se espera, pro bicho entretido, cochilado de si, a onça vai e zás!”

         ...”morde o bicho... ou no gogó pela frente e, como os dentes dela vão muito fundo, o bicho morre afogado no sangue dele mesmo”.

         A onça, espírito de Iñe-e voa pelo oceano até chegar em Munique em missão.   Encontra Spix moribundo.  Fica ali ao pé da cama sem ele perceber.  Ela não tem raiva dele.

         Já é diferente com Martius, de quem ela tem muita raiva.  Ele já velho...

         “não havia perdão capaz de resgatar aquele homem”.    Ele morre.   Em seguida, em espírito, volta à floresta Amazônia onde atuou e lá ocorre nesse plano espiritual o acerto de contas dele com a Onça.   Ela ataca e destroça o pesquisador.   Aquele que comprou as crianças indígenas no passado.

         “Findo estava, caça que era”.    Morreu de fato no dia 13-12-1868

         A onça voando, desce em Munique no templo de Diana.   “Foi aí que a jaguara deu seu rugido, e o som do rugido da onça se multiplicou por tudo que é lado...”

         Os espíritos das crianças índias que morreram em Munique foram conduzidos para o destino final de volta à sua terra, ao seu povo, junto aos seus antepassados.

         Vencida a missão de Iñe-e como índia e como onça.  Já em espírito:

         “Agora quero mais não, nem roupa nem nome”.   “Despossuo tudo de que já tive precisão, agora não mais”.

         A respeito da construção da maloca

         “O mito de Niimúe é de origem do povo miranha”.

         “São utilizadas palavras do vocabulário miranha, juri e nhengatu ao longo desta obra”.

         A Constelação dos quatro macacos corresponde à Constelação de Orion.

         “Relatos sobre a árvore da vida são comuns a vários povos do mundo.  Nesta obra foi usada a narrativa do povo Yanomami como referência”.

         Litografias denominadas Miranha e Juri na exposição Coleção Brasiliana Itau do Instituto Itau Cultural.

 

                   Fim de leitura dia 11-12-2022.    

 

         (gratidão aos que acompanharam mais este fichamento).   Uso bastante o Facebook e o MSN.   Caso queiram fazer algum comentário no blog ou nestas outras mídias, fiquem à vontade.   Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba – Pr – Brasil 

         OBS – ao redor de 85% dos que acessam o blog historicamente são dos USA

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Cap. 10/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 10/12

        

         “Onça gosta de rio e de sombra de árvore.   O mundo era uma árvore.  “Árvore de toda a vida, assim se chamava”.  Era assim e dou fé.

         “Do alto daquela árvore nasceu o primeiro céu e o sol e a lua e todas as estrelas, porque o alto é que dá fruta”.

         “Do alto da árvore nasceu também a Onça Grande, Tapai Uu, o corpo dela feito de brasa das estrelas”.

         “Das raízes da árvore nasceu um segundo céu, a terra que a gente pisa por fundamento, o mói de plantas e as águas...”

         “Das raízes... nasceu também a Grande Jiboia Igaibati...   “Igaibati era fera de dar medo”.

         ... “E foi quando a Onça Grande descobriu um demasiado amor por Igaibati, sem se importar com a feiura dela...”      Dessa união nasceram todos os bichos da floresta.   Dessa união também nasceram os homens de toda qualidade e índole...”

         ...”Inclusive gente branca, que nasceu da qualidade sufocante da serpente...”

         “Vocação de tudo é virar onça, e tudo é onça porque Tipai uu amou Igaibati primeiro”.

         II   página 121 (das 160 totais)

         Contando do chamamento da Grande Onça a Iñe-e quando esta era bem pequena...   “Porque ela era destinada de Tipai uu desde antes de nascer.”

         Então a Grande Onça contou para a menina uma porção de ensinamentos... se defender...   olhos de ver o passado do passado, ... o futuro...”

         “E Tipai uu disse assim:  “Iñe-e, tu é minha e, por ser minha, é bom que saiba que tu é onça quando quiser de ser”.

         ...”Vai chegar um tempo de que tu seja caça, Iñe-e.   E onça não nasce para ser caça.    Onça é dona da mata.     Se um dia você estiver em apuro, me chame que eu venho te socorrer”.

         III

         Tempos depois da menina se encontrar com a Onça...   “Já a menina mal adormecia, onças, jiboias, antas, quatis, cutias visitavam ela”.

         Quando a menina já era escrava do branco, o espírito da Grande Onça só não incorporou nela porque a menina não soube dar o recado certo, mas a onça em espírito estava sempre por perto dela.

         “Então se deu que a menina desandou a morrer no estrangeiro”.

         ...”A hora era chegada.  Uaara-Iñe-e! falou a Onça Grande com sua voz muito antiga.   E num instante muito rápido onça era menina e menina era onça.”

         IV

         Iñe-e na forma de onça se aproximou da aldeia com vontade de ver a mãe, mas com medo dela não a deixar se aproximar.   A mãe ao ve-la atravessando o rio, sorriu e veio ao encontro da filha.   Se abraçaram.  Momento terno.  

         Em seguida, Iñe-e recebeu um sinal para ir embora e assim fez.   A mãe contou para o avô que se encontrou com a filha pela derradeira vez e que ela já não é mais deste mundo.

         ...”não pisa mais no mesmo chão que nós.   A Dona da Caça levou ela”.

         Passa o tempo e o branco começa a explorar os seringais nativos nas terras indígenas e usam trabalho pesado dos índios.  Inclusive trabalho de crianças carregando pesadas cargas de látex de seringueira.   O leite da seringueira é bem branco e a autora coloca como um leite.    Jorra leite das árvores e sangue dos indígenas nessa lida.     Chicote de couro de anta sendo usado contra os índios para acelerar a produção.

         A menina Kaiemi sofrendo com o peso das cargas que tem que transportar.    “Justiça de onça se faz é no dente”.

         A menina Kaiemi é filha do filho do irmão de Iñe-e.

         VII

         A Calunga Grande, os negros escravizados...    “Sangue do povo negro no Brasil colonial”.    Sofrendo como os índios.

 

         Continua      capitulo 11/12

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Cap. 09/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 09/12

 

        

         Em 2009 a artista Mirtha Monge pintou as figuras de Iñe-e e Juri e expos num parque da cidade de Munique.

         No tempo do nazismo muita gente foi presa por resistir contra o mesmo na Alemanha.  “Schmorell, um dos fundadores da Rosa Branca, a resistência alemã aos horrores do nazismo”.   Isso quando o nazismo estava provocando o extermínio de judeus.    Muitos da resistência foram mortos.

         Capítulo VIII  página 109

         Josefa é descendente de Iñe-e.   Pela gravura  ...”ela olha a menina e é seu próprio rosto que vê”.    Josefa sente um aperto no peito.

         Sonhava com a ancestral indígena e sentia vontade de ir visitar a avó em Belém do Pará.   Mas não iria porque saiu de casa para não retornar e para não rever o pai e virar uma página da vida.

         Josefa de impulso compra uma passagem para Munique para coletar mais dados para seu estudo do caso das crianças índias.

         Após a morte da menina Iñe-e, a rainha da Baviera encomenda uma placa de bronze com a imagem dela e de Juri para colocar no túmulo dos dois indígenas em Munique.

         A rainha inclusive foi no enterro de Iñe-e.    “O trabalho da natureza, constante e humilde, devolvendo ao pó o que do pó era feito, não abre espaço para qualquer questionamento”.

         A rainha triste porque perdeu a filha pequena fazia pouco tempo e logo em seguida, os dois meninos índios morrem também.

         Terminado o sepultamento de Iñe-e, a rainha olha para os olhos vermelhos dos cientistas Martius e Spix e pergunta rispidamente:   “Afinal, foi para isso que vocês os trouxeram?”.

         A rainha sabia que todos ali tinham alguma culpa, inclusive a família real.    Dar um sepultamento digno era uma forma de  aliviar a consciência dos culpados.

         Capítulo X  página 115

         Josefa em Munique visitando os lugares onde viveu Iñe-e por uns tempos.    Compra uma gravura dos dois indígenas.    Olha a gravura e se enxerga nela.  Ao olhar...   “é ela que os adota, que é ela que neles se reconhece”.

         Josefa em suas pesquisas chega até o local e ao ver as gravuras, foi como se tivesse uma reunião familiar.    ...”pela primeira vez na vida parece se sentir à vontade consigo mesma”.

         A tribo miranha (de Iñe-e) viveu na margem do Rio Japurá no estado do Amazonas.

         ...”se sente cheia de energia e coragem para iniciar um novo capítulo de sua vida”.     ...”se manter em pé sobre si mesma...”    “Um caminho imperfeito, no entanto, é só seu”.

         Etapa 3 do livro

         Cita o índio escritor e ativista atual, Davi Kopenawa em seu livro A Queda do Céu:   

         “Sabemos que os mortos vão se juntar aos fantasmas dos nossos antepassados nas costas do céu, onde a caça é abundante e as festas não acabam”.

         Depois segue a narrativa da autora:

         “Onça gosta de rio e de sombra de árvore.   O mundo era uma árvore.  “Árvore de toda a vida, assim se chamava”.  Era assim e dou fé.

         “Do alto daquela árvore nasceu o primeiro céu e o sol e a lua e todas as estrelas, porque o alto é que dá fruta”.

         “Do alto da árvore nasceu também a Onça Grande, Tapai Uu, o corpo dela feito de brasa das estrelas”.

 

         Continua       no capítulo 10/12

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Cap. 08/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

capítulo 08/12

 

         Josefa que agora faz pesquisa sobre sua ancestral Iñe-e, no passado, bem jovem, teve um namorado que a abandonou quando ela ficou grávida.  Ela teve aborto espontâneo.

         Tomás e Josefa passam a se relacionar sem que ele ficasse querendo saber do passado dela.   Mantinham relação sexual rotineiramente, ela e Tomás.

         Tomás ao sair de rotina do local onde mora Josefa.  Ela diz:  “A minha bisavó materna foi pega no laço, sabia?  Tenho um tanto de sangue caiapó em mim.   Mas o fato é que todo mundo tem uma avó pega no laço no Brasil, eu, você, o porteiro lá embaixo”.

         ...”O curioso é que esta minha avó colombiana como que crescia, se agigantava ao convocar o meu passado materno, como se estivesse ela mesma prestes a ganhar novo corpo e novas feições, e de sua estrutura delicada de ossos estivesse pronta para sair outra mulher, enorme, quase brutal”.

         Josefa no passado, educada pela tia que vivia impondo regras para tentar a sociabilidade da sobrinha.   

     ...”Em Munique, Spix se empenha em ensinar alemão e português pra Iñe-e.  Busca que ela saia da profunda tristeza agravada pela morte de Juri.

         Spix abalado com...   “o fracasso que mais aquela morte representa.  Tais sentimentos o aniquilam”.

         Josefa e a lembrança triste do seu tempo de criança, criada pela tia e a avó que morava junto com elas.   A avó pega a laço.      ...”a presença inexorável da mulher pega a laço e o desejo de que o pai não voltasse nunca mais”.

         Capítulo VI     página 103

         Voltando a Martius e seus planos.   “ A ideia de Martius de apresenta-los em exibições etnográficas pelo continente teria que esperar momento mais propício”.  (a saúde dos dois jovens índios não estava boa)

         O menino que era forte estava definhando na Alemanha e Martius se lembrou que quando chegou no Brasil com plena saúde, teve seus problemas de saúde por conta da mudança de clima.   Spix sofreu mais com o clima do Brasil e isso tirou dele certas iniciativas e aumentou a avidez do colega.  Martius se acostumou na liderança e com frequência ignorava alertas de Spix.

         Spix se afeiçoou tanto às crianças que chegava a pregar a palavra de Deus a elas, mesmo sabendo que havia total barreira de idioma.   Confiava no milagre da sua fé.

         Quando o menino Juri morreu, Spix ficou muito chocado e arrependido de não ter sido mais enfático contra o plano de Martius de comprar as crianças.

         “Fora covarde e conivente.   Antes, quando as crianças estavam em melhor condição de saúde.... Spix...  “sente-se feliz de contempla-las.  As crianças são suas”.

         Capítulo VII  - página 106

         Na rua Wirt em Munique, uma caixa postal que só recebe poesias.  Fica bem perto da casa de Spix.   “Os homens gostam de glorias para si e aos seus”.

         “Os homens, sobretudo os brancos, gostam de fixar-se na suposta permanência dos monumentos de pedra ou minério”.    Há na cidade monumentos ou placas em homenagem a Martius e Spix.

 

         Continua no capítulo 09/12 

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Cap. 07/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 

capítulo 07/12

 

         Capítulo XX página 79

         A índia ralando yuca.   (planta fibrosa da qual fazem farinha)

         Já em Munique...   começa a nevar.   E nesse tempo, Iñe-e tem sua primeira menstruação.  Na cultura do povo dela, o lugar onde isso ocorre pela primeira vez, se torna para essa pessoa um lugar sagrado.

         A dona da pensão falando com a empregada sobre a índia.   “Não passa de uma macaca suja...”

         Segunda parte do livro -  página 85

         A autora cita Guimarães Rosa – do seu livro Grande Sertão – Veredas:

         “A gente quer passar um rio a nado, e passa, mas vai dar na outra banda é num ponto diverso do que em que primeiro se pensou”.

         Outro lugar e outra época bem atual:   Carros, buzinas na Avenida Paulista em São Paulo.    ...”mendigos na calçada pedindo esmolas para a ração dos cães talvez porque as pessoas sintam mais empatia pelos animais do que por aquela gente encardida e amontoada”.

         Josefa na Avenida Paulista vendo uma exposição no centro cultural de um banco.    Ela que no passado fugiu.   “Josefa não sabe exatamente do que fugiu.   Ou nem quer saber.”

         ...”Não quer pensar porque veio ou no que deixou”.     Lida com traduções e livros didáticos.   Outros tipos não dão renda.

         No Recife... numa exposição de artes.    “O estilo vivaz de Debret a assombra...   Na tela... “os índios vistos como parte da fauna.”

         Na exposição há telas cujos modelos são Iñe-e e Juri.  Gravuras denominadas Muxurana.   (ver no link:  https://journals.openedition.org/artelogie/3774?lang=pt  )

         Fala de três telas:  Muxurana, Miranha e Juri.

         ...”A terra sempre vomita o que lhe faz mal.”   Os rios também...

         Capítulo III da Segunda parte do livro     página 90

         O jovem Juri com doença dos brancos e os médicos tentando lhe aplicar sangria.  O usual da época era colocar vermes reproduzidos em laboratório (sanguessugas) que sugam o sangue da pessoa pela pele.

         Ele que desde menino sempre foi um exímio nadador, agora longe das suas águas.

         “Afogava-se em si mesmo sem que houvesse água ao redor.  Afogava-se por dentro e esse era verdadeiramente o começo do terrível”.

         Faleceu o jovem Juri depois de sofrer com a doença dos brancos.   Morreu de uma pneumonia crônica devido ao frio rigoroso da Alemanha.

         Morreu dia 11-06-1821.

         Capítulo IV – página 96

         O corpo do jovem sendo dissecado para pesquisa.   Ao dissecar, deceparam também ele e depois de colocar a cabeça numa forma de gesso para tirar a modelagem, colocaram a mesma em vidro com formol.    E depois aquela cabeça ficou sobre a estante de Martius em seu escritório.

         Agora a autora volta ao tempo moderno com Josefa e sua lida.

         Para se livrar do estresse, corridas na praça.      ...”os velhotes passeando com os cães, mas esquecendo de recolher a merda dos bichos”.

         Josefa... foi menina magra e guenza...  (guenza – adoentada, raquítica)

        

         Continua no capítulo 08/12

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Cap. 06/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 Capítulo 06/12

 

... “1889 no Rio de Janeiro, queda de Dom Pedro II e a vinda da república.  Soldados e armas.      ...”suas lâminas e armas de fogo sempre a postos, pairando ao longo dos tempos sobre a cabeça do povo”.

         ...”todo castelo guarda em si túmulo e prisão”.

         No Castelo do rei que encomendou a expedição.    “Há ainda as gentes presas nos quadros das paredes”.     ... “os espelhos a multiplicar os corpos...”

         Página 67

         Os meninos indígenas foram apresentados ao rei no palácio.   Muitos curiosos também no salão.   Um homem que tem contato com os cientistas analisa os dois meninos, inclusive tocando-os, abrindo e examinando a boca deles etc.

         Capítulo XVII – página 69

         Martius e Spix desembarcaram para a expedição no Porto do Rio de Janeiro, vindos de carona com a comitiva da Princesa Leopoldina, isto em 14-07-1817.   (a família real veio para o Brasil em 1808)

         Os pesquisadores viram na cidade do Rio de Janeiro uma face de civilização, mas a quantidade de negros escravizados transitando pelas ruas em suas atividades de trabalho diversas chamaram a atenção dos cientistas.

         Na época o transporte de cargas mesmo na cidade portuária do RJ era comumente feito com tração animal.   Carros de boi e carroças com burros.

         Os cientistas numa comitiva viajando a cavalo pela Serra do Mar entre o Rio e São Paulo.   Escrevem:   “Diante de tanta riqueza de formas, não temos mãos e olhos suficientes para realizar nosso trabalho”.

         ...após apresentarem os meninos ao rei na Alemanha...   “agora tudo deve ser celebração pelo regresso, prestação de contas e, é claro, um pouco de gloria”.     “Mas neste momento, por um átimo, seu olhar cruza com Iñe-e.   E uma sombra anuvia seu pensamento”.   (te-la como escravizada)

         Capítulo XVIII – página 72

         Os meninos do castelo perto do Rio Isar na Baviera.  Ela já não mais compreende a voz do rio.    “Sente terrível falta da maloca, do cotidiano perdido...   da pele morna da mãe”.

         “Não sente fome, sono, vontade de nada”.

         As filhas do rei tentam brincar com os indígenas, como se estes fossem brinquedos.    Iñe-e vê bonecas e são muito estranhas para ela.

         Já na primeira semana, batizam com o padre os dois meninos.

         Iñe-e agora é Isabella e Juri é Johann.      O rei se chama Maximiliano I da Baviera.

         Iñe-e é do povo Miranha e Juri da tribo Juri (tribos inimigas).

         Capítulo XIX – página 74

         Em 1821 o pessoal assistindo na Alemanha a peça de Schiller, peça A Donzela de Orleans, sobre Joana D´Arc.   A rainha era casada com um parente que já era viúvo e pai de quatro filhos.  Ele, o rei da Baviera.

         Ela, a rainha, tinha o hábito de anotar coisas.

         Anotou o que o rei adquiriu da expedição de Martius e Spix:  350 aves, 85 mamíferos, 2.700 insetos, 6.500 plantas e duas crianças.

         A rainha percebeu que não eram bom para seus filhos ficarem interagindo com os dois indígenas e também não seria bom para estes últimos.   Pediu ao rei e ele atendeu – para que os meninos fossem entregues aos cuidados de Spix.

         A rainha perde uma criança nova e na sua dor, presume a dor das mães dos indígenas que foram escravizados e estavam ali com eles.   Ficou muito mal e se lembrou das palavras finais da Donzela de Orleans da peça de teatro:     “Adeus, colinas, campos que eu amava”

         Adeus, sereno vale, adeus”

         Adeus, pois nunca mais virei pisar teu chão”...

         Joana vai, não volta nunca mais”.

 

         Próximo capítulo 07/12

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Cap. 04/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 04/12

         Na selva amazônica, os cientistas alemães e a escolha de garotos escravizados para leva-los à Europa.    (Ano 1817)

         Para escolha, colocaram os meninos em fila e Martius escolheu um.   “Era filho do líder de uma horda indígena que morrera em combate”.

         Zani era o capitão do barco da expedição dos cientistas.   Ele pegou malária nessa viagem à Amazônia.

         Martius ao colocar no papel, cita que Iñe-e era prisioneira de guerra dos índios, quando na verdade foi presente do chefe da tribo e pai dela, que se desfez da filha por conta da crença de que ela fez pacto com a onça e seria ameaça e inimiga da tribo.

         “Parece-lhe melhor pintar o chefe como um demônio”.     ...”palavras podem ser animais dóceis”.      ...”minhas poucas semanas entre eles”...

         Na visão de Martius  ...”esses selvagens não tinham ideia alguma do Deus bondoso, pai e criador de todas as coisas...”    ....”só a fome e a sede lhes lembram as necessidades da vida... e a morte lhes é indiferente”.

         Na versão de Martius...   ...”e as crianças, fardo dos pais e, por isso, evitadas”.   ...”ódio hereditário contra as tribos estranhas...”.

         Iñe-e passa a ser Isabella Miranha depois de batizada na Baviera.

         “Para ele não há nome anterior...”  ...”para ele, ela não tem história.”

         “O papel suporta tudo”.   Na hora da escolha do rapaz na fila.    “Eu apontei para o belo rapaz juri, o capataz o retirou da fila e o pai do menino não o acompanhou, em vez disso, seguiu-me com um olhar fixo: era uma pergunta ou era raiva?   Eu não me esqueci desse olhar”.

         “Letras são animais que, depois de domesticados, apenas obedecem, ele acredita”.    Aqui é a autora falando de Martius.

         Capítulo IX – página 38

         “Uma pessoa sabe que está morta quando não consegue mais escutar a voz dos animais, dos espíritos, das árvores, dos rios”.       ...”e por estar vivo é que consegue responder”.

         Iñe-e sendo levada embora de canoa.    “A natureza, a correnteza, tentando impedir a canoa de seguir viagem...”    “Mas nada adiantou a arenga das correntezas”.

         Capítulo X – página 41

         No mar, capitão do navio, muito rude.   Racionava água e comida.

         Na viagem de navio  (os bichos foram os primeiros a morrer)... em seguida, as crianças.

         Jogados, mortos, ao mar sem nenhum ritual.   “Longe de seus familiares, nunca encontrariam o caminho para qualquer terra sem males onde pudessem se encontrar com seus ancestrais”.

         Iñe-e viu as outras crianças morrerem na viagem.   Só ficou ela e, sem palavras, já que ninguém entendia seu idioma.

         “Morreu com todos porque lhe faltava a palavra”.    Só sobraram dos escravizados, ela e o menino Juri.

         A caravana aportou em Lisboa.  Iñe-e sentia que todo tempo o espírito dos meninos acompanhava tudo.   Nas paradas em outros portos na Europa também os cientistas expunham seus achados.  Valência, Tarragona, Barcelona, Lyon, Alsacia e depois, já no rio Reno, Estrasburgo até chegar na capital da Baviera.

         Capítulo XI   página 45

         A autora cita um trecho do ano 1577 de Jean Levy descrevendo os índios da América:   “de corpo pintado, coxas e pernas riscadas de preto com suco de jenipapo”.     Descrição por Martius e Spix de 1823:

 

         Continua no capítulo 05/12