capítulo 9/15
O jornalista comunista namora escondido do partido, a
companheira Rosa. Vai com ela no baile
de fantasia. O ponto de encontro nos
namoros proibidos dos dois comunistas era a Igreja São José e até assistiam a
missa.
Lá não seriam vistos pelos camaradas do partido.
As namoradas do Aramel
e do jornalista ficaram curiosas para conhecer Hilda Furacão que
conseguiu a grandeza do Baile da Fantasia concorrido no Montanhês Dancing.
Ver o teor “politicamente incorreto na atualidade” da letra
de uma música de sucesso nos carnavais dos anos 60-70:
“O teu cabelo, não nega / mulata /
porque é mulata na cor / mas como a cor não pega, mulata / mulata quero o teu amor”.
O gordo Emecê (autor das crônicas sentimentais no rádio) e
colega no jornal do narrador, sentado na sua cadeira reforçada no salão de
baile curtindo a festa – o baile de fantasia.
As minhas próprias suspeitas
Houve no baile de fantasia momentos de dança romântica com
bolero. Todos com máscaras, sem revelar
a identidade.
Uma foliã troca de
par e dá um beijo num folião que não dançava bem. Seria ela Hilda a do beijo, soube-se depois.
O que ganhou o beijo levou um murro no rosto por conta do
ciúme e no entrevero, sumiu do baile para não descobrirem sua identidade. Há suspeita de que fosse o frei.
Em seguida, ele foi para o Rio de Janeiro e ficou dez dias
na favela vivenciando a vida dos favelados.
Teria contatado inclusive o Bispo Dom Helder Câmara, o defensor dos
pobres e oprimidos.
De volta a BH o frei avisou que seu coral de meninos iria
fazer a primeira apresentação. O local
escolhido foi no território onde fica a zona boêmia da cidade. O coral só cantou duas músicas e uma delas
era a Ave Maria de Schubert em alemão.
Tal como Hilda cantava nos tempos de garota do maiô amarelo no Tenis
Clube de BH. Hilda escutou a música e
veio ao local e não só ouviu como se juntou ao coral na segunda música sacra
cantada em latim.
O maestro frei seguiu firme na regência sem se abalar.
Em outra ocasião, o frei disse ao amigo de infância,
jornalista: - Meu lugar é na Igreja de
Cristo e ao lado de Dom Helder Câmara.
Capítulo Quatro
O homem marcado. O
jornalista muda de emprego e vai trabalhar no jornal Binômio. O nome vem do slogan de JK Juscelino para
governador de MG. (mais adiante ele foi
presidente do Brasil). Binômio: energia
e transporte.
O jornalista e dois sonhos, ser correspondido na paixão pela
bela B, que já estava até noiva. Outra
paixão era entrar para a guerrilha.
O espião Sarmento, da polícia da repressão política, que
andava perseguindo comunistas.
Uma noite no cinema ele flagrou o jornalista e a namorada
Rosa que namoravam às escondidas, contrariando o partido. Sarmento ameaçou entregar os dois namorados
ao partido deles.
O namoro acabou sendo descoberto pelo partido e os namorados
foram levados para uma reunião secreta para tratar dessa “indisciplina” frente
à luta operária.
Rosa fez a defesa e mostrou que o namoro em nada traia a
causa operária, nem partidária. Foram
aceitos por suas firmes alegações.
Depois disso, o namoro não precisava mais ser às escondidas
e os dois perceberam que o namoro esfriou.
O jornalista passou a pensar na bela B.
Continua no capítulo 10/15